- Gernika (1977)
- Etorkizunaren Bila (1978)
quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Gernika [Discografia]
Os Amigos - Portugal no Coraçao (1977)
Único single da formacão portuguesa Os Amigos composta por Luisa Basto, Fernando Tordo e Paulo de Carvalho entre outros
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Benito Lertxundi - Gure Bide Galduak (1967)
Um dos primeiros EPs do cantante euskaldun Benito Lertxundi, publicado polo selo CINSA - EDIGSA cando aínda era un dos compoñentes do colectivo Ez Dok Amairu
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De Santurce a Bilbao Blues Band - Las Madres del Cordero [Discografia]
Disco duplo editado pela gravadora Rama-Lama compilando todas as gravações da formação composta por Moncho Alpuente, Antonio Piera, Jordi Pi, Felipe Montes, Álvaro Ibernia e Joss Martín, embora tenha sido uma formação que teve muitas colaborações com outros artistas que foram movimentando-se na cena da canção do autor, como Luis Mendo, Elisa Serna, Hilario Camacho, Jorge Krahe, Jesús Munárriz e Rosa León.
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First Aid Kit – Ruins (2018)
As First Aid Kit trazem-nos um disco sobre corações partidos, melancólico e bonito, mas onde falta o rasgo de sair da zona de conforto.
Passaram três anos e meio desde o último trabalho do duo folk-rock sueco First Aid Kit e as irmãs Söderberg trazem-nos um disco para tentar curar um coração partido. O trabalho foi escrito depois de Klara ter terminado uma relação – e a viver num país diferente de Johanna devido a conflitos entre as duas – e essa melancolia e tristeza da separação sente-se em cada verso e em cada acorde de guitarra.
A abrir temos “Rebel Heart”, um tema onde as vozes entrecruzam e vão acompanhando o crescendo do excelente instrumental. A primeira faixa do disco promete, promete muito, assim como promete o excelente primeiro single, “It’s a Shame” – mas depois o resto do álbum é composto por altos e baixos, com menos consistência do que seria de desejar depois de um começo tão auspicioso.
Há delicadeza, há amor, há drama, há raiva. Há de tudo neste disco, em que as duas irmãs parecem desligar-se da adolescência dos seus primeiros trabalhos e nos oferecem um álbum mais adulto, bem produzido, cheio.
Neste processo, perderam a simplicidade do folk para tentarem fazer uma coisa diferente – e resulta, pelo menos nas músicas em que se atrevem a arriscar. “Fireworks” é um bom exemplo e em “To Live a Lie” há uma simplicidade cristalina que enternece mas em “Postcard” tocam já no country e o resultado não é tão bem conseguido e “My Wild Sweet Love” vai certamente ser ouvida em repeat por muitas adolescentes a recuperar de um coração partido. Não podemos deixar de falar de “Nothing Has to Be True”, que encerra o disco: há tristeza e desalento no início acústico mas depois chega um final tão épico que percebemos que vai tudo ficar bem, que os corações partidos têm remédio.
A falha neste disco é que as First Aid Kit acabam por não sair da zona de conforto. Quase o fazem, com os instrumentais mais cheios e as vozes cristalinas a soarem mais desafiadoras. Mas a segunda metade do álbum não surpreende tanto como a primeira – embora também não choque.
O álbum não deixa de ser bonito e enternecedor mas a verdade é que, ao quarto álbum, esperava-se um pouco mais. Talvez no próximo trabalho, já de desgosto refeito, as First Aid Kit consigam verdadeiramente libertar-se e arriscar dar o salto que faltou neste trabalho.
Bahamas – Earthtones (2018)
A ideia era fazer um disco “mais rítmico e funky”, mais colectivo e menos solitário. O resultado? Uma reinvenção refrescante e o disco mais conseguido da carreira de Afie Jurvanen.
Um músico americano mais próximo do country e folk-rock inspirar-se em géneros como a soul e o gospel, trazendo groove e coros para as suas canções, não é propriamente novidade. Afinal, o que fez por exemplo Dylan se não isso, em Slow Train Coming? Se formos aos singers-songwriters contemporâneos (de Kurt Vile a guitarristas como William Tyler e Ryley Walker) e à sua relação com o blues e o jazz (caso de Walker), que muito inspiraram também a folk britânica (evoque-se John Martyn ou Michael Chapman), a conversar prolongar-se-ia.
Não deixa de ser curioso, contudo, que tal como Matthew E. White (“Everybody sees that R&B is free (…) Everybody gets that gospel licks are gifts (…) Everybody knows that rock and roll is cold”, lembram-se?) – que até decidiu montar um estúdio com uma banda residente à la Motown (Spacebomb Studios) -, também Afie Jurvanen, o músico que assina como Bahamas, tenha-se inspirado na herança da música americana predominantemente negra na sua reinvenção como artista. As pistas tinham sido deixadas antes mesmo de Earthtones, o novo disco, chegar às lojas. “Adoro R&B, adoro hip-hop (…) Tenho andado a ouvir muita música moderna, do Anderson Paak, do Kendrick Lamar, do Kanye West”, apontou em entrevista o músico canadiano, já com três discos anteriores editados e alguma experiência como produtor.
Inspirado também pela sua nova residência, Los Angeles, Afie queria fazer um disco “rítmico e funky”. Decidiu convocar a excelente banda que apoia o cantor de R&B D’Angelo (os Vanguards, onde estão por exemplo o prestigiado baterista James Gadson e o grande baixista Pino Palladino) e foi para estúdio gravar um álbum musicalmente mais instintivo: se as canções não lhe pareciam bem, contou em outra entrevista, seguia em frente e começava rapidamente a explorar outras ideias, processo bem diferente do anterior, onde trabalhava os primeiros rascunhos até à exaustão, até se tornarem eficazes.
Já chamado de o seu disco “mais catchy”, Earthtones é seguramente o disco com canções mais relaxadas e com mais groove que Afie já compôs (benditos baixos). Os coros resultam muito bem, a sonoridade (com o espaço adequado deixado à exposição da cumplicidade e virtuosismo da banda) é coerente do início ao fim, o álbum começa e acaba bem e não parece pouco editado (nenhuma das 11 canções soa especialmente dispensável) e tem um tema fabuloso (“Way With Words”) que dificilmente não figurará entre os mais interessantes de 2018.
“We all start out alone and seek a mistery all our own / so let the heart beat out its ancient tone”, canta, logo no tema inaugural (“Alone”) onde dá o mote para uma escrita inteligente e madura sobre o amor, depressões, “white privilege” e o seu percurso e relação com a indústria (“I got lonelier up there in that one man band”, canta numa música; “We’re the opening act and yes the place is packed / And so I’m glad / cause it wasn’t long ago I wasn’t offered a show”, refere noutra), aqui e ali piscando o olho à linguagem contemporânea (“Don’t keep me waiting on some SMS”).
Inspirado no passado mas profundamente ancorado no presente, Earthtones é um belo exemplo da melhor reinvenção e renovação. Já em 2017 tínhamos tido a mesma impressão com FLOTUS, dos Lambchop, disco no qual Kurt Wagner (líder da banda) decidiu aproveitar os benefícios da tecnologia (em especial do vocoder) e da produção mais groovy e experimental do presente (do R&B mais alternativo) em seu proveito. Podia ter corrido mal mas Earthtones representa um passo em frente. É, também, um indício auspicioso de um belo ano musical, para o qual Dr. Lonnie Smith (All In My Mind), Ty Segall (Freedom’s Goblin) e o nosso Sérgio Godinho (Nação Valente) também já contribuíram.
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