terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Discografias Comentadas: Neurosis

 

Discografias Comentadas: Neurosis
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Da esq. para a dir.: Steve Von Till, Jason Roeder, Noah Landis, Scott Kelly e Dave Edwardson.

Regido pelas mentes peculiares da dupla Scott Kelly e Steve Von Till, o Neurosis à princípio não dava nenhum indício de que chegaria onde está hoje. A princípio, um híbrido completamente tosco de crust punk com hardcore e crossover thrash, seu som foi pouco a pouco absorvendo incontáveis elementos de gêneros musicais dos mais diversos. Tamanha importância e reconhecimento estão distribuídos em uma das discografias mais geniais e fascinantes da história da música pesada como um todo.

Meu papel hoje é não apenas analisar todos os seus discos. Meu trabalho aqui é também criar interesse nas pessoas que são fãs de música pesada mas ainda não se embrenharam pelos lados mais alternativos e experimentais da música extrema que, com total certeza, é o campo mais frutífero do heavy metal na atualidade. Sem maiores embromações, vamos aos discos.


3319273Pain of Mind [1987]

Definitivamente não comece a conhecer o Neurosis por aqui. Como citei anteriormente, a primeira fase da banda é completamente diferente do que fizeram em seu auge e pelo qual se tornariam reconhecidos. O que Pain of Mind traz é um som extremamente raivoso, calcado no crust punk e no hardcore/crossover. Scott Kelly vocifera as letras misantrópicas — única característica ainda presente na atualidade — com uma intensidade demente, enquanto o restante da banda executa seus instrumentos com uma pegada primitiva contagiante. Muitos fãs preferem pensar que este e o disco seguinte simplesmente não existem. Tremenda injustiça essa pois, apesar de não se compararem em qualidade com qualquer coisa que vieram a fazer no futuro, o conteúdo presente aqui é bom suficiente para não ser simplesmente relegado. Do tracklist, quero fazer menção a duas faixas em específico. A primeira delas é “Self-Taught Infection”. O timbre dos riffs nesta faixa seria uma espécie de padrão para o que fariam no futuro, transformando essa distorção de guitarra em sua marca registrada — pode compará-la com qualquer música de seus discos seguintes e comprovar o que estou dizendo –. A segunda menção é para “Black”. Destoando completamente do restante do registro, ela à princípio pode parecer apenas uma brincadeira à toa com o riff principal de “Simple Man” dos Lynyrd Skynyrd, mas que, mais para frente, demonstraria que as referências musicais da banda ultrapassam as barreiras do metal, indo até o folk. Interessante início de carreira que, apesar da péssima produção, mostra músicas de qualidade e uma banda com potencial inegável.


3659160The Word as Law [1990]

O som ainda é bastante agressivo e um tanto unidimensional, mas já nota-se uma tremenda evolução musical da estreia para este disco. A banda limou aquele excesso de tosquice do crust punk e, no seu lugar, adicionou bem vindas doses de post-hardcore e faixas mais cadenciadas, aumentando e muito a apreciação do registro, retirando aquela impressão de similaridade entre as faixas. Novamente, é até vergonhoso querer comparar este com seus registros seguintes, mesmo que ele apresente algumas faixas com ideias muito interessantes. “The Choice”, por exemplo, nos apresenta mais da dinâmica de trocas vocais entre Scott Kelly, de vocais mais rasgados, e Steve Von Till, com seu timbre grave característico. A produção sofreu uma melhora tremenda deste para o anterior. A própria banda se propôs a produzir o registro, dando mais polimento aos instrumentos e adicionando tons mais etéreos a algumas linhas de guitarra. Novamente, acho injustiça que este trabalho seja relegado por boa parte dos fãs do Neurosis. Os padrões de faixas post-hardcore mescladas à sujeira do sludge deste disco fez escola nas bandas subsequentes do estilo, enquadrando o conteúdo de The World as Law como um registro influente e precursor do desenvolvimento sonoro da banda.


12242Souls at Zero [1992]

Aqui a coisa começou a ficar séria. Mais desenvoltos e com muitas ideias e influências para colocar em seu som, o Neurosis foi na sede para os estúdios e saiu de lá com um petardo incrível e seu primeiro clássico. Muito mais bem resolvido e esteticamente mais bem elaborado, Souls At Zero são 70 minutos de músicas ambiciosas construídas por camadas e mais camadas de elementos musicais a serem desbravados pelos ouvintes. Algumas mudanças são fáceis de serem notadas. Temos aqui um disco com mais de uma hora e faixas que passam facilmente dos 8 minutos de duração. O extremo oposto da urgência dos dois primeiros registros. A longa duração das peças musicais, entretanto, é um fator que fica em segundo plano. A enormidade de influências estilísticas, indo do rock psicodélico ao sludge e música tribal, criam um panorama rico e, ao mesmo tempo, caótico. A bateria ritualística e seu ritmo hipnótico mesclam-se habilmente às guitarras dissonantes e ao baixo descomunal. Scott Kelly e Steve Von Till mostram seus desenvolvimentos profissionais aqui. Saem os berros gratuitos e vocais toscos para dar espaço a vocalizações agonizantes que estão ali por um propósito: dar vida às composições cheias de melancolia e niilismo do registro. A lírica do disco também merece um destaque à parte. Agressivas ao descreverem a desesperança quase misantrópica para com o mundo, ajudam a aumentar em muito a estética depressiva e atmosférica das faixas. O disco possui seus deslizes quanto à produção (à cargo de Bill Thompson), um tanto sem pegada e por vezes sem profundidade. Todavia, isso não diminui o tamanho do impacto e da importância para a pavimentação do gênero atmospheric sludge metal, talvez o mais proeminente em novas bandas atualmente. Se tivesse de indicar uma porta de entrada ao som do Neurosis, este seria o escolhido, tanto pelo caráter experimental mais brando, quanto pelas excelentes faixas que estão aqui registradas.


NR004Enemy of the Sun [1993]

Em seu quarto trabalho de estúdio — o último pelo selo Alternative Tentacles, o qual a banda rompeu relações após uma treta por direitos autorais com Jello Biafra –, a banda continuou arriscando artisticamente. Para ajudar a lapidar as ideias e colocar da maneira mais correta o som dos caras em um disco, recorreram ao renomado produtor Billy Anderson — que já tinha no currículo discos de peso, como Houdini, do Melvins e Sleep’s Holy Mountain, do Sleep –. Cito a produção pois é a característica que mais se sobressai logo nos primeiros segundos da introdução de “Lost”, a epopeica faixa de abertura do trabalho. Instrumentos com timbragem mais regulada, som mais cheio e na cara. Isso colabora e muito para atenuar a atmosfera pesada que já começava a ser trabalhada no disco anterior. Liricamente os temas permanecem inalterados. Letras sobre depressão e misantropia entoadas por vocais sofridos e angustiados. A diferença na utilização de elementos e instrumentos diversos mostra-se muito mais bem dosada e melhor incorporada às músicas aqui. “Raze The Stray” abre com cânticos e orquestrações dramáticas, que transmutam-se para uma torrente de riffs pesadíssimos e baixo cavalar. Enquanto muitas bandas usam em suas faixas trechos puramente orquestrais que não casam necessariamente com o metal, em Enemy of the Sun vemos o uso sábio destes elementos, sem que um sobressaia-se ao outro. Não pense, porém, que o disco traz alguma espécie de sofisticação ou que se trata de um disco sinfônico. São faixas densas, pesadas, em sua maioria de ritmo arrastado e que trazem referências claras dos pioneiros do sludge metal mais experimental, em especial a fase inicial do Melvins. O uso ostensivo de elementos de noise, samples e até drones em algumas passagens ajudam a intensificar o clima atmosférico do registro, onde isso fica bastante evidente nas faixas mais curtas, que servem mais como interlúdios entre uma peça mais longa e outra. O auge do disco é provavelmente “Cleanse”. É uma faixa completamente inesperada para um disco de heavy metal. Não há guitarras, baixos e vocais. Tribal e ritualística, temos uma longuíssima sessão de 15 minutos de pesadas percussões entrecortadas por throath singins, gemidos e grunhidos amedrontadores em uma composição que é pesada não por características de uma faixa de heavy metal, mas sim pela intensidade de sua atmosfera. De maneira concisa, Enemy of the Sun preparou o terreno para a consagração artística que seria o passo seguinte.


ThroughSilverinBloodThrough Silver in Blood [1996]

Em todos os sentidos, um disco definitivo. Após ensaiar e experimentar uma gama de possibilidades, obtendo em sua grande maioria resultados acima da média, o Neurosis, novamente em parceria com o produtor Billy Anderson e sob a tutela de uma nova gravadora, agora a Relapse Records, souberam exatamente o tipo de som que fariam para seu próximo passo. De certa maneira, houve uma mudança geral de abordagem em relação aos seus discos passados. A influência de folk tornou-se mais tímida. Em seu lugar, elementos industriais claramente vindos do Godflesh dominaram a sonoridade de Through Silver in Blood de uma forma avassaladora. O que já era ameaçador, desta vez tornou-se caótico e imersivo. Unem-se em um wall of sound riffs de guitarras distorcidos, linhas de baixo pulsantes e estrondosas, efeitos industriais e farto uso de white noise, preenchendo cada possível espaço da audição. As estruturas das músicas mudaram seu foco de maneira precisa e acertada. A bateria apresenta-se mais percussiva e menos óbvia, retirando influências de ritmos tribais e até por vezes empregando elementos que fazem-na mesclar-se aos efeitos industriais. Isso aumenta o senso de imersividade a níveis incríveis. A produção que Billy Anderson empregou é mais um dos pontos certeiros de um registro impecável. Colocando todos os instrumentos em um mesmo nível de volume, o resultado é um maior caráter atmosférico, sonoridade que ajudou a definir de vez os pilares para o crescente atmospheric sludge metal. Cada faixa do registro é uma surpresa, cada qual com suas particularidades e elementos próprios. Desde o caos apoteótico da faixa título à dramaticidade de sua principal faixa, “Locust Star“, provavelmente a mais conhecida da carreira do Neurosis, muito provavelmente por conta de sua execução no festival Ozzfest, o qual a banda declarou ter entrado para o setlist apenas para ter o prazer de tocar em um mesmo cast do Black Sabbath. Tenha em mente que é um disco deveras complexo de absorver em poucas audições. O disco necessita de calma e atenção para que todas as suas ideias sejam digeridas por completo. Seguindo esse conselho, duvido muito que não reconheça a verdadeira mudança de paradigmas que se criou após o lançamento deste disco, um dos mais importantes da história do heavy metal, sem medo de dizer nenhuma besteira.


Neurosis_Times-of-GraceTimes of Grace [1999]

Enquanto Through Silver in Blood presava pela sonoridade caótica, encorpada e lotada de elementos industriais que criavam um wall of sound cheio de peso e raiva, Times of Grace traz estes mesmos sentimentos de peso e raiva, mas com um foco sonoro ligeiramente diferente. Uma mudança significativa foi a troca de produtores. Sai Billy Anderson e entra a influente figura de Steve Albini, que ficaria responsável pela produção de todos os discos lançados pela banda daqui em diante. Talvez a palavra que melhor resume Times of Grace seja “organicidade”. Por ser um disco menos intenso nas colagens e efeitos industriais a lá Godflesh, as músicas tomaram um rumo mais palatável. Não que isso seja um fator que conte pontos a favor ou contra os discos anteriores, mas é uma mudança de abordagem muito interessante de se observar. Estão aqui provavelmente os riffs mais inspirados de toda a carreira da banda, tendo em vista que o foco dos trabalhos anteriores não era pela criação de riffs, mas pelas passagens atmosféricas de levadas mais post-rock. Por ser um disco mais equilibrado — entre o sludge mais clássico, o post-rock e o industrial atmosférico –, é talvez o que melhor apresenta todas as facetas sonoras já experimentadas pelo Neurosis em toda sua carreira. Há o lado mais pesado em “The Doorway”, dona de um riff arrasador, os famosos experimentos industriais em “Under the Surface” e as costumeiras longas faixas dramáticas, representada por “The Last You’ll Know”, composição que mostra de maneira sublime como criar um equilíbrio ideal entre o sombrio e o melódico, entre a fúria e a beleza — com um trecho de gaita de fole para arrematar tudo. É talvez o disco mais bem dosado e equilibrado, além de preferido por boa parte dos fãs do grupo e outra porta de entrada muito interessante para os trabalhos do Neurosis.

Curiosidade: Este disco foi planejado para ser ouvido simultaneamente a outro disco. O disco em questão é o Grace, lançado pelo projeto Tribes of Neurot, basicamente o mesmo time que compõe o Neurosis, mas que possuía um foco nos experimentos com ritmos tribais e dark ambient. A carreira do Tribes of Neurot é simultânea a alguns discos do Neurosis, à exemplo do disco Through Silver Transmission, lançado simultaneamente ao Through Silver in Blood. Porém, deixo o Tribes of Neurot como tema para uma futura matéria.


190A Sun That Never Sets [2001]

Na época de seu lançamento, foram vários os fãs que não receberam bem as mudanças sonoras propostas por este disco. Não foram necessários muitos anos, porém, para que fossem reconhecidas as inovações e qualidades mostradas neste que é um dos mais fascinantes discos lançados pela banda. O registro mantém a parceria com o produtor Steve Albini, que foi o responsável pela produção do Times of Grace. É difícil prever o quanto da mão de Albini há em A Sun That Never Sets, pois este é, certamente, o disco mais pessoal e introspectivo da discografia dos californianos. Apenas para dar um norte, Steve Von Till e Scott Kelly possuem carreiras solos exclusivamente focadas em música folk — que recomendo expressamente ambas, incluindo aí o disco de covers em homenagem ao lendário Townes Van Zandt. Essa predileção pelo estilo já era utilizada de longa data desde o primeiro disco, mas de forma muito mais tímida. No geral, as composições aqui apresentam um peso muito maior destas influências folk, deixando de lado quase que por completo as estruturas punk/hardcore. Ganhou-se, com isso, um teor atmosférico muito grande, em faixas cheias de nuances, beneficiadas pela utilizações mais intensas de instrumentos diversos, ao contrário da enorme massa sonora criada pelas distorções de guitarras e pelos samples e efeitos digitais. As faixas mais longas foram as mais beneficiadas por esta mudança estética. Se por um lado elas eram o grande desafio para ouvintes iniciantes, elas tornaram-se, agora, o maior atrativo do registro todo. O post-rock, outra influência mais que óbvia da banda, ganhou destaque absoluto, muito por conta do enfoque nas passagens instrumentais e longos devaneios acústicos e climáticos. O legado deixado por esta tomada de riscos foi ficando cada vez mais claro pela quantidade de bandas que utilizariam referências deste disco, e isto para o bem e para o mal. “From the Hill” e seu antagonismo entre vocais agonizantes e instrumental sutil, por exemplo, foi descaradamente copiada por toda e qualquer banda primária de sludge que se aventurou a desbravar os caminhos mais atmosféricos do estilo. “Stones from the Sky”, talvez a faixa mais lembrada do disco todo e ponto máximo do álbum, também serviu de influência para futuros músicos, sendo o Minsk os aprendizes mais bem sucedidos. Controverso em seus primeiros anos de vida, A Sun That Never Sets foi, aos poucos, ganhando status de cult entre fãs e crítica. No fim das contas, é outro acerto absurdo, mostrando que o quinteto ainda tinha capacidade criativa de sobra para colocar em suas obras.


3180852e53222b6482dc6859cc9e865cNeurosis & Jarboe [2003]

As expectativas para o encontro entre uma das bandas mais inquietas e uma das maiores vozes da música experimental moderna eram enormes. O resultado do encontro, porém, parece não corresponder completamente a tamanha expectativa. Colocando Neurosis & Jarboe frente à frente com os trabalhos anteriores tanto de um, quanto do outro, fica claro que é um registro menor na discografia de ambos. Apesar de trazer vários experimentos sonoros com drones e noise dos discos mais famosos da Jarboe — recomendo, para dar uma contextualizada, os discos Sacrificial Cake, de 1995, e Anhedoniac, de 1998 — junto da sonoridade mais reconhecida do Neurosis (riffs distorcidos, bateria criativa e passagens atmosféricas), a impressão que as faixas passam é de que, mesmo que a união de ideias tenha sido homogênea, o produto final acabou saindo apático e sem novidades suficientes. Jarboe mostra-se em ótima forma e entrega seu costumeiro vozeirão grave, cheio de cinismo e interpretações duras. Instrumentalmente também o disco é muito bem construído e bem produzido, com uma pegada pesada e clima industrial — talvez um dos méritos é o disco ser extremamente denso e opressivo –. O grande problema mesmo reside na qualidade geral das composições. Nenhuma apresenta novidades bombásticas ou trechos que tirem o fôlego do ouvinte. Entre músicas com potencial claro, mas mal desenvolvidas (“Within”) e outras que não sabem exatamente a que vieram (“Taker”), Neurosis & Jarboe acaba como um desempenho mediano, que não incomoda em momento algum, mas que mantém vívido no ouvinte a incômoda impressão de que “poderia ter sido melhor”.


41386The Eye of Every Storm [2004]

O ciclo básico de toda banda de rock é característico: ter um início ainda tímido, sem muitas qualidades, mas com potencial, desenvolver sua sonoridade até chegar em seu ápice criativo, experimentar com elementos distintos — por vezes, desagradando seus fãs –, até que, finalmente, você sinta a necessidade de retornar à suas origens, ao seu som mais característico e familiar. The Eye of Every Storm é uma espécie de retorno do Neurosis a sua sonoridade mais característica, depois de dois discos onde saíram sem medo de sua zona de conforto. Diferente do que se espera deste tipo de investida, ou seja, material reciclado e abaixo do esperado, o conteúdo de The Eye of Every Storm é absurdamente acima da média. Tanto é que crítica e público não furtam-se em coloca-lo no mesmo patamar de seus maiores clássicos. Não chego a considera-lo um álbum fantástico, tanto que é que raramente o escolho quanto pretendo ouvir algo da banda. Mesmo assim, sei reconhecer suas particularidades. De cara, nota-se um som mais esparso e que deixa o lado post-rock sobressair-se frente às texturas sludge. Noto muitas semelhanças com Souls at Zero, tanto no estilo das composições, com riffs menos densos e menor utilização de elementos industriais, quanto pela atmosfera de suspense que permeia todas as faixas do disco, beneficiada pela utilização de sintetizadores Moog em algumas faixas, dando um aspecto muito particular às composições. A influência folk do A Sun That Never Sets foi deixada quase que por completo de lado. O que se tem aqui são 70 minutos de um disco seguro de suas escolhas e uma banda afiada em sua execução prática. O único ponto que me chama a atenção negativamente é o desempenho vocal de Scott Kelly. Provavelmente para dar um tom mais dramático, seus vocais não raro mostram-se com um aspecto cansado e apático frente às boas composições do disco. Em suma, The Eye of Every Storm é outro êxito crítico da banda ao conseguir reunir em suas composições todos os aspectos mais característicos de sua sonoridade, com um resultado geral acima da média.


4d0e6914Given to the Rising [2007]

Em nenhum outro disco a banda soou mais post-rock quanto aqui. Apesar das intensas características do estilo nos discos anteriores, vemos aqui composições descaradamente post-rock em essência e que caberiam sem maiores dificuldades em um disco do Isis, por exemplo. E isto não é um fator negativo, pois apesar de claramente a banda focar suas composições no peso e agressividade do sludge, algumas de suas composições mais célebres também apresentam um equilíbrio — em alguns casos, um domínio completo — do post-rock frente às guitarras pesadas e a brutalidade e frieza do industrial. A gravação do registro dosou melhor aquele som mais esparso do registro antecessor, dando mais destaque ao baixo de Dave Edwardson e às timbragens mais limpas de guitarras, cabendo a Noah Landis preencher os espaços das músicas com elementos de dark ambient. Apesar de estar longe da performance e faceta mais folk de A Sun That Never Sets, é com aquele disco que este aqui guarda suas boas semelhanças. “Fear and Sickness”, por exemplo, empresta traços daquela sonoridade mais melancólica para sua estrutura, obtendo resultados muito agradáveis de se acompanhar. “To the Wind”, por sua vez, vai sem dó no lado post-rock em uma faixa com passagens de sintetizadores estupendas e um clima contemplativo muito interessante — uma faixa que poderia ser enquadrada sem maiores cerimônias como uma balada, mesmo com seus contornos agressivos no meio da faixa –. Scott Kelly dessa vez convence novamente com vocais mais firmes e melhor orientados aos contornos mais contemplativos das faixas, ao contrário do que demonstrou no disco anterior. Seja por qual motivo bizarro que seja, Given to the Rising não angaria carinho semelhante quanto seus discos mais clássicos. É um disco muito acima da média, longe de ser um clássico, mas que novamente mostra que a banda ainda estava disposta a arriscar fora dos limites musicais por eles próprios impostos.


neurosis-honor-found-in-decay-cover-artHonor Found in Decay [2012]

Aconteceria uma hora ou outra, isso era fato. Depois de discos praticamente irretocáveis, algum deslize seria cometido em algum momento. Não que Honor Found in Decay seja horrível ou que não mereça grandes atenções. É um bom registro, tem seus bons momentos, mas fica apenas nisso: entrega um material competente, mas que não empolga o suficiente para ficar marcado na memória do ouvinte. Há um retorno muito perspicaz de sonoridades mais sombrias produzidas por efeitos industriais e riffs mais distorcidos. Steve Albini novamente traz sua habilidade na produção, entregando talvez um dos resultados mais concisos se comparado aos trabalhos anteriores em que assumiu a produção. Se fosse para comparar com algum álbum anterior — mesmo que fazer isso seja um erro –, diria que sua sonoridade se encontra entre o Times of Grace e o Enemy of the Sun, mas com algumas diferenças importantes. Primeira delas: falta pegada à grande parte do disco. Por mais que as estruturas sejam familiares a quem já passou pela audição dos álbuns anteriores até este aqui, é notável que as músicas carecem de certa profundidade, e isto é um problema unica e exclusivamente da qualidade geral das composições. Por esse motivo, ouvir as características longas composições de mais de 10 minutos passou de uma experiência única ou, por vezes, contemplativa, para uma experiência enfadonha ou até mesmo entendiante. Os bons momentos ficam por conta das faixas que vão mais diretamente ao ponto, caso de “We All Rage in Gold”, ótima composição sludge com a singular habilidade da banda para criar faixas melancólicas. “Bleeding the Pigs”, por sua vez, possui todo um clima dark space — se é que isso realmente existe — em uma faixa muito agradável de se apreciar. O restante apresenta tudo aquilo que um fã de Neurosis esperaria da banda, mas de maneira um tanto apagada e por vezes previsível demais. Bom registro, mas que deve ser uma de suas últimas escolhas na hora de conhecer mais a fundo a discografia dos californianos.

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Michael James - Runaway World (1978)

 


O LP "Runaway World" (ASI) de Michael James, lançado localmente em 1978, reuniu muitos admiradores entre os aficionados do rock psicológico e hard rock não-mainstream nos últimos anos.

Michael ainda está ativo na cena musical de Minnesota, mas encontrou tempo para discutir sua carreira e o álbum de 1978 em particular quando fizemos contato há alguns meses.

P: “Runaway World” foi sua primeira sessão de gravação ou foi um trabalho anterior? Você já esteve em bandas antes?

MICHAEL JAMES: Eu fui guitarrista do Grasshoppers depois que eles lançaram seus 40 maiores sucessos, como "Sugar & Spice". Eles queriam acompanhar os sons pesados ​​que dominavam os anos 70. Também toquei com uma banda cover de acid rock local (Minnesota) chamada "Inner Sanctum", onde escrevi meia dúzia de músicas originais que fizemos, incluindo "She's Got You" e "Thank You Ted". Runaway World foi minha primeira gravação de estúdio real, caso contrário, usamos Teacs de 8 canais com bobinas de 10 polegadas para gravar demos e nos preparar para o estúdio.

P: Houve algum disco lançado do período do Inner Sanctum?

MICHAEL: Não há gravações oficiais, mas tenho vários rolos de 10 polegadas com outras versões de “Runaway World” e muitas músicas não utilizadas e esquetes cômicos abrangendo 15 anos e todas as três bandas dos anos 70 e 80. Estamos tentando encontrar uma máquina que possa reproduzi-los e a meia faixa original de "Runaway World". Quando começarmos a gravar os novos CDs, voltaremos a descobrir tudo isso. Também tenho histórias de ficção científica que escrevi e tive 2 editoras interessadas em um livro de 3 histórias intitulado "Children Of The Risk"! Eles queriam que eu reformatasse as histórias e as submetesse novamente, mas um divórcio e outros empreendimentos me desviaram do caminho. Temos um estudante universitário trabalhando para colocá-los todos juntos (eles estão em um antigo programa de processamento de texto e saem todos juntos, então é um projeto de vários meses) e provavelmente nos publicaremos e procuraremos um livro (s).

P: O LP “Runaway World” é um trabalho elaborado que parece ter passado algum tempo e $$$ investido nele. Como isso aconteceu e quais foram as circunstâncias em que o LP foi feito?

MICHAEL: Um amigo (Rick Dwinnell) gostava muito de controlar o som ao vivo e em gravações, e ele se tornou nosso "Tech Master". Meu primo (Bob Berg) adorava acid rock e tinha dinheiro, então se tornou nosso produtor. O baterista, baixista e tecladista eram amigos da banda "Natural Life" também do selo ASI. Eu escrevi (metade eram músicas que estávamos fazendo e a outra metade eram novas) e praticamos as gravações o dia todo (e muitas vezes à noite) durante 6 meses para ficarmos prontos. O tempo real de estúdio foi de 1 semana! 95% das pistas são de primeira e única corrida. A mixagem demorou mais, como sempre.

P: Você tocou ao vivo nessa época? Algum material do LP foi tocado?

MICHAEL: Principalmente apresentações em festas ou bares com "Inner Sanctum" e depois com a popular banda cover de hard rock "City Knights".

P: As referências à “Guatemala” no LP são um pouco intrigantes... algo que possa ser esclarecido hoje?

MICHAEL: Além de ser outro país onde o governo e as corporações dos EUA ferraram, precisávamos de um lugar indescritível, exótico e erótico para basear nossas operações falsas de rádio/publicidade e extrair nossa erva, etc...

P: “Sleepers” é uma faixa interessante com efeitos psicodélicos – algum comentário específico sobre ela?

MICHAEL: Sim, eles ainda precisam acordar! Ainda hoje escrevo sobre isso.....

P: Outra ótima faixa é a de encerramento “Listen, freedom is at hand” – sobre o que fala a letra? Alguma outra opinião sobre isso?

MICHAEL: As pessoas tendem a não gostar da minha resposta a isso, mas é uma canção espiritual sobre uma “experiência de quase morte”.

P: Alguma outra faixa do LP que você gostaria de comentar? Como você se sente em relação ao álbum hoje?

MICHAEL: Acho que a música que mais gosto hoje e que ainda toco de forma atualizada é "You Don't Walk On My Street". Ainda é um clássico do rock para muitos fãs e para mim.

P: O LP tem uma capa legal; você poderia dizer algo sobre isso?

MICHAEL: Meu pai era jornalista e depois fotógrafo publicitário e tirava todas as fotos (uma sessão de 10 horas, ele era tão perfeccionista!). Foram necessárias 7 sobreposições para a frente e 3 para as costas. O planeta é uma bola branca untada e a nave é um "spray de desodorante Arid", uma lâmpada circular de cozinha e um alto-falante JBL de 12" do meu amplificador "Fender Twin Reverb".

P: Quantas cópias foram impressas e como o LP foi distribuído? Você o promoveu de alguma forma?

MICHAEL: Eu fiz 1000 e várias estações tocaram cortes em MN. Também o tivemos em vários "Head Shops" locais. Não sei exatamente quantos ASI foram feitos e distribuídos, mas acreditamos que foram em pelo menos 16 cidades. Ouvi de pessoas em vários outros países que ele chegou e de várias estações que o tocaram. Processamos a ASI e ganhamos, mas o banco alegou "compensação" e não pudemos retirar dinheiro deles. O proprietário morreu alguns anos depois e a empresa faliu, então nunca saberemos.

P: O LP recebeu algum reconhecimento na época do lançamento? Houve alguma cobertura da mídia?

MICHAEL: Cobertura local limitada, diferente da que a ASI poderia ter feito em outros lugares. Ele era um filho da puta barato.....

P: Quais você diria que foram suas maiores influências na época de “Runaway World”?

MICHAEL: The Moody Blues, Santana, Captain Beyond, The Litter, The Amboy Dukes, Jefferson Airplane, Jimi Hendrix, Deep Purple, Iggy Pop, etc...

P: Você trabalhou em tempo integral como músico profissional?

MICHAEL: De vez em quando, tanto quanto possível, geralmente era o desejo de mais equipamentos do que as bandas ou do que eu podia pagar que me levava a outro emprego quando fazia trabalhos externos.

P: Você poderia dizer algo sobre sua carreira musical e trabalho durante as décadas de 1980 e 1990?

MICHAEL: Eu toquei com uma banda de bar chamada "City Knights", escrevi várias músicas, gravei uma fita solo em meados dos anos 80 como "Michael James" pouco antes dos CDs decolarem.

P: Quais são suas atividades atuais na música?

MICHAEL: Sou CEO da Empath Records Inc e tenho uma banda chamada “Children Of The Risk”. Meu irmão está cuidando da distribuição e estamos trabalhando com um novo “Tech Head” que também se apresentará ao vivo conosco quando terminarmos a gravação. Temos demos de 16 bits lançadas agora e estaremos gravando 2 novos CDs (1 com Children Of The Risk e 1 com Michael Yonkers da SubPop) a partir de agosto de 2004, quando recebermos nosso novo "Alienware" Pro Digital Studio. Temos alguns sites populares de download de MP3 e algumas gravadoras aguardando nosso “próximo nível”. Também estamos pensando em gravar LPs no próximo ano, mas precisamos fazer a nova gravação e lançar os próximos CDs primeiro.



Futuro Antico - Live [unreleased]

 


FUTURO ANTICO foi uma curta colaboração fundada na Itália, entre Walter Maioli e Riccardo Sinigaglia, traçada logo após a saída de Maioli da banda clássica e artística AKTULA. Além destes dois artistas, mais três músicos (da Índia e de África) tocaram ou foram convidados, sendo Gabin Dabiré ele próprio um titã da experimentação e interpretação instrumental, Kala e Oiseau figurando como percussionistas.

Os três artistas principais têm maioritariamente experiência em diferentes atitudes e aptidões musicais, apesar de a sua colaboração trazer à tona alguns interesses musicais comuns (poderosamente alcançados) em vez de combinar a diversidade numa linguagem de sentido habitual. Walter Maioli é o multi-instrumentista experiente, com estudos particulares em música e suas origens, acústica e seus movimentos arquetípicos ou psicodélicos, natureza e sua riqueza sonora vívida - e assim por diante. Riccardo Sinigaglia é o tocador eletrônico, há muito tempo experimentando desde óperas até interferências. Gabin Dabiré finalmente agrega seus talentos cantores, percussivos e tradicionais. A instrumentalidade evolui em conformidade, desde os mais antigos truques de sintetizadores e processadores até aos conjuntos únicos de instrumentos naturais étnicos.

A banda viveu pouco tempo principalmente por causa de um interesse insignificante da gravadora. Maioli produziu apenas 350 cópias do álbum original e, dez anos depois, um relançamento de mais 1000 (um bootleg ilegal do material que apareceu do nada, no meio). Em comparação com o AKTULA, o segundo parece ser um vencedor em sabor, conceito e popularidade.

FUTURO ANTICO deixou, no entanto, um precioso fruto da música, baseado principalmente num aproveitamento superior das expressões e dos valores experimentais, além de centrado numa essência subtil e misteriosa, culminando maioritariamente no campo da electrónica, da world music (tendo um carácter artístico e conotação étnica, não uma simples conotação ambiental ou visionária), meditações tipo raga e estética sonora psicodélica. Até hoje, seu obscuro "D'ai primitivi all'elettronica" pode ser considerado uma mistura eclética de composição, começando acústica e técnica, natural e cósmica, crenças de expressão mínimas, mas exaustivas, e persistindo no espaço da música eletrônica (embora não inteiramente), a atmosfera e a influência da música mundial, a exploração savant da som-acústica ou, por último, mas definitivamente não menos importante, na relação meditada com sentimentos, cultura(s) e convencionalismos sendo dobrados (este último, é claro, devidamente ligado com a vanguarda). -garde, mas também com as novas descobertas da música).

25 anos depois de seu projeto ter resistido, FUTURO ANTICO gravou um material intitulado "Intonazioni Archetipe", rico na mesma marca que foi moldada artisticamente em 1980.




Pere Ubu with Sarah Jane Morris - Long Live Pere Ubu (2009)

 

Este álbum é a peça central de um projeto, há dois anos em andamento, que é uma adaptação da peça Absurdista que deu nome à banda - "Ubu Roi" (Rei Ubu) de Alfred Jarry. As canções são a espinha dorsal de uma produção teatral, "Bring Me The Head Of Ubu Roi", que estreou em 2008 durante dois dias no prestigioso Queen Elizabeth Hall de Londres. A Radio Play foi gravada como um storyboard de áudio para um filme proposto por The Brothers Quay, que criou animações para a produção teatral.

"Ubu Roi" estreou em Paris em 1896, provocando tumultos no teatro e um escândalo nacional. Foi banido após apenas duas apresentações. A história foi uma recontagem de "Macbeth" de Shakespeare e é uma sátira cruel do estado inchado e corrupto da Europa pré-Primeira Guerra Mundial.

“Brutal, sem charme e sem resgatar valores, este é um álbum para os nossos tempos”, diz o fundador do Pere Ubu, David Thomas. “É, na verdade, o único disco punk feito nos últimos 30 anos.”

"Viva Padre Ubu!" não é música de fundo. Não é uma música “divertida”. É um desafio intelectual e conceitual e tão cruelmente satírico quanto o original de Jarry. “Se você não vai ouvir isso com o mesmo esforço que dedicaria a um romance literário, você está perdendo seu tempo”, diz Thomas. "Já passou da hora de o rock crescer e superar os chavões afetados ou a hipocrisia de Tom Joad que passa por uma reflexão séria. Todos saudam a sobrevivência dos Inaptos!"

Cada momento do som foi cuidadosamente elaborado como uma voz narrativa por direito próprio, de acordo com os métodos de gravação hiper-naturalistas™ de Thomas. Por mais de uma década, trabalhando em parceria com o engenheiro Paul Hamann, Thomas acumulou uma série de “junk-o-phones” para substituir microfones de estúdio. Isso inclui alto-falantes recuperados de dispositivos quebrados, caixas de madeira, buzinas de metal, painéis de vidro e até portas, conectadas a aparelhos eletrônicos especializados, também recuperados de náufragos.

David Thomas, claro, é a voz de Père Ubu. Sarah Jane Morris (Communards, Happy End) foi recrutada para cantar o papel de Mère Ubu. O técnico de som de Pere Ubu, Gagarin, um artista de música ambiente eletrônica por direito próprio, é convidado do álbum e se junta à banda no palco. O resto da banda, inalterado desde o último álbum de estúdio, Why I Hate Women, canta outros papéis. Eles são Keith Moliné na guitarra; Robert Wheeler no sintetizador EML, theremin; Michele Temple no baixo; e Steve Mehlman na bateria.

"Viva Padre Ubu!" e trechos selecionados estão disponíveis para download digital na "loja" online da própria Pere Ubu - listenpen.com, que é operada em parceria com a Smog Veil. O cd é um lançamento da Hearpen Records (HR149) nos EUA.

Cooking Vinyl lançou simultaneamente no resto do mundo.




POEMAS CANTADOS DE CAETANO VELOSO


 

Estou Triste

Caetano Veloso

Estou Triste
Caetano Veloso

Estou triste, tão triste
Estou muito triste
Por que será que existe o que quer que seja?

O meu lábio não diz
O meu gesto não faz
Eu me sinto vazio e ainda assim farto
Estou triste, tão triste
E o lugar mais frio do Rio é o meu quarto
Estou triste, tão triste
Estou muito triste
Por que será que existe o que quer que seja?

O meu lábio não diz
O meu gesto não faz
Eu me sinto vazio e ainda assim farto
Estou triste, tão triste
E o lugar mais frio do Rio é o meu quarto


Estrada da Vida

Caetano Veloso

Estrada da Vida
Caetano Veloso

Nesta longa estrada da vida,
vou correndo e não posso parar.
Na esperança de ser campeão,
alcançando o primeiro lugar,
Na esperança de ser campeão,
alcançando o primeiro lugar.

Mas o tempo cercou minha estrada
e o cansaço me dominou
minhas vistas se escureceram
e o final da corrida chegou.

Este é o exemplo da vida,
para quem não quer compreender:
Nós devemos ser o que somos,
ter aquilo que bem merecer.
Nós devemos ser o que somos,
ter aquilo que bem merecer.

Mas o tempo cercou minha estrada
e o cansaço me dominou
minhas vistas se escureceram
e o final desta vida chegou.



Classic Rock - Curiosidades - Em 02/01/1985: Legião Urbana lança o seu álbum de estreia


 Em 02/01/1985: Legião Urbana lança o seu álbum de estreia.

Legião Urbana é o álbum de estreia da banda de rock brasileira legião urbana, foi lançado em 2 de janeiro de 1985, pela EMI Music.
O disco foi gravado entre outubro a dezembro de 1984, e gravado por Amaro Moço como disco de vinil. "Será", "Geração Coca-Cola" e "Ainda É Cedo" puxaram a boa vendagem do álbum e se tornaram alguns dos grandes sucessos da rádio brasileira. Os desenhos do
encarte foram feitos pelo baterista Marcelo Bonfá e as fotos são de Maurício Valladares. Para divulgação do disco, "Será" foi escolhida como primeira música de trabalho, e um vídeo clipe foi feita para ela, gravado entre os dias 25, 26 e 27 de maio de 1985 na casa noturna Rose Bom Bom, em São Paulo, com direção
de Toniko Melo. Toda as faixas exceto
"Por Enquanto" já estavam prontas antes das sessões de gravação do disco.
Legião Urbana vendeu 550.000 cópias e foi classificado na 40ª posição na lista dos 100 maiores discos da música brasileira pela
Rolling Stone Brasil.
Faixas : Edição regular :
Lado 1 :
1. "Será" : 2:30 ,
2. "A Dança" : 4:01
3. "Petróleo do Futuro" : 3:02
4. "Ainda É Cedo" : 3:57
5. "Perdidos no Espaço" : 2:57
6. "Geração Coca-Cola" : 2:22
Lado 2 :
7. "O Reggae" : 3:33 ,
8. "Baader-Meinhof Blues" : 3:27
9. "Soldados" : 4:50 ,
10. "Teorema" : 3:06
11. "Por Enquanto" : 3:16
Duração total : 37:09.
Créditos Legião Urbana:
Renato Russo - voz, violão e teclados
Dado Villa-Lobos - guitarras e violão
Renato Rocha - contrabaixo
Marcelo Bonfá - bateria, percussão e Glockenspiel
Ricardo Leite - capa.



Destaque

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