Critérios de Raridade
Apresentarei alguns critérios que considero importantes para se estabelecer “raridade” de discos de vinil (discos de cera de carnaúba, 78 RPM e os famosos LP`s de 33 1/3 RPM). Notem que os critérios são idiossincráticos e podem mudar de pessoa para pessoa. Esse texto possui dois momentos: no primeiro, em formato de tópicos, onde eu “estabeleço” os critérios de raridade e num segundo momento, onde eu discuto sobre a questão da raridade versus disponibilização de uma obra na internet (MP3, streaming etc.).
Ao texto:
– Tiragem de cópias, distribuição e vendagens: discos que foram lançados aos milhões raramente tem valor comercial alto; um disco que foi lançado poucos exemplares e teve distribuição e vendagem pífia será considerado raro;
– Ser antigo pouco tem a ver com raridade; Caribou (1974) do Elton John é mais antigo que Viagem Cigana (1983) do Cata Luzes, mas MUITO menos raro que o LP da banda sergipana – agora se o disco for MUITO antigo, com 78 rotações ou discos de cera de carnaúba (discos com mais de 60, 70 anos)… aí a coisa muda de figura (ver critérios acima);
– Por que Thriller (1983) do Michael Jackson, apesar de ser muito bom, não é raro? Porque foram “despejados” 1 bilhão de cópias, no mundo todo e foi sucesso de vendagens; diferente do Paêbirú (1975) do Lula Cortês & Zé Ramalho que foram prensadas poucas cópias, a maioria dessas se perderam numa enchente em Recife e praticamente nenhum disco foi vendido à época (há uma estimativa que existam, atualmente, 200 a 300 cópias do LP original);
– é comum as pessoas leigas acharem que o primeiro LP da Xuxa é valioso, só porque é um LP e tem mais de 30 anos que foi lançado: não é bem assim…
Essas são as três argumentações que mais ouço quando as pessoas questionam os critérios de raridade de um disco. Realmente nos dias de “hoje” (desde 2003 de forma mais efetiva com o Napster) quase tudo de ordem musical pode ser encontrado na internet. No YouTube existem os “full album” aos montes, por exemplo. Mas não me venha com esse papo de que “tem em MP3” para desmerecer uma raridade que eu desfaço esse assunto em cinco minutos e ainda faço o interlocutor passar vergonha por vir com argumentação pífia.
Simples raciocínio lógico: se existem MP3 das obras e se existem vídeos “full album” no YouTube®, porque é que se cobram os olhos da cara pelos LP’s originais em sebos, lojas online etc.? “os critérios – de raridade – são basicamente três: tiragem, distribuição e vendagem”. Ou seja: pouco importa se você tem os MP3 do Paêbirú (1975) até porque TODO mundo tem, mas eu duvido que você tenha o LP original (avaliado entre R$3.000,00 a R$ 4.000,00).
Um exemplo atual: o disco Paranormal Songs (2012) da banda manauara Malbec. Tem lá no próprio site da banda os MP3 para baixar, tem no YouTube o “full album” e o lançamento é MUITO recente. Não sei se foram prensados CD’s, mas LP’s foram prensadas 500 unidades. Ou seja: o negócio já nasceu raro, pela baixa quantidade de cópias feitas (tiragem), pela distribuição (que até onde eu saiba foi quase nula) e pela vendagem (quase nula também). Minha cópia em LP mesmo não foi comprada, ganhei de presente do meu amigo Jorge Bandeira. É um disco extremamente bem feito, produzido de forma bacana e com canções muito boas como a minha faixa predileta “Fitas Livres”.
Raridade é isso!
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