sábado, 1 de junho de 2024

Review: Jack Slamer – Jack Slamer (2019)



O Jack Slamer é uma banda suíça formada em 2006 e que lançou em 2019 o seu terceiro disco – batizado apenas com o nome do grupo, o trabalho completa uma discografia que conta ainda com Noise Form the Neighbourhood (2012) e Jack Slamer (2016). A sonoridade do quinteto formado por Florian Ganz (vocal), Cyrill Vollenweider (guitarra), Marco Hostettler (guitarra), Hendrik Ruhwinkel (baixo) e Adrian Böckli (bateria) é um hard rock com forte pegada dos anos 1970, influenciado por nomes como Led Zeppelin, Deep Purple e outros ícones.

O novo álbum do grupo foi lançado no Brasil pela Shinigami Records e é uma boa opção para quem curte bandas na linha do Rival Sons, por exemplo. Mesmo com uma sonoridade não tão elaborada quanto o quarteto californiano, o Jack Slamer certamente possui qualidade para cair no gosto de quem adora esse revival do hard rock clássico que temos ouvido nos últimos anos.

O disco vem com doze músicas em 53 minutos. Todas contam com bons riffs, enquanto a voz de Florian é similar a de Joakim Nilsson, do Graveyard (outra pérola do “moderno hard rock dos anos 1970”), porém sem a rouquidão suja do vocalista e guitarrista sueco. A banda também equilibra referências mais atuais ao lado das clássicas, e elas são perceptíveis na identificação de ecos do já citado Graveyard e de outros grupos que apostam nessa proposta revisionista aliada à uma abordagem mais direta e até mesmo mais crua.

O fato é que o Jack Slamer possui boas composições, e isso faz toda a diferença. A cativante “Entire Force” é um dos pontos altos, assim como o blues psicodélico apresentado em “The Truth is Not a Headline”. Há uma alternância entre momentos calmos e explosões sonoras, como bem demonstra a dobradinha “Red Clouds” e “Biggest Mane”. Isso sem falar de uma pérola como “Secret Land”, que dá saudades dos álbuns iniciais e extremamente viajantes do Siena Root.

Parabéns a Shinigami Records por lançar no Brasil um disco como esse terceiro trabalho do Jack Slamer. Trata-se de uma banda que está ganhando projeção agora lá fora, e que chega nesse mesmo momento por aqui. A edição em CD é muito bem feita, com o cuidado que a gravadora tem demonstrado em seus lançamentos, cada vez mais focados nos colecionadores e na parcela do público que busca itens diferenciados e não abre mão da mídia física.

Se você curte hard rock com sabor setentista, vá atrás porque vale a pena.


 

Review: Nazareth - Exercices (1972)

 


Tudo bem, joguem pedra, mas me deixem falar antes. Este disco não teve o sucesso que teriam outros discaços da banda, mas o segundo álbum dos escoceses é uma pérola e tanto.  E a surpresa para a época recai justamente no fato deste trabalho ser guiado pela pegada acústica, diferente do hard a la Led Zeppelin da estréia lançada em 1971, do matador Hair of the Dog (1975) e do clássico Razamanaz (1973). A textura sonora aqui é forte, mas calcada nas cordas sem eletricidade.

E as surpresas são muitas, como os arranjos orquestrados e com violões de 12 cordas acompanhando em “I Will Not Be Led”, canções dançantes como “Cat’s Eye, Apple Pie” e uma versão light (?) de “Woke Up This Morning” , que mais adiante ganharia a sua versão definitiva e mais pesada em Razamanaz. Este é um disco que mostra o quanto o Nazareth estava entrosado e sem medo de se arriscar em novas frentes. Pete Agnew (baixo fantástico e guitarra acústica) e Manny Charlton (guitarras, a popular 12-string guitar, violões, etc) deitam e rolam para Dan McCafferty soltar a sua rouca e inconfundível voz.   


Exercises é uma coleção de trilhas acústicas com harmonias exuberantes, mas sem perder o DNA pesado do grupo. Por mais que muitos apontem este disco como um equívoco e que a banda havia errado ao decidir mudar o seu estilo entre a estreia e este trabalho, o álbum é um documento da versatilidade dos escoceses.  

Porém, o mundo clamava por trabalhos mais pesados, e para o próximo disco a produção ficou nas mãos do baixista do Deep Purple, Roger Glover, e a banda conseguiu retornar ao estilo que a consagrou com Razamanaz

Pare e escute Exercises do começo ao fim. Ouça “Sad Song” e a emocionante “1692 (Glencoe Massacre)” e descubra um lado da banda que poucos conhecem.  Vai jogar pedra neste disco? E se tiver que escolher uma canção deste maravilhoso trabalho eu ficaria com “Cat’s Eye, Apple Pie”. É divertida e dá o tom do álbum.

Review: Rhapsody – Legendary Tales (1997)

 


O ano era 1997. Esqueça a versão cinematográfica de O Senhor dos Anéis, esqueça o aclamado Game of Thrones e também desconsidere a grande febre de RPG que invadiu o mundo lá pro começo dos anos 2000. Apesar de ser comumente vinculado a diversas dessas coisas, todas são posteriores ao início da grande epopeia do Rhapsody. Estamos falando dos nobres cavaleiros da terra de Algalord, ou dos músicos de Trieste, Itália. E quando juntamos música e Itália na mesma equação, é bastante possível que tenhamos um trabalho muito bem feito de cunho neoclássico. Os italianos sabem bem como lidar com a música. Quando Luca Turilli começou a procurar companheiros que estivessem dispostos a partir numa jornada para reunir a música sinfônica com o heavy metal, nunca pensou que no horizonte glorioso estaria o panteão da vitória do power metal.

Com Legendary Tales, definitivamente, nasce um fenômeno. Aqui, surge o que viria a ser tratado com symphonic power metal ao redor do mundo nos anos seguintes. Com Turilli e Alex Staropolli é criada a melhor junção de orquestração e metal de viés melódica já feita. Goste da banda ou não, é inegável a importância do Rhapsody para a cena em questão e pela difusão do estilo para uma nova gama de fãs. Epopeias, jornadas sangrentas, batalhas gloriosas e o eterno embate entre o bem e o mal não eram novidades no metal, mas nunca haviam sido tratados com a profundidade que foi apresentada na época.

Conheçam a Emerald Sword Saga, ou a Saga da Espada Esmeralda. A Terra de Algalord, coração das Terras Encantadas, encontra-se sobre a ameaça de um antigo mal, o Lorde Negro Akron, munido com o poder do demônio Kron. Ele só pode ser derrotado com a ajuda de uma arma milenar, forjada com o poder dos anjos, a Espada Esmeralda. Apenas aquele com o coração puro poderia alcançar a Espada e derrotar seus inimigos. O Guerreiro do Gelo, um bravo homem do norte, parte em sua jornada ao lado de diversos guerreiros bravos, belas donzelas, magos e sábios, numa luta contra os monstros e criaturas mais horrendas, pelas cidades já destruídas e arrasadas pelo mal. Pode parecer clichê, mas tal história é traduzida nas canções do Rhapsody de uma maneira nunca vista, o que conseguiu cativar fãs de grupos novos e empolgados. 

Legendary Tales, como se tornaria tradição na carreira da banda, é aberto por um prelúdio instrumental operístico, cheio de corais em crescendo. “Ira Tenax” dá espaço a “Warrior of Ice”, a primeira canção, propriamente dita do Rhapsody apresentada ao mundo. Desde o início podemos observar os detalhes que seguiriam todo o CD. Staropolli e Turilli são tremendamente entrosados, é quase absurda a forma como compartilham criatividade. Outro detalhe: Fabio Lione, até então pouco conhecido, já despontava como um dos mais versáteis e habilidosos vocalistas do metal, o que seria comprovado futuramente. “Rage of the Winter” comprova tais fatores, um refrão muito inspirado e cativante, revelando um vocalista capaz de notas altas, porém poderosas, com um carregado sotaque carcamano que não consegue esconder as origens da banda. Até hoje, não consigo entender porque o rótulo de folk nunca foi atribuído ao Rhapsody, afinal, ouvindo “Forest of Unicorns” você consegue escutar a música tradicional européia da Idade Média com muita clareza. Cinzia Rizzo auxilia no estranho porém grudento refrão.

O próximo ponto alto do disco, e um dos maiores da carreira da banda, é “Land of Immortals”, definitivamente a melhor música do disco, com um refrão espetacular, corais e solos enérgicos, contando com um trabalho muito consistente dos músicos. Vale ressaltar que a banda não contava, aqui, com um baixista oficial, e o instrumento foi executado pelo produtor, Sascha Paeth (Heavens Gate, Angra, Avantasia). A bateria, por sua vez, ficava a cargo de Daniele Carbonera, que tem visíveis (ou audíveis) dificuldades em acompanhar o nível dos demais músicos, e pode contar como um ponto fraco do disco. Ele seria substituído pelo incrível Alex Holzwarth no futuro.

Após esse momento, o disco perde um pouco de força, mas continua sólido e oferece ao ouvinte uma experiência completa, capaz, inclusive, de deixá-lo curioso e ansioso pelo que viria no futuro, seja musical ou literariamente. “Echoes of Tragedy” é uma música dramática e densa, enquanto “Legendary Tales”, uma faixa longa, prepara o fã para mais uma tradição da banda: canções épicas e enormes para fechar os álbuns.

A fórmula do Rhapsody vem sendo emulada, replicada e copiada por muitas bandas desde então, inclusive pelos próprios membros em alguns projetos paralelos. Hoje o grupo passa por momentos confusos, mudou de nome, graças a problemas jurídicos e adicionou um intragável prefixo, passando a chamar-se Rhapsody of Fire. Seu fundador e maior compositor, Luca Turilli, saiu  e montou uma banda própria, chamada … Rhapsody, já que ele havia recuperado os direitos pelo nome. Fabio Lione e Alex Holzwarth deixaram a banda nas mãos de Staropolli, que recrutou um novo line-up. Apesar da bagunça, Alex Staropolli, Fabio Lione e companhia continuam sendo alguns dos nomes mais fortes do metal. Legendary Tales pode não ser o melhor registro da banda, mas é um dos pontapés iniciais mais significativos do gênero.




Gay Vaquer – The Mourning of The Muscians – 1973

 

01 – 5-20 (Gay Vaquer)
02 – Peoples blues (Gay Vaquer)
03 – A cybernetic tragedy (Gay Vaquer)
04 – Dimensions (Gay Vaquer)
05 – Awakening in absolute (Gay Vaquer), Elsewhere (Gay Vaquer)
06 – Fantastic realism (Gay Vaquer)
07 – Da capo al fine (Gay Vaquer)

Arranged by Gay Vaquer

Gay Vaquer – acoustic and electrit guitar
Jane Vaquer [Jane Duboc] – vocals
Luiz Eça – acoustic and electric keyboards
Paulo Moura – soprano sax, alto sax, flute
Novelli – amplified acoustic bass
Everaldo Ferreira – drums, percussion
Bill French – drums, percussion

Excelente disco de jazz com toques de rock,blues, psicodelia e música brasileira gravado pelo guitarrista americano Gay Vaquer (depois Jay Vaquer) que tocava com o mestre Raul Seixas em vários shows e gravações.

O disco conta com a sua mulher (na época) Jane Vaquer (depois Jane Duboc) no vocal, que depois foi vocalista do primeiro disco do grupo de rock progressivo Bacamarte e uma carreira solo mais puxada pra MPB de muito sucesso e conta também com a nata do samba jazz da época como Paulo Moura e Luis Eça, mas o som é mais puxado pro jazz tradicional americano e pro Jazz Fusion com exceção da penúltima faixa (Fantastic Realism) que tem esse toque mais brasileiro.

MUSICA&SOM

Preview – A Cybernetic Tragedy

David Garret – Garoto prodígio

 

.Um violinista contemporâneo alemão.
O mais impressionante desse músico é que ele +e jovem, e sua primeira gravação foi aos 14, um verdadeiro menino prodígio.
Seu primeiro violino foi dado pelo seu pai aos 4 anos de idade e aos 10 já tocava com a Filarmônica de Hamburgo(lembrando que na Alemanha, pra tocar em orquestra tem que ser fera, afinal, sabemos dos grandes músicos que a Alemanha revelou no mundo erudito).
Em seus primeiros álbuns ele gravava covers de clássicos da música erudita, a partir do Virtuoso de 2007 já começou a gravar músicas próprias no violino ou versões de clássicos do rock.
Em seu último disco ele voltou às raizes da música erudita.

Aqui alguns discos dele

David Garret -2009 MUSICA&SOM

Virtuoso – 2007 MUSICA&SOM

Encore – 2008 MUSICA&SOM

Rock symphonies – 2011 MUSICA&SOM


Cactus – Cactology (compilação)

 

Essa banda, caro caçador de bandas míticas, é uma das minhas preferidas, das que me fez arrepiar até o último fio de pelo que tenho. No que diz respeito a Rock n’ Roll, a “Cactus” é um malte do puro, sem frescura, triplamente destilado e servido sem gelo, rasgando entranhas… Exagero? Ráh!… baixe e ouça, se menti, teça seu comentário.

O Cactus surgiu em 1969 e, mais uma vez em meus posts, foi formada por músicos da consagrada “Vanilla Fudge”, com Jeff Beck nas guitarras e contava também com o Rod Stewart. A banda passou por algumas reformulações, mas nunca perdeu sua essência blueseira nervosa, com uma pegada Hard, vozes esganiçadas e boogies de altíssima qualidade!

MUSICA&SOM


The Galo Power – Ancient Rise(2011)

 

Começamos em 2007 a nossa jornada em Goiânia. A princípio, éramos uma dupla com violão e meia lua e não tínhamos tanta certeza que era certo continuar, visto que a cena aqui em Goiânia é traiçoeira, pois ao mesmo tempo que muitos querem te ajudar, você acaba descobrindo que é a sua força de vontade juntamente com seus companheiros de banda que te fazem conseguir alguma coisa, o famoso “Do it yourself”.

Em 2011 finalmente lançamos nosso primeiro EP, o “Ancient Rise”, a ‘ascensão antiga’, que de certa forma traduz o que nós da banda passamos a fazer, tocar um estilo não muito próprio dessa nova era musical, som de velho ou, melhor dizendo, clássico. São nos clássicos que nos inspiramos, antes e de agora em diante. Ele foi lançado pela Two Beers Or Not Two Beers, selo independente de Goiânia que lança bandas estritamente do underground e com pouco suporte, o que não quer dizer que são bandas ruins, pelo contrário… muito pelo contrário!

A formação desse disco contava também com a Salma Jordana nos vocais e backing, que já não pertence mais a banda desde agosto do ano passado, mas antes disso, deixou esse legado memorável pra gente com sua linda e forte voz e personalidade.

Esse disco todo foi gravado em mais ou menos 7 horas de gravação ao vivo, depois de uma semana intensa de ensaios para que não houvesse perca de tempo, exceto as faixas “Marry me Mary”, que é uma música que foi gravada apenas com violão e bateria em 2007, ainda na primeira formação, eu (Bruno Gallo) na guitarra e Evandro Galo, meu primo, na bateria, e a faixa “Psychobilly Girl”, que foi gravada no estúdio Novo Mundo no Goiania Noise Festival em 2008.

A mensagem do disco é direta: uma fagulha recente de uma chama que muitos dizem já estar apagada, o Rock Clássico. As composições parecem ser diferenciadas uma da outra em questão de estilo musical, e é verdade, essa é uma marca da The Galo Power, compor naturalmente músicas em estilos diversos, mas que em suma são significados de uma mesma linguagem. As influências são múltiplas, as que posso numerar são Rolling Stones (principalmente na ‘I fell in disgrace’), Grand Funk Railroad (nota-se na ‘Love Beam’), Nazareth, The Who, Ten Years After e até um pouquinho de Ramones.

Formação do disco “Ancient Rise”: Salma Jordana (vocais e backing), Evandro Galo (bateria), Rodolpho Gomes (baixo e backing) e Bruno Gallo (guitarra e vocal)

Track List:

1 – Love Beam

2 – Final Solution

3 – I fell in disgrace

4 – 13th Floor

5 – Who Said

6 – A crazy player for a drunk guitar

7 – Psychobilly Girl

8 – Marry Me Mary

 MUSICA&SOM




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