terça-feira, 5 de setembro de 2023

Adriana ‎– Adriana (LP 1970)

 





Adriana ‎– Adriana (LP Odeon ‎– MOFB 3632, 1970). 
Produção: Milton Miranda. 
Género: MPB, Soul. 

Adriana iniciou a sua carreira em 1967 na discográfica Equipe, onde gravou três singles, posteriormente reunidos num LP compartilhado com Luiz Keller. Em 1970, a cantora foi contratada pela EMI/Odeon. Nesse mesmo ano, gravou o álbum "Adriana" que aqui apresentamos, que se destacou pelo samba rock “Justo Nesta Noite”, também lançado em single com a canção “Quero Ver Você Longe de Mim” no lado B, não incluída no LP. Do álbum destacamos também as faixas “Anjo” e “Hoje”. 


Adriana Rosa dos Santos, mais conhecida simplesmente como Adriana (Rio de Janeiro, 3 de fevereiro de 1953), é uma cantora e compositora brasileira, considerada uma das mais belas vozes do Brasil. Adriana começou a sua carreira com apenas 11 anos e aos 12 já era sucesso em todos os programas em que se apresentava. Em 1965, na época da Jovem Guarda, cantou ao lado de Wanderlea, Martinha e outras cantoras famosas dessa altura. O seu primeiro êxito aconteceu em 1970 com a canção "Justo Nesta Noite" de Luis Vagner e Tom Gomes, do seu primeiro LP. 
Outro sucesso de Adriana foi com a canção “Anjo Azul” ou “Vesti Azul”, como ficou conhecida, um record de vendas, ultrapassando as 380 mil cópias, um feito para a década de 70. Pelas significantes vendas daquele disco, foi contratada pela Odeon, e foi aí que começou a sua carreira romântica, com a canção “O Que Me Importa” (Cury), tornando-se um grande sucesso de 1972. Adriana também participou no movimento Tropicália, tendo sido eleita Rainha Hippie no concurso da extinta TV Tupi. 
Ao longo da sua carreira, principalmente nos anos 80, coleccionou sucessos como “I Love You Baby”, “Pra Sempre Vou Te Amar” ou “Combinado Assim”, entre outros. 
Ganhou o prémio para a "Melhor Intérprete" no Festival de Mar Del Plata. Participou ainda em três filmes, tendo contracenado com Grande Otelo e Vanja Orico. Também teve participações em novelas. 
Vencedora de diversos prémios nacionais e internacionais, além de discos de ouro e de platina, Adriana continua a dar concertos pelo Brasil. 


Faixas/Tracklist: 

A1 - Justo Nesta Noite (Luis Vagner, Tom Gomes) 
A2 - Anjo (Orlandivo, Durval Ferreira) 
A3 - Agora Que Estou Sozinha (Tom Gomes, Luis Vagner) 
A4 - Não Digo Nada (Tom Gomes, Luis Vagner) 
A5 - Só Se For Nós Dois (Renato Corrêa, Edinho) 
A6 - Com Muita Saudade (Gio) (Hyldon) 
B1 - Aquele Encantamento (Knock Knock Who's There) (John Carter, Geoff Stephens/Vrs. Pedro Lopes) 
B2 - Hoje (Taiguara) 
B3 - O Que É Que Eu Faço Desta Saudade (Carlos Imperial, Hélio Matheus) 
B4 - Descalça no Parque (Raul Prata) 
B5 - Não Vou Chorar Nunca Mais (Ronaldo Corrêa) 
B6 - Não Vai Mais Acontecer (Cury) 
BONUS: 
C1 - Quero Ver Você Longe de Mim (single) (Pedrinho) 

Ficha Técnica: 

Voz: Adriana 
Director Musical: Lyrio Panicali 
Orquestrador e Regente: Maestro Orlando Silveira 







Review: Paradise Lost – Obsidian (2020)

 


Produzido pela própria banda e lançado pela Nuclear Blast, o décimo-sexto trabalho de estúdio do Paradise Lost é o segundo gravado pela atual formação e consolida a volta às origens do quinteto inglês surgido em Halifax. São músicas polidas e obscuras, assim como a obsidiana, uma pedra com aparência semelhante a de um cristal e que também é chamada de vidro preto, cuja formação se dá pelo resfriamento precoce do magma de um vulcão. Em Obsidian, os mestres do doom metal transformam a negatividade em algo agradabilíssimo de ser ouvido.

 

No fim da década de 1990, a banda abordou uma sonoridade mais comercial e com vocais limpos, adicionando elementos de eletrônico que ajudaram a alavancar sua fama ao redor do mundo. No entanto, desde The Plague Within (2015) o grupo vem novamente inserindo de maneira gradativa os vocais guturais em sua sonoridade. Em Medusa (2017) isso foi apresentado de maneira ainda mais saliente que o antecessor, mas nesse novo registro essa técnica retornou com força máxima, abrangendo quase que a totalidade das linhas vocais nos cinquenta e seis minutos de duração do álbum. Desde Gothic (1991) que Nick Holmes não cantava de maneira tão melancólica e arrastada, parecendo um homem cansado e abandonado e que caminha colocando um pé na frente do outro, recusando-se a desistir.

 

O disco abre com os arpejos lindos ao violão da introdução de “Darker Thougths”, onde Nick canta: "Com a paz interior acabada, você reza / Todos esses pensamentos sombrios estão voltando para ficar”. Parece bem adequado para o momento em que vivemos, onde lutamos dia após dia contra um inimigo invisível e ao mesmo tempo tentamos nos manter com a mente sã. Essa faixa, juntamente com “Fall From Grace” e “Ghosts” (que traz na letra um recado para um alvo definido - “for Jesus Christ” - e vai direto ao ponto sem rodeios, em vez de tornar a mensagem interpretativa para o ouvinte) formam uma trinca matadora já logo de cara, sendo essa última forte candidata a clássico.

 

Composta por um riff arrastado tocado por Aaron Aedy que é coberto por dedilhados elegantes de Greg Mackintosh e com vocais limpos durante o início mas que explodem em agressividade do meio para o fim, “The Devil Embraced” tem todos os elementos góticos que a banda tanto gosta. Outro grande momento em Obsidian é “Ending Days”, com sua linha de violino fazendo uma ótima cama sonora durante o refrão e tornando essa faixa mais viciante a cada nova audição. O trabalho do baterista Waltteri Väyrynen nessa música é bastante interessante, demonstrando estar bem mais entrosado com os outros quatro integrantes nesse novo trabalho. “Forsaken” tem andamento mais acelerado e "Hope Dies Young" não traz nada de empolgante ou atraente. Já “Serenity” traz o baixo de Steve Edmondson distorcido e soando em destaque.

 

No Paradise Lost nenhum músico é extremamente técnico, mas todos são competentíssimos. Com as melodias viciadas da dupla de guitarras e piano e cordas aprimorando as composições, Obsidian é mais um dos picos da carreira da banda, assim como Gothic e Draconian Times também o foram. É difícil manter-se atualizado e relevante com mais de trinta anos de carreira e dezesseis álbuns, mas o Paradise Lost continua impressionando enquanto segue sua jornada.



Review : Heavy Feather - Débris & Rubble (2019)


No rock atual, uma banda ter como seu país natal a Suécia já chama a atenção de quem está ligado no que melhor rola no gênero. O Heavy Feather é mais um fruto do país escandinavo e não é uma exceção. Débris & Rubble é o disco de estreia do quarteto e foi lançado em abril de 2019 na Europa. E, para alegria de quem curte os bons sons, ganhou edição nacional pela Hellion Records.

A coisa já chama a atenção pelo vocal de Lisa Lystam e pelo mergulho nos mares setentistas guiado por Matte Gustavsson (guitarra), Morgan Korsmoe (baixo) e Ola Göransson (bateria). As onze faixas do álbum trazem uma sonoridade orgânica e clara, que não escondem a inspiração no clima da década de 1970. O quarteto tem momentos em que foca sua criatividade no rock, em outras soa como um ótimo blues rock, e por aí vai entregando canções que cativam o ouvinte. As influências passam por Cream, Free e Blues Pills, o que faz da banda uma ótima pedida pra quem curte um rock atual que não tem a menor vergonha de soar como clássico.

Os destaques vão para a potente voz de Lisa e para a guitarra malandra de Matte, que conduz as canções de maneira firme e certeira. A dupla baixa e bateria vem com muito groove e balanço, com mãos e dedos soltos. O tracklist impressiona com uma coleção de canções bastante sólida, o que esconde o fato de estarmos ouvindo uma banda estreante. Entre elas, adorei o groove de “Waited All My Life”, a energia de “Higher”, o balanço de “Long Ride”, “Please Don’t Leave” e “Where Did We Go”.

O Heavy Feather é uma grande dica pra quem procura um som honesto e com vida, que olha para o passado com carinho e entrega de presente para o ouvinte uma música bem feita e que toca o coração de quem é fã dos incríveis anos 1970.

Belo disco, ótima estreia!

 


Review: Hot Breath – Hot Breath (2019)

 


O Hot Breath faz um hard rock de respeito e vem da Suécia, mais uma das boas bandas que o país tem revelado ao mundo. Há elementos de ícones como Heart, Motörhead, Krokus e AC/DC no caldeirão sonoro do grupo, que entrega canções repletas de energias, riffs fortes e vocais acima da média.


A banda é um quarteto formado por Jenna (vocal e guitarra), Karl (guitarra), Anton (baixo) e Jimi (bateria), e sua música é um rock pesado que tem como elemento principal as guitarras. O clima é estradeiro, uma trilha na medida pra pegar a estrada com o pé no fundo e sem hora pra chegar.

 

A banda liberou por enquanto apenas um EP com seis músicas, mas o potencial mostrado nesse disco é tão grande que o título ganhou edição nacional através da Hellion Records, que apostou na banda trazendo o EP pra cá. A música do Hot Breath realmente vale a pena, como fica claro nas ótimas “Maniac”, “Slight Air” e “Still Not Dead”. As faixas são muito bem compostas, com arranjos bem desenvolvidos e uma performance instrumental que alia técnica e pegada.

 

Como diriam os Stones: é apenas rock and roll, mas eu gosto. E muito.



Captain Sensible - The Universe Of Geoffrey Brown 1993

 

Um LP Captain Sensible é um evento raro. Desde que seus dois primeiros álbuns foram lançados em 1981 e 1982, enquanto ele ainda estava no  Damned , apenas Revolution Now de 1989   e este novo esforço foram lançados. Não que seja totalmente culpa dele; este novo trabalho foi concluído há mais de dois anos – é horrível quando uma lenda com essa habilidade não consegue encontrar alguém disposto a lançar um álbum já gravado. No entanto, o bom capitão não nos falha e nunca falhou. Embora não seja tão forte quanto  Revolution Now , todos os seus habituais truques de guitarra neo-psicodélicos nostálgicos e idiotas e músicas pop surpreendentemente elaboradas estão no lugar e soam em 1993, apesar de sua pegadinha mais retrô até agora: " Damned"se este não for um álbum conceitual sobre um certo Geoffrey Brown, cuja tranqüila vida corporativa virou de pernas para o ar quando alienígenas agora extintos começam a deixar mensagens de alerta na tela de seu computador sobre nossa morte autoinfligida semelhante. O conceito é divertido, ouvindo para a esposa, colegas de trabalho e amigos de Brown abandoná-lo como um maluco apenas para que o governo reconheça seu valor no final. Combina dois temas sensatos comuns: nossos próprios impulsos autodestrutivos e o ostracismo de pessoas que vão contra as práticas aceitas e realmente ousam usar seus próprios cérebros; pode haver alguma outra mensagem positiva verdadeiramente duradoura dos dias punk supostamente (não realmente) niilistas (na verdade, muito divertidos) que músicas malucas como Sensible ajudaram a encontrar? E músicas chamativas como "Holiday in Meu Coração", "Rua da Vergonha,"e a faixa-título conquista seu afeto em algumas peças. O homem pode escrever - como seu amigo Robyn Hitchcock , só que de forma muito mais consistente e sem letras sem sentido, Sensible adora uma música pop, reconhece uma quando a ouve ou escreve uma, e tem 30 anos de ótimos riffs e estilos de músicas pop armazenados em seu cérebro para compor os seus próprios. Desde que  os magistrais  Strawberries  do Damned revelaram suas proezas, ele tem sido amado por aqueles que o conhecem: ele é um terço palhaço ridículo, um terço adorável excêntrico inglês incapaz de envelhecer e um terço (mal notado como resultado) grande artista. Sensible fez algumas das músicas mais felizes e divertidas de todos os tempos por um músico tão ridicularizado, e esta é outra joia ambiciosa, porém modesta, de uma verdadeira personalidade original.




Da Lata - Fabiola 2013

 

O grupo de fusão brasileiro Da Lata, com sede em Londres, estabeleceu-se muito antes de se tornar moda um ato de dança que citasse formas sul-americanas. Em 1992, os membros principais do grupo -  Christian Franck  e  Patrick Forge  - formaram  o Batu , que fez vários shows ao vivo e gravou algumas músicas para Big Cheeze em Paris e para o excelente Rebirth of Cool, Vol. 4. Após vários anos de inatividade do grupo, a dupla voltou a formar-se no verão de 1998 como Da Lata e convidou o percussionista português  Oli Savill  e a cantora brasileira Lilana Chachian para se juntarem à banda. Junto com uma longa lista de músicos de cordas, trompistas, vocalistas e percussionistas, Da Lata lançou  Songs From the Tin em 2000 na Palm. Interpretando respeitosamente os estilos musicais brasileiros a partir de sua perspectiva predominantemente da Europa Ocidental, Da Lata combinou a percussão ao vivo de Savill e os vocais brasileiros autênticos de Chachian com o  suave trabalho de guitarra de Franck e a produção de Forge. O álbum Remixes foi lançado dois anos depois, e seu sucessor, Serious, apareceu em 2003. 





PEROLAS DO ROCK N´ROLL

 

HARD BLUES - UNIVERSE - Universe



Esse álbum é extremamente bom e recomendado dessa banda que dizem ser da Inglaterra, mas que gravou o álbum na Noruega. Bom, não importa da onde for, a verdade é o que Hard Psicodélico/ Prog/ Blues é muito bom. O álbum foi o único dessa banda e só foram tiradas 300 cópias originais.. Pérola que foi esquecida no tempo, infelizmente. As músicas são em inglês e destaque para Twilight Winter e Cocaine.

MUSICA&SOM -P1

01 - Twilight Winter (6:34)
02 - Cocaine (6:38)
03 - Universe (3:28)
04 - Rolling (3:49)
05 - Spanish Feeling (10:24)
06 - The Annexe (6:12)
07 - Bleak House (2:47)
08 - Trac Four (1:03)

Mike Blance (vocals, keyboards)
Steve Finn (vocals, guitar, harmonica, piano
John Healan (vocals, bass guitar)
Mike Jones (vocals, guitar, slide guitar
Steve Keelev (vocals, drums, percussion)



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