- David Bowie
(426 pontos) MAIRONFalar de David Bowie para mim é uma tarefa complicada. Afinal, a primeira posição dessa série, com tantos pontos de vantagem para Bob Dylan (o segundo colocado) mostra como o cara era perfeito. Vocalista, letrista, desenhista, saxofonista, pianista, guitarrista, ator de cinema, teatro e televisão, o homem fez praticamente tudo o que a arte permite fazer, e tudo com uma qualidade inquestionável. Anos-luz à frente de seu tempo, Bowie transpirava arte em cada pequena célula de seu corpo, e poucos são os momentos de sua vasta carreira que possuem algo de questionável. Quando ele era folk, fez "Space Oddity". Quando era glam, criou "Ziggy Stardust". Na fase soul, veio com nada mais nada menos que o "Young Americans" e resgatou John Lennon do ostracismo com "Fame". Também trouxe do fundo do poço Iggy Pop, mostrando que além de um grande artista, era um grande coração. No auge de sua busca pela limpeza dos tóxicos, fez talvez a melhor trilogia musical de todos os tempos (Low, "Heroes" e Lodger). Ainda revelou ao mundo Stevie Ray Vaughan através dos embalos de "Let's Dance", colocou Peter Frampton novamente no mercado durante os conturbados anos 80, e inspirou toda uma nova geração de eletrônicos com o cult de "Earthling", bem como foi capaz de criar um álbum de despedida para os fãs que arrepia praticamente o tempo inteiro. Quer mais? Tem muito mais, mas daí eu iria tirar o espaço dos meus colegas, então, isso já é o suficiente para elucidar por que Bowie merece esse primeiro lugar. Ele nos deixou esse ano para brilhar como mais uma estrela no céu dos grandes nomes que Deus colocou na Terra, onde deixou um legado para a humanidade de como ser um Artista com todas as qualidades que se espera do mesmo.
Disco Recomendado: Difícil escolher apenas um, mas como aqui não dá de se fazer de vaselina, não vou no melhor, mas no mais famoso: The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars [1972] - Bob Dylan
(282 pontos) ALISSONA recente nomeação ao Prêmio Nobel de Literatura é muito pouco para resumir Dylan. Tão pouco que o próprio sequer esboçou alguma reação ao prêmio, ignorando-o por completo. Em versos mais batidos e clichês possíveis, posso resumir facilmente a carreira de Dylan falando sobre sua enorme importância por falar diretamente com a geração adolescente dos anos 60, sobre o poder de seus versos anti-guerra e sua atitude rebelde perante todo o status da música folk da época. Parece muita coisa, mas tudo isso ainda continua sendo muito pouco perante tudo o que Dylan fez pela música. De maneira sucinta, por mais que você não entenda tudo o que Dylan fez, resta-lhe apreciar seu extenso catálogo, um dos mais poderosos e ricos da história da música pop.Atualização: Dylan enfim respondeu ao comitê do Nobel. Com seu habitual sarcasmo, mas respondeu.Disco Recomendado: Começe por Blood on the Tracks, um de seus mais versáteis e fascinantes. Depois vá intercalando entre outros de seus icontáveis clássicos, como Blonde on Blonde, Nashville Skyline, Highway '61 Revisited, Desire, dentre outros tantos. - Paul McCartney
(250 pontos) BERNARDOO mesmo debate há 50 anos: qual o melhor Beatle? Certamente cada um representa uma característica que mais atraia a pessoa, como a técnica apurada de George Harrison e a atitude rocker e provocativa de John Lennon. Paul conquistou seu público sendo o Beatle mestre das melodias e compositor das mais belas baladas sentimentais. Felizmente, Paul não demorou a demonstrar que não seria sempre o caso e mostrou que na verdade era o Beatle versátil, capaz de arranjar o segmento mais sofisticado até servir uma balada infantil ou inflamar os ouvintes destilando rocks poderosos e vibrantes. Tendo sua inspiração melódica e rítmica muito baseada em Beach Boys e James Brown - misturando acessibilidade com ineditismo - Paul posteriormente em sua carreira solo e em sua banda Wings se mostraria aquele com uma das carreiras mais rentáveis e repletas de hits, capaz de décadas depois ainda fazer parcerias relevantes, arriscar novos estilos sonoros, mexer tanto com eletrônica quanto com jazz, o que mostra que o interessante para o músico é compôr músicas marcantes, sendo para isso capaz de mudar seu estilo com facilidade e sabedoria. O que torna Paul um dos grandes artistas da nossa época é justamente a quantidade de diferentes pessoas tocadas por diferentes músicas em diferentes épocas, colecionando uma quantidade de sucessos ainda impressionante meio século depois.Disco Recomendado: Macca em seu auge como compositor de música popular redescobrindo o prazer de tocar em uma banda. Capaz de fazer pular, gritar e chorar em um espaço de dez minutos. Band on The Run (Wings, 1973) - Miles Davis
(208 pontos) BRUNOPoucos artistas são capazes de transitar e revolucionar diversos gêneros, e se sair bem em todos eles. Se no rock tivemos David Bowie, o jazz contou com a genialidade de Miles Davis. Trumpetista prodígio desde jovem lançou às bases do cool jazz e do que viria a ser o bepop. Ao eletrificar sua banda, algo até então inédito, misturando jazz com guitarra, órgão hammond e contra-baixo, deu origem ao Fusion. Não à toa, revelou nomes do calibre de John Coltrane, Herbie Hancock, John Mclaughlin, Chick Corea e Billy Cobham. Miles ainda flertou com o funk no maravilhoso On The Corner (1972) e com música eletrônica. Apesar da discografia bastante extensa, a qualidade sempre se sobressaiu. Miles Davis é talvez o artista mais importante da música ocidental do século XX.
Disco recomendado: Jack Johnson (1971). Poderia recomendar o mais do que clássico Kind of Blue, essencial para quem quer se iniciar no jazz, mas deixo aqui a indicação de meu álbum favorito da fase elétrica do trompetista, mais acessível e menos experimental que o aclamado Bitches Brew, mas tão genial quanto. O protagonismo da guitarra de John Mclaughlin também pode ajudar na transição de quem está mais acostumado a ouvir rock. Apenas uma das mostras da capacidade e competência de Miles Davis. - Michael Jackson(201 pontos) ANDRÉO grande Rei do Pop que tinha um pé bem fincado no rock! Impossível desconsiderar o sujeito que tem Thriller [1982], o disco mais vendido de todos os tempos estimado em 100 milhões de cópias comercializadas. Mas Michael não era só um intérprete qualquer: ele era compositor, dançarino, ator, produtor e coreógrafo. Ou seja, aquilo que podemos chamar de artista completo, termo tão banalizado nos dias atuais com uma porção de gente que não fez metade do que ele fez. Michael influenciou meio mundo de artistas e praticamente refundou a música pop com ênfase especial na dança, coreografia e em vídeos originais e bem produzidos retirados de sua mente criativa. Ele definitivamente não merecia o fim melancólico que passou nos últimos anos de sua vida.Disco recomendado: Thriller [1982]. Muitos tem suas fases e discos preferidos de Michael Jackson, mas este é praticamente unânime que mereça ser citado no mínimo entre os três melhores discos de sua carreira.
- Elvis Presley
(194 pontos) DAVIÉ claro que em uma lista dessas o rei do rock não poderia ficar de fora. Muitos insistem em questionar a alcunha de rei, mas não há o que questionar. Dono de uma afinação impecável, uma versatilidade musical fora do comum, o garoto de Tupelo, Mississipi, tomava cada canção que gravava para si. Muitas vezes, superava o original. O musico se aventurou em diferentes caminhos, sem perder a qualidade. Sem contar que a influencia que o músico teve/tem é algo impressionante, fora do comum. Sua obra ainda vive, sua voz ainda ecoa, sua discografia é uma escola musical para qualquer cantor que se preze. Ele pode não ter inventado o rock n roll, mas certamente levou à um patamar até então desconhecido. E, depois dele, o rock nunca mais foi o mesmo.
Disco Recomendado: Aloha From Hawaii [1973] - Alice Cooper
(193 pontos) ANDRÉEstamos diante de um dos pioneiros a levar o terror para os palcos dos shows de rock. Vincent Furnier, aka Alice Cooper, é a "tia" que todos nós sonhamos em ter: gente boa, bem humorada, meio pirada e com várias ideias malucas que servem para divertir e chocar o público. O seu hard rock com temática de horror foi o responsável por divertir muitas plateias mundo afora, contando com discos que buscam aterrorizar e divertir seus ouvintes com aquela voz característica e sempre reconhecível em qualquer música que cante. Rob Zombie, Marilyn Manson e diversos hard rockers fantasiados foram fortemente influenciados por ele. Cooper também tem uma relação especial com o Brasil devido a este ser o primeiro rockstar estrangeiro a pisar e tocar em nossa terra que na época ninguém dava bola.Disco recomendado: Welcome to my Nightmare [1975] é o seu auge criativo e o primeiro como artista solo. Dá para se dizer que este disco foi um dos responsáveis em moldar toda uma década de 80, após alguns adolescentes espinhudos o ouvirem e resolverem montar bandas que fariam todo um sucesso alguns anos depois. - Neil Young
(179 pontos) BRUNOO canadense que apareceu pro mundo no Buffalo Springfield, divindindo os holofotes com Richie Furay e Stephen Stills saiu em carreira solo após dois álbuns, para tornar-se um dos maiores compositores do rock. Melodista de mão cheia, suas canções sempre mantiveram um clima tristonho, seja nos countrys bucólicos ou nos rocks distorcidos na companhia do Crazy Horse. Além de letrista brilhante, a voz frágil e até meio fanha, mas de uma interpretação totalmente honesta o tornam ainda mais peculiar. Seu approach também único na guitarra, apesar de influente, ainda é subestimado. Ouça Powderfinger e Cortez The Killer e comprove. Após uma má fase nos anos 80, ressuscitou na década seguinte, tocando com o Pearl Jam, e apadrinhando toda a nova cena de bandas barulhentas e lançando ótimos discos. Sem dúvida um dos maiores.
Disco recomendado: Rust Never Sleeps (1979). Esse álbum é bastante representativo e um ótimo começo para quem deseja conhecer Neil Young. O lado A é acústico e traz o lado folk/country com as belas melodias e o clima bucólico e o lado b vem com toda a potência e barulho do Crazy Horse, e os solos de guitarras faiscantes de Neil. - Frank Zappa
(162 pontos) MAIRONFrank Zappa era guitarrista, maestro, compositor, vocalista, tocador de bicicleta, revelador de talentos, ou seja, um faz tudo da arte. Assim como Bowie, onde ele atacava ele tinha sucesso, mesmo quando combatia de frente com a política e a tradicional família americana. Sua pessoa é uma referência para diversos nomes consagrados na música, e seus discos estão cada vez mais sendo descobertos por uma nova geração, aberta para as novidades, maluquices e principalmente, a genialidade de um ser ímpar que pisou em nosso solo. Zappa não era daqui, com certeza. Sua obra é atemporal e tudo o que ele fez para a arte está à disposição para quem quiser se aventurar em uma longa e magnífica discografia. Pena que não foi presidente dos Estados Unidos, pois talvez, o mundo seria um local melhor hoje.
Disco Recomendado: Na vasta coleção de Zappa, apenas um álbum é indiscutível: Hot Rats [1969]. Porém, não deixe de procurar os quase setenta álbuns de sua coleção. - Arnaldo Baptista
(153 pontos) MARCOTemos sorte do Arnaldo nascer brasileiro. Temos sorte até mesmo do Arnaldo nascer neste planeta, pois ele não parece ser deste mundo. Os primeiros discos dos Mutantes, onde ele era o cabeça, estão entre o que de melhor a psicodelia nos legou. E os discos solo do Arnaldo… bom, quer dizer… vou ter que ficar meses debruçado no Aurélio para descobrir quais palavras fazem justiça. Um dia o Arnaldo caiu de uma janela e dizem que ele nunca mais foi o mesmo. Acontece que ele não morreu, apenas foi viver em outra dimensão. Um dia a gente evolui e chega lá, no mesmo nível dele. Enquanto isso, vamos treinando ouvindo Loki, seu primeiro disco solo.
Disco Recomendado: Lóki!? [1974] - Janis Joplin
(153 pontos) MAIRONAqui está uma artista que fez da vida sua arte, e usou a música, ou melhor, seu talento vocal para isso. Janis sempre foi questionável quanto sua técnica vocal, mas nunca quanto sua capacidade de se expor, de jogar seus sentimentos para a captação dos microfones. Em cima do palco, poucas foram as cantoras capazes de deixar o mundo de boca aberta (basta ver Mama Cass embasbacada em Monterey para se ter uma ideia), com uma força de um vulcão em erupção, que não deixava ninguém parado. Em estúdio, sua capacidade de interpretação, por mais críticas que alguns ainda insistam em tecer, era perfeita. Uma mulher que respeitou exatamente aquilo que significa arte, ou seja, feito com emoção. Essa é Janis Joplin.
Disco Recomendado: I Got dem 'Ol Kosmic Blues, Again Mama! [1969], o ápice de emoção registrado por um artista, com uma sonoridade ímpar. - John Coltrane
(150 pontos) BERNARDOO maior saxofonista da história e um dos maiores compositores e artistas de todos os tempos do Jazz e da música popular. Gravando em uma frequência impressionante em um período de quase vinte anos, tanto solo quanto com outros músicos, Coltrane estava na banda de Miles Davis quando o mesmo gravou Kind of Blue, todo baseado em escalas modais de improvisação e que se tornaria um dos discos mais influentes da história de jazz. Atuando por muito tempo na vanguarda e no radicalismo, vaiado e criticado, aclamado e adorado, conheceu vícios e conheceu a espiritualidade, estudo a ciência e explorou a astrologia... À medida que os anos passavam, Coltrane enveredou tanto por registros mais conservadores quanto em discos absolutamente radicais e dissonantes, que lhe valeram nomes para seu estilo como "avant-garde", "free jazz", "new thing"... O homem que preencheu de energia a melodia de Kind of Blue foi muito mais que o sideman de Miles Davis - equiparou o mestre do trompete em experimentalismo e importância para o jazz, sendo considerado influente até mesmo no rock e na música erudita.Disco Recomendado: Jazz carregado de espiritualidade, do hinduísmo ao candomblé, onde Coltrane tocou como nunca a sua visão de música - jazz em formato de mantra, de salmo, de elevação. A Love Supreme [1965] - Milton Nascimento
(149 pontos) RONALDOCantor de intenso lirismo e que, apoiado a geniais letristas e arranjadores, mudou o leme da música brasileira no fim dos anos 60. Trouxe a tona uma abordagem nova para a MPB, decodificando o requinte da musicalidade da bossa nova sob a ótica da música interiorana do Brasil. Regional e universal, sua obra tem uma profundidade tocante, densa e, por ora, abstrata. Cruzou o soft jazz com o folk latino em tintas lisérgicas e ainda que essa mistura encontre paralelos com a música de outros países, uma marca indelével de Milton Nascimento é sua unicidade. De uma originalidade atroz, sua voz incrível nos atinge como uma poesia cortante.Disco recomendado: Clube da Esquina [Milton Nascimento & Lô Borges, 1972] - Peter Hammill(146 pontos) MARCOBob Dylan ganhou o Nobel de Literatura. Muito justo, bom pra ele. Eu daria então, sei lá, um Specsavers National Book Awards, ou um Costa Book Awards, ou até mesmo um Hugo Awards a este que é um dos grandes poetas britânicos vivos. Se eu pudesse daria logo 2 nobéis ao Peter Hammill. E o cara não é bom só nas letras. Poucos vocalistas cantam como ele, o gogó mais bipolar do rock. Seus discos solo são misteriosos, soberbos, líricos, caóticos, depressivos, intensos… É o Van der Graaf Generator, só que mais intimista.Disco Recomendado: Qualquer LP seu lançado nos anos 70 vale a pena, mas vou indicar The Silent Corner and The Empty Stage [1974].
- Stevie Wonder
(144 pontos) CHRISTIANOStevie Wonder iniciou sua carreira logo no início dos anos 60, como uma espécie de jovem artista prodígio. Seu primeiro disco, gravado quando tinha apenas 12 anos, mostra que Little Stevie, como ficou conhecido, já era um exímio instrumentista de Jazz e Soul. Aos poucos, sua carreira foi decolando e Stevie gravou singles de grande repercussão. No entanto, a partir do início da década de 70, seu amadurecimento como compositor tornou-se evidente. Em 1972 ele gravaria um de seus melhores discos, Talking Book, que iniciou uma fase mais ousada de sua carreira, com composições mais elaboradas. Seu 16º disco, batizado de Innervisions, reafirmou o grande momento criativo pelo qual passava sua carreira, o que fica claro quando notamos que este álbum foi seguido por Fulfillingness' First Finale (1974) e Songs In The Key of Life (1976), tido por muitos como seu melhor álbum. Aliás, por mais incrível que isso possa parecer, ele toca praticamente todos os instrumentos em quase todas as faixas destes discos, executando suas partes com a maestria de velhos músicos de estúdio. Na década de 80, passou a buscar o reconhecimento diante do grande público, mesmo que sem a inspiração de seu período clássico. Contribuiu com diversos artistas, dentre eles Paul Mccartney e Michael Jackson, e participou da projeto/single We Are The World [1985], que visava angariar fundos para ajudar países Africanos que sofriam com extrema pobreza. Seja como compositor, cantor e instrumentista, sua carreira é responsável pelo registro de grandes momentos da música contemporânea, o que lhe confere lugar garantido nesta lista.Disco Recomendado: Innervisions [1973] - Bruce Springsteen
(144 pontos) DIOGOMais de 20 anos após iniciar minha vida de fanático por música, acho que posso dizer que conheço bastante coisa. No meio de tantos artistas com os quais travei conhecimento, nenhum é maior que Bruce Springsteen. Com ninguém houve identificação tão forte, lírica e musical. Mais do que isso, com a energia gigantesca que brota de suas performances, ao vivo e em estúdio. Ninguém é tão poderoso quanto Springsteen com uma caneta, um violão ou um piano na sua frente. Sua capacidade de contar histórias formidáveis só não é tão grande quanto a de embalar essas histórias em algumas das melhores canções já compostas. Dos primórdios como um emulador de Bob Dylan até a atualidade, um homem de 67 anos que põe no chinelo jovens com menos da metade de sua idade ao colocar em prática maratonas de quatro horas sobre um palco, Springsteen conquistou o mundo sempre fazendo aquilo que quis. Foi assim, sempre com honestidade a seus princípios e exalando sinceridade em suas músicas e performances, que ganhou a alcunha de “The Boss” e conquistou o mundo. Tornou-se uma espécie de porta-voz do povo “blue collar” e jamais abandonou a inquietude em troca do conforto. Não há disco ruim em seu extenso catálogo, mas o que Springsteen construiu entre 1973 e 1987 é algo que, para mim, nenhum outro ser humano foi capaz. Oito álbuns que são um verdadeiro tratado do comportamento humano, transitando entre a tristeza e a alegria, a melancolia e a euforia, a simplicidade e a exuberância. Entre eles, meu disco favorito: Born to Run (1975), o ápice de uma carreira que ainda tinha muito a crescer. Com um raro equilíbrio entre sucesso de público e respeito imenso da crítica, Bruce segue como uma das principais referências musicais na atualidade, mantendo sua relevância em um mercado de consumo cada vez mais fugaz.
Disco Recomendado: Born to Run [1975] - Elton John
(140 pontos) DAVISir Elton John é um dos compositores mais talentosos que existe. Pianista exímio e bom vocalista, o músico é dono de uma enorme discografia e dezenas de hits. Mais do que hits, muitas de suas composições já ganham a alcunha de clássico. Em seu repertório, baladas românticas, pop e rock, tudo realizado com uma qualidade muita acima do padrão. Homossexual assumido, o musico é envolvido na luta contra a AIDS desde o final dos anos 80. Sempre com um visual extravagante e um profissionalismo invejável, Elton John é uma das lendas vivas do rock n roll.
Disco Recomendado: Elton John [1970] - Eric Clapton
(140 pontos) RONALDODiferentemente da grande maioria dos guitar-heros, especialmente os contemporâneos, Eric Clapton passou boa parte de sua trajetória sendo um guitarrista de uma banda e não um artista solo. E aí, meus caros, é onde se separam os homens dos meninos. Artista solo é um pequeno ditador que acha que uma música se faz apenas com a voz, batida ou com solos de guitarra. Banda é igual casamento: se não souber ceder e ouvir, tudo desaba. E ouvido é uma coisa fundamental aos merecedores do Olimpo. Eric Clapton teve seu talento cunhado junto a outros grandes músicos, no qual aprendeu a aplicar com precisão cirúrgica todo seu extenso e eficaz vocabulário de blues em grandes canções de rock. E foi por essa via que ganhou a alcunha de God. Quando já estava nas alturas, é que resolveu voar sozinho, também se dando bem, sem esquecer com quantos compassos se fazem um bom blues(rock). Eric Clapton é um especialista e na sua especialidade, ele foi, é, e sempre será God.Disco recomendado: Blind Faith [Blind Faith, 1969] - Roger Waters
(134 pontos) BERNARDOSem ele, a história do Pink Floyd seria definitivamente diferente. Seria a banda vanguardista do rock psicodélico liderada por Syd Barrett, mas sob seus auspícios e de David Gilmour, sobreviveu e foi muito além. O baixista foi um dos principais compositores e letristas da banda, que se tornou um símbolo do rock progressivo em sua era de ouro - ambicioso e técnico, carregado de temáticas e letras profundas, onde antes do estilo cair em uma mentalidade parnasiana de tecnicismo puro, os arranjos complexos e a alta ambição artística tinham uma proposta maior - falar dos seus próprios demônios, falar de política, falar de estética e falar da cultura à sua época. O Pink Floyd foi uma banda icônica em todos os quesitos, arregimentando uma verdadeira legião de fãs. Sua carreira pós-Floyd não deslanchou ou teve grandes momentos, mas sua persona ainda é capaz de lotar estádios. Reconhecido tanto por sua proficiência em criar linhas de baixo marcantes , sua popularização dos sintetizadores e tape loops, e por seu ativismo político, Waters é assumidamente a definição de lenda do rock tão talentosa quanto intensa, tão gloriosa quanto falha. Ao menos oito obras-primas foram lançadas em sua época de Floyd, tornando-a uma das bandas mais influentes da história. Caso contrário, como ainda conseguiria fazer turnê colhendo louros de discos feitos há quarenta anos atrás?Disco Recomendado: Não é o melhor álbum da banda, mas devemos admitir que nenhum disco transpira Roger Waters pelos poros como sua ópera-rock autobiográfica. Um disco sinônimo de visceralidade, que originou um filme igualmente imperdível. The Wall (Pink Floyd, 1979) - Ozzy Osbourne
(128 pontos) DIOGOViva, Sharon Osbourne! Viva, Sharon? Sim! Não fosse sua essencial presença, o mundo talvez fosse privado de uma das trajetórias mais peculiares da história do rock. Demitido do Black Sabbath em 1979 e desiludido com os rumos de sua carreira, consumindo cada vez mais álcool e drogas, Ozzy foi praticamente resgatado por Sharon de seu estado lastimável, dando ânimo para que o vocalista pudesse buscar novos músicos a fim de formar a banda que ajudaria a impulsionar seu nome rumo a um estrelato que jamais havia alcançado com o Black Sabbath. Em meio a grandes discos e turnês de sucesso, Ozzy ainda revelou uma série de ótimos músicos, como os guitarristas Randy Rhoads, Jake E. Lee e Zakk Wylde, que imprimiram sua personalidade nas canções criadas junto ao vocalista e inspiraram tantos outros artistas. Mais que um simples cantor, Ozzy tornou-se uma figura ímpar na cultura popular. Sua fama atingiu níveis sem precedentes com o seriado televisivo “The Osbournes” (2002 - 2005), mas seu foco continuou sendo a música, alternando sua carreira solo e reuniões com os integrantes do Black Sabbath. Não se deixe enganar por seu jeito atrapalhado e pela aparente ausência de grande técnica: sua voz é a condutora de clássicos como “Crazy Train”, “Mr. Crowley”, “Over the Mountain”, “Bark at the Moon”, “Shot in the Dark” e tantos outros. Ozzy é único: nunca houve nem haverá alguém como Ozzy Osbourne.
Disco Recomendado: Diary of a Madman [1981] - Lou Reed
(116 pontos) ALISSONMais fácil que reconhecer as influências e importâncias de um artista é criticá-lo por seus erros. É muito fácil encontrar detratores da figura excêntrica e polêmica de Lou Reed atualmente. Muitos apontam os erros notáveis de sua carreira, como Metal Machine Music e Lulu (apesar de achar que este não seja um erro em sua plenitude). E assim, muitos simplesmente viram as costas para tudo aquilo que o sujeito foi importante para o rock na virada dos anos 60 para os anos 70, e não foi pouca coisa. Seu início bombástico com o Velvet Underground (sem diminuir as figuras de Sterling Morrison, Moe Tucker, John Cale e até Nico) mudaram definitivamente o paradigma da música dali em diante. O surgimento do punk é o legado mais óbvio, mas a importância das performances polêmicas e o cunho subversivo daquele material influenciaram incontáveis bandas, em um nível de grandeza do tamanho dos Beatles, sem exagero algum. O completo oposto estético tornaria a ocorrer novamente em sua carreira solo. Embalado por uma musicalidade chamativa e visual escandaloso, fica difícil apontar quem não sofreu influência de Lou dentro do cenário glam como um todo.Disco Recomendado: A introdução básica para sua trajetória é o multiplatinado Transformer, aquele que mais se aproxima de um disco acessível. Porém, não deixe de vasculhar o seu longo catálogo e, claro, ouvir todo os discos do Velvet Underground que contam com sua participação. - John Lennon
(113 pontos) CHRISTIANOJohn Lennon, juntamente com Paul Mccartney, foi responsável pela autoria de boa parte das canções dos Beatles. Isso já reserva seu lugar em qualquer lista de grandes artistas da música. Mas sua carreira solo rendeu grandes registros, que ajudaram a eternizar seu legado. Após sua saída dos Beatles, gravou discos de grande importância e também registros totalmente dispensáveis. Entre os primeiros, incluo John Lennon/Plastic Ono Band (1970), Imagine (1971), Mind Games (1973) e Walls and Bridges (1974). Nos demais álbuns, exceto por Rock ‘n’ Roll (1975) - um registro de covers - ele insistiu na desastrosa parceria com Yoko, responsável por estragar todas as faixas de que participou. No entanto, é inegável a importância de sua carreira solo, que gerou músicas que hoje em dia pertencem ao cancioneiro popular mundial: "Imagine", "Happy Xmas (war Is Over)", "Give Peace A Chance", "Working Class Hero", etc. Além disso, sua imagem como ícone da cultura pop, com um discurso muitas vezes politizado, ajudou a criar uma aura mística que eternizou sua obra. Sua morte trágica e precoce cristalizou ainda mais sua figura de artista ímpar e com grande apelo popular.Disco Recomendado: Imagine [1971] - Raul Seixas(112 pontos) ANDRÉDifícil falar de algo que já não tenha sido dito do cancioneiro baiano. O sujeito já misturou música nordestina regional, country, mpb, bossa nova, blues e tantos outros estilos ao seu rock que fica impossível categorizá-lo em algum gênero. Raul Seixas até hoje é lembrado por suas críticas à politicagem, à sociedade e a vários temas abordados em sua música contando com um carisma e sua voz marcante que fizeram o Maluco Beleza ainda ser ídolo de muita gente, mesmo quase três décadas após a sua morte. Qualquer aprendiz de violão é ensinado a tocar e cantar alguma música de Raul. Suas músicas com temas obscuros e suas posições com relação a religião ainda causam discussões entre muitos que se põem a analisar suas letras. Raul se foi há muito tempo, mas é fato que ele ainda será um dos principais retratos do rock brasileiro.Disco: Gita [1974]. Outro artista que fica difícil selecionar um único disco, mas creio que dá para dizermos que várias de suas músicas mais conhecidas estão aqui. Tem "Gita", tem "Trem das 7", tem "Medo da Chuva", tem "S.O.S,". Mas vários outros da década de 70 também poderiam estar por aqui, é só uma questão de gosto mesmo.
- Madonna
(110 pontos) DAVIMuitos pegam no pé da cantora por conta dos playbacks que ocorrem em vários momentos de sua apresentação (não, não é em todo o show). Infelizmente, essa “técnica” é comum entre os artistas do gênero por conta das coreografias que tomam conta de boa parte da respiração. Independente de qualquer situação, seu talento e sua importância é inegável. Madonna conseguiu manter-se em evidência durante décadas. Algo muito difícil dentro do universo pop. Mais do que se manter, ela mudou, por diversas vezes, a linguagem do cenário. Musicalmente e visualmente. Lançou moda, tornou-se referência para diversos artistas. É uma cantora extremamente criativa. Vários de seus álbuns e de suas canções são considerados clássicos do universo da qual faz parte. Aquela velha história... Você pode imitar sua vocalização, pode copiar sua tecnologia, pode contratar o mesmo produtor, o mesmo coreografo, mas você nunca se igualará à Madonna.
Disco Recomendado: Like a Prayer [1990] - Jeff Buckley
(110 pontos) CHRISTIANOEm 1994, o que ficou conhecido como Grunge já não era mais novidade, visto que muitos dos seus mais emblemáticos representantes buscavam novos caminhos: o Pearl Jam experimentava um pouco mais com seu Vitalogy, o Nirvana tinha registrado o estranho In Utero no ano anterior, e agora dava seu adeus na forma de um acústico melancólico, o Alice In Chains gravava Jar of Flies, um EP praticamente acústico e bastante introspectivo. Ainda neste mesmo ano, bandas de Rock Alternativo e Indie Rock começavam a ganhar mais destaque. É neste cenário que surgiu Grace, primeiro e único disco que Jeff Buckley lançou em vida, sintonizado com todo aquele contexto, sem, no entanto, prender-se a ele. As dinâmicas entre a bela voz de Jeff e o instrumental rico e sutil mostram que aquele não seria apenas mais um disco de estréia de um artista qualquer. Existia alguma coisa diferente ali, uma melancolia que se mostrava ora em momentos de sublime beleza, ora nas explosões de raiva. Talvez isso tenha sido fruto das influências de Buckley, tão amplas a ponto de agregarem gente como Nina Simone, Edith Piaf, MC5, John Coltrane e Cocteau Twins. Aliás, um dos momentos mais sublimes de Grace é a versão de “Hallelujah”, canção de Leonard Cohen em que Jeff, sozinho, tocou guitarra e cantou, registrando um dos mais belos momentos do disco. Mesmo sendo bem recebido pela crítica, Grace não obteve boas vendas, talvez por ser um daqueles discos que levam tempo para serem devidamente apreciados, mas que, com o tempo, são aos poucos alçados à condição de clássico. Isso foi ainda mais reforçado pela morte de Jeff, em 1997, durante a gravação daquele que seria seu segundo albúm, Sketches For My Sweetheart the Drunk (1998) lançado postumamente. Sketches, como diz o nome, é o registro de um trabalho inacabado, em curso, um esboço do que seria seu segundo álbum. Mesmo assim, é um grande disco. Após sua morte, muitos lançamentos trouxeram registros inéditos de Jeff, revelando sua versatilidade e imenso talento, que já havia sido notado por gente como Page & Plant, Bono Vox e Patti Smith. Sua pequena obra foi suficientemente forte para influenciar toda uma geração de músicos que o citam como influência, além ser um dos mais belos registros daquela década.Disco Recomendado: Grace [1996] - Tony Iommi
(110 pontos) DIOGOReceber a alcunha de “rei dos riffs” enfrentando a concorrência que Tony Iommi tem enfrentado ao longo de seus 50 anos de carreira não é pouca coisa. Seu estilo, fortemente afetado por um acidente de trabalho que decepou a ponta de dois dedos da mão direita quando tinha apenas 17 anos, tornou-se um dos mais reconhecíveis na história da música popular, influenciando um número gigantesco de jovens a pegar em uma guitarra pela primeira vez e formar suas próprias bandas. Muitos deles, inclusive, obtendo sucesso e prestando as devidas homenagens ao mestre. Pode ter havido outros artistas muito importantes para a criação daquilo que viria a ser conhecido como heavy metal, mas ninguém foi tão essencial quanto Tony e seus riffs poderosos e criativos, cujo estoque parece interminável. Dos segundos iniciais da cortante faixa que dá nome à banda que fundou, até 13 (2013), lançamento de estúdio mais recente do Black Sabbath e de Tony, seu maior talento é, mais que a técnica, a capacidade de assombrar o ouvinte com riffs monumentais, como aqueles que conduzem canções como “Iron Man”, “Children of the Grave”, “Into the Void”, “Supernaut”, “Sabbath Bloody Sabbath”, “Symptom of the Universe” e “Heaven and Hell”. A lista poderia seguir por mais uma página inteira. Em carreira solo, Tony não decepcionou: juntou-se a velhos amigos e a muitos daqueles que influenciou, entregando obras dignas de seu talento, entre as quais destaca-se Fused (2005), ao lado de Glenn Hughes. A trajetória do Black Sabbath pode estar chegando ao fim, mas esperamos que a de Tony siga dando frutos.Disco Recomendado: Master of Reality [Black Sabbath, 1971] - Tom Waits
(110 pontos) ALISSONSão poucos artistas que mutaram sua carreira de maneira tão drástica e conseguiram êxito artístico em ambas as fases. Tom Waits é seguramente um dos artistas mais chamativos e de voz única dentro da música de vanguarda no século XX. Enquanto um compositor de peças folk, nos brindou com belas composições cheias de sentimento e interpretações com intensões de mostrar-nos as entranhas da vida suburbana e as histórias mais obscuras possíveis. Sua fase experimental não mudou o foco de suas histórias, mas intensificou todos os pontos de sua musicalidade e lirismo possível. Tudo tornou-se mais tortuoso, obscuro, perigoso, asqueiroso e estranhamente saboroso. Seu som passou de um puro folk para um híbrido absurdo de música primitiva, rock, cabaret, jazz e qualquer coisa que Waits julgasse interessante para meter em seus discos. Nunca pretendeu que qualquer de seus discos fosse algo próximo de um "easy listening". Isso ao mesmo tempo afastou incontáveis, que já saíam proferindo que o que Waits faz não é música. Mas ao mesmo tempo, o incontável número de seguidores que angariou para si é algo impensável para um artista com os padrões de Tom. No auge de seus 66 anos, Thomas Alan Waits continua desafiando seus ouvintes com músicas cada vez mais imprevisíveis. E que assim continue por muito mais tempo.Disco Recomendado: Na transição entre sua fase folk para as suas experimentações infinitas, dê uma chance a Heartattack and Vine, com o melhor de sua voz amedrontadora e suas letras depravadas. Se achar que precisa de uma música mais convencional, vá de Closing Time. Se julgar que prefere algo mais experimental, vá fundo com Rain Dogs. - Johnny Cash
(108 pontos) BRUNOSempre tive apreço pelos compositores marginais. Os sujeitos sofridos de alma e cabeça atormentadas, que encontram na música uma maneira de expurgar todos os demônios. E Johnny Cash sem um dúvida foi um dos maiores. De infância pobre, perdeu o irmão e maior ídolo quando criança em acidente terrível, e passou o resto da vida sendo culpado pelo pai. Seu country direto e afiado se confundiu com a primeira geração do rock n roll e as letras sobre assassinos, bêbados, foras da lei e amores perdidos acabaram criando sem querer um subgênero: o outlaw country. Após um período de ostracismo, foi resgatado nos anos 90 pelo produtor Rick Rubin, que trancou Cash e seu violão no estúdio Sound City e saíram de lá com uma das voltas mais impressionantes da história da música. A série American, em parceria com Rubin rendeu mais 5 álbuns, cada vez mais bem produzidos e com versões de músicas antigas e regravações que vão de Leonard Cohen e Simon e Garfunkel a Soundgarden, Nine Inch Nails e U2. O vozeirão de barítono e a interpretação sempre intensa de Cash deram uma vitalidade impressionante às canções. Continuou gravando até sua morte em 2003, mas o reconhecimento e importância permanecem, tendo influenciado gigantes como Bob Dylan, Leonard Cohen, Tom Waits e Nick Cave.
Disco Recomendado: Live At Folsom Prison (1968). Sei que é covardia escolher esse álbum, mas além de marcar uma volta do músico após se livrar das drogas, trata-se de um dos maiores discos ao vivo de todos os tempos. Gravado na prisão que dá nome ao seu maior clássico, temos aqui um registro visceral e um setlist irretocável, onde é possível ouvir Cash xingando, pigarreando e contando piadas, enquanto o público de presidiários vai à loucura a cada nota tocada. - Jimi Hendrix *
(100 pontos) RONALDOUm artista completo e dos mais influentes no século XX, não só em seu instrumento como em todo o rock e música pop em geral. Foi um dos primeiros nessa linguagem musical a enfatizar o valor da instrumentação e do arranjo para as canções; teve inteligência suficiente para combinar música cerebral com um groove forte e acessível; elevou o nível de execução e composição para a guitarra elétrica como nenhum outro antes dele; cunhou clássicos atemporais do rock, atuando como guitarrista, vocalista, compositor, arranjador e letrista. Adjetivos são pequenos para a importância de Jimi Hendrix.Disco recomendado: Electric Ladyland [Jimi Hendrix Experience, 1968] - Robert Wyatt *
(100 pontos) MARCO Robert Wyatt está na raiz de quase tudo: canterbury sound, psicodelia inglesa, rock progressivo, jazz rock, experimental, rock in opposition… Na árvore genealógica do rock inglês ele está sob a terra, base do tronco mais sólido, dos galhos mais exuberantes e das folhagens mais frondosas da música inglesa do pós-guerra. E nessa posição não foi visto ou ouvido o suficiente, o que é uma injustiça já que sua obra está entre as mais belas, mais necessárias, mais definitivas. Não dá para indicar este ou aquele disco de Mr. Wyatt.
Disco Recomendado: Vou escolher então uma coletânea: Going Back a Bit: a Little History of Robert Wyatt [1994]. E é justo que esta coletânea em CD duplo não passe de uma pequena história, pois ela tenta retratar um gigante.
- Björk
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- Michael Jackson
- Roger Waters
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- Miles Davis
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