Tudo bem, joguem pedra, mas me deixem falar antes. Este disco não teve o sucesso que teriam outros discaços da banda, mas o segundo álbum dos escoceses é uma pérola e tanto. E a surpresa para a época recai justamente no fato deste trabalho ser guiado pela pegada acústica, diferente do hard a la Led Zeppelin da estréia lançada em 1971, do matador Hair of the Dog (1975) e do clássico Razamanaz (1973). A textura sonora aqui é forte, mas calcada nas cordas sem eletricidade.
E as surpresas são muitas, como os arranjos orquestrados e com violões de 12 cordas acompanhando em “I Will Not Be Led”, canções dançantes como “Cat’s Eye, Apple Pie” e uma versão light (?) de “Woke Up This Morning” , que mais adiante ganharia a sua versão definitiva e mais pesada em Razamanaz. Este é um disco que mostra o quanto o Nazareth estava entrosado e sem medo de se arriscar em novas frentes. Pete Agnew (baixo fantástico e guitarra acústica) e Manny Charlton (guitarras, a popular 12-string guitar, violões, etc) deitam e rolam para Dan McCafferty soltar a sua rouca e inconfundível voz.
Exercises é uma coleção de trilhas acústicas com harmonias exuberantes, mas sem perder o DNA pesado do grupo. Por mais que muitos apontem este disco como um equívoco e que a banda havia errado ao decidir mudar o seu estilo entre a estreia e este trabalho, o álbum é um documento da versatilidade dos escoceses.
Porém, o mundo clamava por trabalhos mais pesados, e para o próximo disco a produção ficou nas mãos do baixista do Deep Purple, Roger Glover, e a banda conseguiu retornar ao estilo que a consagrou com Razamanaz.
Pare e escute Exercises do começo ao fim. Ouça “Sad Song” e a emocionante “1692 (Glencoe Massacre)” e descubra um lado da banda que poucos conhecem. Vai jogar pedra neste disco? E se tiver que escolher uma canção deste maravilhoso trabalho eu ficaria com “Cat’s Eye, Apple Pie”. É divertida e dá o tom do álbum.
Sem comentários:
Enviar um comentário