sábado, 30 de setembro de 2023

DISCOGRAFIA - AHMSHERE Neo-Prog • Netherlands


AHMSHERE

Neo-Prog • Netherlands

Biografia de Ahmshere
AhmShere é uma banda de rock neo/sinfônico da Holanda do Sul formada em 2006 pelo tecladista Rien Fierst e pelo guitarrista Marco de Neijs - inicialmente como um quarteto sem vocalista. Marco já havia se juntado ao baterista Paul van der Zwaai (Triangle) e depois de um tempo Rich Huijbens, que na época era baixista da banda holandesa de prog metal Incidense, entrou no baixo. A banda passou por várias mudanças de formação no final de 2011 com Paul e Rich decidindo sair e se estabilizou novamente como um quinteto em março de 2012 com Senne Bergsma na bateria Frans Ellinger no baixo e Chris Henny nos vocais e segunda guitarra.

O CD de estreia de produção própria "Mindless Trust" foi lançado em janeiro de 2013 e foi bem recebido. AhmShere recebeu críticas positivas da Progwereld, BackGround Magazine, Zware Metalen (Bélgica) e Caja de Pandora (Espanha). Também houve airplay bem recebido na estação de rádio RTV Purmerend e no programa de rock progressivo Jawdy's Basement (Nova Jersey).

Em outubro de 20013, o guitarrista Marco decidiu deixar a banda devido a limitações de tempo, e parecia que a banda iria desistir - porém os quatro membros restantes decidiram continuar sem ele.

AHMSHERE discografia



AHMSHERE top albums (CD, LP, MC, SACD, DVD-A, Digital Media Download)

3.90 | 12 ratings
Mindless Trust
2013

Camelia Jordana: som adulto da garota da porta ao lado

 A talentosa jovem cantora Camelia Jordana tem um certo je ne sais quoi , e eu acho ela simplesmente adorável. Suas músicas são cativantes, mas seu som é atemporal – quase deliberadamente. Sua vibração de garota da porta ao lado a torna ainda mais cativante.

Camélia Jordana

Nascida no sul da França, Camélia Jordana Riad-Aliouane foi apresentada ao mundo como concorrente da 7ª temporada do Nouvelle Star ( American Idol francês ), quando tinha apenas 16 anos e ainda estava no ensino médio. Em sua apresentação de estreia, ela deu nova vida a “Quelqu'un m'a Dit” de Carla Bruni e foi aplaudida de pé pelos jurados, resultando em um dos momentos mais comentados da temporada.



 

Camélia Jordana, ÁlbumCamélia JordanaCompre

Sem treinamento vocal formal, ela aprendeu a cantar com sua mãe, que era cantora de ópera. Depois de terminar em terceiro lugar na competição, ela lançou seu primeiro álbum autointitulado em 2010.

Jordana colaborou com escritores qualificados como Mathieu Boogaerts, Séverin, L (Raphaële Lannadère) e Babx no álbum, resultando em um álbum polido com uma variedade de sons do pop dos anos 60 ao jazz suave, entregues em seus vocais lindamente roucos. Ela foi indicada ao Prix Constantin (o equivalente francês ao Mercury Prize) para artistas emergentes.


Sua Nouvelle StarO seguinte e cativante primeiro single “Non, Non, Non (Ecouter Barbara)” impulsionou seu álbum para o top 10 francês em sua primeira semana antes de finalmente ganhar disco de platina, tornando-a mais uma concorrente de reality show a fazer a transição com sucesso para uma carreira musical profissional. “Barbara” é uma referência à lendária cantora francesa dos anos 60 (famosa por “L'aigle Noir”). Eu gostaria que o videoclipe oficial ainda estivesse online. Foi muito fofo. Ouça:

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Ela tocou nas rádios com seu segundo single, “Calamity Jane”. (No vídeo, Camelia anda a cavalo pelas ruas de Paris.)

Mas minha música favorita de todas foi seu terceiro single, “Moi C'est”. Acabei de achar o ritmo da voz dela super cativante, além do vídeo (não mais disponível online) ser muito fofo e criativo. Quem diria que você poderia fazer tanta coisa com um sofá? Confira um vídeo com letra:

 

Você pode encontrar Jordana no dueto “Avant la Haine” no álbum de 2011 de Alex Beaupain , Pourquoi mon cœur battait , e mais recentemente no dueto de 2013 “Je ne t'ai jamais aimé” com Babx. Ela também aparece no álbum infantil Le Soldat Rose 2 com Tété, Vanessa Paradis, M, Thomas Dutronc e outros.

A cantora estreou no cinema na hilária comédia de 2013 “La Stratégie de la poussette”. Nos últimos anos, Jordana tem se manifestado contra a brutalidade policial. Ela incluiu uma música em inglês chamada "Freddie Gray" em seu terceiro álbum, Lost , um projeto que foi um afastamento ousado de seu estilo Pop cativante.

Ela está de volta com mais músicas novas, mais próximas do estilo pelo qual é conhecida. Aqui está “Fácil”.

 

Discografia Comentadas: The Nice

 

Discografia Comentadas: The Nice

Keith Emerson não só é um instrumentista genial do ponto de vista técnico, mas também um arranjador visionário e artista completo. O The Nice foi seu primeiro grande laboratório, onde ele pode aplicar toda sua visão musical e maturá-la a ponto de obter o enorme reconhecimento junto a Carl Palmer e Greg Lake. Mas engana-se quem acha que o The Nice era apenas tapete voador para Emerson – seus companheiros (Lee Jackson, baixista, Brian Davidson, baterista) eram também músicos ousados e que deveriam constar do rol de referências dentre os músicos que elevaram o nível instrumental do rock na segunda metade dos anos 60. O The Nice teve vida curta (foram 4 discos em menos de 3 anos de existência) e foi bastante aclamado na época (há inúmeros registros de aparição da banda em redes de TV de vários países), mas não leva o devido crédito como um dos principais precursores do rock progressivo junto à Moody Blues, King Crimson, Procol Harum e Yes e seu nome ficou na sombra da enormidade que se tornou o Emerson, Lake & Palmer. Este texto visa trazer a tona o conteúdo avançadíssimo da discografia do The Nice no panorama de sua época e o quão influente ele foi.


The Thoughts of Emerlist Davjack [1967]

Gravado no outono do psicodélico 1967, a estreia do The Nice é o disco que mais carrega o espírito de época na breve carreira da banda. Ainda que traga inovações enormes e não seja devidamente reconhecido como um dos marcos inaugurais do rock progressivo, é o disco da banda que dialoga com maior naturalidade com o conjunto de discos que estava redesenhando os caminhos abertos pelos Beatles. A abertura com a faixa título é um ode ao pop ensolarado cunhado pelos Beach Boys em Pet Sounds,  se valendo inclusive de referências a eles nos timbres, no uso das pausas da percussão e na estrutura da canção; já “Bonnie K” é pura anfetamina, emprestando grooves tanto do Spencer Davis Group quanto da nascente Jimi Hendrix Experience. As faixas que completam o lado A, “Rondo” e “War and Peace”, já são as digitais da banda, colocando os teclados de Keith Emerson no primeiro plano para desconcertar tanto o jazz-modal (“Rondo” é uma adaptação radicalizada de “Blue Rondo a La Turka” de Dave Brubeck) quanto o blues e canibalizar referências da música erudita (há citações à Bach e Mozart em trechos das duas músicas). A guitarra de Dave O’List é o que reforça o tom afetado do rock do período – há claras e propositadas desafinações, com o objetivo de acidificar toda a mistura. A retaguarda do som (a bateria de Brian Davidson e o baixo de Lee Jackson) também são o que de melhor eclodiu no rock em 1967, tão intensas quanto as de Mitchell-Reeding, Appice-Bogert ou Moon-Entwistle. Outros destaques do disco são as belas linhas vocais e a guitarra ácida de “Cry of Eugene” e as harmonias de “Flower King of Flies” fechando o disco.


Ars Longa Vita Brevis [1968]

Já logo no início de sua carreira (acompanhado a cantora americana P.P Arnold) o The Nice construiu uma forte reputação como live-act, especialmente pela forma performática e virtuosa com que Keith Emerson pilotava seu Hammond L-100, colocando-o como um contraponto à Jimi Hendrix na guitarra. O segundo álbum do grupo veio em julho de 1968, na esteira do sucesso e da polêmica com o single “America”, uma adaptação da peça de Leonard Bernstein (“West Side of Story”) enxertada com trechos de “New World’s Symphony”, de Dvorák, e no meio de uma tour da banda. Dave O’List foi demitido da banda por ter sido considerado pouco confiável para o posto e o grupo gravou o Ars Longa Vita Brevis sem ele (as partes de guitarra e violão foram gravadas pelo baixista Lee Jackson). O disco já abre com Keith Emerson ao piano e as rápidas batidas de “Daddy Where Did I Come From“, no qual o protagonismo dos teclados já põe as cartas na mesa. “Litte Arabella” é um swing jazz divertido e “Happy Freud” tem a pegada psicodélica e ensolarada que se ouve no disco anterior; já “Intermezzo from the Karelia Suite” é uma bela adaptação para a obra do compositor erudito Jean Sibelius (a adaptação foi sugerida pelo folk-singer Roy Harper, que era amigo da banda). O lado B do disco é o mais disruptivo momento do trabalho, com uma abismal releitura do “Brandenburg Concert nº 3“, de J.S. Bach, na qual o The Nice trabalha ferozmente junto a uma seção orquestral completa. Aqui já fica evidente o quanto Keith Emerson colocava-se milhas a frente de outros tecladistas do rock, seja em sua destreza para execução dos temas clássicos quanto por sua incrível capacidade de improvisação em harmonias jazzísticas. Diversas construções que Emerson utiliza na suíte que ocupa todo o lado B do disco seriam sedimentadas nas mais icônicas músicas do Emerson, Lake & Palmer alguns anos adiante.  Ars Long Vita Brevis é um disco mais bem acabado e produzido que o anterior, assim como também mais virtuoso e ousado.


Nice [1969]

O terceiro disco do grupo abre intensificando as fórmulas do disco anterior com as reconstruções insolentes de temas eruditos e as apropriações escandalosas de temas alheios. Para começar, a própria banda tratou de dar uma nova versão a uma música de seu repertório, que havia saído como single ainda na época em que Dave O’List integrava o line-up: “Azrael (Angel of Death)” se transformou na psicodelia honky-tonky de “Azrael Revisited“. Em seguida, o disco brinda o ouvinte com a maravilhosa e introspectiva “Hang on to a Dream” (uma versão para a bela canção de Tim Hardin) e a incrível “Diary of a Empty Day“, inspirada na sinfonia de Eduardo Lalo (“Symphonie Espagnola”), com a improvável batida afro-jazz de Davidson e um lambisco flamenco no violão por Jackson. Em seguida, Keith Emerson frita seu Hammond com o tema jazzista “For Example” em uma pegada que seria reaproveitada na faixa “Blues Variations” de Pictures at an Exhibition; a faixa ainda contém enxertos de “Norwegian Wood” dos Beatles e da própria “America” com o naipe de metais que acompanha a banda. Só o lado A deste disco já representa o melhor que havia na música do The Nice em todo seu esplendor. O lado B traz o The Nice capturado pelo engenheiro de som Eddie Kramer em uma apresentação no Filmore East, em Nova York, apresentando a explosiva “Rondo” e uma versão orgásmica para “She Belongs to Me” de Bob Dylan. O disco foi lançado nos EUA com o título de Everything As Nice As Mother Makes It e uma capa diferente.


Five Bridges [1970]

Se nos lançamentos anteriores algum detrator pudesse colocar a prova a capacidade autoral de Keith Emerson e sua trupe, em Five Bridges a banda traz uma obra completa de Emerson, com o nome do álbum, escrita para a banda e orquestra. Em 5 movimentos, a peça foi gravada em um concerto da banda acompanhada por orquestra na Inglaterra em outubro de 1969, retratando as 5 pontes que cruza o rio Tyne, nos arredores de Newcastle. A suíte é simplesmente incrível, especialmente o último movimento, no qual há formidáveis cruzamentos entre banda e orquestra. O lado B traz uma nova versão de “Intermezzo: Karellia Suite”, desta vez, com apoio da orquestra e ainda mais impactante que a anterior registrada em Ars Longa Vita Brevis e fecha com o estilo irreverente de “One of Those People“, a única gravada em estúdio. O lançamento do disco só ocorreria em junho de 1970, com a banda já desfeita. Emerson considerava os vocais de Lee Jackson limitados para suas pretensões e que o The Nice já tinha esgotado suas possibilidades musicais enquanto conjunto. Enquanto Five Bridges chegava as lojas, Keith Emerson já ensaiava e compunha com Greg Lake e Carl Palmer.


Elegy [1971]

Elegy é um lançamento póstumo; Keith Emerson, àquelas alturas, já voava com o Emerson, Lake & Palmer, pisando como gigante em reconhecimento por público e crítica. A bela capa do estúdio Hipgnosis (famoso posteriormente por capas de Led Zeppelin, Pink Floyd, UFO, entre outras e que também assina a capa de Five Bridges) não tira exatamente o disco de seu viés caça-níqueis. A maioria das faixas é retirada de registros ao vivo de 1969 e tem qualidade de som irregular. Obviamente, em se tratando do conteúdo musical, continuamos com música de alto nível. O disco abre com uma longa versão de “Hang on to a Dream”, no qual a banda dispensa preliminares e se acaba na seção instrumental do miolo da música; em seguida, uma releitura em piano jazz-prog para a linda “My Back Pages“, dos Byrds; temos também a adaptação para o terceiro movimento (“Pathetique”) da 6ª sinfonia de Tchaikovisky, que era frequente nas apresentações do grupo e também apareceu em Five Bridges (neste caso aparece apenas sendo executada pela banda, sem orquestra) e outra faixa indispensável no repertório de palco do grupo, “America“.



Discografia Comentada: Ex Deo

Discografia Comentada: Ex Deo

Death metal com temática romana.

Foi assim a descrição com a qual tomei conhecimento sobre o Ex Deo. Confesso que a primeira metade dessa informação não me gerou muito interesse, já que eu não sou lá um grande fã de death metal puro, mas por ser um fã de história a segunda metade me fez procurar alguma coisa para ouvir e uma semana depois eu estava imerso em um dos meus atuais vícios musicais. Com as audições eu também compreendi que descrever o som da banda apenas como death metal é muito simplista, já que a banda utiliza elementos sinfônicos bastante marcantes e muita melodia o que justificaria a classificação de death metal melódico ou até mesmo o death metal sinfônico.

O Ex Deo surgiu como um projeto paralelo de Maurizio Iacono, um ítalo-canadense conhecido pela banda Kataklysm, em que também é o cantor. Iacono nasceu no Canadá, mas por ter essa ascendência italiana sempre teve muito orgulho da história do país e usar as narrativas do Império Romano como tema das músicas lhe pareceu ideal. A ideia era ser a primeira banda de Roman Legion Black Metal. Para completar o line-up Jean-François Dagenais e Stéphane Barbe nas guitarras, Max Duhamel na bateria, todos eles também do Kataklysm, François Mongrain no baixo e Jonathan Leduc nos teclados. O guitarrista Dagenais também ataca de produtos nos discos. O nome da banda, em uma tradução simplista de latim para o português, significa DE DEUS, no sentido de algo que VEM DE DEUS.

O heavy metal e a história sempre tiveram um excelente relacionamento com inúmeros exemplos que poderia citar. O metal utiliza muitos elementos medievais, fantásticos ou não, para ambientar suas músicas. O clima épico do combate em campos de batalha entre cavaleiros, arqueiros, nobres e reis sempre estiveram no imaginário de todos os fãs de heavy metal de várias de suas vertentes, até que o power metal acabou meio que “se apropriando” dessa temática. Daí utilizar o Império Romano como tema me parecer genial, afinal esse período histórico pode ter passagens até mais grandiosas que o período medieval por ter sido, ao meu ver, muito melhor registrada para a posteridade do que a Idade Média.

Ouça o Ex Deo com as letras em uma da mãos e reserve a outra para portar sua gladius. Aproveite a ocasião não só para curtir um som, mas também para aprender história.


Romulus (2009)

A primeira faixa, “Romullus”, aquela que exibe a banda e que dá início à sua história, coerentemente apresenta o início do império romano com a lenda dos irmãos Rômulo e Remo que teriam sido criados por uma loba. O peso das guitarras com seu riff principal que se repete ao longo de toda música tem o contraponto das orquestrações que comandam a melodias da música. Esse expediente é bastante utilizado pelo Ex Deo. “Storm the Gates of Alesia” lembra da batalha contra o exército de Vercingetorix, na Gália, que foi apresentada de alguma forma no início do filme Gladiador e também é conhecida pelos fãs de Asterix. Provavelmente a principal faixa do álbum, com a participação de Nergal do Behemoth, que tenta passar a grandiosidade de um exército de 250 mil homens. A famosa frase dita por Julio Cesar, “vim, vi e venci” ou veni, vidi, vinci aparece nesse momento. A palavra havoc em inglês significa atacar, massacrar ou saquear. Militarmente ela também pode ser entendida como destruição e caos. É curioso então quando uma música chamada “Cry Havoc” seja exatamente aquela que descreve a implantação da Pax Romana iniciada no governo de Augusto de 28 a.C. até a morte de Marco Aurélio em 180 d.C.. Em “Invictus”, outro destaque do disco, temos a coroação de Júlio César como o pai da liberdade, protetor de Roma e, por fim, imperador. Seu instrumental é mais alinhado com um heavy metal tradicional do que com o death. Já “The Final War (Battle of Actium)” descreve acontecimento que geraram o rompimento do segundo triunvirato e cita figuras hoje famosas como Otaviano, Marco Antônio e Cleópatra. Nessa faixa participa Karl Sanders do Nile. A décima terceira legião era considerada a melhor e mais poderosa de todas. Foi com ela que César atravessou o Rio Rubicão quando emitiu outra das suas famosas frases Alea Jacta Est – que em tradução literal seria algo como o dado está lançado, mas ficou para a história como a sorte está lançada – lembrando que era proibido entrar com legiões dentro da cidade de Roma e o rio citado era um dos limites estabelecidos. É esse o tema de “Legio XIII”, uma faixa mais direta em que o baterista quase não tem descanso. “Blood, Courage, and the God´s That Walk the Earth” fala sobre a escravidão que existia no império, uma faixa mais cadenciada que tenta transmitir um clima mais tenso, combinando com o tema pesado da música. Um pouco de latim é usado em “Cruor Nostri Abbas” e em “Surrender The Sun” é a vez de falar de outros famosos escravos de Roma, os gladiadores. No geral, esse primeiro álbum está abaixo dos dois seguintes, mas ainda vale muito a pena ouví-lo.


Caligvla (2012)

Para a gravação do disco sai o baixista François Mongrain e entra Dano Apekian. O início em “I, Caligvla” tem um tema bastante usual em filmes ou documentários sobre Roma seguido da voz de um arauto apresentando a proclamação de Gaius Julius Caesar Augustus Germanicus imperador. Maurizio interpreta o próprio imperador se proferindo um deus e dizendo como será seu governo. A música lembra alguma faixa do Behemoth, com bastante orquestrações e peso. Aliás a banda de Nergal deve ser uma grande influência para o som do Ex Deo. A alcunha Calígula vem de umas botas militares- chamada de cáligas – que ele utilizava quando criança e era visto com graça por seu pai. Era sobrinho do imperador Tibério e entende-se que sua família foi assassinada pelo soberano, muito provavelmente por ele entender que eles eram uma ameaça ao ser governo. Calígula ficou muito conhecido por conta do filme semi-pornográfico que passava bastante na televisão na década de oitenta. A sua imagem de devassidão e bizarrices escondem sua função de ótimo gestor, pelo menos durante um bom tempo, e conquistas militares. A história volta um pouco em “The Tiberius Cliff (Exile to Capri)”, que trata da época que ele e seu tio, ainda imperador, estavam vivendo na Ilha de Capri. Apresenta um pouco mais de melodia do que a primeira faixa sem caprichar no peso. Já em “Per Oculos Aquila” um pouco de groove nas guitarras. Todas essas três faixas possuem vídeos oficiais interessantes. “Burned to Serve as Nocturnal Light” tem um riff inicial quase na linha dos habituais utilizados no black metal. Em alguns momentos do disco, além do Behemoth, bandas como Nile e Fleshgod Apocalypse vão ser lembradas, mas também podemos adicionar aí nesse caldeirão de influências o Amon Amarth. Caligvla é certamente o melhor álbum do Ex Deo e aquele que indico para se começar.


The Immortal Wars (2017)

Depois de um hiato da banda o Ex Deo volta com mais um álbum. Sai Max Duhamel e entra Olivier Beaudoin que também substituiu o outro no Kataklysm. Interessante notar que o Ex Deo é um projeto paralelo de quase todos os músicos do Kataklysm e não só de seu vocalista. The Immortal Wars está em pé de igualdade em relação à qualidade do que Caligvla. A começar pela linda capa remetendo diretamente à primeira faixa “The Rise of Hannibal”, que trata do general cartaginense que comandava um imenso exército com a presença impactante, e possivelmente amendrontadora, de elefantes. Até pelo tema desse disco a atmosfera de batalha estará presente ao longo de toda audição. Os dois álbuns anteriores podem ser chamados de conceituais por terem o Império Romano como tema, mas esse lançamento foca um dos períodos, no caso as Guerras Púnicas por volta de 217-216 a.C.. Além disso temos duas metades do disco cada um sob a perspectiva de um dos lados da guerra. O início, as três primeiras faixas focam no exército de Cartago, enquanto as quatro últimas faixas trata do exército romano. Ambas partes são separadas por um interlúdio, “Suavetaurilia (Intermezzo)”, que desta vez serve como a habitual faixa instrumental que era sempre a última faixa nos discos anteriores. Fico imaginando o público vindo abaixo na introdução de “Cato Major: Carthago Delenda Est!” sendo tocada ao vivo. Os adeptos às rodas certamente entram em êxtase. A alternância de no andamento das músicas é frequente trazendo um clima de inesperado. The Immortal Wars é mais enxuto que os outros dois discos e fica bastante claro que eles eliminaram possíveis fillers. Só essa atitude já é louvável. O disco fecha com “The Roman”, uma faixa que inicia cadenciada com uma orquestração soberba. Aliás, para quem chegou até aqui e já ouviu alguma coisa vai perceber que o trabalho de teclados é um ponto forte no Ex Deo. Jonathan Lefrancois-Leduc faz um trabalho de alto nível mudando totalmente o som de uma banda que poderia ser apenas mais uma dentro do death metal.


Como os músicos do Ex Deo são praticamente os mesmos do Kataklysm as turnês são mais frequentes do que outros projetos paralelos que conhecemos, afinal é mais simples ajustar sua agenda. Porém, os músicos entendem que a sua banda principal é mesmo o Kataklysm. Quem conheceu e gostou do Ex Deo e não conhece a banda principal indico a ir sem medo, mesmo tendo que admitir conhecer pouco. Do que ouvi não me agradou apenas algumas passagens mais próximas ao grindcore. Sugiro também que assistam aos vídeos que são muito legais. Com três discos bons discos na bagagem é natural que os fãs esperem uma sequencia. Entretanto fico pensando em quando a fórmula irá se esgotar, se é que vai se esgotar um dia.

 



Guildenstern (Alemanha, gravado em 1978-1979)



 Obviamente, um álbum conceitual baseado na história de Hamlet.

Uma análise de aplicativos com a história da banda, note que todos dão a este lançamento cerca de 3 de 5 estrelas, o que considero correto.

Esta banda de Hessen foi formada pelos ex-membros do Broomstick Michael Lippert (vocal, baixo, guitarra) e Claus Lange (bateria) em maio de 1976 junto com Reinhard Olschanski (guitarra) e Gerd Schmelzer (teclados), começando com a composição de um Rock Ópera, que tocaram ao vivo em 1977 sem obter contrato de gravação. Nesse ínterim, outro grupo local, King of Twilight, se desfez em 1976 por causa de obrigações militares dos membros Bernd Scholl (teclados) e Reiner Muller (bateria). , Scholl voltou à cena, tocando por cerca de um ano com o Ice, depois se juntando ao Guildenstern, que estava em busca de novos integrantes, ao lado do vocalista Gerd Holfelder e Michael Kuplien (guitarra, violino). ,mas as únicas gravações salvas foram lançadas apenas em 2011 pela Garden of Delights como ''Guildenstern''. A maioria delas era um Rock Sinfônico incomum com fortes referências à Música Eletrônica, já que Scholl aparentemente se tornou uma figura de destaque para a banda, executando intermináveis ​​sintetizadores camadas e linhas de piano acústico ao lado de uma seção rítmica sólida e um guitarrista com estilo suave, que adiciona um leve toque psicodélico nas partes mais suaves. Belo Prog baseado em teclado com tons espaçosos e algumas seções bombásticas bastante furiosas e cósmicas. da guitarra elétrica vincula o som ao outro estilo do repertório de Guildenstern, aquele próximo ao Kraut Rock, representado por faixas menores com violões, temas elétricos crus, teclados atmosféricos e vocais ácidos.Guildenstern desistiu em 1980, com Scholl se tornando um compositor de música eletrônica e Lippert-Lange tocando pelos próximos quatro anos com um grupo chamado Masque.

Depende muito se você gosta desse estilo sinfônico bombástico alemão (eu não) com acordes de teclado longos, tão parecidos com outros antes deles ou melhor, do mesmo período, por exemplo, Neuschwanstein (embora lembre-se que eu era bastante satisfeito com o álbum Fine Art deles aqui , não acho que este se compare de forma alguma a eles). Acho que há muitos instrumentais chatos com alguns acordes tocados nas cordas digitais que eventualmente não levam a lugar nenhum.

Um chamador da faixa vocal After the Inquisition :




Patti Dahlstrom's 4 (1972 a 1976)

 













Novamente uma mulher muito bonita. Como eu sempre digo, por mais bela que seja a música, não há nada como uma mulher bonita, para nós, bem, para alguns de nós eu deveria dizer corretamente ('fique acordado!').
  A música é totalmente simples de cantor e compositor, nada incomum ou surpreendente em termos de melodias, mudanças de acordes ou mesmo letras, lembrando principalmente Carole King para mim, com o uso de piano de cauda e ocasiões. as guitarras. Algumas músicas bastante emocionantes, é claro. A biografia é a seguinte:

Cantor, compositor e professor americano, nascido em 24 de março de 1947 em Houston, TX. Embora seus próprios álbuns não tenham tido sucesso, algumas de suas canções foram gravadas por outros artistas (particularmente a versão de Helen Reddy de "Emotion" de Dalhstrom, um hit número 22 da Billboard em 1974) .

Pessoalmente, eu não estava louco por essa música. Do terceiro álbum, When it comes to you  são acordes diatônicos maiores muito típicos e, na verdade, com o tipo de mudanças que você ouviria em qualquer dia nas rádios pop AM de 1974 (por exemplo, Carly Simon, Olivia NJ ou o tipo Bacharach músicas, etc.):



Uma faixa do último álbum chamada Fool's Gold é interessante na parte tritonal da estrutura do acorde do verso (neste caso, o tritonal Dó sustenido em um acorde Sol vai até o Ré ou 5º), então ela modula perfeitamente para o refrão para baixo em D:



Uma bela pista... deveria ter sido um sucesso naquela época?









Matthew Ellis 1971





Eu adoro esse álbum há algum tempo, é muito típico do estilo britânico do início dos anos 70, ssw, com arranjos de cordas adicionados, etc., suave, mas muito bom.

 biografia :

Nascimento: 23 de outubro de 1948, Northamptonshire, Inglaterra

Faleceu: 31 de março de 2009

Músico, editor e autor inglês. Michael Cox gravou sob o pseudônimo de Matthew Ellis após ser abordado pelo produtor Jerry Dane e mais tarde gravou um álbum sob outro pseudônimo, Obie Clayton. Passou a trabalhar para a Oxford University Press como editor. Seu primeiro romance, O Significado da Noite, tornou-se um best-seller internacional . 

Considere a adorável faixa chamada Magpie:



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