quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Os melhores discos de 2023


 Começamos hoje a viagem (já bem habitual) pelos títulos mais marcantes que, na forma de disco, independentemente do suporte, nos chegaram ao longo de 2023. As escolhas hoje publicadas escutam as novas edições. Os discos com inéditos 

As escolhas, tal como em anos anteriores, surgem divididas em grandes áreas. Desta vez há nacional (álbum e canção), a música do Brasil, a música clássica (na verdade quase toda contemporânea) e o jazz numa lista conjunta, arrumando depois todo o resto, no espaço internacional. Cada lista é uma vez mais apresentada por ordem alfabética, pelo que destaco apenas o “disco do ano” em cada uma delas. 

INTERNACIONAL (ÁLBUM)

Zaho de Sagazan “La Symphonie des Eclairs”

Revelada na edição de 2022 dos Trens Musicales de Rennes, a jovem autora e cantora francesa apresentou em “La Symphonie das Éclairs” um disco de canções pop que fogem ao apelo da moda e traduzem um corpo de vivências que cruzam outros tempos. A coisa aqui começou nos genes. O pai é artista plástico, a mãe é professora. E a jovem Zaho de Sagazan, nascida há 23 anos em Saint Nazare, na região atlântica do Loire (França), mesmo tendo estudado gestão e encontrado primeiro emprego num lar de idosos, inevitavelmente acabou a encontrar uma forma de expressão. No seu caso, a música. O disco que a apresentou, “La Symphonie des Eclairs” foi uma agradável surpresa e tem na capa um perfeito ‘teaser’ face aos sons que depois em si encerra: Zaho apresenta-se em frente a um arsenal de sintetizadores analógicos. Os botões e osciladores sugerem desde logo que há electrónicas em jogo, o que de facto acontece, desenhando uma pop que tanto é herdeira da elegância das electrónicas made in França das últimas décadas como, mais ainda, de um clima mais arrumado e sombrio de alma electro que aponta azimutes de referências a Berlim. Porém, ao escutar a música sentimos que esta pop eletrónica, que em nada mostra vontade em seguir os sabores populares do momento, está marcada por vivências pessoais de descoberta feiras entre clássicos da chanson em língua francesa, sobretudo um Brel e uma Barbara (a cantora preferida da sua mãe). Ao invés dos caminhos mais luminosos de muita da pop atual – sobretudo nos caminhos mais descaracterizados do mais-do-mesmo – a música de Zaho de Sagazan, tal como a do belga Stromae, traduz ecos de um sentido de melancolia e um gosto em usar o texto com um peso maior na construção de canções que têm coisas para nos dizer.

Além do álbum de estreia de Zaho de Sagazan outros 19 completam a lista dos 20 eleitos na área da produção pop (e afins) internacional de 2022. Aqui fica a lista completa, ordenada alfabeticamente.

Blur “The Ballad of Darren”

Boygenius “The Record”

Caroline Polacheck “Desire, I Want To Turn Into You”

Depeche Mode “Memento Mori”

Duran Duran “Danse Macabre”

Everything But The Girl “Fuse”

Fever Ray “Radical Romantics”

Isabelle Adjani “Adjani, Bande Originale”

Lana del Rey “Did You Know There’s a Tunnel Under Ocean Boulevard”

Nation of Language “Strange Disciple”

Nick Cave + Warren Ellis “Australian Carnage”

OMD “Bauhaus Staircase”

Paul Simon “Seven Psalms”

Peter Gabriel “I/O”

Rodrigo Cuevas “Manual de Romeria”

Rolling Stones “Hackney Diamonds”

Sparks “The Girl is Crying In Her Latte”

Sufjan Stevens “Javelin”

The Kills “God Games”

Zaho de Sagazan “La Symphonie des Eclairs”

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INTERNACIONAL (CANÇÃO)

Duran Duran “Danse Macabre”

Nem um disco de versões nem um álbum de inéditos, o disco de 2023 dos Duran Duran nasceu de uma ideia de celebração do Halloween. O ponto de partida foi um concerto temático que a banda apresentou a 31 de outubro de 2022, por ocasião do Halloween, em Las Vegas, levando a palco um alinhamento de canções onde ora havia canções do repertório dos próprios Duran Duran que de certa forma se cruzavam com o tema, ora versões de canções dos Rolling Stones, Cerrone, Siouxsie and The Banshee ou dos Talking Heads, entre outros. Dessa noite em Las Vegas nasceram ideias que acabaram por se materializar num álbum de estúdio que viu nascer três originais, sim deles “Danse Macabre”, canção que cruza as vozes contadas (de Simon Le Bon e do coro) com sequências nas quais o vocalista assimila o rap (que de resto já abordara antes em versões de “White Lines” de Grand Master Melle & Mel ou “911 is a Joke” dos Public Enemy), com cenografia onde as electrónicas sugerem um ambiente assombrado, juntando-se depois a presença da guitarra (de Warren Cuccurullo) ao músculo desenhado pela secção rítmica, acentuando-a. 

Além do single de avanço do mais recente álbum dos Duran Duran, outros nove temas completam a lista de dez canções que destaco entre a produção internacional de 2023. Aqui fica a lista completa, ordenada alfabeticamente.

Blanca Paloma “Eaea”

Blur “Barbaric”

Depeche Mode “Defore We Drown”

Duran Duran “Danse Macabre”

John Batiste “Calling Your Name”

Kylie Minogue “Padam Padam”

Letrux “Aranha”

Nation Of Language “Sole Obsession”

Rolling Stones + Lady Gaga “Sweet Sound of Heaven”

SZA “Kill Bill”

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NACIONAL (Álbum)

Carminho “Portuguesa”

As movimentações mais recentes em torno do fado têm mostrado como o domínio e o conhecimento sobre a tradição tem criado os melhores alicerces para a construção de novas possibilidades que se começam a manifestar cada vez mais presentes, mais seguras, mais desafiantes. E não faltam grandes discos de fadistas entre as colheitas do que de melhor escutámos em 2023. De Cristina Branco a Sara Correia, passando por Pedro Moutinho, há entre estes discos sinais seguros de um domínio sobre o espaço no qual se afirmaram, todos eles com novas canções que claramente juntam episódios significativos às respectivas obras em construção. Mas a ter de destacar um disco, a escolha recai sobre a “Portuguesa” de Carminho. De técnica, alma, voz e capacidade de desafio já falam todos os seus discos anteriores, entre os quais mora um importante ensaio sobre a música do Brasil através de canções de Tom Jobim. O álbum que editou num mesmo ano repleto de grandes momentos pessoais (nacionais e internacionais) soma tudo o que antes aconteceu a uma capacidade de marcar o tempo e a geografia de um presente com vistas largas. De pés firmes em toda uma aprendizagem. Mas com vontade de olhar adiante das linhas do horizonte. A tradição mora aqui ao evocar Alfredo Marceneiro. Mas depois, além da escrita da própria Carminho, juntamente com a de parceiros como Rita Vian, Luísa Sobral, Joana Espadinha ou Marcelo Camelo, assim como por via de arranjos com arrojo e elegância (mas sem voltar costas a tudo o que antes foi feito), Carminho fixou em 2023 um dos mais importantes títulos na história recente do fado. 

Além do álbum de Carminho, outros 19 completam a lista dos 20 eleitos na área da produção nacional de 2023. Aqui fica a lista completa, ordenada alfabeticamente.

Ana Lua Caiano “Se Dançar é Só Depois”

Bandua “Bandua”

Cabrita “Umbra”

Carlos Maria Trindade “Vitral Submerso”

Carminho “Portuguesa”

Cristina Branco “Mãe”

Eu.Clides “Declive”

Expresso Transatlântico “Ressaca Bailada”

Glockenwise “Gótico Português”

Jorge Palma “Vida”

Lura “Multicolor”

Milhanas “De Sombra na Sombra”

Peculiar “Lágrimas de Pérola”

Pedro Moutinho “Casa d’Água”

Rodrigo Leão “Piano Para Piano”

Salvador Sobral “Timbre”

Sara Correia “Liberdade”

Slow J “Afro.Fado”

The Legendary Tigerman “Zeitgeist”

Tomás Wallenstein “Vida Antiga”

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NACIONAL (CANÇÃO)

Bandua “Bandeiras”

Há um ano deixei de fora da lista dos melhores do ano um disco que, na verdade, acabaria o ano em posição de merecido destaque. Trata-se do álbum que nos apresentava então os Bandua, dupla formada por Edgar Valente e Tempura The Purple Boy. Mas estavam indigitados para concorrer ao Festival da Canção e, por hábito, não coloco nestas listas quem, nos meses seguintes, pode passar pelo concurso… Editado em CD em 2023, o álbum entra então, este ano, nesta lista. Mas não coube ao álbum de estreia dos Banda (que vi depois transformado e revitalizado na estrada em várias ocasiões) o único episódio maior deste projeto que toma como matéria prima a música beirã, juntando-lhe sinais dos nossos tempos (através das electrónicas), valorizando ainda tanto no som como na cenografia a presença do adufe. Este quadro de referências moldou uma canção que passou em 2023 pelo Festival da Canção. Precisamente a que afastara os Bandua destas listas em 2022. Não que seja uma questão de justiça adiada. Mas para mim “Bandeiras” foi mesmo a canção deste ano que mais me acompanhou.

Além da canção dos Bandua, outras nove completam a lista de dez que destaco entre a produção nacional de 2023. Aqui fica a lista completa, ordenada alfabeticamente.

Ana Lua Caiano “Se Dançar é Só Depois”

A Garota Não “422”

Bandua “Bandeiras” 

Carminho “Praias Desertas”

Eu.Clides “Tê Menos Um”

Lara Li “Funâmbula”

Neon Soho “Endless World”

Salvador Sobral “Pedra Quente”

Sara Tavares “Kurtidu”

You Can’t Win Charlie Brown “Contraste Mudo”

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MÚSICA BRASILEIRA

Zé Ibarra “Marquês, 256”

Os ecos da mesma pandemia que juntou os Bala Desejo ainda marcam presença num disco cujo título lembra a rua e o número da porta do prédio, no qual Zé Ibarra, um dos elementos do quarteto, viveu a sua infância e onde, nos dias de confinamento, tocou em áreas comuns. Assim mitificado por dar um nome a um disco, o Edifício Marquês de São Vicente, no bairro da Gávea (Rio de Janeiro), tem a sua alma igualmente presente através da presença de um eco (natural, cenográfico) que abraça a voz e a discreta (mas suficiente) instrumentação que escutamos nas oito canções que, em pouco menos de meia hora, deixam bem claro que temos aqui uma carreira para continuar a acompanhar com atenção. O alinhamento reparte atenções entre composições do próprio, outras criadas em conjunto por parceiros próximos (como Dora Morelenbaum, Lucas Nunes ou Tom Veloso) e versões de peças de recorte clássico como “Olho d’Água” que Caetano Veloso e Wally Salomão deram a Maria Bethânia ou uma arrepiantemente bela leitura de “San Vicente” do histórico “Clube da Esquina” de Milton Nascimento (valendo a pena lembrar que Zé Ibarra integrou a banda deste último). Compositor, pianista, dotado de de uma bela voz que explora com segurança e delicadeza os agudos, tem neste “Marquês 256” um seguro cartão de apresentação para uma discografia a solo que certamente dará depois voz a uma mais alargada paleta de referências que o formaram como músico.

Adriana Calcanhotto “Errante”

Ana Frango Elétrico “Me Chama de Gato Que eu Sou Sua”

Ana Setton “O Futuro é Mais Bonito”

Jaloo “Mau”

Julia Mestre “Arrepiada”

Letrux “Letrux Como Mulher Girafa”

Luca Argel “Sabina”

Marisa Monte “Portas Raras (Ao Vivo)”

Zé Ibarra “Marquês, 256”

Zé Ibarra + Dora Morelenbaum + Julia Mestre “Live at Glasshaus”

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CLÁSSICA, JAZZ E POR AÍ…

Ola Gjeilo “Dreamweaver”

Ola Gjeilo, nasceu na Noruega em 1978, estuou em Oslo, Londres e Nova Iorque e reside atualmente nos Estados Unidos onde não só completou um mestrado em composição em 2006 como, depois, foi compositor residente de um coro (em Phoenix, no Arizona) entre 2009 e 2010, cargo que atualmente desempenha com o Distinguished Concerts International New York (DCINY), mais perto da sua casa, em Manhattan. “Dreamweaver” é o seu mais recente disco, no qual o compositor (que escutamos ao piano) é acompanhado por Duncan Ridell (violino solista), Roberto Sorrentino (violoncelo solista), a Royal Philharmonic Orchestra e o coro da Royal Holloway, todos sob a direção de Rupert Gough. O alinhamento inclui uma série de pequenas peças, em muitas passando marcas de invernia, frio e geografias do grande norte que já havíamos encontrado em títulos anteriores. Depois encontramos, com maior fôlego, “The Road” e, ainda, a pièce de resistence que dá título ao álbum: “Dreamweaver”, que transporta marcas de identidade bem evidentes da música coral de Olá Gjeilo, grandiosa e luminosa, mesmo se sob temática invernosa, e parte de um poema medieval norueguês (“Draumlvedet”), no qual acompanhamos o protagonista que, depois de adormecer na véspera de Natal, acorda 13 dias depois para partilhar as experiências invulgares, de fulgor épico, pelas quais passara nesse período. 

Anton Bruckner / Andris Nelsons “Symphonies Nos. 0-9”

Arvo Pärt “Tractus”

Brad Mehldau “Your Mother Should Know: Brad Mehldau Plays The Beatles”

Daniel Hope “Music For a New Century”

Joe Hisaichi “A Symphonic Celebration”

John Adams / Bit 20 Ensemble “Shaker Loops”

Ola Gjeilo “Dreamweaver”

Ryuichi Sakamoto “12”

Thomas Adès “Dante”

Steve Reich / Mivos Quartet “String Quartets”

Os melhores discos de 2023 (edições de arquivo)


 As escolhas hoje publicadas escutam as edições de arquivo, desde as que envolveram inéditos às reedições, passando pelas caixas e compilações.

Cada lista é apresentada por ordem alfabética, pelo que destaco apenas o “disco do ano” em cada uma delas. 

Caixas e edições especiais

David Sylvian “Samadhisound 2003-2014 – Do You Know Me Now?” 

Coube ao álbum “Blemish”, editado em 2003, ser a primeira expressão de  rumos pelos quais David Sylvian iria trilhar a etapa seguinte da sua obra. Deixando para trás a forma da canção “pop” as sessões que definiram o caminho para “Blemish” colocaram em cena uma música ambiental onde texturas, espaços e incidentes ganhavam rumo através da presença unificadora da voz. É este o disco que abre o arco de memórias evocadas numa caixa que recupera toda a obra de David Sylvian lançada em nome próprio ou criada através de colaborações (incluindo o trabalho com uma nova banda, os Nine Horses), contando assim a integral de todo o segmento que teve a Samadhisound como casa editorial entre 2003 e 2014, durante o qual o músico procurou novos horizontes e possibilidades. Esta nova caixa inclui um livro que explora elementos gráficos associados a cada um dos lançamentos aqui evocados, junta as letras das canções e ainda um texto no qual o próprio David Sylvian dá conta dos acontecimentos que abriram caminho parta esta etapa e como, depois, os vários capítulos deste “volume” foram ganhando forma.

Bob Dylan “Fragments – Time out of Mind Sessions (1996-1997)”

David Sylvian “Samadhisound 2003-2014 – Do You Know Me Now?”

Fun Boy Three “The Complete Fun Boy Three”

Haircut 100 “Pelican West 40”

Joni Mitchell “Joni Mitchel Archives, Volume 3 – The Asylum Years 1972-1975”

Lene Lovich “Toy Box – The Stiff Years 1978-1983”

Prince & The New Power Generation “Diamonds and Pearls”

Robert Palmer “The Island Years”

Vários Artistas “Box of Sin”

Wham! “The Singles: Echoes From The Edge of Heaven”

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Compilações

Devo “50 Years Of De-Evolution 1973” 

Nascidos em 1973 Akron (no Ohio) tendo no seu berço o encontro dos dois manos Mothersbaugh com os também dois irmãos Casales, aos quais se juntou ainda Alan Meyers, os Devo entraram em cena desde logo com todo um quadro conceitual que começava desde logo por se materializar no seu próprio nome, que vincava uma ideia de “desevolução” da espécie humana. Ao nome juntaram uma narrativa que faccionava a sua origem e motivos. Tudo isto sem esquecer um olhar igualmente desafiante na criação musical, que começa sobretudo a ganhar formas mais visíveis a partir da sua estreia discográfica, em clima pós-punk, em 1977. Depois, sobretudo entre 1979 e 1982, definiram o melhore de um corpo de trabalho que se traduziu numa linguagem pop única. Intensa, angulosa, festiva, luminosa, dançável, desafiante, musculada nas guitarras, animada pelos sintetizadores e pulaste nos ritmos, mantendo vivos os temperos sci-fi, um sentido de humor inimitável e o gosto em observar e comentar a sociedade presente e os nossos comportamentos. 

Dead or Alive “Let Them Drag My Soul Away”

Devo “50 Years Of De-Evolution 1973”

Duran Duran “Rio Carnival”

Pet Shop Boys “Smash”

Sérgio Godinho “Sérgio Vezes Três”

Tina Turner “Queen of Rock and Roll”

Vários Artistas Now “1980 12”s

Vários Artistas “Red Hot & Ra – Solar”

Vários Artistas “The Endless Coloured Ways: the Songs of Nick Drake”

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Álbuns Inéditos

Pink Floyd “Pink Floyd – The Dark Side Of The Moon – Live at Wembley 1974” 

O álbum dos Pink Floyd editado a 1 de março de 1973 traduziu um momento de transformação tanto na demanda musical como na focagem temática num espaço concreto, definindo um dos maiores paradigmas daquilo a que chamamos um “álbum conceptual”. Criar um disco diferente… Esse era o desafio, que começou por ganhar forma numa conversa na cozinha da casa do baterista Nick Mason, desde logo com Roger Waters a propor uma abordagem temática focada sobre eventuais fontes de desequilíbrio mental ligadas à vida moderna, a elas chegando não apenas por via das pressões do dia a dia que podem gerar focos de ansiedade, mas também pelas experiências vividas por todos com o amigo e antigo vocalista Syd Barrett. As novas composições tiravam partido das visões algo cinematográficas entretanto exploradas, juntava a presença de novos sintetizadores, cruzava-se com episódios próximos da chamada música concreta. Assim nasceu “Dark Side of The Moon”, que em 2023 foi alvo de uma edição especial da qual acabaria por ser individualizada esta gravação ao vivo captada em 1974 na então designada Empire Pool, agora conhecida como Welmbley Arena.

Arthur Russell “The Picture of Bunny Rabbit”

Bob Dylan “The Complete Budokan 1978”

Falco “Live Forever”

Fleetwood Mac “Rumours Live”

Neil Young “Chrome Dreams”

Pink Floyd “Pink Floyd – The Dark Side Of The Moon – Live at Wembley 1974”

Prince “Live at Glam Slam 92”

Tangerine Dream “Live In Reims Cinema Opera, September 23rd, 1975”

Sonic Youth “Live in Brooklyn 2011″

Ultravox “Quartet (Steve Wilson Remix)”

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Reedições

Breeders “Last Splash (30th Year Edition)” 

O álbum que abriu em 1993 uma segunda etapa de vida para as Breeders, traduzia em pleno o potencial autoral de Kim Deal que se adivinhara já em canções dos Pixies e marcara o anterior “Pod”, porém agora numa moldura cénica mais dinâmica, plena de referências e contrastes, revelando não só uma magnífica coleção de canções mas também uma experiência sónica empolgante. Agora, 30 anos depois, surgiu uma edição especial que ao alinhamento do disco original juntou “Divine Mascis” (um caminho diferente para “Divine Hammer” contando, como o título sugere, com J Mascis, dos Dinossaur Jr) e uma outra gravação recentemente reencontrada, “Go Man Go”, canção de créditos repartidos entre Kim Deal e Black Francis, que foi gravada (e se mantinha até aqui sob o estatuto de “perdida”) nas sessões de “Last Splash”. O som passou por um processo de remasterização half speed em Abbey Road.  E o disco inclui um booklet de 16 páginas (com as dimensões de um dez polegadas) com as letras e ainda uma coleção de fotos inéditas de Kevin Westenberg.

Abba “The Visitiors (Half Speed Mastering)”

António Variações “Dar e Receber” 

Breeders “Last Splash (30th Year Edition)”

Bryan Ferry “Mamouna”

Duran Duran “Pop Trash”

Paul Weller “Wild Wood”

Pet Shop Boys “Relentless

Talking Heads “Stop Making Sense (DeLuxe Edition)” 

The Shins “Chutes too Narrow”

Tom Waits “Swordfishtrombone”

Melanie (1947-2024): O adeus a uma das vozes da geração de Woodstock

 

Melanie fez história quando, no verão de 1969, e ainda longe de ser reconhecida por todos, subiu ao palco na quinta em Bethel que então acolhia o Festival de Woodstock. Tinha então 18 anos acabaria por ser uma das três cantoras que ali se apresentaram a solo, traduzindo depois as experiências ali vividas em “Lay Down (Candles in the Rain)”, canção que lhe daria um primeiro episódio de sucesso maior (em 1970). Melanie Ann Safka-Schekeryk, era esse o seu nome completo, trilhou um percurso como cantautora, o que nunca a impediu de cantar as canções dos outros. Deixou-nos esta terça-feira, aos 76 anos.

Filha de uma cantora de jazz, nasceu em Nova Iorque em 1947 e, aos quatro anos, estreia-se a cantar na rádio. Em finais dos anos 60, ao mesmo tempo que estudava num curso de teatro, deu por si a passar regularmente pelos clubes de música folk em Greenwich Village, cativando atenções que lhe valeram um primeiro contrato com a Columbia Records em 1967, entrando em cena, três singles depois, uma nova ligação editorial, esta com a então muito cool Buddah Records, pela qual gravou o corpo mais marcante da sua obra, entre 1968 e 1971. 

Estreou-se nos álbuns com “Born To Be”, onde junta o “Mr Tambourine Man” de Dylan e uma canção baseada num poema de A. A. Milne (o criador de Winnie The Pooh) a um lote de criações suas. O tom ainda juvenil da voz contrasta aqui com as palavras e as ideias em jogo, sugerindo que valia a pena seguir este nome com atenção. E assim foi. Já depois do impacte da atuação em Woodstock, “Affectionatly Melanie”, álbum que inclui “Beautiful People” que apresentara em palco em frente à multidão que então ajudava aquele momento a fazer história, garantiu que as expectativas eram bem fundadas, abrindo este disco caminho para a etapa mais criativa e de sucesso reconhecido de Melanie, que nos anos seguintes lança “Candles In The Rain” (1970), o disco ao vivo “Leftover Wine” (1970), as bandas sonoras de “R.P.M.” (1970) e “All The Right Man” (1971), “The Good Book” (1971), “Gather Me” (1971) e “Garden In The City” (1971), de facto, um volume invulgar de edições em tão pouco tempo, mas com uma rara capacidade para gerar vários episódios de grande adesão à sua escrita e voz já que é nesta etapa que nascem canções como “Peace Will Come (According to Plan)”, “What Have They Done to My Song Ma”, “The Nickel Song” ou “Brand New Key” (que gerou alguma controvérsia por alegadas sugestões sexuais na letra, facto que a própria Melanie então desmontou), assim como uma versão de “Ruby Tuesday” (dos Rolling Stones) que fez história. 

Mudanças de rumo (temático e editorial) acompanharam o seu percurso posterior a 1972, mantendo Melanie uma atividade regular nos discos e nos palcos, embora aos poucos num patamar de comunicação mais discreto. Versões de canções suas por nomes como os de Nina Simone, os New Seekers, Dalida, Nana Mouskouri ou, mais tarde, Alison Moyet ou Morrissey, foram regularmente reabrindo janelas sobre a sua discografia, cabendo contudo a parcerias com Stephin Merritt (no álbum de 2000 do projeto The 6ths), Jarvis Cocker (que a convidou em 2007 para a edição do Meltdown Festival criada sob sua curadoria) ou Miley Cyrus que, em 2015, partilhou com a veterana uma das suas Backyard Sessions, surgindo então novas versões de “What Have They Done to My Song Ma” ou “Peace Will Come (According to Plan)”, entre outras. Depois de um hiato instalado após o lançamento de “Ever Since You Never Heard of Me”, em 2010, Melanie estava agora a trabalhar num novo álbum de versões que tinha como título de trabalho . Nos últimos anos surgiram vários lançamentos de arquivo, entre os quais “Center Stage at Central Park” (2018), “Live at Woodstock” (2019) ou, mais recentemente, “Melanie Live at Drury Lane 1974” (2020).




Em 07/02/1993: Neil Young grava o álbum Unplugged


 Em 07/02/1993: Neil Young grava o álbum Unplugged.

Unplugged é um álbum ao vivo do cantor e compositor canadense/americano Neil Young, lançado em 15 de junho de 1993 pela Reprise. Gravado em 7 de fevereiro de 1993, o álbum é uma parcela da série da MTV, Unplugged.
A performance também foi lançada em VHS.
A faixa "Stringman" foi gravada para o álbum de estúdio notoriamente inédito de Young, Chrome Dreams.
Lista de faixas:
Todas as faixas compostas por Neil Young
1. "The Old Laughing Lady" – 5:15
2. "Mr. Soul" – 3:54
3. "World on a String" – 3:02
4. "Pocahontas" – 5:06
5. "Stringman" (previously unreleased) – 4:01
6. "Like a Hurricane" – 4:44
7. "The Needle and the Damage Done" – 2:52
8. "Helpless" – 5:48
9. "Harvest Moon" – 5:20
10. "Transformer Man" – 3:36
11. "Unknown Legend" – 4:47
12. "Look Out for My Love" – 5:57
13. "Long May You Run" – 5:22
14. "From Hank to Hendrix" – 5:51
Pessoal:
Neil Young - guitarra , gaita , piano ,
órgão de bomba , vocais principais
Nils Lofgren - guitarra, harpa automática , acordeão , vocais de apoio
Ben Keith - Dobro
Spooner Oldham - piano, órgão de bombeamento
Tim Drummond - baixo
Oscar Butterworth - bateria
Astrid Young - vocais de apoio
Nicolette Larson - vocais de apoio
Larry Cragg - vassoura em "Lua da Colheita".




Em 07/02/1966: Buck Owens lança o álbum Roll Out the Red Carpet


 Em 07/02/1966: Buck Owens lança o álbum

Roll Out the Red Carpet.
Roll Out the Red Carpet para Buck Owens and his Buckaroos ( Roll Out the Red Carpet) é um álbum de Buck Owens and his Buckaroos, foi lançado em 07 de fevereiro de 1966. Alcançou o número um nas paradas da Billboard Country e número 106 nos álbuns pop gráficos.
Foi relançado em CD em 1995 pela Sundazed Records com duas faixas bônus, ambas instrumentais.
Listagem de faixas:
Lado A:
1. "Gonna Roll Out the Red Carpet" – 2:11
2. "He Don't Deserve You Anymore" – 2:57
3. "Cajun Fiddle" – 1:42
4. "That's What I'm Like Without You" – 2:48
5. "I'm Layin' It on the Line" – 2:24
6. "Hangin' on to What I Got" – 2:19
Lado B:
7. "We Split the Blanket" – 2:01 ,
8. "Cinderella" – 2:43
9. "Tom Cattin'" – 2:08 ,
10. "There Never Was a Fool" – 2:09
11. "After You Leave Me" – 2:24
12. "(I'll Love You) Forever and Ever"– 2:20
1995 bonus tracks:
13. "Only You (Can Break My Heart)" – 2:27 (Instrumental)
14. "My Heart Skips a Beat" – 2:24 (Instrumental)
Pessoal:
Buck Owens - guitarra , voz ,
Don Rich - guitarra, violino , voz,
(vocal principal em "I'm Laying it On the Line")
Doyle Holly - guitarra, voz,
(vocal principal em "After You Leave Me") ,
Tom Brumley - guitarra pedal steel
Willie Cantu - bateria ,
Bob Morris - baixo ,
Donald Frost - baixo ,
James Burton - guitarra ,
Jelly Sanders - guitarra ,
Red Simpson - guitarra.




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