Big Berry - Sonho (2020)
sexta-feira, 2 de dezembro de 2022
The Sea Ensemble – Memoirs of a Dream (2022)
Numa deliciosa entrevista em vídeo de 2005 conduzida com a cantora/compositora Jeanette Lambert, a falecida multi-instrumentista Kali Z. Fasteau discute uma ampla gama de tópicos, incluindo espiritualidade e sua conexão com a música, amor e o espírito revolucionário. Quando Fasteau aborda o assunto de seu marido e mentor, o multi-instrumentista Donald Rafael Garrett (que faleceu em 1989), ela compara a abordagem de tocar juntos como um musical “yin e yang”. Trabalhando como um duo chamado The Sea Ensemble ao longo da década de 1970, Fasteau e Garrett usaram a improvisação do jazz como um meio de articular a unidade dos numerosos contrastes que compõem o mundo ao nosso redor: volume e silêncio, aspereza e suavidade.
Memórias de um Sonho reúne sessões…
…gravado em Leiden, Holanda, em 1975, com uma apresentação ao vivo capturada em Ancara, Turquia, em 1977. Tocada com grande paciência e sensibilidade, a música aqui evita convenções estruturais familiares em favor de apresentações livres e de espírito aberto que ainda parecem vivas e presentes. Em “Zenith”, o baixo de Garrett é melódico e exploratório. Um solista de jazz experiente na época em que esta sessão foi gravada, sua performance aqui traz de volta suas experiências tocando com gigantes do jazz como John Coltrane, Archie Shepp e Rahsaan Roland Kirk. Ao longo da peça de 16 minutos, Fasteau é uma revelação no piano. Sua forma de tocar é dinâmica, enquanto ocasionalmente estabelece grupos discordantes de notas que se resolvem lindamente com o baixo de Garrett.
“Bamboo Groove” encontra a dupla empregando contrabaixo, flauta e percussão para criar uma paisagem sonora envolvente e naturalista. A execução aqui é tão aberta e discreta que às vezes confunde a linha entre música improvisada e ambiente ambiental. “Wind And Water” abre com Fasteau e Garrett falando diretamente aos ouvintes. Antes de ouvirmos um longo solo de flauta, Garrett oferece uma saudação calorosa: “Bem-vindo a uma festa de som e movimento, não-som e não-música. Coma com vontade e mastigue a comida!”
A profundidade da articulação individual e da comunicação em equipe que Fasteau e Garrett alcançam em Memoirs of a Dream são inspiradoras. A liberdade alcançada em peças como “Happiness”, “Aisha Swing” e “Coming Storm” não é o resultado de uma abordagem arbitrária de “experimentação” – em vez disso, a música aqui é um aceno intencional para as vastas possibilidades de improvisação. Imbuídos de espírito, abertura e curiosidade, The Sea Ensemble tocou música como se estivessem tentando capturar o som de algo maior.
“PRA SEMPRE” NOVO SINGLE DE PRODÍGIO FEAT. JIMMY P E DINO D’SANTIAGO
“Pra Sempre” novo single de Prodígio feat Jimmy P e Dino D’Santiago
“Então quando tu dizes que é pra sempre, eu quero que saibas que pra sempre é muito tempo”, pensava eu enquanto ouvia o instrumental no repeat. A ideia da eternidade sempre me pareceu pesada demais, mas ainda assim existiram momentos que eu senti que podiam durar para sempre. O amor é tão contraditório. Quantos “vai ser para sempre” eu já disse? Sinceramente uns 3… No meio de tantos altos e baixos, desistir é sempre a saída mais fácil. Perdermo-nos para ganhar quem amamos para sempre ser a única forma de “por a prova a eternidade” … Insatisfeito com as minhas próprias conclusões, pedi ajuda ao Jimmy P para desafiar a minha opinião inconclusiva e tive como resposta um dos melhores versos que já ouvi. Andamos a volta da música a tentar perceber quem nos traria um refrão digno do que tínhamos feito. Levou um tempo e Dino D’Santiago apareceu para ser ouro sobre o nosso azul. Não acredito em eventualidades, mas permito-me acreditar que não poderia ter sido melhor. Dois versos de rap sobre uma cama de harmonias que eu acredito que poucas pessoas façam como o Dino faz.
“BESTA”… SEGUNDO SINGLE DO NOVO DISCO DOS GLOCKENWISE JÁ ESTÁ DISPONÍVEL
Após a apresentação de uma nova direção estética com o primeiro avanço, “Vida Vã”, os Glockenwise voltam a oferecer as marcas de identidade do coletivo com o seu novo single, “Besta”.
Aqui reinam o quotidiano poético e o rock imediato mas melancólico, acompanhado de uma certa dose de cinismo que tenta desatar as prisões da normalidade. Já disponível em todas as plataformas online, a nova canção vive, de acordo com a banda de Barcelos, por entre o rendilhado da convivialidade: “Há escolhas irremediáveis, e há sítios que hoje são nossos e amanhã são estranhos. Há palavras que se despejam e que já não vamos a tempo de as apanhar. E há carinho e afeto, mas também há os momentos em que somos irresistivelmente umas bestas.”
“Besta” vem acompanhado de um lyric video concebido por Irina Pereira através de fotografia de Renato Cruz Santos, realizada no Museu de Lamas.
O sucessor de “Plástico” será lançado no primeiro trimestre de 2023 e apresentado, ao vivo, em formato quarteto, com Nuno Rodrigues, Rafael Ferreira, Rui Fiusa e Cláudio Tavares. Confirmado, por agora, está o concerto no âmbito do festival Courage Club, a acontecer em Guimarães nos dias 17 e 18 de Fevereiro de 2023.
LEWIS CAPALDI REVELA NOVO SINGLE “POINTLESS”
Lewis Capaldi revela o seu segundo single, “Pointless” – retirado do seu novo álbum, “Broken By Desire To Be Heavenly Sent”, a ser lançado no dia 19 de maio de 2023.
Foi um regresso rápido para Lewis, tendo entrado diretamente para o topo da tabela de vendas de singles no Reino Unido em setembro com o single “Forget Me” – o seu terceiro single número 1 no Reino Unido.
O músico também esgotou a sua próxima digressão no Reino Unido em 2023 em segundos, além de ter sido recentemente coroado como o ‘Rei do Streaming’, uma vez que o single de sucesso global “Someone You Loved” tornou-se a canção mais ouvida de sempre nas plataformas digitais no Reino Unido.
“Pointless” chega como uma das suas primeiras composições para o novo álbum, escrita no primeiro dia com Steve Mac. Com Johnny McDaid dos Snow Patrol também na sessão, o trio numa canção (“que não foi incluída”) quando os colaboradores de Lewis mencionaram um verso que tinham começado a escrever com Ed Sheeran.
T-REX APRESENTA “DONDE” O TERCEIRO SINGLE DE “COR D’ÁGUA”… O SEU ÁLBUM DE ESTREIA
O primeiro “Feeling” confirmou-se na “Volta” que T-Rex nos deu. A “Cor D’Água” já não engana, e os tons que até agora lhe conhecemos são prova disso.
Não é por acaso que, antes de editar o seu álbum de estreia propriamente dito, o autor de projetos como Chá de Camomila, Gota D’Espaço ou CASTANHO já tenha pisado palcos como os do Super Bock Super Rock, NOS Alive, Sumol Summer Fest, Sol da Caparica — ou, até, Unitel Festa da Música, reconhecido como o maior festival de Luanda, capital de Angola, país com o qual partilha raízes.
Depois de partilhar palcos dos maiores festivais nacionais, chega agora a hora de se estrear no Coliseu de Lisboa e do Porto, nos dias 4 de Fevereiro e 11 de Março, respetivamente.
Esse reconhecimento do público reflete-se, desde logo, na adesão incansável do público ao longo do tempo: em 2021 chegou mesmo a figurar entre os 10 rappers mais ouvidos em Portugal no Spotify e teve, também por cá, a atuação da MTV Push mais vista — o que lhe valeu, ainda, uma nomeação para o prémio MTV Best Portuguese Act.
Um processo que fez do rapper talentoso um artista de mão cheia. “Donde” veio? Precisamente daí. E é nesse sentido que se propõe a continuar um caminho verdadeiramente singular na música portuguesa, para já rumo ao primeiro álbum de estúdio, “Cor D’Água”, previsto para o início de 2023, com o terceiro single já à espreita.
NO BAIRRO DO VINIL
Contudo, a escolha de Moustaki não foi feita ao acaso pois este cantor francês (nascido no Egipto, filho de pais gregos) para além de ser um grande amante da cultura e da música de expressão portuguesa (principalmente da musica brasileira) durante muitos anos transportou para a sua música grandes causas, como a da libertação dos povos sujeitos às opressões de regimes ditatoriais e a “proclamação da boa hora permanente” (tal como canta numa das suas canções mais famosas). Não estranhou por isso que a Revolução de Abril, conhecida por Revolução dos Cravos, não lhe fosse indiferente, tendo lançado em 1974 um single dedicado à revolução de 25 de Abril de 1974, precisamente com o título de “Portugal (Fado Tropical)”.
Convém referir, antes de passarmos à musica propriamente dita, que Georges Moustaki desde o início dos anos 70, fazia constantes viagens ao Brasil, onde travou grandes amizades, nomeadamente com o escritor Jorge Amado, e com alguns nomes da canção brasileira, entre os quais Gilberto Gil, Elis Regina, Vinicius de Moraes ou Chico Buarque da Holanda, entre outros. Aliás, foi a partir de uma canção deste último “Fado Tropical” (canção com declamação de poeta de Carlos do Carmo), que Moustaki transformou num enorme êxito a canção “Portugal“, num registo bem ao seu estilo, de arranjos perfecionistas, embora em segundo plano a favor do intimismo que a sua voz nos oferece.
Depois de ter colaborado e de ter escrito para ínumeros ícones da canção francesa, entre os quais Edith Piaf, Henri Salvador ou Yves Montand, depois de ter visto as suas canções versionadas por outros tantos (sendo o mais recorrente o cantor Serge Reggiani) e de ter contado com a ajuda do grande Astor Piazzolla em alguns dos arranjos das suas canções, Moustaki permanece ainda, aos 76 anos em perfeita actividade, tendo visitado o nosso país em 2008, onde ofereceu dois concertos ao público português e no qual, mais uma vez, voltou a cantar em português alguns versos da canção “Portugal”, tal como antes o fizera em disco.
Para além de todo o interesse da letra da canção que transcrevemos, escolhemos também hoje esta canção pelo facto de Georges Moustaki ter cantado meia dúzia de versos da sua letra em português (embora manifestamente abrasileirado, devido às suas longas estadias no Brasil, uma das suas segundas pátrias) e também pela elucidativa capa do disco, representando um cravo vermelho, com todo o simbolismo a ele associado.
Moustaki não foi o único músico estrangeiro a dedicar canções a Portugal e, neste caso concreto, à revolução portuguesa. Por hoje apresentamos este artista, ficando prometido que, mais tarde ou mais cedo, nova abordagem sobre este tipo de registos musicais será por nós feita. Para finalizar, não podemos deixar de salientar o registo do lado B deste single, simplesmente soberbo, com uma das mais belas canções de Moustaki : "Chanson pour elle (elle ne fait pas l' amour, elle ame)".
Petite sœur d'exil
Tu as les cicatrices
D'un 21 avril
Mais ne sois pas sévère
Pour ceux qui t'ont déçue
De n'avoir rien pu faire
Ou de n'avoir jamais su
A ceux qui ne croient plus
Voir s'accomplir leur idéal
Dis leur qu'un œillet rouge
A fleuri au Portugal
On crucifie l'Espagne
On torture au Chili
La guerre du Viêt-Nam
Continue dans l'oubli
Aux quatre coins du monde
Des frères ennemis
S'expliquent par les bombes
Par la fureur et le bruit
A ceux qui ne croient plus
Voir s'accomplir leur idéal
Dis leur qu'un œillet rouge
À fleuri au Portugal
Pour tous les camarades
Pourchassés dans les villes
Enfermés dans les stades
Déportés dans les îles
Oh muse ma compagne
Ne vois-tu rien venir
Je vois comme une flamme
Qui éclaire l'avenir
A ceux qui ne croient plus
Voir s'accomplir leur idéal
Dis leur qu'un œillet rouge
À fleuri au Portugal
Débouche une bouteille
Prends ton accordéon
Que de bouche à oreille
S'envole ta chanson
Car enfin le soleil
Réchauffe les pétales
De mille fleurs vermeilles
En avril au Portugal
Et cette fleur nouvelle
Qui fleurit au Portugal
C'est peut-être la fin
D'un empire colonial
Clique no Play para ouvir um excerto da canção
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