Os Tara Perdida estão de volta com “VIDA PUNK”. O espectáculo marca o regresso à essência da banda, com os seus temas mais emblemáticos cantados agora por Ruka, guitarrista e um dos fundadores do grupo, prometendo interpretações fiéis à alma entranhada e única que mantém o público fiel há 27 anos.
À medida que nos aproximamos da data da grande noite, Tara Perdida presenteiam-nos com mais um vídeo inédito, que nos mostra as novas roupagens do tema “Zombies“, outro grande clássico da banda.
O espectáculo no LAV – Lisboa ao Vivo, no dia 11 de Março, será uma ante-estreia do álbum homónimo, “VIDA PUNK”, um best of gravado como se de uma atuação ao vivo se tratasse e com Ruka na voz, sem artifícios como o punk tem de ser. Um fiel retrato da longevidade e da atualidade dos Tara Perdida.
“VIDA PUNK” será editado no dia 17 de Março, em formato digital e em CD.
Depois da edição do EP de estreia, “Raiz”, em 2021, e de um primeiro avanço para este álbum, disponibilizado ao público no final do ano passado com o título “Perdoei”, Rita Onofre prepara-se agora para lançar o seu primeiro álbum “Hipersensível”.
Esperam-se 10 temas autobiográficos, de reflexão pessoal e com um olhar mais íntimo sobre a vida da artista, fruto de dois retiros a que se propõs e que lhe deram espaço à introspeção, dando o mote ao nome do álbum.
Mas antes disso, ainda nos chega “Rancor”, o segundo single deste novo trabalho, composto “sobre a linha de guitarra mais básica que alguma vez fiz” revela Rita Onofre. “Queria falar do peso que carregava, uma pessoa que já não estava na minha vida. Guardava o rancor porque era a forma de ainda a ter por perto, mesmo que me estivesse a consumir. A atitude é infantil e a guitarra é infantil. Até a produção amadurecer a música” acrescenta.
A acompanhar o processo criativo, Choro e Ned Flanger “iam criando até que bloqueamos na bateria. Às tantas eu fiz uma tentativa de beatbox para exemplificar o que imaginava e partimos para o drum & bass feliz que ficou. É irónico e eu gosto disso. Agora este tema deixa-me feliz.” conclui Rita Onofre.
O tema vem acompanhado de um videoclipe realizado por Luís Água e Pedro Ivan, filmado mais uma vez no Pátio nº2.
A apresentação oficial está marcada para o dia 24 de março na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa.
Davide Lobão editou, em Outubro, o disco “outubro“, de onde retira agora o single “Lés“. O músico e produtor do Porto, apresenta-se assim em nome próprio. Foi no passado voz e mente de projetos como Chemical Wire, O Bisonte e Granada.
Davide foi ainda O Diligente, identidade que acabou por abandonar, porque «a diligência é uma coisa muito exigente» e o importante é «o valor que a amizade tem durante o processo de criação e na aprendizagem de quase tudo sobre a vida adulta». E neste processo de aprendizagem, nasce um projeto em nome próprio e uma banda composta por Davide Lobão, Gualter Barros na bateria, Andrés Malta no baixo, Miguel Moura nos synths e José Vale na guitarra.
Sobre “Lés“, Davide refere que “esta música abre o disco, com a frase “caminho a passo para chegar / lento num passo de caso certo” como se fosse uma máxima – não de velocidade ou de determinação, mas sim enquanto afirmação de quem controla um tempo.
O destino é comum a todos, contrapondo-se apenas a interpretação da viagem. Alguns fazem-na tranquilamente. Outros, sendo estes a maioria, lutando com a dificuldade de poderem ser eles próprios. A questão que fica é: “Quem é que quer viver o dia a dia?””
“outubro” é um disco do universo do rock alternativo, com uma sonoridade crua mas exploratória, em que as guitarras soam bem alto e nos fazem vibrar. O instrumental, música, letra e mistura têm autoria de Davide Lobão. Foi masterizado por Filipe Louro no Arda Recorders e conta com artwork de Catarina Araújo.
Neil Young nunca seguiu a agenda de ninguém, mas a sua própria. Ele começou como sideman em Buffalo Springfield, antes de colocar seus talentos em Crosby, Stills & Nash, primeiro como tecladista, depois como parceiro igual. Tendo a oportunidade de gravar um álbum solo, Young se distanciou do material mais voltado para o rock que se acumulava em seu prato, para um trabalho mais sombrio e intelectual.
Não que o compositor canadense tenha se esforçado para planejar isso, mas que surgiu de seu ambiente imediato. “Gravei a maior parte do Harvest na chave”, lembrou ele. “Essa é a razão pela qual é um álbum tão suave. Eu não poderia tocar fisicamente uma guitarra elétrica.”
O colega de banda Graham Nash ouviu o álbum da santidade de um curral. “Ele disse: ‘Entre no barco a remo. Eu disse, ‘Entrar no barco a remo?’ Ele disse, ‘Sim, vamos sair para o meio do lago.’” Nash esperava ouvir uma fita da gravação. “Ah, não”, continuou Nash. “Ele tem toda a sua casa como canal esquerdo e todo o seu celeiro como canal direito. E ouvi Harvest saindo desses dois alto-falantes incrivelmente grandes – mais alto que o inferno. Foi inacreditável.”
E então veio o suporte técnico: “Elliot Mazer, que produziu Neil, produziu Harvest, desceu até a margem do lago e gritou para Neil: ‘Como foi isso, Neil?’ Juro por Deus, Neil Young gritou de volta , ‘Mais celeiro!’”
A estranheza que alimenta a história de fundo muda para o disco e, embora o trabalho finalizado seja sem dúvida comercial, também é profundamente não convencional em sua visão de mundo. Até mesmo a alegre ‘Heart of Gold‘ termina com o amargo, “E estou ficando velho“.
O álbum está encharcado de cansaço, muito dele voltado para si mesmo, mas a maior parte para o mundo ao seu redor. ‘The Needle and The Damage Done‘, gravada em um show ao vivo, adverte os ouvintes sobre a natureza sedutora da heroína e como ela trata mal as pessoas. O compositor de fala mansa opinou: “Desde que deixei o Canadá há cerca de cinco anos e me mudei para o sul, descobri muitas coisas que não sabia quando saí. Algumas delas são boas, e algumas são ruins. Pude ver muitos grandes músicos antes de eles acontecerem, antes de se tornarem famosos, você sabe, quando eles estavam apenas se apresentando, cinco ou seis sets por noite, coisas assim. E eu pude ver muitos grandes músicos que ninguém nunca viu por um motivo ou outro. Mas, estranhamente, os realmente bons que você nunca conseguiu ver foram por causa da heroína.”
Não é totalmente desamparado, como evidenciado pelo anseio de ‘A Man Needs A Maid‘ (o guitarrista David Gilmour ficou impressionado com a melodia), uma música marcante que mostrou que o compositor cerebral realmente tinha um coração batendo. Se você conseguir fazer o vocal sem cair no choro, então há um tenner aqui com o seu nome!
Os momentos mais fortes do álbum são os mais ternos, o que pode explicar por que ‘Old Man‘ ajudou suas credenciais no campo do rock voltado para o rádio. Melhor ainda, o álbum apresenta ‘Out on the Weekend‘, uma melodia comovente e buscadora que encontrou uma fã improvável em Lady Gaga. Young estava se inspirando em suas viagens e até dedicou alguns dos números às pessoas que conheceu ao longo do caminho. “E havia um casal morando nela que eram os zeladores, um velho senhor chamado Louis Avila e sua esposa Clara. E havia um velho jipe azul lá, e Louis me levou para um passeio neste jipe azul. Ele me leva até o topo do lugar, e há um lago lá em cima que alimenta todos os pastos, e ele diz: ‘Bem, diga-me, como um jovem como você tem dinheiro suficiente para comprar um lugar como este?’ E eu disse, ‘Bem, sorte, Louis, muita sorte.’ E ele disse, ‘Bem, essa é a coisa mais incrível que já ouvi.’ E eu escrevi essa música para ele.”
Nash contribuiu com vocais de harmonia, assim como David Crosby, ambos adequadamente impressionados com o material e a direção que estava tomando. Crosby forneceu uma contra-melodia escaldante para ‘Alabama‘, um roqueiro de nome arrumado que lhe rendeu notoriedade quando foi chamado na mal-humorada ‘Sweet Home Alabama‘. Para seu crédito, Young mais tarde descartou o sentimento da música, mas estava de acordo com o ambiente rebelde e onírico que o álbum havia capturado. E, sem querer, Young havia escrito um álbum de sucesso genuíno, mas ao invés de capitalizar o trabalho, ele foi em uma direção diferente no profundamente introspectivo “On the Beach“. Sua abordagem rústica de gravação impressionou o grupo de rock progressivo Genesis; Phil Collins comparou “The Lamb Lies Down on Broadway” a um álbum de Young.
Young havia se tornado maior do que Buffalo Springfield ou Crosby, Stills & Nash, então ele sabiamente viajou em seu próprio caminho. Sua jornada musical foi uma das encruzilhadas, fade-outs, nomes impróprios e brilho cósmico. Mas ele sempre precisava se aventurar, mesmo que isso significasse pular a rota mais fácil e lucrativa. “Acabaram de me oferecer milhões de dólares para uma turnê para tocar o Harvest”, revelou o cantor à AARP. “Todo mundo que tocou em Harvest está morto. Eu não quero fazer isso. Que tal plantar ao invés de colher? Se eu decidir pegar a estrada, gostaria de fazer uma turnê pela democracia no ano que vem com pessoas diferentes que estão sempre mudando. Nem direita nem esquerda. Democracia não é você desse lado e eu do outro só pra ver quem ganha.”
O ano de 1970 foi decisivo para a o rock progressivo. Aquela música recém-nascida na forma de bandas como Genesis, Yes, e Gentle Giant, ganha força e convicção, explorando e explodindo conscientemente os “limites” do rock, com um espirito puro e experimentação sem restrição.
H To He Who Am The Only One é um disco com fortes influências no jazz em grande parte expresso pelo saxofone dinâmico de David Jackson. O disco é um exemplo clássico de álbum “difícil”, que pode ser em primeira análise algo desafiador e complicada assimilação, mas que depois tende a ser uma gratificante experiência auditiva. Eu mesmo, confesso que após ouvi-lo pela primeira vez, no relativamente longínquo ano de 1999 (acho), demorou até que não apenas esse disco, mas a banda de fato me tocasse. Mas hoje, posso dizer que é uma das minhas preferidas do rock progressivo, sendo Peter Hammill, de longe, o meu letrista favorito do gênero.
A morte, amor, dor interior, auto aversão, arrependimento e a necessidade de solidão são temas recorrentes no disco e que o tornam catártico e também perturbador. Peter Hammill muitas vezes tem a sua capacidade vocal questionada, mas é inegável o quanto ele consegue ser enérgico e emotivo. Às vezes ele quase sussurra, outras vezes ele quase grita “cuspindo” suas linhas vocais e outras vezes ele afeta um falsete que pode ser visto como algo que ajudou a moldar acrobacias vocais até em bandas tecnicamente superiores nessa área (como o Gentle Giant, por exemplo)
O álbum começa de maneira fantástica através da faixa “Killer”, uma faixa que lembra "21st Century Schizoid Man”, mesmo que não haja uma semelhança real, provavelmente David Jackson no seu sax poderoso é a chave para esse meu pensamento. Mas isso não é tudo, Peter Hammill soa mais ou menos como David Bowie no seu tempo de Ziggy Stardust misturado a uma sonoridade tipo jazzy psicodélico de grande complexidade. Faixa de melodia forte e que é agradável do seu começo ao fim.
"House with no Door" começa com um piano e Peter no vocal de uma maneira que parece David Bowie cantando uma música do Elton John. Essa cadencia segue até a entrada uma bela flauta. Não é uma música muito complexa, mas é extremamente bonita e com grande sentido melódico.
The Emperor in his War Room" é simplesmente brilhante trazendo todos os elementos pra ser considerada um ícone do rock progressivo (inclusive Robert Fripp como convidado). A interação entre órgão e flauta é impressionante, as mudanças radicais são surpreendentes, mas sempre respeitando a melodia. O desempenho de Fripp é bom como de costume. Uma música única em tudo e uma das melhores da discografia da banda.
“Lost” é uma música meio estranha, um tipo de hard rock misturado a piscodelia e dramatismo, mantendo o ouvinte em um constante suspense perguntando o que vem depois, mas o bom disso é que ela nunca decepciona.
“Pioneers Over C.” igualmente a faixa anterior também apresenta muitos temas juntos. Começa com uma atmosfera espacial. Possui algumas seções mais rápidas e de groove pra agitar o fluxo. Peter Hammill tira todos os seus truques vocais (seja para o bem ou para o mal) em harmonias bem assustadoras, mas em falsetes que deixam um pouco a desejar. Bastante experimental e variável, a banda caminha por várias direções até terminar o álbum de maneira espacial também.
Track Listing
1.Killer - 8:07 2.House With No Door - 6:03 3.The Emperor In His War-Room - 9:04 4.Lost - 11:13 5.Pioneers Over C. - 12:05
Celeste é um grupo de rock progressivo, fundado em Sanremo, Itália no ano de 1972.
O Celeste, assim como o Museo Rosenbach, se formou em Sanremo, em setembro de 1972 a partir da dissolução do grupo Il Sistema, sob iniciativa de Ciro Perrino, percussão, flauta e mellotron, e Leonardo Lagorio, flauta, sax e teclados, para endereçar a sua música a ambientes mais clássicos e acústicos no que diz respeito à experiência anterior. Para compor o grupo foi chamado Mariano Schiavolini que, estudante de violino, clarinetista e guitarrista, compôs as melodias do primeiro álbum do grupo a partir de letras de Perrino. Para completar a formação foram chamados Giorgio Battaglia, ao baixo, Marco Tudini, flauta, sax e percussões, e Riccardo Novero, no violoncelo, além da cantora inglesa Nikki Berenice Burton.
Em 1973, foi completada a composição do primeiro álbum e foram iniciadas as provas em estúdio, mas a cantora decidiu voltar para o Reino Unido para prosseguir sua carreira solista, sendo substituída por Perrino. Novero deixou o grupo para se dedicar à carreira de concertista e Marco Tudini deixou a Itália para procurar sorte também no Reino Unido. Os quatro músicos, Battaglia, Lagorio, Perrino e Schiavolini completaram as gravações do disco nos primeiros meses de 1974, mas inexplicavelmente, o disco só foi lançado em janeiro de 1976 com o título Principe di un giorno pela etiqueta Grog.
Após a saída do primeiro disco houve algumas mudanças na formação do grupo graças ao ingresso de Francesco Di Masi, na bateria, com Perrino como cantor, tecladista e flautista. A banda começou a fazer gravações de novas músicas caracterizadas por uma impostação mais jazz-rock em relação ao primeiro álbum, mas em 1977, a banda se desfez por conta de dissabores artísticos e o segundo disco só foi lançado em 1991 pela Mellow com o título de Celeste II.
Um terceiro álbum, produzido como trilha sonora, incluiu também duas músicas de Principe di un giorno, foi publicado em 1992 com o título I suoni di una sfera.
Após a dissolução do Celeste, Ciro Perrino tocou em alguns grupos e, em 1980, realizou o seu álbum de solista intitulado Solare. Funda com Mauro Moroni, em 1991, a etiqueta discográfica Mellow, que se distinguiu na recuperação e reedição em CD dos principais álbuns do rock progressivo italiano.
Em 2017 a banda retornou com uma nova formação contando somente com um integrante da formação original, Ciro Perrino
Integrantes.
Atuais.
Ciro Perrino (Mellotron, Solina, Eminent, Elka Rhapsody, Farfisa, Órgão Hammond, Minimoog, ARP2600, ARP Odyssey, Piano, Percussão, Vocais) Francesco Bertone (Baixo) Enzo Cioffi (Bateria) Sergio Caputo (Violino) Marco Moro (Flautas, , Saxofones Tenor e Barítono) Mauro Vero (Guitarras Acústicas e Elétricas)
Adicionais em Celeste em Il Principe Del Regno Perduto (2021).
Marco Canepa (Plano) Paolo Maffi (Saxofones Soprano, Alto e Tenor) Anna Marra (Voсals (1,2,4,6) Edmondo Romano (Saxofone Soprano, Clarinete, Chalumeau, Duduk, Apito) Alessandro Serri (Vocais (2), Guitarra Elétrica (6) Ciro Carlo Antonio Perrino (Voz Recitando (6)
Ex - Integrantes.
Leonardo Lagorio (Teclados, Flauta, Sax) Mariano Schiavolini (Guitarra, Violino, Clarinete) Giorgio Battaglia (Baixo)
01. Principe Di Giorno (6:12) 02. Favole Antiche (8:18) 03. Eftus (4:17) 04. Giochi Nella Notte (8:11) 05. La Grande Isola (5:04) 06. La Danza Del Fato (3:56) 07. L'imbroglio (1:06)
Musica é entretenimento ou incerteza. Se você gosta da música, o prazer é certo, mas se não gosta sempre vai persistir em sua cabeça uma dúvida honesta: será que isso é realmente ruim ou sou eu que não soube reconhecer seus encantos? Claro que nessas horas você pode consultar a opinião “isenta” de um especialista. Um crítico musical, por exemplo. Mas tenha em mente que ele, apesar do profissionalismo, muitas vezes também se deixa levar pela opinião alheia (daí as aspas), de outros especialistas que ele respeite. Todos nos sentimos confortáveis com o entretenimento, mas ninguém quer ficar com a batata quente da incerteza nas mãos.
A longa e produtiva carreira do italiano Franco Battiato é pontuada pelo entretenimento garantido ou pela incerteza atroz. Seus discos lançados a partir de 1978 são de um pop certeiro e dançante enquanto que sua fase anterior, vanguardista e experimental, só foi devidamente digerida depois que ele foi taxado de gênio pelo, digamos, conjunto da obra. A fase que mostramos aqui é a mais difícil e compreende seus primeiros LPs lançados pelo selo independente Bla…Bla.
Franco Battiato nasceu na Sicília, aquela ilha cercada de Mediterrâneo por todos os lados e localizada bem na ponta da bota. Aliás, ao longo da história, foi para lá que os governos italianos chutaram a maioria dos seus desafetos políticos. Ilha meio grega e meio árabe, lar do vulcão Etna, ponto estratégico dos fenícios em seu comércio marítimo, a Sicília de tanta história, tantas culturas dominantes e um povo tão peculiar, rude, sábio, miscigenado e temido (dizem que o general Aníbal, com seu poderoso exército, preferiu cruzar a Espanha, os Pirineus e os Alpes do que tê-la em seu caminho rumo a Roma), encontrou em seu filho Franco um terreno fértil para cultivar todas as suas peculiaridades e extravasá-las através de um talento musical ousado e multifacetado.
Battiato trocou a Sicília por Milão em 1963, aos 18 anos. Demorou alguns anos ainda até que vislumbrasse um caminho seguro na música e mal conseguia se virar com o pouco dinheiro que levantava gravando acetatos promocionais que encartavam alguns números de uma revista de passatempos ou trabalhando em um armazém. As coisas nunca são fáceis para um jovem imigrante numa cidade grande, mas a juventude é o abrigo da ilusão e é ela que fazia o jovem Franco perseverar e dedicar à sua musica cada minuto livre de seu tempo.
Milão na primeira metade dos anos sessenta era a capital italiana dos cabarés e Franco finalmente encontrou abrigo para suas aspirações musicais em um deles, o Cab 64, que o contrata como um folk-singer siciliano em cujo repertório desfilam as antigas canções folclóricas da ilha. Nada a ver com rock, sua verdadeira paixão, mas pelo menos assegurou um local onde ele e seu violão podiam abrir para as atrações musicais da casa todas as noites. Não demora muito e acaba sendo contratado para acompanhar uma das vedetes da casa, a famosa Ombretta Coli, cujo marido na época, Giorgio Gaber, era cantor de sucesso. Foi ele quem abriu a primeira porta importante para Battiato: a da poderosa Phonogram . Estamos já em 1967 e Battiato grava seu primeiro single, “La Torre”, e conhece também seu primeiro fracasso. Apesar disso, a gravadora não estava disposta a desistir do rapaz, vendo nele o nosso equivalente a um cantor de jovem guarda bem ao gosto das gatinhas italianas. Em 68, lança seu segundo single, “E l’amore” , um pop tão sem-vergonha quanto o primeiro e que teve o mesmo destino, mas com a vantagem de incluir o jovem músico nos famosos festivais promocionais que sempre agitaram a Itália. Franco participou do Un disco per l’estate (o mais popular da época), Festivalbar, Cantagiro, Canzoníssima e por aí vai. Não ganhou nenhum, porém começou a firmar sua reputação de cantor e a subir sua cotação entre os críticos, que o consideraram uma grande promessa para 1969. “Lacrime e Pioggia” (versão de “Rain and Tears”, do Aphrodite’s Child) já esboça o sucesso que seu próximo single, “Fumo di una Sigaretta”, alcançaria, vendendo 100.000 cópias. A fama tão sonhada e batalhada por Franco, no entanto, começou a aborrecê-lo, pois ele sabia que no fundo não passava de marionete nas mãos dos executivos da gravadora e sua cabeça estava cheia de projetos mais ambiciosos e arriscados.
A virada da década já é testemunha de uma ainda tímida, porém definitiva, mudança no direcionamento musical de Battiato, aproximando-o pouco a pouco da experimentação que seria assumida definitivamente no ano seguinte. O engraçado é que essa mudança lhe foi intuída de forma acidental na metade de 1969, quando participava de um programa de sábado à noite na TV repleto de atrações internacionais. Parece que o maestro da orquestra de palco era um incompetente de carteirinha e os músicos saiam de tom a perdiam o ritmo a todo momento. Na hora em que Battiato ia servir seu arroz-feijão pop, o acompanhamento tomou a dimensão de uma iguaria de vanguarda. Ninguém entendeu, mas Franco gostou tanto do resultado que decidiu naquele momento encerrar suas atividades como cantor de música ligeira.
A intenção podia ser boa, mas na realidade Franco nem sabia por onde começar. Não achava que tinha cultura literária ou musical para de repente abandonar seus roqueiros americanos e buscar influências mais, digamos assim, contemporâneas e européias. Por mais paradoxal que seja, no entanto, simpatizou-se com a eletrônica e começou a experimentar em seu brinquedinho recentemente adquirido: um sintetizador VCS 3. 1970 também é o ano em que ele assina com o selo Bla…Bla Records e é lá que se envolve com o baterista Nunzio Fava “Cucciolo”, o baixista Bob Callero e o guitarrista Marco Zoccheddu na formação do grupo Osage Tribe, inspirado em sua momentânea paixão pela cultura dos índios americanos. Sua cabeça, porém, estava tão aberta a novas ideias que não demora muito resolve abandonar o grupo e tocar em frente um projeto solo. Arrow Head, o único LP do Osage Tribe, foi lançado em 1972 e Battiato aparece creditado apenas como um dos compositores da música que abre o disco.
Imagine a cabeça de Franco na época como um caldeirão de água fervendo que vai recebendo ingredientes os mais diversos para depois, em fogo brando, apurar uma sopa de gosto impossível de se definir. Música clássica, pitadas de música lírica italiana, colagens sonoras, tudo vai engrossando esse caldo/fusion em que o cozinheiro, ainda por cima, é um aventureiro na incipiente culinária eletrônica. Confuso? Não, simplesmente genial. Battiato batizou a iguaria de Fetus e a serviu na forma de LP em 1972.
Fetus foi inspirado numa transmissão da RAI chamada Destinazione uomo (Destino homem), dedicada ao escritor Aldous Huxley (o mesmo que já havia inspirado Jim Morrison no nome de sua banda). O álbum é uma viagem ao interior do corpo humano considerado como símbolo do Corpo Universal. O resultado é rotulado por Battiato como “altro rock”, um progressivo paradoxal e provocativo, ao mesmo tempo ingênuo e culto, original na proposta instrumental e um tanto bizarro nas letras (colaboração do grupo de intelectuais conhecido como Frankenstein). Já que foi inspirado em Huxley, nada mais natural que seu subtítulo fosse Ritorno ao Mundo Nuovo. A música que dá nome ao LP, por exemplo, começa com a batida de um coração no embrião materno. De repente, como se saída das entranhas do inferno, surge a voz do feto dizendo: “Eu nem havia nascido ainda / e já sentia no coração que a minha vida nascia sem amor / e eu me arrastava lentamente por dentro das veias do corpo humano / em busca do meu destino”… Na música chamada “Meccanica”, a essência humana já se apresenta totalmente modificada: “Mecânicos os meus olhos / de plástico o meu coração / mecânico o cérebro / sintético o sabor / mecânicos os dedos de pó lunar / em um laboratório o gene do amor”.
Como banda de apoio nesse disco, Battiato contou com os músicos do grupo Cristalli Fragili (Gianfranco “Gianni” Mocchetti no baixo, Gianfranco D’Adda na bateria e Riccardo Pirolli na guitarra e vocais). Musicalmente predominam os efeitos especiais, as fitas pré-gravadas e as percussões eletrônicas, construindo magníficas atmosferas sonoras com uma ainda tímida influência asiática. A capa, mostrando uma chocante foto de um feto (claro!), foi censurada. Fetus impõe nosso Franco como a personagem mais extrema do rock italiano da época, servindo como modelo para muitos grupos da nascente cena progressiva. A crítica mais atenta cobre o músico de elogios enquanto que o público, como é natural, estranha a revolução que aconteceu em sua música e o recepciona com frieza nos festivais Pop Meeting e Pow Wow, tanto que o álbum vendeu apenas 7.000 cópias. Uma versão em inglês do disco, com o título Foetus, também foi registrada para explorar o mercado externo, mas só tive notícia de seu lançamento em CD pela Vinyl Magic em 1999.
O ano de 1972 também viu o outrora romântico Battiato cada vez mais mergulhado em pesquisas eletrônicas e nos estudos de teoria musical. No começo do ano seguinte sai seu segundo álbum pela Bla…Bla, Pollution, um trabalho marcado pela provocação e, paradoxalmente, pelo sucesso. Começa que na capa interna do álbum existe um aviso datado de 9 de outubro de 1972 e elaborado pelo Centro Internazzionale di Studi Magnetici, uma associação pseudocientífica fundada em 1937. Num encontro de todos os CISM, realizado em setembro daquele ano na França, eles anunciaram a inauguração do maior estroboscópio magnético do mundo, cuja intenção seria bloquear por um dia, por meios magnéticos, todos os automóveis a gasolina e diesel da Itália, alertando assim a humanidade para a catástrofe ecológica que se aproximava.
Pollution é um disco difícil de assimilar, repleto de investigações eletrônicas e letras herméticas sobre a triste e alienada condição humana. A primeira faixa é uma ode ao silêncio, que é comparado ao pistão de um cilindro: “O silêncio do ruído das válvulas a pressão / os cilindros de calor / tanques de produção… e mesmo o seu espaço está medido / Você não tem forças para tentar mudar o seu futuro / por medo de descobrir uma liberdade que não tem / Já se perguntou, afinal, qual a função que você tem?” Outra faixa do álbum, “Plancton”, de certa forma compara o homem a essa vegetação que passa anos e anos simplesmente “vegetando” no fundo do mar: “Estou vivendo há dois séculos no oceano / já aprendi a respirar o mar / as minhas mãos se tornaram escamas / o fundo do mar está mudando a minha estrutura / e o meu corpo está cada vez mais parecido com os peixes / meus cabelos tornam-se algas”. A música que leva o nome do álbum nos introduz a um mundo de átomos, íons, hidrogênio, leis físicas e poluição, enquanto a faixa “Beta”, de clima aprazível e um coro angelical, nos conduz a uma sonhada felicidade: “Sou feliz de ser um beta / o meu dia não é duro / dentro do mar posso me vestir pelos gamas / e pelos deltas sou obedecido / quando jogo não derroto ninguém / não tenho violência na mente”. Mesmo assim, quase no final, Battiato não se furta de interrompê-la por instantes para fazer um alerta: “…dentro de mim vivem minha idêntica vida microorganismos que não sabem que pertencem ao meu corpo / E eu, a que corpo pertenço?”. A faixa que procura resgatar a faceta oriental de Franco é “Areknames”, uma música de ritmo contagiante e acessível.
Contracapa de Pollution
Escrevi dois parágrafos acima que esse trabalho foi um sucesso. E foi mesmo, um inesperado sucesso para um disco tão repleto de intrincados detalhes. Chegou a décimo lugar nas paradas, o que obrigou Battiato a pegar sua banda – Ruby Cacciapaglia nos sintetizadores, Gianfranco D’Adda na bateria, Marcio Ellepi nas guitarras e Gianni Mocchetti no baixo – e sair rapidamente em excursão, com gente escapando pelo ladrão nas casas de show por onde se apresentava. Franco agora era o homem da moda e, apesar disso, não abria mão de sua personalidade contestatória. Sua atitude no palco era a de um agitador, provocando o público e liberando todas as suas contradições, a ponto de suas apresentações geralmente acabarem em tumulto, com brigas na plateia e ameaças de linchamento aos músicos. Em um concerto em Londres, onde representava a Itália e se apresentou junto com o Magma e o Tangerine Dream, deixou no palco apenas dois televisores que produziam ruídos de interferência e dois rádios sintonizados em ondas curtas. Os ingleses na plateia achavam que ele fosse um técnico de som e demorou um tempo para cair a ficha de que aquele fulano no palco era na realidade o artista. Em um festival internacional na cidade de Veneza, o público não queria saber dos visitantes estrangeiros – queriam Battiato. No final de seu show não o deixaram ir embora do palco, pedindo aos gritos que ele tocasse o Pollution. Mas Franco tinha outros planos: sentou-se em frente ao teclado e começou a tocar apenas uma nota. Depois de agüentar um bom tempo, a plateia começou a xingá-lo e a ameaçá-lo. Outro que simplesmente enlouqueceu com as atitudes do músico foi seu empresário, pois no sétimo show de sua excursão Battiato se cansou de tanta agitação e cancelou os demais.
Franco se dizia saturado da música eletrônica. Estava em uma típica crise criativa e questionava a qualidade de seus últimos trabalhos ao mesmo tempo em que não enxergava um caminho por onde pudesse evoluir. No entanto, foi apenas um breve período de confusão, já que dois fatos importantes culminaram com o lançamento de seu terceiro disco no final de 1973: primeiro, uma proximidade maior com o misticismo oriental e a meditação e, segundo, ter assistido em outubro a um concerto em Torino do músico de vanguarda alemão Karl-Heinz Stockhausen, de quem mais tarde se tornou amigo.
Sulle Corde di Aries resulta um álbum bem mais simplista que os anteriores, se bem que o conceito de simples, em se tratando de Battiato, necessita que se reformule o verbete em todos os dicionários. Continua sendo uma obra orgânica, mas não mais naquele sentido científico que foi Fetus ou ecológico como Pollution. Este terceiro disco é repleto de unidade e unicidade. A música “Sequenze e Frequenze”, que toma todo o lado A, não respira da forma como sabemos respirar um habitante do ocidente. Está mais para o pulsar do organismo de um monge islâmico, um dervixe que rodopia para o Profeta e encontra na eletrônica a liberdade corpórea que necessita para sua purificação e iluminação. É belíssima, hipnótica, de uma maturidade inesperada tendo em vista a personalidade provocadora do artista.
Franco agora assume a tecnologia como a principal linguagem da nossa cultura. Diz que usar a eletrônica para imitar a sonoridade de instrumentos tradicionais é deformá-la. Que a música eletrônica é interessante porque é ambígua e proporciona uma profundidade que não é real, mas sintética. Está claro que nosso garoto siciliano evoluiu; aos poucos se desnuda de sua imagem pop, agressiva e um tanto alucinada para vestir uma nostalgia imaginária, costurada por um lirismo latente. Isto está presente em todas as quatro músicas de Sulle Corde di Aries, onde a eletrônica se concentra em texturas, como se criasse um enorme campo gramado de onde brotam os sons naturais de oboés, saxes, violoncelos, vozes de sopranos, tenores e percussões surpreendentes. Não à toa, Aries é o primeiro signo do zodíaco, aquele que no hemisfério norte introduz a primavera.
Franco está cada vez mais impactado pela experimentação erudita. Sua admiração por Stockhausen (e em menor escala por John Cage) faz com que seu próximo disco, “Clic”, lançado em 1974, traga encartado um opúsculo dedicado ao mestre, inclusive com uma foto do homenageado. Em plena afirmação do minimalismo, Battiato não se comporta como um Terry Riley ou um Philip Glass; sua sonoridade é obsessiva, inquietante, jogando com colagens, referências clássicas e texturas que nos remetem aos grupos de krautrock mais eletrônicos. Se o disco anterior era mais maduro, “Clic” é mais culto, contando com a colaboração de uma seção de sopros e o quarteto de cordas do Conservatório de Milão, dirigido por Luciano Bianco. Ele se diz um prático e não um teórico como seu mestre alemão ou como Cage.
Nas músicas “Rien Ne Va Plus” e “Propriedad Prohibida” , por exemplo, a combinação de sintetizadores com violinos dão forma a ritmos que podem se desenvolver indefinidamente, não conhecendo limites a não ser a duração das faixas, gerando um prazer que ilude os ouvidos, pois seu objetivo real é atacar diretamente o cérebro. “I Cancelli della Memoria” apresenta mais de seis minutos de música ambiente, o que serve como prova de suas afirmações posteriores de que já fazia esse tipo de som antes de Brian Eno. Aqui não existem canções; a única música que contém uma letra,“No U Turn”, está mais para o mapeamento de um estado de espírito: “Para conhecer a mim e a minha verdade / eu tenho combatido os fantasmas da angústia / com muitas perdas / e para destruir velhas realidades / eu tenho flutuado num mar de irracionalidade…”. No final do disco somos surpreendidos pelo nonsense de “Ethika fon Ethica”, onde o dial de um rádio não consegue se decidir por uma sintonia, desfilando uma colagem surreal de programações. No final, a voz de Franco nos deseja boa noite e entra o hino nacional italiano. “Clic” foi lançado também na Inglaterra, pela Islands, mas na forma de um pastiche, com apenas 3 músicas do LP de um lado e “Aria di Rivoluzione”, do disco anterior, tomando todo o lado B.
Afirmei linhas atrás que Franco se considerava na época um prático e não um teórico. Na cabeça dele, os práticos desenvolvem à sua maneira a tradição musical italiana, que já foi representada por Verdi e mais recentemente pela música ligeira. Os teóricos, por outro lado, são como cientistas financiados para isolar-se e buscar coisas que as pessoas não podem entender. O espaço dos teóricos é concedido pelo poder enquanto que os práticos contam apenas com a realidade cotidiana para definir seu espaço. Tudo muito bonito, mas em seu próximo disco, Mademoiselle “Le Gladiator”, lançado em 1975, Battiato atinge o máximo do experimentalismo, criando um disco perturbador, até mesmo desagradável, como se quisesse confundir o ouvinte médio a ponto dele se sentir agredido. São apenas 3 músicas, todas instrumentais, que somam pouco mais de 30 minutos. “Goutez et Comparez”, a faixa que toma todo o primeiro lado e que foi gravada em estúdio, pode ser definida como um exercício de colagens acústicas, efeitos sonoros, silvos lancinantes, loopings, vocalizações histéricas, fragmentos de música e poesia concreta. Fosse ele um teórico e poderíamos viajar em conceitos semióticos para explicá-la, mas como se define um prático, a sensação de ouví-la beira a uma crise de ansiedade em meio ao caos de uma grande cidade em plena hora do rush de um dia chuvoso. Mudar o lado do disco até que refresca um pouco: “Canto Fermo” e “Orient Effects” foram gravadas ao vivo na Catedral de Monreale, em plena cidade de Palermo, na Sicília natal de Franco. No potente órgão, em meio a teclados vários e tubos barrocos, o músico parece se deixar levar pela emoção de estar de volta à sua gente, mas imagino que o ouro que resplandece na penumbra das colunas de mármore da Catedral é um espetáculo que combina muito melhor com as improvisações sonoras do artista do que preto chapado de um disco de vinil.
Mademoiselle “Le Gradiator” também é o último disco de Franco pelo selo Bla…Bla. Foi a fase mais subversiva de sua carreira e resultou em cinco LPs, dois compactos simples e várias colaborações além da já citada Osage Tribe, entre elas Jumbo, Juri Camisasca, Colonello Musch, Springfield, Ixo, Capsicum Red e Genco Puro & Co. O selo ainda aproveita o espólio e lança uma coletânea dupla chamada Feedback.
Em 1976, o compositor se aventura como autor de teatro e entra de cabeça na militância política. Logo assina com a Dischi Ricord e lança mais três LPs até 1978, época em que começa uma parceria com o compositor e violinista Giusto Pio. Cansado da tímida resposta financeira por ser um músico de vanguarda, resolve voltar ao formato pop para conquistar as massas. Assina um contrato com a poderosa EMI e já na virada dos anos 80 seu LP Patriots chega ao primeiro lugar na Itália e conquista as pistas de dança de toda a Europa. Sua carreira de lá para cá é repleta de sucessos e reconhecimento, com Battiato se tornando uma das maiores celebridades da música italiana, sem nunca abrir mão de sua ousadia e inteligência. Como podemos ver, muito ainda poderia ser escrito por aqui sobre Franco Battiato, mas esse bla bla bla fica para uma próxima vez.