Como você sabe, a internet foi inventada no fim dos anos 60, mas apenas para fins militares. A ferramenta só se tornou acessível e começou a se popularizar no fim da década de 90.
Portanto, em 1993, quando o Aerosmith lançou o clássico álbum Get a Grip, as formas de consumir música ainda estavam bem concentradas nas mídias físicas, como o vinil, CD ou fita, ou em veículos como TV e rádio.
Mas, nessa mesma época, diversas iniciativas pelo mundo buscavam transformar isso, como o Internet Underground Music Archive, plataforma criada na Califórnia em que artistas podiam compartilhar suas músicas e se comunicar com o público.
Outro projeto, esse bastante “caseiro”, foi quando a banda Severe Tire Damage, que tinha engenheiros de computação na formação, conseguiu transmitir um show online e ao vivo usando a rede Mbone
Mas foi uma ação envolvendo a banda de Steven Tyler, Joe Perry e companhia que mais ajudou a vislumbrar o que seria o download de músicas a partir dos anos 2000.
A parceria entre o Aerosmith e a Geffen
Em 1994, a gravadora Geffen, considerada a primeira a ter intranet corporativa do mundo, quis dar um presente para os dois milhões de clientes da CompuServe, um dos primeiros grandes provedores de internet (ISP) dos Estados Unidos.
E esse presente era justamente um “lado B” do disco Get a Grip, a faixa “Head First”. Os usuários que digitassem “GO AEROSMITH” na linha de comando podiam baixar um arquivo WAV de 4,3MB da música.
Na época, um arquivo desse tamanho demorava aproximadamente 90 minutos (!) para baixar. Mas, nas duas semanas em que a música esteve disponível, 10 mil pessoas toparam esperar e fizeram o download.
Para divulgar a ação, Steven Tyler deu uma declaração um tanto quanto pioneira (via Louder):
Se os nossos fãs estão por aí dirigindo por aquela ‘super estrada da informação’, então nós queremos tocar na parada de caminhões.
Relembre a faixa “Head First”
Vale registrar que, também em 1994, o Megadeth foi vanguarda ao lançar o primeiro site da banda, e em 1995 os Rolling Stones se tornaram o primeiro grande grupo a transmitir um show ao vivo. Pequenas enormes revoluções!
tiago arrais passou por uma situação pessoal que não apenas mexeu bastante com a sua vida como acabou se transformando em canção.
Na verdade, a morte do seu avô acabou inspirando uma série de composições que se tornaram o primeiro disco solo do artista, a trilha de volta, lançado hoje (29) pela Sony Music Brasil.
Gravado em Nashville e Santa Fe, nos Estados Unidos, o disco foi produzido por BÆRD e traz uma sonoridade bastante particular, viajando por estilos que vão do Folk ao Pop passando pelo Indie, e também uma enorme dose de sentimentos próximos ao autor.
Em um papo exclusivo com o TMDQA!, ele explicou:
Nesse disco, ´A Trilha de Volta´, eu falo sobre a minha família. É um disco que eu escrevi pra minha família, no momento de vida que estou vivendo agora, pensando nas memórias do passado, lidando com o esquecimento, com os medos sobre o futuro. Principalmente dentro do contexto de pandemia, que a gente vive ainda, o cenário político, social.
E, nesse disco, eu tentei trazer um pouquinho de luz, um pouquinho de paz. Tentei lembrar a mim mesmo, e a todo mundo que vai ouvir, o que, de fato, importa nessa vida, que é a família, são as pessoas. Então, basicamente, o disco é sobre isso, sobre memória, sobre esquecimento e o quão breve é essa nossa vida no planeta.
As inspirações vieram desse contexto de família, mesmo. Claro, escuto muita música, sou impactado por diversos artistas nacionais, do 5 a Seco, Tim Bernardes, até artistas internacionais, como Damien Rice, Bon Iver e tanta gente boa. Não tentei buscar referências pra sonoridade do disco em si, mas gosto muito do trabalho desses artistas.
Novo Disco de tiago arrais
Já disponível em todas as plataformas de streaming, o novo disco de tiago arrais é “terapêutico”, como o mesmo explica:
Espero que vocês gostem d´A Trilha de Volta, que é pra trazer um pouquinho de reflexão e é um disco praticamente terapêutico, pra lidar com todos esses dilemas da vida em família e trazer um pouquinho de paz pra esse povo todo que tá sofrendo tanto nesses anos de pandemia.
Em release para a imprensa, ele também falou sobre como a dor de perder o avô influenciou o álbum:
Comecei a escrever as canções na época em que meu avô morreu. Ele foi a primeira pessoa próxima que perdi em toda a minha vida, notei que nos dias que se seguiram, o que eu mais sentia falta era de sua voz. Pensava em como ninguém, nunca mais, me chamaria pelo nome como ele me chamava… e acho que de alguma maneira eu queria que minha família ouvisse a minha voz cantando pra eles, queria criar um registro disso.
Inspirações e Influências
Além do papo, o artista também nos mandou uma playlist composta de artistas que lhe inspiram diariamente e lhe influenciaram para o álbum, passando por nomes como Chico Buarque, Milton Nascimento, Tiago Iorc, O Terno, Anavitória, Bob Dylan, The National e mais.
Você pode ouvir a playlist logo abaixo, bem como a belíssima canção “a grande beleza” na playlist TMDQA! Acústico, no Spotify.
Embora muitos geralmente ofereçam sua lista dos melhores álbuns ou músicas de rock progressivo, o público também quer conversar. Continuamos falando sobre os temas mais apreciados pelos fãs do gênero.
Estas são as músicas favoritas, parte 3 , baseadas apenas em critérios de audiência e não em juízes qualificados. Estamos falando de milhões de visualizações no YouTube e outras plataformas multimídia, o que também dá uma ideia do quanto nosso amado gênero progressivo está em demanda do público em geral:
Entrar no mundo de Pretty Hate Machine pela primeira vez é uma experiência e tanto. O álbum é uma espécie de barco à deriva em que você se move por mares calmos, sedutores, amigáveis e familiares, embora em outros entre em um caos retumbante, uma maré violenta cheia de letras sombrias e existenciais, de alguma forma começando a testar o autodestrutivo primeiro palco de seu líder indiscutível Trent Reznor.
Há muitos elementos aqui que, mesmo 20 anos depois, ainda aparecem na produção musical de Reznor hoje. A sua capacidade de compor músicas sombrias, mas ao mesmo tempo contagiantes, pode ser vista desde a sua infância, especialmente naquela incombustível «Head Like a Hole», uma música que chegou à sua produção à última da hora, e mostra-se definitivamente, sendo , com de longe a pista mais agressiva aqui. Os vocais de Reznor combinam perfeitamente com os versos de bateria e baixo, maldosos e angustiantes que finalmente irrompem em um refrão causticamente irado, enquanto Reznor grita uma das linhas mais icônicas da banda ("Head like a hole black as your soul / Prefiro morrer do que te dar o controle / «Cabeça como um buraco / negra como sua alma / Prefiro morrer / do que te dar o controle»).
É um início forte e poderoso, a primeira faixa do primeiro álbum do NIN é pura força, como se sentenciasse a sua história e é imediatamente seguida por «Terrible Lie», igualmente grandiloquente, embora significativamente mais espaçosa e onde os sintetizadores e tudo o que na nova onda dos anos oitenta e aparecem as influências da adolescência. Seu tema de escolha para aprofundar é bastante interessante, pois Reznor fica cara a cara com "o todo-poderoso", o próprio Deus. A música é agradavelmente espaçosa, mas as perguntas calmas e complacentes de Reznor a "Lord" contrastam fortemente com uma complexa melodia de refrão que faz o oposto do que acabamos de ouvir em "Head Like a Hole". Ambas as faixas se tornariam grampos das apresentações ao vivo da banda muito além das outras músicas do álbum,
Tanto na instrumentação quanto nas letras presentes, o álbum começa a ficar bem pessoal a partir deste ponto. “Down in It” é uma música incrivelmente misturada com um pesado ruído de sintetizador carregado de raiva, já que Reznor entrega linhas no que ele só pode descrever como rap borderline (algo que ele usaria novamente no futuro). É uma escolha estranha de entrega, mas funciona, e a música é de longe uma das faixas mais cativantes, seguida pela mais lenta "Santified", que conta uma história de paixão mais demoníaca.
O álbum também apresenta o que se tornaria outro marco dos trabalhos futuros do NIN, pelo menos uma música triste, lenta, letárgica, mas poderosa na alma: "Something I Can Never Have", a faixa faz um bom trabalho emulando uma sensação de perda , enquanto Reznor canta calmamente sobre uma melodia de piano igualmente autoconsciente e uma batida industrial ao fundo. Há um Reznor um tanto inocente na letra, mas ele claramente quer trazer coisas muito íntimas, pelo que podemos apreciar em sua absoluta honestidade. Reznor não está interessado em esconder nada, e este tópico ilustra isso muito bem. As faixas "Kinda I Want To" e "Sin" são duas músicas maravilhosamente sombrias e dançantes, com a primeira nos mostrando Reznor até mesmo experimentando suas próprias faixas (neste caso, "Down in It", tocando com ele) para criar uma ponte de guitarra estranhamente atmosférica. Enquanto isso, "Sin" apresenta batidas industriais pesadas ao longo de seus 4 minutos de duração e uma gama variada de efeitos sonoros usados para construir seu instrumental complexo, mas viciante.
Reznor toca em sexualidade e, surpreendentemente, atos pseudo-pecaminosos em ambas as faixas, e com "Ringfinger" ele provavelmente tem o final mais fraco de qualquer álbum do NIN, parecendo menos como um outro e mais como uma faixa que acabou de ser o fim de O álbum. A linha de baixo em "The Only Time" definitivamente não combina com o sex appeal e a euforia que a faixa poderia ter, mas essa composição inexperiente é adorável ao mesmo tempo, assim como linhas como "Coloque minhas mãos no céu e sol e lua e estrelas / Enquanto o diabo quer me foder na parte de trás de seu carro"). Sem dúvida, uma carta tão absurda quanto a cabeça voando.
Há muito a apreciar neste disco. Soa bem e foi extraordinariamente inovador para a época, é bastante criativo e consegue ser um pouco sombrio e ao mesmo tempo fácil de cantar, soa muito pop em muitos de seus passados. Os instrumentais são maravilhosamente bem trabalhados, com grande atenção aos detalhes, o que torna os playbacks ao longo dos anos ainda mais interessantes, à medida que os detalhes adicionados vêm cada vez mais, mesmo após seus 30 anos. É um olhar sobre Reznor em sua forma mais primitiva, elaborando as origens do que mais tarde se tornaria um dos compositores mais importantes do rock e da música eletrônica, aliás, levando-o a níveis que nenhum ser humano poderia: à visceralidade, a emoção de partir o coração e a profundidade que cada dia mais se faz necessária na música.
Reflektor Tapes: documentário e concerto dos Arcade Fire
O ano de 2017 assinalou o regresso dos Arcade Fire ao mundo da música! A banda de indie rock da cidade de Montreal, no Canadá, fundada em 2003 pelo casal Win Butler e Régine Chassagne tem construído uma reputação muito positiva nos últimos anos. O álbum Reflektor (2013) – que nos apresentou pela primeira vez êxitos musicais como Refletkor, Afterlife e Porno – continua a ser extremamente aplaudido pelos fãs e a atrair milhares de pessoas aos concertos da banda.
Com quatro álbuns de estúdio, os Arcade Fire já mostraram o seu talento, combinando uma miríade de instrumentos como guitarra, bateria, baixo, piano, violino, xilofone, teclado, acordeão e até mesmo harpa para cativar a audiência! Não há dúvida de que, perante a utilização de tantos instrumentos musicais, as apresentações ao vivo da banda sejam elevadas a um patamar lendário.
E esse mesmo sucesso tem sido comprovado através dos muitos prémios que arrecadou. Em 2011, a banda chegou mesmo a levar para casa o Grammy de melhor álbum do ano, tal como o Juno 2011 e o Brit Award 2011 pelo terceiro álbum de estúdio: The Suburbs. Já o álbum Refletkor, ainda que não tenha ganho um prémio significativo, recebeu uma nomeação para os Grammy e alcançou a primeira posição no Billboard 200 na sua primeira semana.
Ainda que não haja anúncios quanto a um novo álbum, os Arcade Fire lançam em fevereiro de 2017 as The Reflektor Tapes, documentário realizado por Khalil Joseph, e o concerto Live At Earls Court.
The Reflektor Tapes é um documentário visualmente estonteante e hipnótico sobre o processo criativo do álbum Reflektor, de 2013. O documentário foi realizado por Khalil Joseph, que também realizou o filme Lemonade, de Beyoncé, além de ser responsável por telediscos de artistas como Kendrick Lamar, FKA Twigs ou Flying Lotus e de já ter sido premiado no Sundance Film Festival.
The Reflektor Tapes estreou mundialmente em 2015 no Toronto International Film Festival. O filme reúne imagens das sessões de gravação do aclamado disco dos Arcade Fire, atuações ao vivo e registos da estadia do grupo no Haiti, país com o qual têm uma relação já duradoura.
O documentário é acompanhado de Live At Earls Court, registo do concerto que a banda deu a 6 de junho de 2014 no Earls Court, em Londres, onde não faltaram canções como “Reflektor”, “No Cars Go”, “Rebellion (Lies)”, “Neighbourhood #3 (Power Out)”,“The Suburbs”, “Wake Up”, “Afterlife”, “Ready to Start”, entre muitas outras. O concerto integrou a digressão de “Reflektor” e serve de complemento perfeito ao filme que agora é editado.
The Reflektor Tapes e Live At Earls Court são lançamentos imprescindíveis a todos os fãs dos Arcade Fire, captando não só o processo criativo que envolveu este importante e desafiante álbum, mas também a magia que se vive em palco sempre que banda atua ao vivo.
Let’s Play Two: a celebração especial da Música e Desporto dos Pearl Jam
Desde a sua fundação na época dourada do grunge, os Pearl Jam sempre tiveram uma relação bastante forte com o mundo do desporto e, na verdade, a grande maioria dos seus fãs desconhece que o primeiro nome da banda era… Mookie Blaylock, um ícone da NBA nos anos 90, que era idolatrado pelos membros do grupo de Seattle.
Essa admiração era tão grande que, após abandonarem a ideia de usar esse nome para a banda devido a impedimento legal, os Pearl Jam decidiram chamar Ten ao seu lendário disco de estreia, precisamente porque 10 era o número que Mookie Blaylock usava nas costas. Ao longo das décadas seguintes ficou bastante patente a admiração mútua entre o grupo e vários desportistas, que este ano encontra finalmente uma expressão mais concreta.
Este acontecimento foi o final de uma maldição que representava a maior seca da história do desporto norte-americano. Com uma virada épica na série decisiva, os Chicago Cubs derrotaram os Cleveland Indians por 8 a 7 numa noite inesquecível que encerrou um jejum de 108 anos!
Por tudo isto e sendo Chicago a cidade natal de Eddie Vedder é natural que os Pearl Jam tenham criado uma relação próxima não só com a cidade, mas também com os Chicago Cubs e com o Wrigley Field, numa relação que não tem paralelo no mundo do desporto e da música.
Considerado pelo reputado Chicago Sun Times, “um dos mais vibrantes filmes sobre música rock nos últimos anos”, o documentário evidencia com mestria, emoção e autenticidade uma visão panorâmica da banda, clube e cidade, num espírito de união raro e incomum.
Let’s Play Two = Pearl Jam + Chicago Cubs + Fãs
Realizado pelo reconhecido realizador/fotógrafo Danny Clinch (que fez o filme Pearl Jam: Immagine In Cornice – Live Italia 2006 e também The Police: Certifiable, entre muitos outros trabalhos), o documentário “Let’s Play Two” é na verdade uma mega-produção que engloba empresas como a Monkeywrench Productions, Tourgigs Productions, Universal Music Publishing Group, Republic Records, FOX Sports e Major League Baseball, em colaboração com Milkt Films e Polygram Entertainment.
Desde “Ten” a “Lightning Bolt”, o filme abrange os 25 anos da carreira dos Pearl Jam e o seu crescente catálogo de temas originais e versões. Através da visão de Danny Clinch e da voz dos Pearl Jam, o filme mostra o percurso desta relação tão especial – interligando momentos marcantes do percurso da banda com a história dos Chicago Cubs, destacando toda a música, todo o suor e todas as esperanças que envolve ser, simultaneamente, um admirador dos Chicago Cubs e dos Pearl Jam.
“Nos meus filmes e nas minhas fotografias, adoro explorar a relação entre uma banda, os seus fãs e o local”, explica o realizador de “Let’s Play Two”. “Quando acontece que as personagens principais do teu filme são os Pearl Jam, os Chicago Cubs, os seus fãs e Wrigley Field, durante um momento histórico, sabes que o resultado vai ser épico. Os nossos instintos estavam certos quando decidimos acompanhar esta história, que nos levou a um jogo histórico da World Series. Aprendi a abraçar o inesperado, o que vale sempre a pena se estiveres pronto”.
A banda sonora do documentário está disponível lojas, sendo editada em vinil, CD e formato digital. O disco regista os momentos mais marcantes destes dois concertos históricos dos Pearl Jam no Wrigley Field, não faltando clássicos como “BetterMan”, “Jeremy”, “Given to Fly” ou “Alive”.
Realçamos ainda que o Ten Club dos Pearl Jam vai ainda lançar os espetáculos de Wrigley Field por completo como parte do programa Official Bootleg, a 17 de novembro. As bootlegs estarão disponíveis em CD e digitalmente em pearljam.com e para streaming em nugs.net.