Filho de músicos, Richard Marx esteve imerso no mundo artístico desde criança. Foi com o pai que se formou na profissão, frequentando desde muito cedo os estúdios de gravação, enquanto os amigos da escola ainda estavam na caixa de areia. Precoce em tudo, Marx ainda era um estudante do ensino médio em sua cidade natal, Chicago, quando começou a lançar sua primeira demo. Por uma feliz coincidência, caiu nas mãos de um certo Lionel Richie que teve a gentileza de contactar o jovem Marx, encorajando-o a mudar-se para Los Angeles e até oferecendo-se para tentar abrir-lhe algumas portas. Isso será feito alguns meses depois. Estamos então no início dos anos 80 e esse garoto da voz de ouro ainda terá que provar seu valor antes de experimentar o sucesso que estamos experimentando. Terá primeiro de crescer à sombra daqueles que são maiores do que ele, e é como corista e por vezes também compositor que se aproximará de alguns dos pesos pesados do momento: Lionel Richie dá-lhe naturalmente a sua oportunidade, oferecendo-lhe o seu primeiro noivado; outros como George Benson, Kenny Rogers, Christopher Cross e Madonna, por sua vez, abrirão o caminho para ele. Marx é ambicioso; Seguro do que sabe, reserva as suas melhores canções, aquelas cujo potencial claramente sente, como “Should've Known Better”, que se tornará um dos seus grandes sucessos poucos anos depois de a ter composto.
No início de 1986, o cantor assinou seu primeiro contrato como artista solo. As coisas acontecerão muito rapidamente a partir de então. Primeiro single – no qual encontramos três ex-Eagles incluindo Joe Walsh na guitarra slide – “Don't Mean Nothing”, com seus toques blues, se consolidou no ranking americano e perdeu por pouco o primeiro lugar na Billboard Hot 100, principal barômetro de vendas de discos de 45 rpm nos Estados Unidos. Não foi nenhuma grande surpresa com a balada, “Hold On To The Nights”, que ele ganhou o prêmio alguns meses depois. E devemos reconhecer que, neste registo tão perigoso, e ainda mais quando temos a imagem de um pedaço e, portanto, se espera que dobremos a esquina, devemos reconhecer, portanto, que Marx tinha know-how nesta matéria. área. Também temos confirmação disso em “Endless Summer Nights” e “Heaven Only Knows” que com um groove westcoast e um bom reforço de saxofone devem ter derretido mais de um admirador. Sem dúvida menos conhecido do grande público pelas suas canções mais rock, Richard Marx foi, no entanto, particularmente notável. No gênero AOR, “Should've Known Better”, por exemplo, não falta fôlego. Frescura, melodia cativante, dinamismo, está tudo aí. Um pouco mais áspera, “Have Mercy” dá lugar de destaque aos guitarristas Michael Landau e Bruce Gaitsch – que permanecerão por muito tempo parceiros fiéis do cantor – com sonoridade e estilo que evocam Steve Lukather, que fará parte da comitiva de Marx desde o próximo álbum.
O fato é que Marx ainda é um jovem e que alguns erros também devem ser notados: com um início promissor e vagamente sombrio, “Lonely Heart” decepciona quando chega o refrão. Muito leve, muito suave... Esta é também a crítica que poderíamos fazer a "Remember Manhattan", sem falar nos arranjos pop que outrora teríamos descrito como "hi-tech" e que não envelheceram muito bem. As letras dessas duas faixas menos bem-sucedidas musicalmente foram escritas por seu amigo Fee Waybill, vocalista do The Tubes. Isso significa que Richard Marx teve mais dificuldade em musicar textos que ele mesmo não havia escrito? Entre o pop e o rhythm & blues, “Rhythm Of Life” também sofre um pouco com o peso dos anos, principalmente pelos arranjos um pouco secos novamente. De referir, de passagem, que os pais da cantora, Ruth e Dick Marx, dão modestamente o seu contributo ao juntarem-se à longa lista de coristas que emprestaram a sua voz a este título.
O contido mid-tempo "The Flame Of Love", por outro lado, é muito mais sedutor, neste registo AOR que tão bem convinha a Richard Marx e que, na sua carreira, infelizmente rapidamente se tornará apenas uma memória. Longe de ser uma concha vazia, Marx apresentava-se aos vinte e quatro anos como um músico talentoso, um compositor inspirado com influências bastante diversas e um cantor de primeira linha que também sabia cercar-se bem. Um músico que superou em muito a imagem do cantor bucetão que também foi, de fato, nesse período, mas que seria muita burrice reduzir a isso.
Títulos:
01. Should’ve Known Better*
02. Don’t Mean Nothing
03. Endless Summer Night*
04. Lonely Heart
05. Hold On To The Night
06. Have Mercy
07. Remember Manhattan
08. The Flame Of Love
09. Rhythm Of Life
10. Heaven Only Knows*
Músicos:
Richard Marx: vocais, backing vocals, teclado, bateria, piano
+
Michael Landau: guitarra
Bruce Gaitsch: guitarra
Joe Walsh: slide guitar (2)
Michael Omartian: piano, teclado
Rhett Lawrence: teclado, programação, bateria
Jim Lang: teclado , formação
Tom Keane: teclado
John Pierce: baixo
Nathan East: baixo
Patrick O'Hearn: baixo
Joe Chemay: baixo
Prairie Prince: bateria
John Keane: bateria
Tris Imboden: bateria
Paulinho Da Costa: percussão
Alex Acuna: percussão
Dave Boruff: saxofone
Jerry Ei: metais (9)
Bill Reichenbach: metais (9)
Gary Grant: metais (9)
Larry Williams: metais (9)
Fee Waybill: backing vocals
Timothy B. Schmit: backing vocals
Randy Meisner: backing vocals
Karyn White: backing vocals
Ruth Marx: backing vocals
Cynthia Rhodes: backing vocals
Terry Williams: backing vocals
Dean Pitchford: backing vocals
Bobby Colomby:
backing vocals Peter Doell: backing vocals
DeWayne Brady: backing vocals
Dick Marx: backing vocals
Loretta Munoz: backing vocals
Ross Schwartz: backing vocals
Anne Schwartz: backing vocals
Susanne Christian: backing vocals
Susanne Edgren: backing vocals
Shelley Cole: backing vocals
Brittney Cole: backing vocals
David Cole: backing vocals
Julie Landau: backing vocals
Production : Richard Marx, David Cole, Humberto Gatica (*)
Label : Manhattan Records