domingo, 1 de dezembro de 2024

STUD ● Stud ● 1971 ● Irlanda [Heavy Prog, Jazz-Rock]



Aqui está a versão em CD desse clássico que apresenta Jim  Gregan do FLOSSOM TOES e Richard McCracken e John Wilson do TASTE.

STUD nasceu em 1970 formado por McCrackekn e John Wilson da recém dissolvida TASTE que contou com Rory Gallagher e Jim Gregan (que integraria mais  tarde o FAMILY). O álbum que gravaram pela Deram na Decca era um amálgama de Rock e Jazz e foi um excelente álbum "Progressivo" da época. As sessões também incluíram participações de Poli Palmer (do FAMILY) e John Wider (ex-Eric Burdon & THE ANIMALS e FAMILY). Embora o STUD nunca tenha conseguido os elogios que mereciam, seu álbum de estréia continua sendo muito procurado pelos aficionados do Progressive Rock!

A sonoridade é eclética e muito agradável, transitando pelo Prog, Jazz Fusion e Pop-Rock. "1112235" é uma faixa que faz fronteira com Avant-Guarde sendo a faixa mais longa do álbum. O ouvinte fica surpreso no começo, mas mostra algumas ótimas músicas individuais e foi aparentemente o resultado de uma jam session. "Turn Over the Pages" é simplesmente uma música linda junto com a faixa de abertura "Sail On". Outra faixa longa é "Harpo's Head" e complementa "1112235". "Horizon" e "Song" fecham o disco que no geral é uma ótima viagem para o ouvinte.

Tracks:
01. Sail On (4:12)
02. Turn Over the Pages (4:17)
03. 1112235 (12:20)
04. Harpo's Head (7:35)
05. Horizon (11:07)
      i. Here   
      ii.There   
06. Song (2:33)
Time: 42:01

Musicians:
• Jim Cregan: Guitarras, Vocais
• Richard McCracken: Baixo, Guitarras
• John Wilson: Bateria
+
-John "Poli":  Vibrafone
-John Weider: Violino



SUPERSISTER ● To the Highest Bidder ● 1971 ● Holanda [Eclectic Prog/Canterbury Sound]

 


Seguindo o mesmo caminho de seu álbum de estréia, o SUPERSISTER lançou uma grande obra na forma de "To the Highest Bidder": de fato, SUPERSISTER prova ser uma das bandas Prog holandesas mais proeminentes dos anos 70, igualando-se a FOCUS e FINCH em destreza, fogo e excelência. De muitas maneiras, o SUPERSISTER encarna a resposta holandesa ao SOFT MACHINE, já que sua música é abertamente inspirada pelo elo mais jazzístico de Canterbury; eles também têm influências claras do absurdo sofisticado de Zappa e da dinâmica distinta do Free Jazz de vanguarda (a faixa 3 é o melhor exemplo). A abordagem do humor do SUPERSISTER no contexto do Progressivo orientado para o Jazz é um componente crucial de sua música, pois permite que todos os quatro músicos mantenham uma sensação alegre em seus artistas, enquanto exibem suas próprias habilidades individuais e interação desafiadora. O papel do flautista é certamente especial, já que o estilo de van Geest tem uma notável tendência para o pastoral, mas de uma forma estranha, funciona eficazmente no meio da tendência jazzística combinada de seus outros parceiros. O fato de duas faixas terem mais de 10 minutos de duração permite que o quarteto explore suas ideias musicais e explore suas variações potenciais: "A Girl Named You" (um clássico da SUPERSISTER) está cheia de cores latino-jazz, enquanto "Energy (Out of Future)" acrescenta algumas batidas exóticas africanas no meio das exaustivas viagens musicais e rítmicas da banda. Ambas as faixas retratam óbvias aspirações bombásticas, mas no final das contas, a banda consegue não levar esse ímpeto longe demais mantendo o senso de diversão. Como resultado, há um toque constante e oculto de diversão e frescor em todas essas peças; desta forma, o ouvinte amigo pode ter a certeza de que os seus sentidos não se cansam em nenhum momento, uma vez que o sabor agradável permanece inalterado. As restantes faixas são aparentemente mais serenas, mas não menos engraçadas: "No Tree Will Grow (On Too High a Mountain)" termina o seu retrato reflexivo com o som de uma multidão a rir cinicamente, enquanto "Higher", em contraste com a faixa anterior tour-de-force, é um tema bossanova, servindo basicamente como um doce e frívolo encerramento. Juntamente com FOCUS e FINCHSUPERSISTER faz parte do Prog Holy Trinity da Holanda, e certamente merecem ser tão reconhecidos quanto os outros...

Tracks:
01. A Girl Named You (10:08)
02. No Tree Will Grow (On Too High a Mountain) (7:40)
03. Energy (Out of Future) (14:55)
04. Higher (2:56)
Time: 35:39

Bonus tracks on 2008 remaster:
05. A Girl Named You (single version) (3:17)
06. Missing Link (B-side) (2:58)
07. No Tree Will Grow (single edit) (4:27)
08. The Groupies of the Band (B-side) (4:32)

Musicians:
- Robert Jan Stips / lead vocals, keyboards
- Sacha van Geest / flutes, vocals
- Ron van Eck / bass, fuzz bass
- Marco Vrolijk / drums, percussion




THE AMAZING BLONDEL ● Fantasia Lindum ● 1971 ● Reino Unido [Folk Prog]

 


Da perspectiva de um fã de Folk Progressivo, "Fantasia Lindum" é o álbum mais interessante do AMAZING BLONDEL, principalmente por causa da faixa-título suíte de 20 minutos. Embora essa peça apenas justaponha canções curtas e danças de alaúde, ela possui muito mais continuidade do que a coleção de faixas consecutivas de seus primeiros álbuns. Na verdade, a introdução, o desfecho e o refrão de "Lincolnshire Lullaby" são puro brilhantismo, e o resto do longo pastiche é quase tão bom quanto. 

O segundo lado (ou segunda parte) do álbum é segue o mesmo estilo Folk suave. Deve ser enfatizado novamente que não há bateria, baixo ou guitarras elétricas neste álbum, garantindo que esta música não tenha o aspecto Rock. Esta música é doce e excepcionalmente fácil de ouvir e, como tal, não oferece muito desafio para o fã de Prog. "Fantasia Lindum" é um bom e charmoso álbum de Folk progressivo (ou seja, não é um álbum de Rock Progressivo). Se você está começando a conhecer o trabalho do AMAZING BLONDEL, este é o álbum certo para começar

Faixas:
01. Fantasia Lindum: (20:13)
      a) Prelude and Theme
      b) Song: Swifts, Swains, Leafy Lanes
      c) Dance: Jig Upon Jig; Theme (lutes and recorder)
      d) Dance (Galliard): God Must Doubt
      e) Song: Lincolnshire Lullaby   
      f) Dance: Basse Dance; Theme (lute duet)
      g) Dance: Quatre Dance Pavan
      h) Song: Celestial Light (for Lincoln Cathedral)
      i) Dance: Coranto; Theme (lutes and recorders)
      j) End
02. To Ye (3:24)
03. Safety In God Alone (4:49)
04. Two Dances: (1:56)
       a) Almaine
       b) Bransle For My Ladys' Delight
05. Three Seasons Almaine (3:32)
06. Siege of Yaddlethorpe (2:30)
Duração: 36:24

Músicos:
• John Gladwin: vocal principal, 2º alaúde, contrabaixo, tiorba
• Terence Wincott: flautas doces, crumhorn, cravo, piano, harmônio, percussão, instrumentos de sopro, vocais
• Edward Baird: 1º alaúde, glockenspiel, dulcimer, guitarra, vocais
Com:
- Jim Capaldi: caixa (faixa 6)
 


THE TRIP ● Caronte ● 1971 ● Itália [Symphonic Prog/Rock Progressivo Italiano]

 


Em 1971 o TRIP lançou seu segundo disco, "Caronte", com uma marcante capa dupla (tirada de ilustrações de Gustave Doré, do século 19, que foram reelaboradas com ironia e um toque de cor em um curioso estilo Pop Art), um álbum conceitual cheio de mitologia grega (Caronte seria o barqueiro que carregava almas dos recém mortos sobre as águas do rio que dividia o mundo dos vivos e dos mortos, segundo o livro "A Divina Comédia", de Dante Alighieri). Tornar-se-ia o álbum de maior sucesso e mais representativo deles. Ao contrário do anterior, "The Trip", ainda muito ligado ao Blues-Rock e à psicodelia dos anos 60, "Caronte" era claramente inspirado no Rock Progressivo britânico, em particular no som praticado por bandas como KING CRIMSON, THE NICE e (em proporção menor) DEEP PURPLE e PINK FLOYD. Os arranjos eram ricos e cheios de música erudita, com mudanças de ritmos, efeitos sonoros psicodélicos e harmonias complexas com predomínio dos teclados de Joe Vescovi, emulando Keith Emerson. Considerado por muitos como o primeiro álbum de Prog-Rock italiano (ainda que não fosse tão italiano e mais um decalque do Prog inglês), "Caronte" foi uma joia criada por Arvid "Wegg" Andersen (vocais/baixo), Billy Gray (guitarra elétrica, violão), Joe Vescovi (vocais, órgãos, mellotron e demais teclados) e Pino Sinnone (bateria). A abertura instrumental "Caronte I" (quase 7 minutos) começava com linhas de baixo pulsantes, ondas sombrias de órgãos e golpes espectrais de guitarra que levam o ouvinte ao submundo, através do rio da aflição, onde era possível embarcar na balsa de Caronte, junto com Dante e Virgílio. A jornada ao inferno começava... "Caro Caronte, obrigado pelo convite para testemunhar para a condenação de almas. Conosco estão alguns escolhidos que gostaríamos de observar..." (texto do encarte). Depois vinha a faixa "Two Brothers" (mais de 8 minutos) que abria com barulho de freios de pneus no asfalto (inspiração na cena final do filme "Easy Rider"), tiros e uma motocicleta voando pelo ar, um homem tentando desesperadamente escapar de seus assassinos, a estrada coberta de sangue, fogo/chamas/aço/couro... a atmosfera fica sombria enquanto baixo e órgão teciam um réquiem para os mortos. Então, o ritmo aumenta, enquanto a canção e as letras evocam os protagonistas em seu caminho para o inferno. O lado 2 abria com a balada sonhadora e delicada "Little Janie" (4 minutos, dedicada à Janis Joplin, evocando seu destino trágico). Em seguida, vinha a longa e complexa "L'ultima ora e Ode a Jimi Hendrix" (mais de 10 minutos) evocando a sombra cambaleante do guitar hero numa curiosa mistura de padrões de órgão erudito, passagens de Hard Rock poderosas e solos de guitarra chorosos. A curta instrumental "Caronte II" (pouco mais de 3 minutos) encerrava essa viagem ao inferno deixando à sua imaginação o resto da história.

Tracks:
01. Caronte 1 (6:45)
02. Two Brothers (8:15)
03. Little Janie (4:00)
04. L'Ultima Ora e Ode a J. Hendrix (10:18)
05. Caronte 2 (3:32)
Time: 32:50

Musicians:
- William Gray: electric & acoustic guitars, vocals
- Joe Vescovi: Hammond organ, piano, church organ, Mellotron, arrangements, lead vocals
- Arvid "WEGG" Andersen: bass, lead vocals
- Pino Sinnone: percussion




Discografias Comentadas: W.A.S.P. – Parte I

 


Sempre fui fã de bandas que tinham em sua bagagem talento, intrigas, discussões, polêmicas e diversão. Por quê? Porque rock ‘n’ roll é isso! É a irresponsabilidade e a falta de compromisso que garantem à banda o sucesso tão almejado! Livre de fórmulas pré-estabelecidas que causam falta de criatividade e identidade, transformando as bandas de hoje em bandas chatas e corretinhas, sempre em busca da perfeição, com medo de arriscar e chocar!
O W.A.S.P. surgiu em 1982, no estado da Califórnia, Estados Unidos, tendo como líder e fundador o talentoso e controverso Blackie Lawless. Logo no início das atividades, surgiu uma polêmica em torno do acrônimo “W.A.S.P”! Não é novidade para ninguém que isso sempre provocou dúvidas e diversas interpretações inusitadas por parte de seus fãs e também da tão complicada sociedade norte-americana. Para muitos, a sigla representa “White Anglo-Saxon Protestant” (“protestante branco anglo-saxônico”), para outros “We Are Sexual Perverts” (“nós somos pervertidos sexuais”). Enfim, quanto mais a banda polemizava, mais a popularidade crescia. Ganhou também notoriedade por seus shows teatrais e suas letras com temas pra lá de sacanas, rendendo à banda, uma briga de grandes proporções com o infame PMRC (Parents Music Resource Center), um comitê formado por esposas de congressistas norte-americanos a fim de “proteger” as crianças dos supostos malefícios incentivados pelo rock.
Fatos curiosos à parte, é indiscutível a importância do W.A.S.P. na história do heavy metal, banda de forte personalidade e que trouxe para nós composições de altíssima qualidade, garantidas pelo genioso Blackie Lawless.
“Ladies, and gentlemen, boys and girls
And wild ones of all ages
Step right now, I welcome you to come on in
Inside Electric Circus
The music is your passport, your magic key
To all the madness that awaits you
Feel the thunder and the frenzy
And see all the unusual animals, and the Animals?
Well they’re something else…”
W.A.S.P. [1984]
Foi em 17 de agosto de 1984 que o W.A.S.P. deu seu primeiro tiro certeiro, lançando um álbum com excelentes riffs, solos emblemáticos, refrões pra lá de memoráveis e letras cheias de perversão, sexo e críticas disparadas por Mr. Lawless. O disco realmente é fantástico, praticamente todas as músicas contidas nele são de uma qualidade impressionante, surpreendendo os ouvintes logo na primeira audição. O álbum começa em alto nível com a animalesca faixa de abertura “I Wanna Be Somebody“, velocidade e excelentes refrões. Os outros destaques são as faixas “L.O.V.E. Machine“, “On Your Knees“, a nervosa “Hellion“e a semibalada “Sleeping (In the Fire)” simplesmente linda. O álbum alcançou status de ouro nos EUA e vendeu mais de um milhão de cópias em todo mundo. Apenas como curiosidade, o W.A.S.P. tentou lançar antes deste debut o single “Animal (Fuck Like a Beast)”, que a gravadora Capitol Records na época recusou-se em colocar no mercado, pois as letras das músicas eram muito agressivas para os padrões da sociedade norte-americana. Só depois de muito tempo é que ele finalmente foi lançado pela gravadora Music for Nations.
The Last Command [1985]

Segundo grande parte de seus fãs, trata-se do melhor trabalho da banda, que nada mais é que a segunda parte do debut. Trata-se de um registro mais contido em relação à selvageria do primeiro, mas traz grandes composições, que até hoje são tocadas em seus shows, como a excelente “Wild Child” e a despojada “Blind in Texas“. Como destaque, temos também a divertida e suja “Ball Crushe” e a semi-épica “Widowmaker” que tem uma levada fantástica e emocionante. Segundo Lawless foi o álbum onde ele mais cantou e teve trabalho para gravar… “Deus, eu cantei pra caramba nesse disco, eu realmente detonei, levei seis horas para colocar os vocais em Wild Child”. Se você não conhece muito o W.A.S.P., comece por esse. Um disco que resume a boa fase desta grande banda.
Inside the Electric Circus [1986]
Com a saída do guitarrista Randy Piper, Lawless largou o baixo e assumiu de vez uma das guitarras, trazendo para a banda o baixista Johnny Rod (King Kobra). Aproveitando a ótima repercussão de seu antecessor, o W.A.S.P. entrou novamente em estúdio e colocou no mercado mais um ótimo trabalho. Deixando o hard rock um pouco de lado e investindo mais no heavy metal, o W.A.S.P. alcançou a posição de número 60 na parada de álbuns da Billboard, logo após iniciar uma turnê conjunta com Iron Maiden e Slayer. Confesso que tenho este álbum como um dos meus preferidos, pois foi através dele que conheci a potência da banda, através das faixas “Inside the Eletric Circus“, “9.5.-N.A.S.T.Y.“, onde Lawless grita tanto que os seus tímpanos parecem que vão estourar e a faixa mais conhecida do petardo “I Don’t Need no Doctor“, presente em todos os shows da banda. Outros destaques ficam por conta da faixa de abertura “The Big Welcome”, uma das melhores que já ouvi, simplesmente fantástica para não dizer cinematográfica. Por fim, o cover do Uriah Heep ” Easy Livin“, muito mais pesada e rápida do que a versão original.
The Headless Children [1989]
Em abril de 1989 chegou às lojas o álbum The Headless Children, causando certo impacto nos fãs, pois o W.A.S.P. cresceu e passou a trilhar novas caminhos, isto é, estava evoluindo para um novo nível de composição, com letras adultas sobre assuntos políticos e religiosos, deixando de lado a maquiagem e a selvageria encontrada nos primeiros discos. Com uma sonoridade mais polida, o W.A.S.P. dali em diante deixou a regularidade de seus álbuns para mostrar a cada trabalho uma diversidade maior com um grau de experimentalismo cada vez mais interessante. Neste disco, os guitarristas Chris Holmes e Lawless mostram toda sua versatilidade, em músicas com solos inspirados; e Frankie Banali, baterista recém chegado do Quiet Riot, mostra toda sua técnica em constantes viradas que acrescentaram muito à nova proposta da banda. Posso apontar como destaque do álbum a faixa “The Heretic (The Lost Child)“, épica e grandiosa, com uma avalanche de solos, “The Headless Childre“, com uma levada sensacional e um Lawless cantando demais, “Forever Free“, linda balada, e as igualmente descompromissadas e sujas “Mean Man” e “Rebel in the F.D.G.“. Enfim, trata-se de um dos trabalhos mais fortes do W.A.S.P., se transformando em seu álbum mais vendido até então.
The Crimson Idol [1992]
Depois da turnê para o disco The Headless Children, Chris Holmes deixou a banda, dessa maneira, Lawless começou a trabalhar sozinho na composição daquele que seria um de seus maiores trabalhos, se não o maior, a ópera-rock The Crimson Idol. Para gravá-lo, Lawless chamou Bob Kulick (guitarra) e os bateristas Stet Howland e Frankie Banali. O álbum conceitual narra á história de Jonathan Aaron Steel, um jovem suicida e ícone do rock, que acaba se envolvendo com os perigos da fama e suas consequências. Eleito pela revista Metal Hammer como um dos 20 melhores álbuns conceituais de todos os tempos, The Crimson Idol é uma obra prima. É impressionante como este registro traz uma riqueza em melodias, detalhes e riffs, mostrando Blackie Lawless como um compositor de mão cheia trazendo algo completamente diferente e original em relação ao que se tinha no início dos anos 90. Com uma introdução apoteótica “The Titanic Overture“, o álbum cresce e mostra a sua grandiosidade perante as faixas “Arena of Pleasure” e “Chainsaw Charlie” esta por sinal sempre executada em seus shows. Os destaques estão também nas excelentes baladas “The Idol” e “Hold on to My Heart“, esta última, uma das baladas mais bonitas que já ouvi. Como fã, considero este o melhor álbum da banda. Como Lawless mesmo diz: “este álbum deve ser apreciado com muita calma e cuidado, pois não criei um fast food para os ouvidos”.
Still Not Black Enough [1995]
O que estava previsto ser lançado como um álbum solo de Blackie Lawless transformou-se no sexto album do W.A.S.P.. Na verdade, não é novidade para ninguém que desde The Crimson Idol o W.A.S.P. nada mais é que a banda solo de Lawless, onde ele manda e desmanda como quer. Para esse registro, os músicos são praticamente os mesmos do registro anterior, Bob Kulick (guitarra), Frankie Banali (bateria) e Lawless na guitarra, baixo, teclados e vocais. Como o W.A.S.P. vinha em uma sucessão de excelentes discos, este ficou aquém das expectativas, mais fraco e sem o brilhantismo dos anteriores. Não se trata de um disco de todo ruim, mas perdeu-se um pouco do peso e da melodia que a banda vinha desenvolvendo através do tempo. Talvez parte da culpa seja da produção, que está polida demais, deixando o som da banda bem artificial. As faixas “Black Forever” e “Goodbye America” trazem um pouco do velho W.A.S.P., e “Rock ‘n’ Roll to Death“, com toda sua energia, faz valer o álbum. O destaque fica por conta da voz de Lawless que está fabulosa, ouça a faixa “I Can’t” e descubra por si só. Um álbum razoável, onde as composições são medianas, mas a voz de Lawless está extraordinariamente inigualável.
Kill Fuck Die [1997]
Com a volta de Chris Holmes e os novos integrantes Michael Duda (baixo) e Stet Howland (bateria), o W.A.S.P. tentou voltar às raízes, mas com um novo direcionamento musical, mais cru e pesado, com a adição de elementos do industrial. Muitos fãs torceram o nariz, considerando este o pior álbum da banda. Discordo totalmente. O registro não traz tantas mudanças significativas que justifiquem tal desapontamento dos birrentos fãs. Kill Fuck Die traz boas composições e uma aura de experimentalismo, onde o som industrial se fundiu em perfeita sintonia com as melodias compostas por Lawless. O objetivo das diferentes influências era somente dar ênfase ao clima obscuro e agressivo das faixas, sem descaracterizar a reputação da banda. Os ótimos momentos do álbum são as faixas  “Take the Addiction,”, “Kill Your Pretty Face“, “Little Death” e a perfeita e angustiante “My Tortured Eyes” onde a proeminente voz de Lawless sugere um espetáculo a parte. Enfim, este álbum merece mais respeito pelos fãs e uma audição mais delicada, pois trata-se de um trabalho coeso, maduro e acima de tudo criativo.

Destaque

Cássia Eller - Veneno Antimonotonia (1997)

  Álbum lançado em 1997 e é uma homenagem ao cantor e compositor Cazuza, com regravações de algumas de suas canções. Faixas do álbum: 01. Br...