quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Disco Imortal: Mötley Crüe – Shout at the Devil (1983)

 

Disco Inmortal: Mötley Crüe – Shout at the Devil (1983)

Elektra, 1983

Intratável como nenhum outro grupo. O Mötley Crüe virou sinônimo de Sunset Strip, sempre carregado dos excessos que os tornaram famosos; desde seus primeiros dias no circuito de clubes de Los Angeles. Depois de uma estreia não tão popular com Too Fast for Love (1982), eles jogaram toda a carne na grelha com seu próximo álbum; aproveitando o fato de que eles ainda estavam com fome de sucesso. Gravado no Cherokee Studios em Hollywood, e que Ray Manzarek do The Doors, que também estava gravando em uma sala adjacente, teve mais do que alguns contratempos.

Shout at the Devil foi lançado pela Elektra Records em 26 de setembro de 1983 e eliminou qualquer tipo de sutileza que eles pudessem ter. Com um experiente Tom Werman nos botões, o rock hard heavy metal foi liberado, soando como nunca antes e nunca desde então. Para a capa era necessário apenas um pentagrama sobreposto a um fundo preto; mas havia uma versão alternativa que trazia fotos dos quatro membros, vestidos com fantasias que pareciam tiradas de Mad Max - já que naquela época eles eram viciados naqueles filmes.


A introdução fica a cargo de In the Beginning , com apenas um minuto e treze segundos de duração. Após o som saturado do megafone, as palavras cintilantes de ares proféticos de Geoff Workman, o engenheiro de som do disco, multidão. E sem anestesia, de repente, a canção homônima e single inaugural entra em cheio: Shout at the Devil , com refrão e ritmo completamente primais.

Mas não se engane, nem a arte da capa - e os dois bumbos da bateria de Tommy Lee; já que em algum momento eles tiveram que sair e conversar sobre o assunto. Mais do que o satanismo, é orientado para o ocultismo; e essa música é do tipo "vá para o inferno, mande tudo para o inferno", referindo-se especificamente à sociedade conservadora americana. Apesar disso, a verdade é que algumas coisas estranhas aconteceram durante o período de gravação. Nikki Sixx, sempre o motor da composição, ficou obcecado com os livros de Anton LaVey e magia negra; assistindo levitações de objetos em seu apartamento com sua namorada na época, a própria Lita Ford. Além de sair quase ileso de um acidente de carro, onde bateu seu Porsche em um poste telefônico.

A segunda faixa é Looks That Kill , grande legado da banda, que nas palavras do baixista "foi feito para impressionar". No videoclipe, o guarda-roupa mencionado ganhou importância, acompanhado de uma atmosfera pós-apocalíptica — que novamente pode ser associada a Mad Max. Bastardo continua com o pé firme no acelerador; mas tão rápido quanto vem, tão rápido vai. As revoluções são rebaixadas para a instrumental God Bless the Children of the Beast , crédito a Mick Mars e a única guitarra cristalina no plate, que decanta em um cover bem conseguido de Helter SkelterEmprestado do repertório dos Beatles, No Disgust entrou em cena como single e foi tocado ao vivo ad nauseam pelo Mötley; por muitos referida como a primeira música de heavy metal, mas carrega o peso de ter sido mal interpretada e associada à Família Manson.

Red Hot retorna àquela vibe afiada e rápida, também com uma curta duração que parece passar por entre os dedos; como o resto do Lado B do disco, daqui em diante. Há outro intervalo bem ritmado em Jovem demais para se apaixonar . Com o videoclipe em uma veia semelhante a All Hell's Breakin' Loose do Kiss , ambos lançados no mesmo ano, apresentando a banda como guerreiros em terras estranhas; neste caso o cenário escolhido é o Extremo Oriente. Knock 'Em Dead, Kid traz o fator raivoso; Ten Seconds to Love resgata o elemento lascivo pelo qual também são famosos. perigoEnquanto isso, ela se encarrega de fechar esses trinta e cinco minutos; retornando à batida mais relaxada, mas forte como uma marreta.

Com uma chapa tão apertada e bem armada, não foi difícil para eles chegar ao topo, mas nunca foi sem problemas: a turnê promocional mal havia terminado — onde abriram para Ozzy Osbourne, em uma das muitas bacanais Vince Neil escapou ileso de um acidente, mas seu co-piloto morreu; Razzle, o baterista do Hanoi Rocks – e que foi um gatilho para o grupo finlandês encerrar as atividades pelas próximas duas décadas. O que aconteceu com o vocalista, que foi acusado de homicídio e dirigir embriagado? 30 dias de prisão, 200 horas de trabalho comunitário e indenização de US$ 2,5 milhões. Foi a última graça que tiveram por gritar com o diabo; mas ainda assim, o Mötley Crüe pode dizer que eles brincaram com fogo e não se queimaram - ou quase.

"THRILLER" DE MICHAEL JACKSON SAIU HÁ 40 ANOS

 

Disco foi a rampa para o trono da pop. Muitos dos temas mais populares do cantor vêm deste disco.


Foi lançado há precisamente 40 anos "Thriller", o álbum que mais vendeu em toda a história da música, com 70 milhões de unidades comercializadas em todo o mundo.

O ciclo de "Thriller" foi uma rampa para o trono da pop, em passos gloriosos e gigantes em 1982 e sobretudo nos anos subsequentes. Traçamos esta crónica de um sucesso à escala galática, em curiosidades por ordem cronológica.

14 de abril de 1982, começam as gravações do sexto álbum de Michael Jackson, que teria o nome de "Thriller", com nada mais nada menos que o ex-Beatle Paul McCartney em estúdio, para gravar em três dias o dueto 'The Girl Is Mine', o primeiro single a ser extraído do álbum (editado em outubro, no mês anterior ao lançamento do longa-duração). As duas lendas já se davam bem, depois da colaboração no ano anterior no single 'Say Say Say' (mas lançado só em 1983).

 

30 de novembro de 1982 é lançado o álbum “Thriller” e tem como uma das músicas mais icónicas o tema 'Beat It', onde participa o guitarrista dos Van Halen, Eddie Van Halen, com um solo de guitarra. Michael Jackson queria fazer um tema rock e a editora Epic achava boa ideia por se tratar de uma oportunidade para se cruzar vários públicos numa só canção. A música seria editada em single em fevereiro do ano seguinte, 1983. Quem contactou Eddie Van Halen tinha sido Quincy Jones. Durante esse telefonema, o guitarrista pensava tratar-se de uma brincadeira. Na capa desdobrável do vinil de "Thriller", Michael Jackson aparece na figura horizontal e de fato branco. Abrindo-se a capa desdobrável, o cantor tem um tigre bebé sobre o joelho.


26 de fevereiro de 1983, “Thriller” chega à liderança do top norte-americano da Billboard, iniciando uma longuíssima residência na famosa de tabela de vendas, que nunca largaria de forma definitiva. O início da liderança do top 200 da Billboard é o sinal simbólico de um fenómeno de vendas gradual e esmagador, que tem como período comercial os anos de 1983 e de 1984. Até hoje, já foram vendidas 70 milhões de cópias de "Thriller" em todo o mundo, que fazem desta obra a mais vendida de sempre da música.

10 de março de 1983, estreia-se na MTV o vídeo de um dos singles mais célebres de "Thriller", 'Billie Jean' e, mais importante que tudo, um artista afroamericano passa a conquistar o mainstream do canal musical fundado em 1982. A elevada rodagem de vídeos de Michael Jackson na MTV beneficia ambos. O sucesso de "Thriller" multiplica-se ainda mais e a MTV ganha novos públicos. Inspirado nas experiências dos seus irmãos nos Jackson 5, a letra de 'Billie Jean' é sobre uma groupie que atribui a paternidade do bebé ao narrador - "Billie Jean is not my lover / She's just a girl who claims that I am the one / But the kid is not my son". No vídeo realizado por Steve Barron, tudo o que Michael Jackson pisava iluminava-se, fosse o pavimento da rua, ou cada degrau que subia. Era a aura do estrelato a rodeá-lo.  

 

25 de março de 1983, na cerimónia dedicada aos 25 anos da editora Motown (de que foi um dos grandes nomes), Michael Jackson estreia o seu famoso moonwalk, o movimento de dança em que os seus pés deslizam como se tivessem patins (mas não tinham). A sua performance de Bille Jean, em plena digestão do sucesso de "Thriller", faz levantar o difícil público das noites de gala, no Pasadena Civic Auditorium (próximo de Los Angeles). A exibicão televisiva da festa da Motown e, praticamente tão importante, do moondance de Michael Jackson ocorreu a 16 de maio de 1983. 


2 de dezembro de 1983, estreia-se o histórico vídeo do tema-título 'Thriller', uma curta-metragem de terror de 13 minutos, que marca pela dança coreografada dos zombies com Michael Jackson na frente, ou, no início, pela sua transformação em lobisomem no meio do bosque, diante da apaixonada. O realizador é um especialista em matéria de terror, John Landis, que Michael Jackson quis, depois de ter visto um dos seus filmes, a comédia negra de "An American Werewolf in London". 

 

28 de fevereiro de 1984, Michael Jackson foi o grande vencedor da 26ª gala anual dos Grammys, vencendo oito grafonolas douradas, sete das quais derivadas do álbum "Thriller", dois deles o de Álbum do Ano e Gravação do Ano (este pelo tema 'Beat It'). Michael Jackson prometeu que só tiraria os óculos escuros na cerimónia dos Grammys a partir do sétimo prémio. Assim o fez, portanto, para excitação da audiência.


Também a 28 de fevereiro de 1984, "Weird Al" Yankovic lança o single 'Eat It', de paródia ao êxito de Michael Jackson, 'Beat It'. Era a primeira versão do comediante de várias músicas de Michael Jackson, de quem era fã. A paródia de 'Eat It' projeta a carreira de Yankovic, tal era o efeito do Rei da Pop e de tudo o que o rodeava. 

No ano de 1984, Ana Faria e os Queijinhos Frescos fizeram uma versão de 'Thriller', com o título 'À Meia Noite'. "Pedi à mãe que me deixasse ver a televisão o filme de terror que às vezes dá na última sessão”, começa assim a versão. O tema faz parte do disco homónimo "Ana Faria e os Queijinhos Frescos". 

 

26 de setembro de 1992, acontece o único concerto de Michael Jackson em Portugal, no antigo Estádio de Alvalade, em Lisboa. A digressão internacional promove o álbum de 1991, "Dangerous", mas o disco mais em destaque do mega-espetáculo no nosso país é "Thriller", com cinco temas a serem interpretados no palco de Alvalade, um deles 'Wanna Be Startin' Somethin''. Os bilhetes para o concerto em Lisboa custavam cinco mil escudos. 



SAIBA QUEM SÃO OS MAIS OUVIDOS NO SPOTIFY EM PORTUGAL

 

As estatísticas anuais da plataforma foram divulgadas hoje. É o Spotify Wrapped 2022.

30 de novembro, foi divulgado o Spotify Wrapped 2022 - as estatísticas anuais da plataforma sueca referentes a 2022. Já sabemos quem são os artistas mais ouvidos no serviço de streaming em Portugal.

O artista mais ouvido em Portugal

canadiano The Weeknd é o artista mais ouvido pelos portugueses no Spotify ao longo de 2022. Drake, conterrâneo de The Weeknd, segura a segunda posição, posicionado-se antes da norte-americana Taylor Swift que figura no terceiro lugar da contagem em solo nacional. O brasileiro Luan Santana é quem ocupa a quarta posição. Ed Sheeran, Harry Styles, Marília Mendonça, Pedro Sampaio e Anitta são os restantes artistas que tiveram direito a um lugar no top dez. 


As músicas mais ouvidas 

cantor e compositor brasileiro Pedro Sampaio domina o top das canções mais ouvidas ao longo de 2022, com 'Dançarina'. 'Malvadão  3' - de Xamã, Gustah e Neo Beats - é a segunda canção mais ouvida nas contas nacionais do Spotify. 'As It Was' - a canção mais ouvida na plataforma nas contas que agregam o mundo inteiro - ocupa a terceira posição na lista portuguesa.

O single 'Lua', do músico português Ivandro, posiciona-se em quarto lugar. Segue-se 'Galopa', de Pedro Sampaio, 'Morena', de Luan Santana, 'Heat Waves', dos Glass Animals, 'Simplesmente Ela', de MC Gazin, 'Onde Anda', dos Calema e Zé Felipe, e 'Mon Amour - Remix', de Zzoilo e Aitan.

 

O artista português mais ouvido
 
vencedor é Ivandro - o dono de 'Lua', single que está na lista das dez canções mais ouvidas pelos portugueses no serviço. Dillaz, Julinho KSD, Wet Bed Gang, Plutonio, Richie Campbell, Bispo, ProfJam, Slow J e Chico da Tina também figuram no elenco dos dez primeiros de 2022.

 

Os discos mais ouvidos em Portugal 

Pedro Sampaio volta a liderar, com o álbum "Chama Meu Nome". O britânico Harry Styles segura o segundo lugar com "Harry's House", álbum que editou em maio. "=" [Equals] - disco de Ed Sheeran - está na terceira posição. Na lista ainda encontramos "Un Verano Sin Ti", de Bad Bunny, "Versions of Me", de Anitta, "Sabi na Sabura", de Julinho KSD, "Sour", de Olivia Rodrigo, "Dawn FM", de The Weeknd, "Oitavo Céu", de Dillaz e, no final da lista de dez, "Future Nostalgia", de Dua Lipa.

A canção mais ouvida no mundo 

O britânico Harry Styles é o dono da canção mais ouvida no mundo em 2022. A liderança é de 'As It Was'. Em segundo lugar, está a canção 'Heat Waves', dos Glass Animals. O single 'Stay', que junta Justin Bieber a The Kid LAROI, ocupa a terceira posição nas canções com mais streams na plataforma. Ainda no top dez há lugar para os temas 'Me Porto Bonito', 'Ojitos Lindos' e 'Tití Me Preguntó', do porto-riquenho Bad Bunny, 'Cold Heart - PNAU Remix', de Elton John, Dua Lipa e PNAU, 'Quevedo: Bzrp Music Sessions, Vol. 52', de Bizzarrap ' Quevedo, 'Enemy', dos norte-americanos Imagine Dragons com JID e 'Running Up That Hill (A Deal With God)', da britânica Kate Bush.

O artista com mais streams no mundo

O artista que lidera o número de streams de 2022 é Bad Bunny. O porto-riquenho posiciona-se no topo da tabela pelo terceiro ano consecutivo, facto inédito nas contas do Spotify. A segunda posição fica nas mãos da norte-americana Taylor Swift e o número três é de Drake. Na tabela segue-se The Weeknd, BTS, Ed Sheeran, Harry Styles, Justin Bieber, Kanye West e Eminem.

O artista que viralizou mais no mundo 


São os artistas que foram partilhados com maior frequência ao longo do ano. Taylor Swift conquista o primeiro lugar na contagem antes de The Weeknd, Bad Bunny, BTS e Lana Del Rey. 

O álbum mais ouvido no mundo
 
Pertence a Bad Bunny. "Un Verano Sin Ti" (editado em maio) ocupa o primeiro lugar da lista. Harry Styles está na segunda posição, com "Harry's House", e em terceiro, encontramos "Sour", o disco de estreia da norte-americana Olivia Rodrigo. "= [Equals]", do inglês Ed Sheeran, conquistou a quarta posição. A rapper Doja Cat ocupa o número cinco com "Planet Her (Deluxe)".



ZÉ PEDRO: AS LENDAS NÃO MORREM

 

DE RECORTES & RETALHOS


                                               Jornal Expresso - Vários Discos / João Lisboa 1988






          

                                                 Jornal Expresso - A.R.Kane "69" / João Lisboa 1988







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