Com este disco homónimo, as Wet Leg marcam um regresso bem-disposto ao indie rock, entre o irónico e o despretensioso. Um trabalho muito bem conseguido.
A apresentarem-se ao público com o disco de estreia homónimo, as Wet Leg chegam com estrondo. O disco, produzido pelo mesmo produtor de Black Midi ou Fontaines DC, é uma surpresa interessante.
O álbum do duo britânico é um belo trabalho indie rock, pela mão da editora Domino (a mesma dos Arctic Monkeys, de Franz Ferdinand e muitos outros). É muitas vezes auto-depreciativo e tão catchy como o indie rock sabe ser – só que estamos em 2022, uma altura em que se diria que o indie rock passou de moda. Ou estará a regressar?
Rhian Teasdale e Hester Chambers brindam-nos com um disco que fica no ouvido, cheio de guitarras sonoras e coros cheios. Parecem estar a divertir-se bastante em cada faixa, vão buscar inspiração a Elastica, Courtney Barnett, The Strokes ou até mesmo Pulp ou Pavement.
O disco é curto: 36 minutos e 12 canções cheias de energia, dançáveis e orelhudas, começando logo por “Being In love”, que marca o tom do que aí vem. O tema mais sonante, e o single escolhido, é “Chaise Longue”, que fica de imediato no ouvido. Importa também mencionar “I Don’t Wanna go Out”, com um riff a fazer lembrar David Bowie.
Mas não é a única: “Wet Dream” é um tema dançável e cheio de energia, a fazer lembrar Le Tigre, e “Loving You” aproxima-se da balada querida, cantada num falsete suave. E “Oh No”, guitarras por todo o lado, é uma repetição louca que dá vontade de saltar, ao melhor estilo indie rock. A fechar, “Too Late Now”, uma faixa a puxar ao lado mais introspetivo do duo.
Com este disco, as Wet Leg marcam um regresso bem-disposto ao indie rock, entre o irónico e o despretensioso. Se será um álbum memorável? Talvez não, mas para disco de estreia é um trabalho muito bem conseguido.
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