quinta-feira, 26 de maio de 2022

As melhores letras de músicas Portuguesas parte 1


Tempestade

Pedro Abrunhosa

Letra

Não estamos sós na tempestade
Ainda há luz neste mar alto
Ainda há anjos de verdade
Voam sozinhos no asfalto
Semeiam sonhos pelas trevas
Trazem histórias de saudade, meu amor
Não estamos sós na tempestade
Meu pai, não vás da nossa mesa
Não me ensinaste tudo ainda
Esperarei de luz acesa
Conta-me histórias de Coimbra
Foste montanha a vida inteira
Como a distância me incendeia, meu pai
Não vás tão cedo desta mesa
Quando eu voltar, abraça-me por dentro
Aperta-me de tempo, é tão tarde o amor, é tão tarde
O primeiro dia há de ser mais que primeiro
Vem salvar-me por inteiro, no futuro ninguém quer só metade
Meu amor
Não estamos sós na tempestade
Não estamos sós nesta tormenta
Ainda há festa na varanda
Uma canção que a noite inventa
Chega das vozes de outra banda
Alguém que toca uma guitarra
Há quem se agarre enquanto dança
Meu amor
Vamos estar juntos na bonança
Não estamos sós nesta saudade
A rua chora no mesmo aperto
Há andorinhas na cidade
São beijos teus no céu aberto
Quero ver-te ao fim da tarde
Mas já não tarda a liberdade
Meu amor
Não estamos sós na tempestade
Quando eu voltar, abraça-me por dentro
Aperta-me de tempo, é tão tarde o amor
É tão tarde
O primeiro dia há de ser mais que primeiro
Vem salvar-me por inteiro
Do futuro ninguém quer só metade
Meu amor
Não estamos sós na tempestade
Meu amor
Não estamos sós na tempestade

Letra: Pedro Abrunhosa / Musica: Pedro Abrunhosa 



Canoas do Tejo

Carlos do Carmo

Letra

Canoa de vela erguida,
Que vens do Cais da Ribeira,
Gaivota, que andas perdida,
Sem encontrar companheira
O vento sopra nas fragas,
O Sol parece um morango,
E o Tejo baila com as vagas
A ensaiar um fandango

Canoa,
Conheces bem
Quando há norte pela proa,
Quantas docas tem Lisboa,
E as muralhas que ela tem
Canoa,
Por onde vais?
Se algum barco te abalroa,
Nunca mais voltas ao cais,
Nunca, nunca, nunca mais

Canoa de vela panda,
Que vens da boca da barra,
E trazes na aragem branda
Gemidos de uma guitarra
Teu arrais prendeu a vela,
E se adormeceu, deixa-lo
Agora muita cautela,
Não vá o mar acordá-lo

Canoa,
Conheces bem
Quando há norte pela proa,
Quantas docas tem Lisboa,
E as muralhas que ela tem
Canoa,
Por onde vais?
Se algum barco te abalroa,
Nunca mais voltas ao cais,
Nunca, nunca, nunca mais

(Frederico de Brito)




Letra

Crioula de São Bento

Dany Silva

Numa tarde bem quente
Encontrei uma crioula
Pelas bandas de São Bento
Pelas bandas de São Bento
Perguntei o nome dela
Sem saber que mais dizer
Pois o que eu queria era
falar com ela
O que eu queria era
falar com ela
Meter conversa com ela
Dar um passeio com ela
Estar um bocado com ela
Fazer hum hum com ela
Mas a crioula era assanhada
Desconfiou da minha entrada
E camafeu me chamou toda
Arrulhada
Seu camafeu me chamou
Toda arrulhada
Eu desandei a toda à pressa
Sem sequer olhar para trás
Com muita pena fiquei de não
Poder
Com muita pena fiquei de não
Poder
Meter conversa com ela
Dar um passeio com ela
Estar um bocado com ela
Fazer hum hum com ela

(Dany Silva / 1982)

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