Henrique Cordeiro e Ariovalda Maria
Os intérpretes desses conhecidos temas, cujo nome apresentamos hoje, são também eles cantores radicados nos Estados Unidos, provenientes dos Açores, cujo nome em Portugal é totalmente desconhecido da quase totalidade dos portugueses. Falamos de dois irmãos : Henrique Cordeiro e de Ariovalda Maria, aqui acompanhados pelo “famoso” Conjunto Ibérico (conforme descrição da capa – uma vez que na contracapa a informação é inexistente), num E.P. gravado pela etiqueta Vance Records.
Sobre esse duo pouco conhecemos, para além do facto de serem ambos cantores açorianos com raízes discográficas que já remontam, pelo menos, ao ano de 1955, quando os dois pertenciam ao grupo Artistas Unidos. Henrique Cordeiro tem diversos registos musicais gravados, quase todos editados nos Estados Unidos, o mesmo sucedendo com Ariovalda Maria. Relativamente ao disco que apresentamos hoje aos nossos ouvintes, segundo informações de um dos membros da formação da altura do denominado Conjunto Ibérico, o mesmo foi gravado em princípios de 1968, numa única sessão de gravação, num dia em que chovia torrencialmente (facto que acrescenta a titulo de curiosidade). Já nessa altura o Conjunto Ibérico sofrera alterações na sua formação, sendo que dois dos seus membros originais se tinham afastado e formado um outro conjunto. Desta forma, conforme nos esclarece, João Cardadeiro, os membros que participaram na gravação deste disco foram: Belmiro Silva, saxofone e director do conjunto, João Cardadeiro* na guitarra electrica, Francisco Rosa na viola-baixo e Manuel Ildeberto "Burt" Gonçalves na bateria.
Os dois músicos que se ausentaram do grupo antes da gravação deste E.P. foram foram Aniceto Batista (entretanto falecido) e José Elmiro Nunes, agora radicado em Lisboa, tendo este último originalmente acompanhando Carlos do Carmo, sendo ainda hoje em dia acompanhante de muitos outros fadistas da nova vaga, entre os quais Ana Moura.
Para além da falta de informação constante no disco, que nos encarregámos de desvendar, há ainda que registar como ponto de interesse, o recurso a um saxofone neste tipo de formação musical como instrumento solista no tema Júlia Florista, com naturais influências americanas. Do mesmo, tal como também no tema Olhos Negros, há ainda o recurso a uma guitarra eléctrica, que se destaca, mais uma vez em completo arrepio com a instrumentalização base dos conjuntos típicos portugueses.
* A quem agradecemos, não só a oferta do disco, como também todas informações relativas à gravação destes temas.
Clique no Play para ouvir um excerto do disco
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