domingo, 6 de agosto de 2023

Pouco conhecido SSW Chi Coltrane, em álbuns de 1972 a 1981

 













Outra mulher incrivelmente bonita, obviamente. Novamente surpreendente, nunca a encontramos antes, na mesma linha de Brit Lesley Duncan , que todos parecem ter amado, mas menos emocional, mais semelhante à recente Sarah Kernochan . Ela fez 4 álbuns no período em questão:

Cantora/compositora americana, nascida em Racine, Wisconsin, EUA, em 16 de novembro de 1948. Criada em uma família musical começou a estudar piano. Depois de alguns anos fazendo turnês em pequenos clubes, ela teve seu primeiro sucesso nos Estados Unidos, "Thunder And Lightning", em 1972. Chegou às paradas nos Estados Unidos, mas não fez muito sucesso na Europa. Seu segundo single "Go Like Elijah" foi seu grande avanço na Europa (o single não vendeu muito bem em sua terra natal). Depois de mais alguns sucessos, ela decidiu morar na Europa, onde tinha um grupo fiel de fãs, principalmente na Alemanha e na Suíça. Ela saiu de cena devido a uma doença de fadiga. Ela voltou em 2009, lançando outro álbum 'Greatest Hits' e começou a turnê novamente. Ela também está trabalhando em um novo material .

Do primeiro álbum, The Wheel of Life :


O grande encerramento do álbum de 1977 se chama The Road to Tomorrow : 


Eu realmente amo essa música. Claro, ele lembra inúmeros outros grandes sucessos do final dos anos 70 da música pop da época na progressão de acordes, o acúmulo dramático, os sentimentos sendo expressos, a ingenuidade especialmente tão típica daqueles dias pré-mudança climática, pré-polarização política , mas ainda é lindo.

MUSICA&SOM

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Três Tristes Tigres – Mínima Luz (2020)


 

Mais de 20 anos depois, os Três Tristes Tigres voltam aos discos, com uma obra densa e claustrofóbica mas também recompensadora.

É o aguardado regresso de uma das mais interessantes e mutantes parcerias da música portuguesa das últimas décadas. Ana Deus (quem se lembra dos BAN?) e Alexandre Soares (um dos fundadores dos GNR) já viveram muitas vidas, juntos e em separado, mas o legado dos Três Tristes Tigres (TTT) – grupo que os junta à poetisa Regina Guimarães – ficou de certa forma inacabado há mais de 20 anos.

Depois disso, cada um para seu lado, até Soares e Deus se juntarem no projeto Osso Vaidoso, que nos deu dois discos, mais crus e despidos que o trabalho anterior dos TTT. Mesmo a vida deste grupo central não é fácil de caracterizar. Em 1993 sai Partes Sensíveis, a bem recebida estreia pop, ainda sem Alexandre Soares. De seguida, em 1996, chega o segundo volume, Guia Espiritual, que é um passo em frente numa construção ainda pop mas mais complexa e profunda. Este foi o grande momento da banda, com elogios da crítica e do público, muito à boleia do óptimo single “Zap Canal“. E se o segundo disco era muito bom, possivelmente o terceiro foi ainda melhor: Comum sai em 1998 e é um álbum ainda mais exploratório, com as electrónicas a ganharem preponderância. Um disco denso, claustrofóbico e muito rico e, juntamente com o anterior, um trabalho incontornável do melhor que a música portuguesa fez nos anos 90.

Depois, o silêncio. Houve o reencontro enquanto Osso Vaidoso, até que o trio assumiu o regresso enquanto TTT. Em declarações recentes, Ana Deus e Alexandre Soares falam como se esta fosse uma nova vida, uma nova banda. Parecem pouco interessados no passado – mesmo que glorioso – e isso costuma ser o combustível para andar em frente, para a busca. E a busca sempre foi um traço marcante destes músicos.

Chegados a este distópico ano de 2020, temos finalmente nas mãos o quarto disco de originais de Três Tristes Tigres (disponível em CD, vinil e na síntese digital): Mínima Luz.

Encontramos aqui alguns marcos terrestres que nos indicam a familiaridade com a região TTT na sua vertente mais livre e mais exploratória. O grupo traz-nos uma espécie de síntese entre a linguagem de Comum e a fraca iluminação dos Osso Vaidoso, deixando para trás as “canções” dos registos anteriores. O resultado é um disco imersivo, opressivo e labiríntico. Mínima Luz faz jus ao seu nome, com as preciosas palavras lutando para nos levar adiante, no meio das camadas e dos mantras instrumentais que se vão revelando, sem pressas.

Sentimos saudades do lado pop – ainda assim inventivo – que os Três Tristes Tigres já nos deram, mas o caminho é agora, cada vez de forma mais declarada, de exploração. Não temos aqui nada que ouçamos na rádio e, na verdade, nada que não identifiquemos, imediatamente, como o rasto sonoro dos Três Tristes Tigres. Numa altura em que há tanta coisa indistinta, rapidamente consumível e superficial, Mínima Luz é o contraponto teimoso e aventureiro a tudo isso.

Difícil, sim. Mas também recompensador.



Fiona Apple – Fetch The Bolt Cutters (2020)

 

Ao quinto álbum, Fiona Apple apresenta a sua melhor música. Fora dos limites reservados aos comuns mortais, a nova iorquina volta a mostrar que o seu o planeta tem uma bela banda sonora. Um dos candidatos a disco do ano.

Viver num Universo paralelo terá vantagens. Imagino que as chatices sejam menos, que não se corra risco de apanhar um qualquer vírus, que não seja preciso perder tempo com preocupações mundanas que a nós, meros mortais, nos consomem. Melhor ainda, só mesmo se mesmo vindos de nave espacial, aterrados de surpresa, conseguirmos que o mundo terráqueo nos venere, nos receba de braços abertos, com vénias até para os mais afortunados. É o caso de Fiona Apple, a mulher de 42 anos que aos 19 já ganhava Grammys, a cantora que assim que cheirou o topo da indústria musical terrena se afastou, a que esperou quase dez anos para lançar o sucessor de Idler Wheel. A mesma que lançou Fetch the Bolt Cutters sem aviso e mesmo assim colecionou vénias. 10 em 10 diz a Pitchfork. Deve ser boa a vida no Universo de Fiona.

Há quem se supere e quem bloqueie, mas poucos lhe ficam indiferentes. Os humanos, é sabido, acusam a pressão, entre nós até os há que adoecem com stress. Fiona é imune. Tidal, em 1996, valeu estatuto de estrela da música alternativa (assim se chamava nos idos 90), Fiona recebeu os prémios, aceitou o estatuto e três anos depois lançou When the Pawn…, o seu trabalho menos conseguido e nem por isso mau. Aprendeu. Corrigiu o passo e esperou seis anos para apresentar Extraordinary Machine, então o seu melhor trabalho. E descansou até 2012 quando nos presenteou The Idler Wheel, voltando a recolher elogios vindos dos muitos fiéis. Agora, a espera foi ainda mais longa, o disco chegou em formato digital e apenas com a promessa de uma edição física, chegou no espaço de Fiona, com o tempo de Fiona e direto para o topo da sua discografia. Fetch the Bolt Cutters é mesmo o seu melhor álbum.

O passeio pelo teclado que abre “I Want You to Love Me”, a primeira faixa, prepara-nos para um passeio onde se ouve spoken word, mas também o canto, onde se ouve rock e até hip hop. Onde se ouve Fiona no seu melhor, longe dos cânones que limitam os mortais, como “Shameika” o prova logo depois. E Fiona move-se num mundo próprio, o dela onde consegue músicas quase em registo de spoken word, mas com um subtil contrabaixo a garantir que a melodia nos fica na memória – “Fetch the Bolt Cutters”, no caso particular. Mas o manifesto de independência, não se fica pela declaração musical, pelo álbum ouve-se também a sua emancipação: em “Under the Table”, promete que não se calará, mesmo que seja inconveniente ao jantar onde nem queria ir; em “Relay” sente-se a agressividade contida, sustentada num ritmo nos soa africano. Surpresa? Mal chegámos a meio do disco e, a provar que Fiona até respeita algumas das nossas regras, também aqui o melhor ficou para o fim. Há “Ladies e Cosmonauts”, também “For Her”, as mais fortes candidatas a melhor faixa do álbum. E ainda “On I Go”. Na música que encerra Fetch The Bolt Cutters, Fiona reafirma o que já sabíamos – sabe que nada tem a provar, sente-se imune à pressão e exterior e deixa, subtilmente, o aviso: mais música, só quando lhe apetecer.

Surpreendente e a exigir várias voltas para lhe descobrir os segredos e as mensagens subliminares, Fetch the Bolt Cutters lembra-nos como é brilhante o Universo de Fiona e deixa-nos em suspenso, a pensar o que se seguirá. A nós, mortais, sem forma de contornar tempo ou espaço, resta esperar, tentar evitar crises de ansiedade e poupar energias a tentar prever o próximo passo da nova iorquina. Será o que lhe apetecer, chegará quando tiver tempo e provavelmente também ocupará o seu espaço nos tops dos discos do ano. Este já tem o espaço reservado.




Johnny Winter Scorchin´ Blues


Durante os anos 60, Johnny Winter excursionou e tocou muito, reafirmando suas raízes com vários discos sólidos para Alligator e Pointblank. Esta coleção reúne o melhor de 1968 a 1979. Uma época em que ele se envolveu muito com suas raízes do blues. Aqui estão Walking By Myself, Mother-In-Law Blues e Mad Blues. Occasionally Walking By Myself é uma das músicas escolhidas pela ELUS BLUES BAND (comigo no baixo) para tocar no meu casamento em homenagem a noiva (hoje minha esposa e mãe dos meus filhos). O vídeo está no YouTube caso você tenha interesse em ouvir a "versão".
Johnny Winter é de ouvir a todo volume, as canções de blues coletadas dos anos 60 e 70, seu jeito incomparável de tocar no violão de aço, acústico, elétrico, slide e está sempre no nível de qualquer grande guitarrista de blues. Cinco desses temas são suas próprias composições. Uma grande coleção de alguns dos melhores trabalhos de Winter. Se eu tivesse que escolher, este é um dos melhores álbuns.
Falar muito sobre Johnny Winter não faz muito sentido se você ainda não o ouviu, ele é um grande blues, entre muitos "dark" ele se destaca pelo quão "claro" é esse albino. Excelente blues e um daqueles discos que estranhamente vão parar no tocador.





Johnny Winter (1992) Scorchin´ Blues 

01. Walkin' By Myself 3:32
02. Divin' Duck 3:27
03. One Step At a Time 4:01
04. Bladie Mae 3:37
05. It Was Rainin' 5:06
06. Mean Mistreater 3:54
07. Mother-In-Law Blues 2:56
08. Dallas 2:45
09. Mean Town Blues 8:57


 

Ghèdalia Tazartès / Paweł Romańczuk / Andrzej Załęski - Carp's Head (2016)

 


...Escrever sobre a música do trio que foge de todos os padrões, é como não escrever nada. Tazartès provavelmente não precisa mais provar que é um vocalista excepcional, mas em "Carp's Head" ele mostrou uma gama muito ampla de suas habilidades vocais - alternando livremente do canto da garganta (me lembrou da extraordinária banda de Tuva, Alash Ensemble) , ópera macabra ao estilo de Scott Walker ("Good Ours", "The End of Western World"), à música clássica indiana ("Orient Calling") e ao blues demoníaco, mas mais próxima dos cantores siberianos do que daqueles negros do sul dos Estados Unidos. O som cru, mas muito intenso e profundo pode ser associado a várias produções OBUH (ouvir com atenção "Wolves and Birds" e "Wolves and Birds part 2"), musicalmente, no entanto, "Carp's Head" segue uma direção imprevisível, embora com a participação de muitas culturas de diferentes partes do mundo. Eu chamaria a coisa toda de um uivo analógico do outro mundo (ou talvez de Atrás da Sétima Montanha?).


O mais novo disco produzido pelo grupo de três - Ghédalia Tazartès, Pawel Romanczuk e Andrzej Zaleski - é o resultado de apenas alguns encontros e uma paixão compartilhada pela música que molda sua perspectiva. O longa foi gravado no estúdio Rogalów Analogue, na parte leste da Polônia. Vale a pena notar que o espaço e a paisagem circundante não influenciaram o som em si, já que o disco se afasta das tradições da música de câmara. Os músicos, tanto juntos quanto separadamente, evitam qualquer influência mainstream. Assim, o registro acústico é pacífico, espiritual e apresenta uma grande variedade de noções e emoções. A articulação vocal diversificada e o tom de Tazartès se entrelaçam bem com o jogo percussivo de Zaleski e as habilidades multi-instrumentais de Romanczuk. A pulsação rítmica está constantemente tomando novas direções, acabando por se transformar em ruído em algum momento. A voz, algo dramática, prende os ouvintes e os remete a uma viagem por quase-histórias inexistentes. Um indescritível mágico romântico personificado por um gato com cabeça de carpa. A artista cult francesa Ghédalia Tazartès é uma personagem intransigente que desafia a categorização. Gravou sozinho uma dezena de discos, chamando à sua forma de trabalhar "Impromuz" por falta de termo melhor. Antes dos anos 2000, suas aparições públicas eram eventos excepcionais. Romanczuk é um dos fundadores do grupo artístico polaco Male Instrumenty com quem gravou estes álbuns. Ele compôs várias trilhas sonoras de filmes e colaborou com importantes casas de teatro. Sua colaboração musical com Andrzej Zaleski e Ghedalia Tazartes começou em 2014; no entanto, ele estava familiarizado com a música deles por um bom tempo. Andrzej Zaleski -- músico, cineasta e curador -- colaborou com: Ghédalia Tazartès, Aspec(t), Joe Giardullo, Eugene Chadbourne, Charles Hayward, John Hegre, Tatsuya Yoshida, Pavel Fajt, Sylvie Courvoisier, Vinz Vonlanthen, Male Instrumenty , Johannes Bergmark e muitos outros. Ele também tocou em bandas como: Multicide, Mitch e Mitch, e 3 Meters, Za Seventh Mountain.



Wooden Veil (2009)

 


Wooden Veil adiciona um brilho metálico de elementos industriais à escuridão primordial, tecendo na música o tema do culto dos últimos enclaves da tecnologia em uma natureza epidêmica desenfreada. Interlúdios ambientais, transe xamânico e vocais demonicamente femininos (vem à mente "Rusty Sword" de R. Stiller) adicionam seus dois centavos ao processo de criação de um universo coerente, e muitos outros doadores poderiam ser indicados. Uma obra bastante hermética, sobretudo tendo em conta o ecletismo que se manifesta ao fazer malabarismos com convenções inteiras, não apenas com géneros. Filip Szalasek )


O WOODEN VEIL está junto desde 2007, mas eles não são tanto uma banda quanto um coletivo artístico multinacional cuja música serve apenas como um complemento para sua prática artística total. Com sede em Berlim, os membros individuais colaboraram com várias bandas underground, mas a música é apenas uma manifestação de seus interesses multifacetados. O conjunto apresenta o artista/escritor/cineasta alemão Marcel TÜRKOWSKY e o músico/artista japonês e ex-gueixa Hanayo (NAKAJIMA), junto com outros artistas/escritores Dominik NOÉ, o tcheco Jan PFEIFFER e o artista americano Christopher KLINE.

Eles fazem comparações com as antigas colônias de arte rural, o teatro xintoísta, os filmes de vanguarda de Alejandro JODOROWSKY e a arte performática de Yves KLEIN. A partir desse caldeirão criativo de influências, eles criaram seu próprio culto de rituais, santuários, talismãs, mantos e máscaras. Esses exóticos, juntamente com vídeos conceituais sinistros, exposições abstratas e outros acontecimentos, ajudam a criar uma mística em torno de WOODEN VEIL. Seu álbum de estreia autointitulado de 2009 foi aparentemente gravado em várias instalações para que as faixas absorvessem as características específicas de cada novo lugar, e a música é indiscutivelmente mais coerente no contexto de suas apresentações-exibições.

Apesar da baixa prioridade que o WOODEN VEIL dá à sua própria música, ele oferece uma síntese provocativa e desafiadora de música industrial psicodélica e folk caótico de base acústica. Partidas eletrônicas rígidas e batidas xamânicas cruas (executadas em instrumentos de percussão improvisados) fornecem um pano de fundo para colisões incomuns de glockenspiel, banjo, saltério de martelo, harpa de judeu e cítara. O álbum está atualmente disponível no formato LP/CD e como download digital. Artistas semelhantes no banco de dados incluem os primeiros AMON DÜÜL, ANIMA-SOUND e EMTIDI. 




”Made Up Mind”: O grande talento da Tedeschi Trucks Band

 Das bandas de Rock da atualidade, a Tedeschi Trucks Band é uma das mais prestigiadas da cena. Para quem gosta do rock americano clássico é a banda certa nos dias de hoje, e a recomendação é o disco, ”Made Up Mind”!

Lançado em 2013, o disco mostra uma banda pronta, que é formada pelo casal Susan Tedeschi e Derek Trucks. É um evolução desde o disco de estreia, o ”Revelator” de 2011, acontece que neste segundo disco ficou claro a absorção da banda do que melhor aconteceu na música americana na década de 70, a sonoridade é bem atual e contemporânea e isso pode fazer com que uma galera mais nova sinta mais interesse num tipo de música como o Rock que precisa de bandas como essa para atingir o público da geração atual.

Um dos maiores destaques do disco é sem qualquer dúvida a guitarra de Derek Trucks, seu timbre e seus solos são fantásticos, se esse cara tivesse construído sua carreira na década de 70, com certeza ele seria um grande nome da época, é um músico diferenciado.

”Made Up Mind”, é um grande disco da década 2010, está longe de ser um clássico ou uma obra prima, mas ainda assim é um bom disco de uma banda bastante relevante no cenário e nos da mais um ânimo em ver uma banda atual fazendo um som raiz e de excelente nível. Vamos ficar atentos aos próximos lançamentos e ver o que mais essa bela banda tem a nos oferecer!




Destaque

Annie Lennox – A Christmas Cornucopia (2010)

Sabemos que é uma espécie de tradição rara que artistas de vários países e estilos musicais publiquem, em algum momento de suas carreiras, u...