sexta-feira, 1 de julho de 2022

8 Músicas dos Anos 80 com nomes de mulheres

 

8 Músicas dos Anos 80 com nomes de mulheres


Regras um bocadinho mais a sério: os nomes das músicas têm de conter apenas e só o nome da moça, ou seja, músicas como Jessie’s GirlLiberian GirlUptown Girl ou, sei lá, Jack and Diane (um casal, que fofo!) ou Janie’s Got a Gun (outro casal, um deles tem uma arma, que giro!) 

Bem, então vamos a paixonetas, refrões mais ou menos catchy e àquela dose obrigatória de lamechice tão típica dos anos 80. Senhoras e senhores, meninas e ‘garinos’, toca de meter os auriculares da Sony ou da Philips. Roda as músicas ó fáxavore.

 

8 – ROSANNA, Toto

Para os que sempre acharam que a panca dos Toto era mais localizações que propriamente miúdas… nada disso.

Nesta música, há mais voz que Africa. Há solos de guitarra. Há um solo de teclas que dura mais que dez segundos. Há sopros que se deixam ouvir. Parece existir, all the way, amor, paixão, gritaria que vem da alminha e vontade genuína de tomar um cafezinho com a tal Rosanna. Mesmo que, a dada altura, she’s gone and I have to say… tudo bem David.

Pede-lhe o número de telemóvel. O quê? Ainda não existe? Então fica com a morada e escreve-lhe uma carta pá.

Nota: 4 (“Amo-te pá, mas não o suficiente para te trair”)

 

7 – CARRIE, Europe

Anos 80, continuamos a surfar a onda dos one hit wonders meeting… another hit for lovers.

Com os Europe, The Final Countdown será sempre um dos temas de eleição daqueles heróis de karaoke de esquina ou Pavarottis de poliban. Pedimos licença a Joey Tempest – ele não se importa, com este nome de super-herói tem mais é que dizer “Por quem sois, ooooooooh!” – para falarmos de Outra música dos Europe.

Carrie é, basicamente, The Final Countdown com Prozac. É a lata de atum de Europe do costume só que em óleo vegetal: teclas que anunciam a power ballad amorosa, guitarra menos lá em cima, refrões menos repetidos mas igualmente arrastados e fecha a loja com a promessa baladeira do costume: maybe we’ll meet again.

Põe-te na fila e pede-lhe a morada Joey.

Nota: 3 (“Comprei este walkman a pensar em ti. Podes pedir-mo quando quiseres”)

 

6 – AMANDA, Boston

Falar de música e anos 80 sem Boston é como jogar à bola com calças de fato de treino: um perfeito disparate. Amanda foi uma música que passou pelo meio do furacão de More Than a Feeling sem dizer presente e, podemos dizer depois de a ouvirmos pela primeiríssima vez… ainda bem.

Amanda – apesar de esbelta – não tem a obsessão divertida de Rosanna. Amanda – é que é bem feita a moçoila – não tem a paciência infinita de Carrie. Amanda – o que ela quer sabemos nós… – é uma seca do início ao fim porque é excessivamente genuína. Falta-lhe foleirada. Lamechice.

A curiosidade desta música começa e acaba no videoclip: nunca foi gravado pela banda, aquilo que se vê pode ser um vídeo de um tipo qualquer a filmar a mulher na praia. Com uma Sony ou uma Philips, já não sabemos, mas a banda nem está presente no teledisco. O que, I’m gonna tell you right away, I can’t wait another day… é fatela.

Nota: 2 (“Quando quiseres ir à casa-de-banho diz que eu largo tudo o que estiver a fazer”)

 

5 – GLORIA, Laura Branigan

Agora, elas! Isto depois da Amanda precisava de um coice. E basta o início da música para percebermos que estamos novamente nos anos 80. All the wayWe’ll meet againI can’t wait another day. Dá-lhe com tudo Laura!

Gloria é um bocadinho mentirosa em relação às outras músicas porque é basicamente uma cover. De uma música de 1979 chamada… Gloria. Artista? Este indivíduo aqui ó, o Umberto Tozzi.

Legenda: Homens Italianos pá. Assim é que… pode ser, vá.

As Glorias (quer a do Umberto, quer a da Laura) são dançáveis para além do slow, o que conquista imediatamente pontos bónus.

São paixão pela danceteria, tresandam a anos 80, a Eurovisão, glória à tipa apaixonada (“will you meet him on the main line?”), glória à interesseira (“will you marry him for the money?”), glória ao pai (“Was it something he said?”) e, eventualmente, ao filho (“are the voices in your head calling”, ou, caso prefiram a versão do Umberto, “E invece di dormire”).

Gloria é baril, versátil, tem glitter e é música de pista (apesar de Laura Branigan não dançar um charuto). Aqui avaliamos a versão de Laura, porque a do Umberto foi gravada em 1979.

Nota: 5 (https://www.youtube.com/watch?v=iabr_fL-bPU

 

4 – NIKITA, Elton John

Mais um carapau dos anos 80 (e não só) que… tinha de cá estar. Elton JohnE to the JElton BeltonTaupin’s BFF ou Reginald Kenneth Dwight para o registo lá do Reino Unido ainda era casado com uma assistente de som quando mandou Bernie Taupin escrever isto. E o saudoso George Michael cantar vozes de fundo.

Nikita marca pontos pelo amor à vista de todos e ao alcance de ninguém: paixão durante a Guerra Fria, entre um tipo da RFA e uma guarda da RDA. É anos 80 a caminhar para a queda do Muro de Berlim, e isto em termos musicais resulta bem porque… toca fundo nas pessoas.

Há quem diga que é só um amor impossível, há quem ouça Nikita Kruschev (!) nas letras, mas o que importa aqui dizer é que Bernie e Elton (e provavelmente um gajo chamado Guy Hobbs, que em 1982 escreveu uma música chamada “Natasha”, sobre um tipo do Ocidente que se apaixona por uma mulher Russa que trabalha num cruzeiro; a acusação de plágio morreu num tribunal do Illinois a favor de Elton) souberam ler bem o contexto político (“Oh I saw you by the Wall, ten of your tin soldiers in a row”) e cantarolar o amor que, apesar de difícil, arranja sempre uma saída (“And if there comes a time guns and gates no longer hold you in, and if you’re free to make a choice, just look towards the west and find a friend”).

Bem jogado EJ. E melhor cantado, sim senhor!

Nota: 1 (“O único muro que nos separa chama-se parede e dá para a casa-de-banho”)  

 

3 – VALERIE, Steve Winwood

esta música, que décadas mais tarde, foi partida, baralhada e devolvida assim:

Legenda: quando a expressão “Partir a Internet” ainda não existia, porque bastava que alguém nos ligasse para casa para isso acontecer.

tem mais visualizações, ergo, é melhor. Certo?…

Sim, pode ser.

Steve Winwood era (ainda é, ei-lo com datas marcadas e cenas) uma máquina de hits namoradeiros. Valerie é, a par de Gloria, a menina mais dançante. Tudo nesta música grita anos 80. E como sabe bem ouvir gritos do género “Come and see me, I’m the same boy I used to be”… ou não?

Aqui, à vossa disposição e, à hora que vos der mais jeito, numa M80 ao vosso lado. Valerie ftw.

Nota: 2 (“Quando quiseres ir à casa-de-banho diz que eu largo tudo o que estiver a fazer”)

 

2 – SARA, Starship

Não nos massacrem já. Não vos estamos a trair com Jane. Ou se calhar até estamos, porque a Jane é uma anormal que chega sempre antes da hora (é de 1979).

E porque não fazê-lo? Sara é menos chata, bem mais formulaica e tem uma das letras (e videoclips) mais mixurucos da década.

Ainda assim… consideramo-la um dos hits obrigatórios da banda. Da década. E porque não da vida. Ora topai o refrão:

“Sara, Sara, storms are brewin’ in your eyes
Sara, Sara, no time is a good time, oh
Sara, Sara, storms are brewin’ in your eyes
Sara, Sara, no time is a good time for goodbyes”

De nada.

 

1 – BILLIE JEAN, Michael Jackson

Legenda: videoclip histórico porque MJ escancarou a porta da MTV para músicos afro-americanos

Reza a lenda que Michael acertou nas vozes à primeira gravação. Esta música – a par de tantas que compõem a obra e o génio de Michael; fará no próximo dia 25 de Junho 11 anos que nos deixou – ainda hoje é simplesmente inesquecível. Faz parte de um dos melhores álbums da História da Música, Thriller, de 1982.

Billie Jean seria uma suposta stalker/mãe de um dos seus gémeos (não é brincadeira, isto aconteceu) e a música tornou-se uma ‘resposta’ de Michael à dita senhora. Quincy Jones queria que o título fosse Not My Lover, por causa de uma eventual confusão com a tenista (!) Billie Jean King. Michael teimou e “hoje é o que se sabe”, como não diria um profeta.

Não deveríamos distinguir as meninas aqui presentes (fizemo-lo automaticamente quando as listámos e classificámos com notas mas que se lixe, elas são todas fixes, todas impecáveis) por isso estamos em condições de Garantir que Billie Jean seria aquele first date que todos querem.

Mesmo que depois ela não nos largue.



Você conhece a História de Cafi, o criador de capas famosas da MPB?

 


Você conhece a História de Cafi, o criador de capas famosas da MPB?

O fotógrafo e artista plástico Carlos Filho, mais conhecido como Cafi, foi responsável por algumas das capas de disco mais emblemáticas da música brasileira — quase 300 álbuns, inclusive o lendário “Clube da Esquina”, de Milton Nascimento e Lô Borges. Mas a sua contribuição para a arte e a cultura foram além. O documentário “Salve o Prazer” conta a sua trajetória da década de 1960 até a sua morte, no réveillon de 2019

O fio condutor da longa-metragem é o depoimento do próprio Cafi, filmado em lugares que marcaram a sua vida, entre PernambucoRio de Janeiro e Minas Gerais.

As suas falas e a dos outros entrevistados se misturam às imagens de arquivo de seu acervo pessoal, além de vídeos antigos de cidades por onde passou. Tudo isso embalado por uma trilha-sonora de belas canções da MPB. “Eu literalmente me apaixono todo dia, todo dia me apaixono por alguém”, revela ele, que se dizia um apaixonado pela vida.

Diante do olhar sensível dos diretores Lírio Ferreira e Natara NeyCafi relembra seu passado e reencontra parceiros e amigos, como Alceu ValençaLô BorgesJards MacaléRonaldo Bastos e a coreógrafa Deborah Colker, sua ex-mulher.

Ele, que participou ativamente da vida cultural do Brasil, era entusiasta do Maracatu, manifestação cultural típica da Zona da Mata pernambucana, foi um dos fundadores do coletivo de poesia Nuvem Cigana, além de ter sido parte da história do Circo Voador.

O artista coleciona histórias por trás de sua obra e conta boa parte delas durante o documentário. Relembra, por exemplo, como surgiu a capa do disco “Clube da Esquina”:

“Quando a gente voltou da fazenda do Ronaldo, eu vi aqueles dois meninos. Eu pedi: Ronaldo, para o carro agora. Ronaldo parou, e eu bati aquela foto de dentro do carro, bati com o vidro na frente. E o mais importante, para mim, é que tinha o arame farpado passando em cima dos dois meninos. Então, era disso que eu gostava nessa foto. Não tinha o nome do disco ainda. Quando passei essa foto, Milton disse: é essa a capa. (…) Recebi por aquela capa uma viagem de ônibus para Recife (de ida) e voltando”.

Salve o Prazer” é um documentário da Luni Produções.

Sinopse oficial do documentário “Salve o Prazer” sobre Cafi

Salve o Prazer” é um telefilme documental, dirigido por Lírio Ferreira e Natara Ney e realizado pela Luni Produções.

Um mergulho na vida e obra do fotógrafo, cenógrafo e artista plástico Carlos Filho, conhecido como Cafi. Pernambucano radicado no Rio de Janeiro, ele participou da vida cultural brasileira durante quatro décadas, desde os anos 1960 até sua morte no réveillon de 2019.

Entre os seus trabalhos, estão muitas capas históricas de discos de grandes nomes da música brasileira. Foram quase 300 no total, começando com o icónico “Clube da Esquina”. O próprio Cafi conduz a narrativa do filme, relembrando histórias, encontrando velhos parceiros e revelando novos olhares.


Cafi e Alceu Valença – Foto Karina Hoover


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