Rap consciente é um subgênero do hip-hop que se concentra em criar consciência e transmitir conhecimento. Rappers conscientes tradicionalmente condenam a violência, a discriminação e outras doenças da sociedade. O rap consciente é impulsionado pela convicção de que a mudança social radical ocorre por meio do conhecimento de si e da descoberta pessoal.
A maioria das canções de rap conscientes contém mensagens positivas e edificantes, geralmente transmitidas em batidas suaves e envolventes. "The Message" de Grandmaster Flash & The Furious 5 e "Hey Young World" de Slick Rick são grandes exemplos das primeiras faixas de hip-hop conscientes.
Rap Consciente vs. Hip-Hop Político
O hip-hop consciente é frequentemente confundido com seu primo musical, o hip-hop político, possivelmente porque ambos falam de turbulência social. O desdém pelo comercialismo é outro traço comum que une os dois estilos. Músicas politicamente carregadas de rappers como Dead Prez e Public Enemy são geralmente apresentadas de maneira militante. A mensagem consciente, por outro lado, fortalece ao elevar o ouvinte. Feche os olhos e escolha qualquer álbum do catálogo do The Coup e você terá entrado em um curso intensivo de hip-hop político.
O Dom e a Maldição do Rap Consciente
Hip-hoppers socialmente conscientes costumam dissecar a atitude e os ideais propagados na cultura dominante, mas a abordagem tem suas limitações. Como eles costumam criar música para fones de ouvido, e não necessariamente para o rádio de massa, os rappers conscientes geralmente são menos talentosos do que seus colegas convencionais. Com exceção de alguns MCs ( Nas e Kendrick Lamar vêm à mente), artistas conscientes normalmente perdem a corrida nas paradas para seus colegas mais populares.
Apesar do prestígio associado a ser a Voz do Povo, muitos rappers detestam carregar o rótulo de "rap consciente" por causa de sua virtude limitadora. A música também é mais difícil de encontrar porque algumas das gravadoras independentes que já lançaram o que é chamado de "subterrâneo justo" do rap, como Rawkus e Def Jux, não estão mais no mercado, o que tornou a busca pelo rap consciente mais parecida com uma caça ao tesouro.
"It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back,"Public Enemy
"Resurrection," Common
"Quality," Talib Kweli
"Black on Both Sides," Mos Def
"Mos Def & Talib Kweli Are Black Star," Black Star
A glória que é o rap consciente
Um exemplo brilhante é "Glory", interpretada e escrita por Common e John Legend. Foi a música tema do filme de 2014 "Selma", que relembra a marcha pelos direitos de voto de 1965 de Selma a Montgomery, Alabama. Diz, em parte:
"a resistência somos nós É por isso que a Rosa sentou no ônibus É por isso que a gente anda por Ferguson com as mãos pra cima Quando desce a gente mulher e o homem levantam Dizem: 'Fiquem abaixados' e nós levantamos"
Costumam dizer que as sequências não funcionam, mas estamos na presença de totalmente o contrário. Os garotos de Boston do Ok Goodnight publicaram seu segundo trabalho chamado The Fox and the Bird em 2 de junho, e o fazem de uma forma mais madura, mais elaborada e com uma ótima história para contar. Vale lembrar que a banda é formada por Casey Lee Wiliam (voz), Martin de Lima (teclados), Martin Gonzalez (guitarra), Augusto Bussio (bateria), Peter de Reyna (baixo) e com a participação especial de Elizabeth Hull.
Quando a banda lançou Limbo, seu primeiro álbum em 2019, chamou a atenção do público com suas sonoridades, mudanças de ritmo, a voz de Casey Lee Williams e a forma como constroem um álbum através do storytelling, ou seja, a construção de um história dividida em diferentes canções. A composição desse novo álbum levou dois anos, conta a banda em entrevista ao Good Noise Podcast, pois retratar tudo o que eles queriam não foi uma tarefa fácil. O tema está relacionado com a história entre uma raposa e um pássaro que têm de empreender uma viagem evitando obstáculos que os levarão ao extremo, muito semelhante a fábulas levadas ao cinema ou do mundo literário.
The Fox and the Bird tem uma mistura de diferentes gêneros, passam pelo rock matemático, jazzpop e metal essencialmente progressivo. A musicalização vai desde sons acústicos, teclados de Martin de Lima, bateria brilhante, ou solos de guitarra que nos fazem pensar que estamos a ouvir Dream Theater. Vamos falar sobre cada música.
O primeiro capítulo desta obra é A Seca (02:57), a introdução desta obra que contextualiza a história. Começa com alguns sintetizadores preenchendo o ambiente até que entra a poderosa bateria de Augusto Bóssio, o baixo avança junto com a voz de Casey. Vozes harmoniosas acompanhadas pela música principal, enquanto a bateria e o baixo continuam. A guitarra está presente junto com sons distorcidos com reverb.
The Fox and the Bird (04:40) é a segunda música do álbum e leva o nome do álbum. Com uma essência mais acústica, a história desta música transporta-nos por uma linha vocal bastante melódica que nos faz sentir como se estivéssemos a flutuar no espaço. Mais ou menos na metade do terceiro minuto, ocorre uma pausa que nos leva a um som mais sombrio, mas que nos faz retornar aos sons do início da música.
The Raccoon (and the myth) (04:58) é a terceira música e está carregada de mística com a história que a banda nos apresenta. Uma guitarra virtuosa que se move dentro do acústico e onde a voz de Casey brilha com todo o talento que ela tem. Uma balada calma e bonita para complementar ainda mais esse conto que está começando.
The Journey (02:09) é a primeira música disco instrumental e com uma ótima introdução no teclado de Bussio, entra a poderosa guitarra de Martin Gonzalez, nos dando um som muito parecido com o que ouvimos no Dream Theater. A viagem continua.
A Serpente (03:47) nos recebe com um teclado sombrio e uma voz com características semelhantes. Sem dúvida a cobra representa uma ameaça, a morte. Guitarras potentes e uma bateria no Bussio que ganha destaque pela sua robustez. A soma de todas essas peças nos arrasta para a loucura vocalizada por William.
The Nightmare (03:00) a segunda música instrumental do álbum. O sintetizador que prepara o cenário para que a bateria funky nos receba junto com o baixo de forma caprichada com notas baixas e rápidas. Sem dúvida, a bateria de Augusto mais uma vez rouba os holofotes. Mas não podemos negar que tanto Martín de Lima quanto Martin Gonzales nos dão uma imersão no pesadelo que nossos protagonistas estão vivendo.
The Falcon (06:12) mistura um pouco de tudo de bom. Entra com uma bateria jazzística, mas depois de alguns segundos a música começa a passar por diferentes estilos como math rock e metal progressivo. É um passeio que por vezes nos dá a sensação de que estamos a voar e que com passagens rápidas surfamos no céu. Vários estilos e melodias estão presentes nesta música, executada com grande virtuosismo e que, mais do que saturar, sugere que existe um grande trabalho composicional por trás dela. Com certeza uma das melhores músicas até agora.
The Dream (01:50) é a terceira música instrumental do álbum. É tempo de acalmar as águas. Uma melodia quente nos pega e nos faz desacelerar, mas segundos depois de terminar entendemos que vamos acordar desse sonho.
The Bear (05:06) é um dos singles deste álbum. Uma atmosfera aterrorizante é confirmada com aquele rugido de Elizabeth Hull (Atomic Guava) que faz sua primeira aparição. A voz de Casey brilha novamente em sua linha, enquanto Elizabeth faz os vocais de fundo. Um baterista presente com seus pratos, guitarras pesadas e um sintetizador que fecha o ambiente. As vozes guturais de Elizabeth são uma jóia. Nesta peça, a guitarra de Martin brilha tanto nos riffs quanto no solo.
The Crocodile (05:12) É difícil prever o que ele vai entregar. Você sabe que pelo som se torna um ponto complexo para os protagonistas da história. Você sabe que é perigoso, às vezes é caótico. A voz de Casey se destaca quando ela aumenta o tom, sendo um ponto alto da música. Do caos vem a calma para voltar ao caos como se fosse uma montanha russa. A guitarra com aqueles riffs pesados junto com a bateria, com suas mudanças de ritmo, me fez curtir muito. Se você não destruiu o pescoço cabeceando no último minuto, não sei se ouvimos a mesma música.
The Bird (03:07) uma última balada que nos faz sentir e sofrer tudo o que não pudemos sofrer até agora. Música bonita.
A Montanha (05:31) frenética desde o início. Esta é uma das canções de metal progressivo mais puro do disco. Elizabeth Hull marca presença novamente com seus guturais de partir o coração que entregam uma potência gigantesca, além do riff incessante de Martin junto com a bateria de Augusto. Além disso, o teclado De Lima faz um ótimo trabalho atmosférico. Estamos diante do clímax deste álbum, o ponto mais alto do sino que esta obra chamada The Fox and the Bird pode nos oferecer.
A Chuva (03:18) o último capítulo da nossa história. A chuva nos traz paz, um piano calmo junto com a voz de Casey nos diz que tudo acabou em uma catarse na floresta. Uma conclusão para tudo o que vivemos nesta experiência. Tudo vai para a água.
Ok Goodnight nos traz uma obra com um grau de maturidade e complexidade muito maior do que seu primeiro álbum. O fato de terem feito um álbum conceitual seguindo uma linearidade na história, que passa por diferentes fases e emoções, faz dele um dos grandes lançamentos que tivemos neste 2023. Uma diversidade de estilos e sonoridades. Dos acenos às lágrimas conseguimos experimentar. Ok Goodnight está, sem dúvida, caminhando para se tornar uma referência dentro do metal progressivo. E é porque a evolução que tiveram tem sido notória, dão-nos uma experiência que em muitos momentos nos surpreende com os seus sons e ritmos, e que estão dispostos a experimentar coisas novas. Um dos melhores lançamentos que temos neste 2023.
Desde que surgiu na cena musical de New Haven, CT em 2012, “Head With Wings” tem evoluído constantemente. Depois de lançar seu EP “Living with the Loss” em 2013, “From Worry to Shame” veio em 2018, seu primeiro full lenght. Suas canções, como eles as descrevem, "são experiências cinematográficas de audição, enraizadas no rock alternativo e forjadas nas profundezas do progressivo".
A formação do álbum “From Worry To Shame” apresentava Joshua Corum nos vocais e guitarra, Brandon Cousino na guitarra como membros principais da banda. Sayre Whitford na guitarra, Mike Short na bateria e Joe Elliott no baixo ajudariam a moldar as nove faixas do álbum.
“Goodbye Sky” abre o álbum com uma bela melodia que envolve o ouvinte desde o primeiro momento. A magia das guitarras está presente, tecendo um entrelaçamento de notas que agregam profundidade e emoção à música onde as vozes principal e segunda se unem em perfeita harmonia, criando uma experiência auditiva.
“Somewhere, Something Gives” apresenta uma sonoridade espacial que se percebe em cada acorde e nota, criando uma atmosfera enigmática que convida a imaginação a correr solta. A intensidade constrói-se de forma subtil mas constante, mantendo o ouvinte no limite, à espera daquele momento explosivo que parece estar sempre prestes a explodir.
"In memoriam" destaca-se pela sua intensidade emocional e pela sua natureza mutável, envolvendo desde o início um turbilhão de sentimentos com a sua performance emocional. As constantes mudanças de dinâmica junto com o coro, que é uma peça central que perdura na memória, são elementos que com força e beleza deixam uma impressão duradoura.
“Você não tem mais motivo para alarme?” O quarto tema “Mysanthropy” desafia-nos, uma imersão numa faceta mais enigmática que a banda nos oferece. As guitarras flutuam tecendo um ambiente entre o cavernoso e o subaquático que nos conduz a um fechamento elétrico.
“From Worry to Shame”, a música que dá nome ao álbum, é um exercício de contrastes que cativa desde o primeiro momento. A música navega entre passagens melodiosas e riffs poderosos, criando um amálgama de sons que se complementam. O mais alto em termos de conteúdo lírico, colocando a emoção em primeiro plano.
Apesar de ser uma música vibrante que se destaca pela energia, "Beyond the Wall" trata de temas existenciais sobre a vida e a morte, onde o violão tem papel fundamental sustentando a voz do cantor e brilhando com seus próprios momentos, é nesses momentos que onde a canção ganha identidade.
“Stepping Stone” apresenta uma narrativa emocionante sobre acordar de um sonho e enfrentar os desafios da vida. A música conduz o ouvinte pelo sonho onde a instrumentação acompanha esta viagem etérea.
“In Dark Motel Rooms” explora temas mais pessoais de pertencimento e conexão. Com sonoridade mais acústica em algumas passagens e riffs em outras, a música apresenta uma combinação única de nuances musicais que destaca a versatilidade de “Head with Wings”. Embora pareça menos denso sonoramente, a coesão da banda brilha em cada nota e acorde.
“Treading Lightly” fecha o álbum com uma longa duração de mais de sete minutos. A música apresenta paisagens musicais bem definidas que fluem de forma fluida, mostrando diferentes facetas da banda. Com uma habilidosa combinação de elementos musicais, a música vai de momentos suaves e melódicos a momentos intensos e poderosos dando um final satisfatório ao disco.
Ouvir "From Worry to Shame" acabou sendo uma grata surpresa para quem não conhecia a banda. Todo o trabalho técnico em “From Worry to Shame” é excelente. A produção, a mixagem e a qualidade da gravação mostram um alto nível de profissionalismo e dedicação, o que contribui significativamente para a excelência do álbum, mas nada valeria se a banda não tivesse uma proposta musical que sustentasse todo o trabalho de estúdio. . “Head with Wings” oferece-nos música com paixão e drama, calma e intensidade, transmitindo e conectando com o ouvinte. Definitivamente um álbum a não perder.
No vasto panorama da música contemporânea, há momentos em que determinados projetos desafiam categorias convencionais e despertam a curiosidade de quem quer explorar o desconhecido. Um desses projetos é a Monika Roscher BigBand, formação alemã que vem cativando ouvintes com seu som eclético e vanguardista desde sua fundação em 2011 em Munique. Liderada pela talentosa guitarrista, cantora e compositora Monika Roscher, a banda criou um universo musical único que funde elementos do jazz, rock progressivo, avant-pop e música eletrônica, desafiando expectativas e estabelecendo novos padrões no cenário musical.
Origens e Trajetória da Monika Roscher BigBand
Monika Roscher BigBand surge de uma mente criativa inquieta e apaixonada. Monika Roscher, a idealizadora deste projeto, não é apenas uma guitarrista e compositora virtuosa, mas também uma visionária que busca expandir os limites da música. Antes do lançamento do álbum em questão, a banda já havia chamado a atenção com dois álbuns aclamados: "Failure In Wonderland" em 2012 e "Of Monsters and Birds" em 2016. Esses precursores anunciavam a originalidade e audácia que caracterizariam seu último álbum. .criação: "Atividades Witchy e The Maple Death".
O universo de "Witchy Activities and The Maple Death"
Permitindo-nos um âmbito mais coloquial, atrevemo-nos a referir que o último álbum da Monika Roscher BigBand é “uma viagem”. Esta obra faz-nos mergulhar num mundo mágico e feminino onde a feitiçaria e a natureza convergem numa amálgama sonora única. Composto por 15 canções, o álbum mostra a versatilidade de Monika Roscher como compositora e líder de uma banda que desafia as convenções musicais.
O som da banda é um caldeirão de diversas influências. Monika Roscher funde elementos de jazz, rock progressivo e música eletrônica para criar uma paisagem sonora surpreendente e eclética. As músicas se desenrolam de maneiras imprevisíveis, misturando mudanças de tempo incomuns com arranjos intrincados e atmosferas inconstantes. A música é densa, enigmática e cheia de nuances, permitindo que os ouvintes descubram novos detalhes a cada escuta.
A Jornada do Álbum
O álbum é um compêndio de emoções e explorações musicais que tecem uma tapeçaria única de sons. Cada música é uma janela para um mundo sonoro diferente, fundindo com maestria gêneros, estilos e emoções.
8 Prinzessinnen: uma exibição de contraponto e sincopação
A viagem começa com "8 Prinzessinnen", peça que surpreende o ouvinte com sua intrincada teia de contrapontos e síncopes. O crescimento emocionante da música é aprimorado pela adição gradual de instrumentos de sopro, criando uma atmosfera envolvente. A voz de Monika Roscher torna-se um guia neste labirinto musical, conduzindo-nos pela mão numa cativante experiência auditiva.
Firebird: as fanfarras melancólicas
A composição musical que se segue, "Firebird", adota uma estrutura mais tradicional, embora seja enriquecida com uma abundância de arranjos e elementos detalhados que são gradualmente revelados, dando origem a fanfarras e modificações surpreendentemente silenciosas. Uma experiência auditiva cativante origina-se desta peça. o ouvinte estará atento e na expectativa até o final.
Witches Brew: um charme progressivo
A suíte "Witches Brew" se destaca como um dos destaques do álbum. Dividida em seis andamentos, esta composição transporta-nos para um mundo imaginário e progressivo cheio de reviravoltas e surpresas. Cada movimento é uma peça do quebra-cabeça, desde o misticismo envolvente de "The Summoning" até a dança enigmática de "The Return of the Witches". Cada seção se conecta à anterior e à seguinte, tecendo uma narrativa musical envolvente que leva o ouvinte a uma experiência quase teatral.
Criaturas da Aurora e Rainha de Espadas: Fusões Psicodélicas
Em "Creatures of Dawn", ritmos latinos, elementos de jazz e contrapontos se fundem em uma composição cativante. A canção transporta-nos para um cortejo musical cheio de mistério e emoção, com um impressionante solo de contrabaixo que aprofunda a ligação emocional. Arranjos de metais e eletrônicos adicionam camadas de surpresa e energia, enriquecendo ainda mais essa experiência musical única. "Queen of Spades", por outro lado, combina a essência do pop com a abordagem artística distinta de Monika Roscher. Apesar de seguir uma estrutura reconhecível, a música se destaca pelos detalhes minuciosamente trabalhados e execução impecável. Para ouvir em loop. definitivamente.
As últimas notas: Rumo a um fechamento chocante
O álbum culmina com uma série de canções que mostram a diversidade criativa da Monika Roscher BigBand. "Starlight Nightcrash" combina elementos do pop dos sonhos com uma fanfarra poderosa, criando uma experiência emocionante e onírica. Coincidentemente, "A Taste of the Apocalypse" mergulha na melancolia e na poesia, adotando um tom techno-jazz que evoca uma aura única. Partindo deste cenário construído até agora, “The Leading Expert of Loneliness” é um exemplo de virtuosidade e inteligência do jazz na decisão das nuances que se fundem como resultado de colocar em diálogo outros géneros mais contemporâneos. Por fim, apresenta “Direct Connection” numa complexa estratégia de anti-clima cinematográfico, mas mais do que coerente,
O álbum fecha com "Unbewegte Sternenmeere", uma composição construída pela sequência de elementos de pop, jazz e música eletrônica em uma culminação emocionante. O solo de guitarra no final destaca as habilidades de Monika Roscher como compositora e guitarrista principal. Com isso, a jornada musical chega ao fim, deixando uma marca ainda mais duradoura no ouvinte.
algumas deduções
"Witchy Activities and The Maple Death" é um universo sonoro, um álbum em movimento difícil de rotular. Monika Roscher BigBand guia-nos numa viagem pelo jazz tradicional e pelo progressivo mais complexo, sem poupar numa visita a tons pop experimentais ao melhor estilo de Björk. A fusão de gêneros, atenção meticulosa aos detalhes e performance apaixonada criam um conjunto de canções que desafiam as convenções e ultrapassam os limites da música. Este álbum é um convite para explorar o desconhecido e mergulhar num universo de sons, emoções e experiências em constante evolução.
Monika Roscher BigBand procura redefinir ou pelo menos enfatizar o conceito de música de big band, fundindo elementos de diferentes gêneros com uma maestria que desafia as convenções. "Witchy Activities and The Maple Death" é uma amostra da sua capacidade de criar música que oscila entre o experimental e o acessível, entre o enigmático e o cativante. O álbum é um convite à imersão num universo sonoro único, onde vocais evocativos, compassos inusitados e complexidade técnica se unem numa sinfonia de sonoridades surpreendentes. Este álbum lembra-nos que a música tem o poder de transcender fronteiras e de nos levar a lugares inexplorados, convidando-nos a embarcar numa viagem musical cheia de surpresas e emoções.
Conclusão
Em um mundo onde a música geralmente segue fórmulas definidas, este álbum é um sopro de nova energia que se destaca como um farol de originalidade e criatividade. "Witchy Activities and The Maple Death" é uma joia musical que desafia as expectativas e nos imerge em um mundo de sonoridades ecléticas e vibrantes. Este álbum é uma prova de que a arte verdadeiramente excepcional pode nos transportar para lugares inexplorados e abrir nossas mentes para novas possibilidades sonoras. Sem dúvida, este último trabalho de Monika Roscher BigBand é um lembrete de que a música continua sendo um caminho de exploração e inovação em constante evolução.