sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Teca & Ricardo ‎– Musique Et Chants Du Brésil 1 (1974)

 Dupla formada por Teca Calazans e Ricardo Villas, na França. Atuou no cenário artístico de 1971 a 1981. Apresentou-se em diversos países europeus. Gravou os LPs “Musiques et chantes du Brésil”, “Caminho das águas”, “Cadê o povo?”, “Desafio de viola”, com Leonardo Ribeiro e “Jardin exotique”. Este último incluiu a faixa “Tive sim”, de Cartola, com a participação do compositor na gravação. Em 1979, a dupla voltou para o Brasil, lançando, no início dos anos 1980, os LPs “Povo daqui” e “Eu não sou dois”. Em 1996, foi lançada a coletânea “Best of Teca & Ricardo”. 

teca & ricardo

Disco lançado pelo selo francês Moshé-Naim em 1974

Tracklist & Hide Credits

A1Senhor Piloto

Adapted By – Teca CalazansElectric Guitar, Percussion – Nelson AngeloGuitar, Percussion – Ricardo VilasPiano, Percussion – NovelliWritten By – Traditional

1:50
A2Ligado

Bass Guitar – Georges Augier De MoussacDrums, Percussion – Coaty De OliveiraElectric Guitar – Nelson AngeloGuitar, Written-By – Ricardo VilasPercussion, Music By – Teca CalazansPiano – Novelli

3:19
A3Limoeiro

Drums, Percussion – Coaty De OliveiraElectric Guitar – Nelson AngeloFlute – Henry (21)Guitar [10-string], Music By – Teca CalazansGuitar, Arranged By, Lyrics By – Ricardo VilasPiano – Novelli

4:05
A4Nau Catarineta

Adapted By – Teca CalazansDouble Bass – NovelliElectric Guitar [Solo] – Murillo AlencarFlute – Henry (21)Guitar, Arranged By – Ricardo VilasWritten By – Traditional

5:05
A5Circo Do Horror

Bass Guitar – Georges Augier De MoussacDrums, Percussion – Coaty De OliveiraFlute – Henry (21)Guitar [10-string] – Teca CalazansGuitar, Written-By, Arranged By – Ricardo VilasPiano – Fernando Martins

4:20
B1Celeniel

Double Bass – NovelliDrums, Percussion – Coaty De OliveiraFlute – Henry (21)Guitar, Arranged By – Nelson AngeloPiano – Fernando MartinsWritten-By – Ricardo Vilas

5:21
B2Cirandas

Adapted By – Teca CalazansGuitar [10-string], Percussion – Nelson AngeloGuitar, Percussion – Ricardo VilasPercussion – NovelliWritten By – Traditional

3:48
B3Coco Verde

Bass Guitar – Georges Augier De MoussacGuitar – Nelson AngeloGuitar [10-string], Percussion, Music By – Teca CalazansGuitar, Percussion, Lyrics By, Arranged By – Ricardo Vilas

4:52
B4Casamento

Bass Guitar – Georges Augier De MoussacDrums, Percussion – Coaty De OliveiraElectric Guitar – Nelson AngeloFlute – Henry (21)Guitar, Lyrics By, Arranged By – Ricardo VilasMusic By – Teca Calazans

2:35
B5Abre A Porta Pedro (O Destino)

Arranged By – Nelson AngeloGuitar [10-string] – NovelliGuitar, Lyrics By – Ricardo VilasMusic By – Teca Calazans

2:38

Credits

Eu sempre procurava esse disco por saber das participações dos super músicos Nelson Angelo e Novelli de quem são muito fã e nunca encontrava pra baixar. Demorei mas consegui já fazem alguns meses e valeu a espera a procura, o disco tem uma sonoridade muito rica entre o folk psych, toques nordestinos e jazzísticos com belas canções.


MUSICA&SOM


Não tem nenhuma faixa do disco no youtube então posto uma de um  disco posterior a esse que também é muito bom e tem o Naná Vasconcelos na percussão.



DE Under Review Copy (BLACKFEATHER)

BLACKFEATHER

 Os Blackfeather foram oriundos de S. João da Talha, Sacavém, tendo surgido no início de 1997, sob a designação de Cruelty, uma banda de death metal surgida em 1997. Cerca de um ano depois, face a uma mudança de estilo que os levaria para ondas mais próximos do doom e gothic-metal, decidiram passar a designar-se por Blackfeather. Pela mesma altura ocorreram outras mudanças: Pedro Domingues deixa de ser guitarrista, assumindo as teclas e o lugar de guitarrista deixado vago foi ocupado por um novo membro, Marco Gaspar. Mais tarde, em 1999, já após a gravação da primeira demo, Pedro Domingues abandonará o grupo, sendo substituído por Vasco Pego. Os Blackfeather fizeram-se aos palcos desde cedo, quer participando em concursos, quer actuando por sua livre iniciativa individual. Das suas actuações mais relevantes poder-se-á apontar as passagens pelos palcos do Festival de Música Moderna de Loures e no Tocabrir. O ano de 2000 fica também marcado pela construção de uma sala de ensaios própria. Durante este período a banda teve ainda tempo para participar num CD de tributo aos Motorhead. Em 2001, entre Julho e Novembro, o colectivo regista a nova maqueta, intitulada "Dreaming In The Vastness Found", nos Estúdios STS,. Nessa altura eram formados por Luís Nunes (voz), Vasco Pego (teclas), Sérgio Sousa (guitarra), Marco Gaspar (guitarra), João Clemente (baixo) e Miguel Martinho (bateria). Após a divulgação do trabalho, o vocalista Luís Nunes cede o lugar a Luís Deus.


DISCOGRAFIA

 
BLACKFEATHER [CDR, Edição de Autor, 1999]
DREAMING IN THE VASTNESS FOUND [CDR, Edição de Autor, 2002]

COMPILAÇÕES

 
PROMÚSICA 53 [CD, Promúsica, 2001] 

 
TOCABRIR 2001 [CD, Câmara Municipal de Lisboa, 2001]





The songs of my life

 FOREVER YOUNG - ALPHAVILLE

Música de 1984 da banda alemã Alphaville. Escrito por Bernhard Lloyd, Marian Gold e Frank Mertens para o álbum de estreia Forever Young e lançado como single ao lado do tema Welcome To The Sun.


HOLYANNA - TOTO

Música de 1985 da banda americana Toto. Escrito por David Paich e Jeff Porcaro para o álbum Isolation e lançado como single junto ao tema Mr. Friendly. O videoclipe é estrelado pela atriz americana Alice Adair ( Carla Cappoletti em Corrupção em Miami e Jan Bogomil no Superdetetive em Hollywood II).



ALBUM DE ROCK PROGRESSIVO

 

Arturo Meza - Sin Título (1987)


Mais um álbum descontinuado que trazemos em nossa seção de rock mexicano, e continuamos com a obra perdida do grande Arturo Meza. A união perfeita do "rock rock" mexicano (baseado principalmente na guitarra e na voz no estilo cantor e compositor, mas no estilo Tanguito) e a música de Charly García, Spìnetta, Bob Dylan e Leonard Cohen junto com as letras mais poéticas e comprometidas . É assim que vamos entrar no último rock mexicano e continuar com o mesmo tema na próxima semana. E começamos a terminar mais uma semana com pura música e vontade de quebrar bolas...

Artista: Arturo Meza
Álbum: Sem título
Ano: 1987
Gênero: Rock rock / Rock progressivo
Duração: 34:42
Nacionalidade: México



Vamos contar um pouco mais já que esse artista é um ilustre desconhecido em muitos lugares, até no México. As influências da obra de Meza podem ser divididas em duas: musicais e literárias pelo motivo citado. A base musical de seu trabalho é popular -voz, vários tipos de guitarras e sintetizadores- embora tenha se aventurado na composição de música sinfônica executada com sintetizadores. Dada a extensa obra publicada por Meza e a variedade de influências e ritmos em que se aventurou, podemos traçar as linhas gerais de influência: a chamada canção de autor, com influências de Charly García - que fez dois covers -, Spìnetta , Bob Dylan, Leonard Cohen, Jaime López, Rafael Catana, Gerardo Enciso - contemporâneo destes três últimos -; uma forte influência progressiva devido à inclusão permanente de sintetizadores e arranjos de tipo sinfônico em grande parte de suas canções.
Sem título, foi gravada por Arturo Meza em 1987 e nunca foi feita uma edição em CD ou pelo menos nunca soube de uma, para não mudar Meza era o produtor, compositor, intérprete e quase o único músico, além disso naquela época ele foi ao "Chopo" para vender ele mesmo os discos.
Aqui está um exemplo do talento deste músico michoacano para fazer músicas, todas as músicas que compõem o álbum são de excelente qualidade, foi gravado na Cidade do México entre 1986 e 1987, os textos e a música são de Meza e ele toca todas as músicas, instrumentos, exceto percussão.
Ariel Martinez

Por outro lado, nas suas cartas e obra literária inclui a inclusão de elementos de tipo indígena e "mexicanista" e por outro lado a tradição mitológica medieval e europeia da qual retira vários simbolismos e metáforas. A sua obra condensa influências igualmente variadas e a sua poética é a essência das suas canções pela riqueza de imagens e metáforas que inclui.
No rock mexicano, vários grupos têm ocupado um lugar consagrado na música, sendo baluartes pela sua qualidade artística em álbuns ou palcos. Dezenas de grupos e solistas vêm à mente para serem colocados no pedestal, principalmente aqueles que tiveram maior valor mediático na televisão ou na rádio e que souberam conquistar o público que, expectante, mantém os ouvidos atentos.
Dentro do campo musical também existem artistas que conseguiram se posicionar longe dos holofotes da mídia para serem, como mitos ou lendas, reconhecidos apenas de voz em voz e de palco em palco. Grupos que gravaram seu nome em ouro e que colocaram o rock mexicano -seja lá o que isso signifique-, além das fronteiras que o dividem.
Arturo Meza é um deles; músico, poeta e compositor independente, natural de Tocumbo, Michoacán, localidade de pescadores, nascido em 1956. Possui 33 discos e 23 livros, destacando-se pela musicalização de poemas de Rubén Darío, Jorge Luis Borges, Mario Santiago Papasquiaro, Julian Herbert, Nezahualcóyotl, Denise Levertov, entre outros, e enquadrados no que Rockdrigo González popularizou como Rock Rock, onde a guitarra, a gaita e a voz bastam para captar os sentidos. No entanto, limitar a categoria musical de Arturo Meza é complicado, dada a sua experimentação com sons e instrumentos que dão um tom único a cada um dos álbuns que produz, cuja diversidade vai do folk ao blues, da música tradicional mexicana à sinfónica e um longo etc. , dos quais os mais notáveis ​​​​são Não vamos sair sem mar (1984), Sem título (1987), A Balada de Galaver (1993), Descalços ao Paraíso (1996), Criando Cuervos (1996), Borges: Tributo ao centenário de seu nascimento (1999), 33 deste mês (2001) e Scarlet Music (2007).
No campo musical também há ultrajes, dizem, cometidos contra aqueles que, sem muito alarido, se lançam na aventura musical independente que só um pequeno sector consegue apreciar em bares, cantinas, museus ou eventos culturais aqui ou ali. E é verdade que estes artistas, abrigados entre becos e esgotos, não procuram nada mais do que fazer música, distanciados por si próprios da indústria totalizadora.
Arturo Meza é, e será, uma referência da música mexicana, o poeta do nada que explode em vinis, cassetes, CDs e iPods, deixando claro que, além do tempo e das gerações que fluem, continua deixando sua marca no recantos, esquinas e avenidas onde você pode ser ouvido.
David Álvarez


Musicou textos de François_Villon, Rubén Darío, Jorge Luis Borges, Denise Levertov, Nezahualcoyotl, Boanergés de Magdaló, Luis G. Franco, William Blake, Mario Santiago Papasquiaro, Margarito Cuéllar, José Eugenio Sánchez e Arnulfo Vigil.
Sua prosa é influenciada principalmente pelo realismo mágico e pelo romance mexicano do início do século XX. Na maioria de seus textos ele utiliza um modo discursivo das classes populares, escrito com pronúncia literal. Colaborou com os músicos José Luis Fernández Ledezma, Germán Bringas, Julio Sandoval, Octavio Patiño "Blu", Carmen Leñero, Eblén Macari, José Luís Almeida, Emiliano Marentes, Alberto Herr, Juan Wolfgang Cruz, Armando Nava-Loya, Jaime Moreno Villarreal, Maja Rustige, Marisa de Lille, Germán Bringas, Pedro Tello, Jorge Reyes, Félix Betanzos, Adriana Calleja, Víctor Manuel Corral, entre outros.
 
"Sintítulo" é o primeiro grande álbum de Arturo Meza, no qual ele mostra plenamente o seu talento como destacado músico, compositor e letrista de rock. Os seus trabalhos anteriores, também destacados, foram orientados para a fusão da música folclórica com poemas musicais (em “Não vamos sair sem mar”) e música experimental, vanguardista e totalmente instrumental (em “Suite Koradi”). O álbum, como todos os seus trabalhos, foi publicado de forma independente, principalmente porque só assim ele poderia desfrutar de plena liberdade criativa com sua música, sem se submeter às diretrizes ou padrões daqueles executivos, que começavam a ver o rock em espanhol como um bom negócio e que. eles procuravam nele um produto lucrativo e comercial. Aqui Arturo se reinventa novamente e nos dá oito músicas, cheias de desolação, solidão, críticas à sociedade e ao nosso sistema, na busca de ampliar os limites da música até então concebida na cena underground; algo distinto em grande parte do trabalho do artista.
Dentro desta crítica ao sistema, nem mesmo a religião católica se salva, como nos canta em “Pandilla de carniceros”. Sob esses sintetizadores que emulam coros eclesiásticos, acompanhado de seu violão, ele denuncia os crimes cometidos pela igreja ao longo da história, com seus recursos altamente poéticos e metafóricos: "Eu os vi rasgar em pedaços / A carne do sonho / Cortar as gargantas de crianças / Chora alto / Procurando Deus na loucura. Questões que infelizmente ainda são relevantes nos dias de hoje, dados todos estes casos de encobrimento de tantos padres pedófilos.
“A águia e a serpente”: A primeira devorando a segunda, são o símbolo distintivo do nosso lábaro nacional, inspirado na lenda da fundação de Tenochtitlán, que representa o triunfo do sol (o deus Huitzilopochtli) sobre a lua, é é isto é, do dia sobre a noite, da luz sobre as trevas. Então a águia para nós representaria o povo mexicano, que derrotará os inimigos representados pela cobra. Porém, nesta canção o seu autor nos diz que o inimigo prevalece entre nós, mantendo o ambiente do nosso país atormentado pela insegurança. Portanto: “A águia voou e a serpente vive”. Musicalmente, a música é conduzida pelo violão que abre com um fraseado introdutório ágil e é acompanhada pela bateria e baixo que lhe conferem aquela força rock.
Uma música de um jeito mais 'Dylaniano', tanto pelo estilo, só com seu violão e gaita, quanto pela letra bem poética e um tanto enigmática, "A frase": "A semeadura e a colheita virão / Para rasgar o véus dos ventres maternos / Viremos com a morte transformada em luz / Para levar a tristeza à região das consolações / Viremos com a morte transformada em luz."
Os enigmas e a poesia de Arturo continuam em “Sem título”; Da mesma forma, também prevalece aquele sentimento de grande aflição. A música começa com refrões que acompanham a base rítmica e retornam ao final de cada verso. A letra parece questionar um pouco a ideia se o homem é mau por natureza, já que pelas suas ações parece que assim é.
Há alguma esperança em “Deve haver um lugar”, mas a dor parece inevitável. É assim que ela nos conta as desventuras de uma mulher da cidade, sob esse ritmo de blues shuffle bem marcado pela bateria. Sem a necessidade de guitarra elétrica, basta apenas o violão de pau para o requinto enfeitar um pouco a peça.
“As Flores do Mal”, em clara alusão à obra do poeta francês Charles Baudelaire, outro blues mais suave em que canta o seu sofrimento com estas letras que parecem justamente inspirar-se na poesia maldita do referido autor. Possui também um solo de saxofone, que pelo som parece um sintetizador, simples mas bastante eficaz no meio da música.
Mais uma vez a denúncia chega a esta sociedade e a este sistema que tenta nos submeter à sua conveniência como Meza nos canta em “Sin cara”. Por isso, lembra-nos que cabe a nós preservar aquela liberdade que supomos desfrutar. O acompanhamento é novamente mínimo com violões e baixo.
Por fim, gostaria de ressaltar a importância da ordem das músicas e como uma boa sucessão entre elas favorece a fluidez na audição de todo o álbum. Menciono isso porque é comum que em outras edições dos álbuns de Arturo, não só as posteriores mas também entre formato e formato (de LP para CD ou cassete), mudem a ordem das músicas, afetando a conexão das músicas, que Também favorece uma assimilação mais agradável. E isso é relevante já que o LP encerra com o clímax, ponto alto da obra, a música “Exiliado celeste”. Considerada pelo ranking das " 100 melhores músicas do rock mexicano " como a melhor música do artista e a nona posição em toda a lista. Sem mais delongas, aproveite a análise da música, do maior especialista no assunto nessas mídias virtuais:
EXÍLIO CELESTIAL
Posso percorrer mil caminhos sem me cansar,
até encontrar o mar, não o meu mar.
Posso navegar pelos mares dos anfitriões,
sem perder a fé na minha sede.
Posso contar histórias para pessoas malucas,
e fazê-los sorrir e chorar.
Posso construir um navio para você com pergaminho,
e vá viajar para o inferno.
Somente nas noites de inverno
Sinto solidão no meu peito
deste exílio dos mortos inquietos e bêbados.
Nem mesmo uma mulher poderia aquecer minha cama,
nem me faça cantar esperança,
a esperança de voltar para casa.
Posso cortar mil cabeças de Medusa,
ou Trimedron pendurado em sua rede,
mas não consigo encontrar a rota de retorno
que me leva ao sol, o nosso sol.
Procuro o silêncio da noite para falar com ele,
mas a voz dele não está nos meus sonhos.
Meu Pégaso está ferido e suas asas
Eles não suportaram meu abandono.
Somente nas noites de inverno
Sinto solidão no meu peito
deste exílio dos mortos inquietos e bêbados.
Nem mesmo uma mulher poderia aquecer minha cama,
nem me faça cantar esperança,
a esperança de voltar para casa.
Os porões do inferno estão vazios;
o guarda deixou seu posto.
As criaturas do Lethe partiram
para povoar a falsa luz da Terra.
O barco de Caronte está perdido,
no fundo do Estige, carbonizado.
Posso me chamar de dono dessas terras…
Vou construir minha cidade aqui?
Vou construir minha cidade aqui?
Vou construir minha cidade aqui?
A arte moderna é, sem dúvida, uma arte de fusões. A partir da vanguarda, foram criadas diferentes formas de combinar estilos, técnicas, materiais, texturas, sons, etc. Colagem , instalação, performance , acontecimento , polifonia, still shots, etc., são buscas nesse sentido, não apenas para renovar e inovar estilisticamente, mas para criar diferentes efeitos, sensações e emoções. E também houve fusões entre estilos ou épocas, e até entre ramos da arte. E embora isso já seja feito há muito tempo (o que é a ópera, senão a fusão da música, do teatro e às vezes até da dança, por exemplo?), a arte moderna tem feito isso de maneiras mais ambiciosas, complexas e até limítrofes. mostrado pelo dadaísmo ou pela obra de Marcel Duchamp. Na literatura, destaca-se a fusão entre as referências da mitologia e a análise do homem moderno em Ulisses de Joyce , ou a do terror e da filosofia e da antropologia em Frankenstein de Mary Shelley , ou a extraordinária mistura de romances policiais e medievais em O nome da rosa de Umberto Eco, ou o romance ontológico e também medieval de O Cavaleiro Inexistente de Italo Calvino, ou o romance filosófico-antropológico com o romance de ficção científica de O Planeta dos Macacos de Pierre Boulle, e ainda de A Laranja Mecânica por Anthony Burguess.
Mas o rock não tem sido muito dado a fusões nas suas letras (embora, na verdade, musicalmente o rock'n'roll seja apenas isso, uma fusão, entre o blues , o rockabilly e o country , o jazz , a música folclore, etc.). A única exceção seria o heavy metal , com sua mitologia de anjos, caveiras, infernos e demônios, mas de forma crua, ingênua e, em última análise, profundamente inofensiva, porque é limitada e desajeitada, exatamente o oposto do que se acredita. A Progressive fez isso especialmente com a música futurista, mas quase sempre ao nível do arranjo, da melodia e dos recursos de estúdio. Por tudo isto, Exiliado celeste de Arturo Meza é uma peça excepcional. De forma muito inteligente e engenhosa, Meza consegue fundir a mitologia grega com o futurismo, numa história épica, sem paralelo no rock mexicano. O protagonista, uma espécie de Odisseu estelar em busca de seu planeta Ítaca , viaja pelo espaço e por diversos mundos, ao mesmo tempo em que se depara com seres mitológicos, na busca desesperada por seu lar perdido, ou como o final sugere, para encontrar um novo, finalmente. ter. Esta autêntica odisseia, que relembra certas canções de David Bowie, como Space oddity , Starman e todo o álbum Ziggy Stardust , é contada por Meza com uma imaginação e inteligência muito aguçadas, bem como um conhecimento verdadeiramente notável. A frustração, o desamparo, a imensa solidão do protagonista, todas as suas emoções são emolduradas por esta forma enormemente novela, que brinca não só com o épico, mas com a história fantástica e a letra mais elaborada, que evoca também o Borges das histórias como O Imortal ou A Casa de Asterion . Desta forma, Arturo Meza une figuras retóricas com referências clássicas e espaciais, numa mistura emotiva, triste, solitária e ao mesmo tempo chocante, muito original, que simboliza muito além do que sugere tal preocupação formal: é o destino do moderno e ser humano tecnológico, perdido, sem raízes; a falta de ligação com os outros, a grande solidão, expressa pelos dois Ulisses , o de Homero da Odisséia e o de vanguarda da obra de Joyce. Desta forma, através de uma linguagem única, com uma precisão incomparável, Meza faz de Exiliado celeste um autêntico poema épico, o único do rock mexicano. Sem dúvida uma das letras de rock mais extraordinárias do México, culta, artística, mas ao mesmo tempo muito sentida, comovente, pelo grande conflito existencial que seu simbolismo encerra, conota.
Para letras de tal nível era necessária música ao mesmo nível, e Arturo Meza consegue-o, em grande parte graças ao seu passado experimental, de etnorock , música barroco-renascentista-medieval e progressiva, que lhe permitiu criar e executar uma música muito poderosa. , música atmosférica e arranjos. Ele decide apresentar a peça com o violão eletroacústico, para incorporar imediatamente os sintetizadores, as campainhas, bem como os instrumentos inventados por ele mesmo, como o teclado e o megafone , que tem utilizado em todos os seus trabalhos. É preciso ouvir com atenção o arranjo de Exiliado celeste para assimilar a conjunção de sons, fundos e timbres que criam aquela atmosfera espacial, mas não pura, mas com nuances de música folk , celta, renascentista e medieval, numa mistura que é corresponde perfeitamente ao da carta. O refrão emotivo, com a voz mais grave e profunda de Meza, os sons algo fantasmagóricos que o matizam, a figura principal, que evoca as trombetas (ou melhor, cornetas) de um castelo medieval, e a guitarra muito limpa que tudo sustenta, criam um ambiente pródigo, estrutura sonora melancólica e angustiante. No final, tudo se junta de forma mais enfática, sustentado por alguns tímpanos clássicos extremamente poderosos, enquanto os sintetizadores aumentam as notas, incluindo um solo livre mais perceptível. Assim, o encerramento de Celestial Exile é impactante, tem algo de majestoso, ao estilo da Abertura de 1812 de Tchaikovsky , mas com leves toques futuristas.
Dessa forma, Exiliado celeste é o grande poema épico do rock mexicano, não só na letra, mas também na música, no arranjo e na interpretação; mas também uma peça futurista de muito sucesso, que se soma a uma canção sui generis, intensa e dramática. Verdadeiramente uma obra-prima de fantasia, engenhosidade e fusão musical e poética.



Lista de tópicos:
1. Pandilla De Carniceros
2. El Aguila Y La Serpiente
3. La Sentencia
4. Sin Título
5. Debe Haber Un Lugar
6. Las Flores Del Mal
7. Sin Rostro
8. Exiliado Celeste

Formação:
- Alberto Herr / Bateria
- Arturo Meza / Guitarras, teclados e vocais
Convidado:
Antonio Giner / Bateria Eletrônica (1 e 2)

MILES DAVIS E A REVOLUÇÃO BITCHES BREW

 O jazz do final dos anos 60 era apenas uma sombra do que fora nos seus tempos de glória, confinado apenas a pequenos clubes, com um público cada vez mais velho.

O baterista Bill Bruford, relembrando aquela época, comentou: «No final dos anos 60, o Jazz estava deslocado. Entre o Free Jazz e seus guinchos, versus os álbuns que Jimi Hendrix apresentava naquela época, qualquer músico de sangue quente não tinha onde se perder.

Miles Davis, plenamente consciente desta situação, comentou com raiva ao seu empresário: “Esses garotos brancos e cabeludos estão comendo todas as minhas torradas. Espero que meus álbuns vendam 70.000 cópias e vendam um milhão!

Essas palavras seriam o germe para o trompetista conceber uma nova revolução. A calma e as boas maneiras não eram mais suficientes para ele. Miles sabia que agora deveria haver algo novo, fresco e jovem.

Por isso reuniu uma banda de jovens talentos do mundo do Jazz: Wayne Shorter, Bennie Maupin, Chick Corea, Joe Zawinul, Larry Young, John McLaughlin, Dave Hollan, Harvey Brooks, Jack DeJohnette, Lenny White, Don Alias ​​​​e o percussionista Juma Saints. Junto com eles, mergulhou numa série de "Jam Sessions" em 1969, no famoso estúdio Electric Ladyland, onde a mecânica da composição seria simples: Liberte-se de todas as amarras do Jazz como era conhecido até então. , e fique muito atento aos sons extraordinários que surgiam no movimento rock e pop daquela época.

Miles tirou os ternos elegantes, o terno impecável e a gravata, para começar a adotar roupas mais modernas e coloridas, claramente inspiradas em Jimi Hendrix. O plano estava indo perfeitamente.

O ritmo hipnótico, enraizado no rock e na música africana que estava a fermentar, não só estava a criar um novo universo musical dramático, como também trouxe visibilidade e credibilidade ao Jazz a um nível mais massivo do que há cinco anos.

Como Miles costumava fazer nesse período, as músicas foram gravadas em seções. Davis daria algumas instruções, um andamento, alguns acordes, uma sugestão de melodia e sugestões de tom. Essa era uma forma de trabalhar que ele tinha para que os músicos prestassem atenção uns nos outros, na sua maneira de tocar, ou quando ele lhes desse um sinal que poderia mudar a qualquer momento. Na verdade, na peça homônima, ouve-se a voz de Miles dando instruções aos músicos ou estalando os dedos para indicar o andamento. Da mesma forma, este álbum foi pioneiro na aplicação do estúdio de gravação como mais um instrumento, utilizando loops, delays e todos os tipos de efeitos de eco.

A gravação do álbum foi concluída no Studio B da Columbia, em Nova York, ao longo de três dias, de 19 a 21 de agosto de 1969.

Todas essas sessões e alquimias deram origem ao LP duplo de “Bitches Brew” (1970), que rapidamente recebeu elogios e se tornou mais uma daquelas vacas sagradas da música popular de todos os tempos. Nasceu o que se chama fusion: Jazz, guitarras elétricas, baixos frenéticos e baterias estridentes numa mistura totalmente despreocupada, irresistível e selvagem.

A capa foi criação de Martin Klarwein, que também faria a capa de "Abraxas" (1970) de Santana e algumas renderizações para Jimi Hendrix. Tudo foi friamente calculado para chocar a juventude da época.

E, claro, Miles Davis finalmente conseguiu vender seu primeiro milhão de cópias. Foi a primeira vez que o Jazz atingiu um público tão jovem e massivo desde a década de 40. Essa popularidade lhe rendeu tocar em um dos festivais de rock mais lendários da história: o festival da Ilha de Wight em 1970, o mesmo onde o ELP estreou mundialmente.



Jethro Tull : Benefit é um álbum mais sombrio que seu antecessor Stand Up


Benefício Jethro Tull 1970

Em 20 de abril de 1970 no Reino Unido (1º de maio nos Estados Unidos) , foi lançado o terceiro álbum de Jethro Tull Benefit . O álbum foi gravado no Morgan Studios em Londres, onde também haviam feito o álbum anterior ( Stand Up ), embora a banda agora experimentasse técnicas de gravação mais avançadas.

Da mesma forma, Benefit foi o primeiro álbum em que participou o tecladista John Evans, que fez parte dos primórdios do Jethro Tull, e que ficaria na banda até 1980. Da mesma forma, este álbum seria o último que ele teria. na época, o baixista Glenn Cornick em suas fileiras, que seria expulso após a turnê para promover o álbum.

Nas palavras de Ian Anderson, Benefit é um álbum mais sombrio que seu antecessor Stand Up . Isso se deveu mais do que tudo à pressão de uma extensa turnê pelos Estados Unidos e à sua frustração com o mundo da música. Segundo Martin Barre, este álbum foi muito mais fácil de fazer do que o anterior, pois o seu sucesso permitiu-lhes alcançar outras oportunidades musicais em termos de criação de canções. 

A intenção da banda era capturar a sensação de tocar ao vivo. Considerado por Anderson como um álbum de evolução natural da banda em termos sonoros, ele também o define como um álbum de riffs de guitarra. Benefit incorpora técnicas de estúdio, como gravação reversa, que é vista na música "With You There to Help Me". Na verdade, a flauta e o piano utilizam esta técnica. Eles também utilizam manipulação de velocidade, como acontece com o violão na música "Play in Time").

 

Músicas do Benefit

A primeira faixa, With You There to Help Me , é uma colagem etérea de piano, flauta e guitarras. Aqui Anderson canta, com sua voz calorosa, sobre o cansaço das turnês e como o amor que sente pela namorada da época o ajuda a superar. Isso lhe dá forças para continuar e, ao estar com ela, esquecer a pressão e o cansaço da vida nos passeios.

A segunda faixa, Nothing to Say , é uma balada terna cheia de arpejos e enfeites, e demonstra crescimento lírico e melódico nas letras de Anderson. Nesta peça, o vocalista está basicamente dizendo que não quer ser algo como um “guru” que diz às pessoas o que fazer. Portanto, as pessoas têm que encontrar o seu próprio caminho para a sua própria verdade.

A terceira música, Alive and Well and Living in (que na versão norte-americana é substituída por Inside ), é uma interpretação de seu relacionamento com a namorada. Aqui ele diz que está ao lado dela e vice-versa. A música contém um trabalho de piano delicado e harmonioso. Filho , por sua vez, é um diálogo engenhoso sobre os conflitos de ideias entre pai e filho. Aqui, mais do que tudo, é o pai quem repreende o filho pela ingratidão, utilizando elementos filosóficos sobre crescimento e maturidade.

Para Michael Collins, Jeffrey and Me começa com um belo arpejo de guitarra que liricamente representa um reflexo sensível de como o astronauta Michael Collins permaneceu dentro do módulo de comando do Columbia, enquanto Buzz Aldrin e Neil Armstrong caminharam na lua e alcançaram a fama. To Cry You a Song é, segundo Martin Barre, uma resposta à música "Had to Cry Today" de Blind Faith. Embora não possam ser comparados, nada foi roubado nem na melodia nem na letra. O tema é baseado nas frustrações de Anderson ao voar e em seus inconvenientes nos aeroportos.

A Time for Everything é uma mistura entre folk e blues, bem típica do Jethro Tull. A flauta e a guitarra elétrica estão dispostas como um romance, e é interessante ouvir Anderson (então com 22 anos) contemplar as mudanças em sua vida tão jovem. É como se ele tivesse saudades da juventude que estava apenas começando.

Em Inside Anderson ele canta sobre não se preocupar. Sobre se deixar levar pelas coisas simples e acordar para um novo dia cheio de energia. Play in Time é uma música que lembra o estilo musical do primeiro álbum (This Was), com elementos psicodélicos e um ritmo vertiginoso.

A última música do álbum é Sossity, You're a Woman . Esta peça tem lindas linhas no violão, junto com um órgão que lhe dá um toque medieval. A flauta é apresentada como uma libertação, onde as letras criticam o elitismo injusto da sociedade.

Benefit , enfim, é um álbum de transição, de busca pela sonoridade que, nos próximos anos, acabaríamos associando à versão mais clássica do Jethro Tull. Um som que certamente seria ouvido com mais clareza em seu próximo álbum, Aqualung .



Em Janeiro de 1973: Derek and the Dominos lança o álbum In Concert.

 

Em Janeiro de 1973: Derek and the Dominos
lança o álbum In Concert.
In Concert é um álbum duplo ao vivo da banda inglesa de Blues-Rock Derek and the Dominos, gravado em outubro de 1970 no Fillmore East
e lançado em janeiro de 1973.
Seis das nove faixas foram posteriormente incluídas no álbum de 1994 Live at the Fillmore. As três músicas não incluídas são "Why Does Love Got to Be So Sad", "Let It Rain" e " Tell the Truth ". Live at the Fillmore também inclui essas músicas, embora sejam de sets diferentes dos que aparecem aqui.
Cash Box revisou o lançamento do single ao vivo de "Why Does Love Got to Be So Sad" dizendo que contém "alguns bons trabalhos
de guitarra e muito apelo comercial". Em 2011, a edição Super Deluxe do 40º aniversário de
Layla and Other Assorted Love Songs incluiu uma versão remasterizada de In Concert.
O álbum de disco duplo remasterizado também foi expandido para incluir faixas
bônus em cada disco.
Lista de faixas:
Edição Original:
Lado 1:
1. "Why Does Love Got to Be So Sad" – 9:33
2. "Got to Get Better in a Little While" – 13:50
Lado 2:
3. "Let It Rain" – 17:46
4. "Presence of the Lord" – 6:10
Lado 3:
5. "Tell the Truth" – 11:21
6. "Bottle of Red Wine" – 5:37
Lado 4:
7. "Roll It Over" – 6:44
8. "Blues Power" – 10:29
9. "Have You Ever Loved a Woman" – 8:15
Pessoal:
Eric Clapton : vocais, guitarra elétrica
Carl Radle : baixo
Bobby Whitlock : piano , órgão Hammond , backing vocals
Jim Gordon : bateria , percussão.



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