Lynyrd Skynyrd - Gimme Back My Bullets (1976)
Adoro Southern Rock e portanto o Lynyrd Synyrd, e não tenho essa coisa de prefiro Ronnie ou Johnny ou é melhor antes do acidente ou depois, para mim é tudo Lynyrd Skynyrd. É difícil dizer qual o melhor disco deles e por um bom tempo fiquei entre postar esse ou o God & Guns, ou então o ao vivo One More From The Road, mais a verdade é que sendo Skynyrd o que colocar na agulha é bom, achei uma ótima resenha do site Southern Rock Brasil, ouça com som bem alto.
O Gimme Back My Bullets é o único álbum da formação clássica do Skynyrd a possuir o nome de uma das faixas. Chamo de "formação clássica" e não "formação original" por que nessa altura, Ed King e Bob Burns já não faziam parte do grupo. O guitarrista, compositor de "Sweet Home Alabama" abandonou a banda após a Torture Tour, uma turnê muito longa e regada a muita droga e bebida. King disse sobre a turnê: "As coisas estavam saindo do controle e eu saía do controle junto com elas, eu não me orgulho da forma como sai, mas foi necessário, estava começando a ter problemas com o empresário e problemas internos com a banda". Então, Ed King deixou a banda assim como o baterista Bob Burns, havia feito tempos antes. Assim, Gimme Back My Bullets é o primeiro registro de Artimus Pyle na cozinha do Skynyrd.
Após a saída de King, o Lynyrd Skynyrd excursionou pela Europa, mas a banda andava tendo problemas com seus técnicos e empresário, a solução encontrada por todos era simples, substituí-los. A banda trabalhava com Al Kooper, que produziu o Second Helping e o Nuthin’ Fancy. Embora tenha tido certo sucesso comercial, Nuthin’ Fancy foi claramente o álbum mais fraco do Skynyrd, mas não por suas músicas, mas sim pelo seu trabalho de mixagem e produção. Como a Rolling Stone descreveu: "O álbum é desajeitado em comparação as suas atuações ao vivo das mesmas músicas". Assim, a banda dispensou Kooper e chamou Tom Dowd.
Dowd, um produtor que já havia trabalhado com Otis Redding, Cream, Allman Brothers e Eric Clapton, teria se interessado em trabalhar com o Skynyrd, pois "ele queria fazer conosco no estúdio o que ele não conseguia com o Allman Brothers" disse Leon Wilkeson. O fato é que o Gimme Back My Bullets é uma obra do Skynyrd com o Dowd, sem a contribuição do produtor, dificilmente o disco teria o sucesso que teve. Principalmente por que praticamente todas as músicas foram compostas no estúdio, sob a 'supervisão' de Tom Dowd.
A primeira faixa é "Gimme Back My Bullets". Com um poderoso riff de guitarra, a canção se tornou um dos hinos do Southern Rock. Com os solos alternados a bateria acentuada e um órgão segurando o refrão fácil de lembrar, a música rapidamente fica na memória. Por um curto tempo a canção ficou fora dos shows do Skynyrd, pois o público – principalmente nos estados sulistas – lançavam balas de diversos calibres no palco sempre que Ronnie anunciava a canção, assim, temendo que as balas fossem enviadas de outra forma, a música ficou temporariamente banida das apresentações do Lynyrd Skynyrd.
"Every Mother Son" é uma daquelas faixas em que você percebe a importância de Billy Powell para a banda. Uma bela balada sobre a vida e como ela muda, um conselho de quem já viu muitos caírem. Uma harmonia tranquila, com um lindo solo de guitarra do Allen Collins seguido pelo piano de Powell.
A terceira faixa, "Trust", vem com um riff dos que você só ouve com o "velho Lynyrd". A música é basicamente um belo conselho sobre a vida e o amor, ela diz, "não confie em ninguém, não diga a sua mulher que você a ama, pois é quando seu problema começa".
"I Got The Same Old Blues" é uma versão mais 'root' de uma canção do J.J Cale. O Skynyrd já havia gravado uma música de Cale no Second Helping mas, diferente de "Call Me The Breeze", "I Got The Same Old Blues" não é uma Road Music. O Skynyrd transformou a música de um country-blues suave em um rock-blues mais pesado, com destaque para o belo slide de Gary Rossington e o solo de gaita, além do riff no teclado.
"Double Trouble" é a quinta faixa. Com um rock'n'roll bem sulista do tipo que só se ouve nos anos setenta. Bem trabalhado nos riffs de guitarra, sobre um "cowboy badass" encrenqueiro falando sobre as verdades da vida, e de seu apelido "problema em dobro, é como meus amigos me chamam". A faixa seguinte é "Roll Gypsy Roll", com um suave riff no violão e um solo de guitarra – aparentemente do Gary – a canção canta sobre a vida na estrada, as dificuldades e insatisfações que nem mesmo o dinheiro ("I made lots of money, Just how much I don’t Know"), as mulheres ("Met many a woman on my way down the line) e as drogas (But most the Money I done, stuck on my nose") eram o suficiente.
A sétima faixa é "Searching", um eletrizante rock'n'roll com um trabalho fenomenal nos solos alternados entre Gary Rossington e Allen Collins que finalizam o solo juntos. Talvez seja esse o motivo de em 1976, esta música ter sido um dos singles do único disco ao vivo da formação clássica do Skynyrd, o One More From The Road. O solo de "Searching" é perfeito para apresentações, aliás, a música como um todo é.
"Cry For The Bad Man" vem em seguida. O Lynyrd Skynyrd sempre trabalhou com músicas simples, poucos acordes e tudo mais, a diferença é que os músicos eram muito competentes, e, embora trabalhasse com poucos acordes usavam diversos riffs, e talvez seja esse o grande diferencial da banda, não haviam tantos efeitos, trabalhavam com um som um pouco mais limpo do que se tem hoje em dia – talvez essa "sujeira" seja influência do rock dos anos 80 e 90. O fato é que "Cry For The Bad Man" retrata isso perfeitamente, a música em si, possui cerca de 4 ou 5 acordes, no entanto é trabalhada com solos e riffs de uma forma magnífica.
Fechado o álbum vem "All I Can Do Is Write About It". Uma leve baladinha com pitadas de country sobre a vida e as mudanças dela. A música tem sua base no violão e no piano, que posteriormente abre em um bonito solo. E mais uma vez, o Skynyrd marca o seu orgulho sulista cantando sobre as belezas do sul. Em 1991 essa faixa reaparece no CD 2 do Lynyrd Skynyrd Box Set, no entanto, aqui ela aparece completamente acústica, um lindo registro de uma linda canção, uma das mais tocantes do Skynyrd.
No fim das contas o Gimme Back My Bullets foi um marco para o Lynyrd Skynyrd, a participação do Tom Dowd no álbum lembrou aos membros da banda do que eles podiam fazer, a banda se levantou de forma magnífica. "Transformou a chuva em sol" teria dito Allen Collins, sobre Dowd. E "falando materialmente, acho que é o nosso melhor trabalho, pelo menos o melhor de mixagem", sobre o álbum.
"Nós sempre fomos pesados e sujos, decidimos fazer um álbum mais limpo, o conteúdo era bom, era tão... refinado" teria dito Ronnie, também sobre o álbum. Em 1999 o disco ganhou um remixagem e mais duas faixas, as versões ao vivo de "Gimme Back My Bullets" e "Cry For The Bad Man", ambas gravadas em 1976 na cidade de São Francisco, Califórnia.
O Gimme Back My Bullets é o único álbum da formação clássica do Skynyrd a possuir o nome de uma das faixas. Chamo de "formação clássica" e não "formação original" por que nessa altura, Ed King e Bob Burns já não faziam parte do grupo. O guitarrista, compositor de "Sweet Home Alabama" abandonou a banda após a Torture Tour, uma turnê muito longa e regada a muita droga e bebida. King disse sobre a turnê: "As coisas estavam saindo do controle e eu saía do controle junto com elas, eu não me orgulho da forma como sai, mas foi necessário, estava começando a ter problemas com o empresário e problemas internos com a banda". Então, Ed King deixou a banda assim como o baterista Bob Burns, havia feito tempos antes. Assim, Gimme Back My Bullets é o primeiro registro de Artimus Pyle na cozinha do Skynyrd.
Após a saída de King, o Lynyrd Skynyrd excursionou pela Europa, mas a banda andava tendo problemas com seus técnicos e empresário, a solução encontrada por todos era simples, substituí-los. A banda trabalhava com Al Kooper, que produziu o Second Helping e o Nuthin’ Fancy. Embora tenha tido certo sucesso comercial, Nuthin’ Fancy foi claramente o álbum mais fraco do Skynyrd, mas não por suas músicas, mas sim pelo seu trabalho de mixagem e produção. Como a Rolling Stone descreveu: "O álbum é desajeitado em comparação as suas atuações ao vivo das mesmas músicas". Assim, a banda dispensou Kooper e chamou Tom Dowd.
Dowd, um produtor que já havia trabalhado com Otis Redding, Cream, Allman Brothers e Eric Clapton, teria se interessado em trabalhar com o Skynyrd, pois "ele queria fazer conosco no estúdio o que ele não conseguia com o Allman Brothers" disse Leon Wilkeson. O fato é que o Gimme Back My Bullets é uma obra do Skynyrd com o Dowd, sem a contribuição do produtor, dificilmente o disco teria o sucesso que teve. Principalmente por que praticamente todas as músicas foram compostas no estúdio, sob a 'supervisão' de Tom Dowd.
A primeira faixa é "Gimme Back My Bullets". Com um poderoso riff de guitarra, a canção se tornou um dos hinos do Southern Rock. Com os solos alternados a bateria acentuada e um órgão segurando o refrão fácil de lembrar, a música rapidamente fica na memória. Por um curto tempo a canção ficou fora dos shows do Skynyrd, pois o público – principalmente nos estados sulistas – lançavam balas de diversos calibres no palco sempre que Ronnie anunciava a canção, assim, temendo que as balas fossem enviadas de outra forma, a música ficou temporariamente banida das apresentações do Lynyrd Skynyrd.
"Every Mother Son" é uma daquelas faixas em que você percebe a importância de Billy Powell para a banda. Uma bela balada sobre a vida e como ela muda, um conselho de quem já viu muitos caírem. Uma harmonia tranquila, com um lindo solo de guitarra do Allen Collins seguido pelo piano de Powell.
A terceira faixa, "Trust", vem com um riff dos que você só ouve com o "velho Lynyrd". A música é basicamente um belo conselho sobre a vida e o amor, ela diz, "não confie em ninguém, não diga a sua mulher que você a ama, pois é quando seu problema começa".
"I Got The Same Old Blues" é uma versão mais 'root' de uma canção do J.J Cale. O Skynyrd já havia gravado uma música de Cale no Second Helping mas, diferente de "Call Me The Breeze", "I Got The Same Old Blues" não é uma Road Music. O Skynyrd transformou a música de um country-blues suave em um rock-blues mais pesado, com destaque para o belo slide de Gary Rossington e o solo de gaita, além do riff no teclado.
"Double Trouble" é a quinta faixa. Com um rock'n'roll bem sulista do tipo que só se ouve nos anos setenta. Bem trabalhado nos riffs de guitarra, sobre um "cowboy badass" encrenqueiro falando sobre as verdades da vida, e de seu apelido "problema em dobro, é como meus amigos me chamam". A faixa seguinte é "Roll Gypsy Roll", com um suave riff no violão e um solo de guitarra – aparentemente do Gary – a canção canta sobre a vida na estrada, as dificuldades e insatisfações que nem mesmo o dinheiro ("I made lots of money, Just how much I don’t Know"), as mulheres ("Met many a woman on my way down the line) e as drogas (But most the Money I done, stuck on my nose") eram o suficiente.
A sétima faixa é "Searching", um eletrizante rock'n'roll com um trabalho fenomenal nos solos alternados entre Gary Rossington e Allen Collins que finalizam o solo juntos. Talvez seja esse o motivo de em 1976, esta música ter sido um dos singles do único disco ao vivo da formação clássica do Skynyrd, o One More From The Road. O solo de "Searching" é perfeito para apresentações, aliás, a música como um todo é.
"Cry For The Bad Man" vem em seguida. O Lynyrd Skynyrd sempre trabalhou com músicas simples, poucos acordes e tudo mais, a diferença é que os músicos eram muito competentes, e, embora trabalhasse com poucos acordes usavam diversos riffs, e talvez seja esse o grande diferencial da banda, não haviam tantos efeitos, trabalhavam com um som um pouco mais limpo do que se tem hoje em dia – talvez essa "sujeira" seja influência do rock dos anos 80 e 90. O fato é que "Cry For The Bad Man" retrata isso perfeitamente, a música em si, possui cerca de 4 ou 5 acordes, no entanto é trabalhada com solos e riffs de uma forma magnífica.
Fechado o álbum vem "All I Can Do Is Write About It". Uma leve baladinha com pitadas de country sobre a vida e as mudanças dela. A música tem sua base no violão e no piano, que posteriormente abre em um bonito solo. E mais uma vez, o Skynyrd marca o seu orgulho sulista cantando sobre as belezas do sul. Em 1991 essa faixa reaparece no CD 2 do Lynyrd Skynyrd Box Set, no entanto, aqui ela aparece completamente acústica, um lindo registro de uma linda canção, uma das mais tocantes do Skynyrd.
No fim das contas o Gimme Back My Bullets foi um marco para o Lynyrd Skynyrd, a participação do Tom Dowd no álbum lembrou aos membros da banda do que eles podiam fazer, a banda se levantou de forma magnífica. "Transformou a chuva em sol" teria dito Allen Collins, sobre Dowd. E "falando materialmente, acho que é o nosso melhor trabalho, pelo menos o melhor de mixagem", sobre o álbum.
"Nós sempre fomos pesados e sujos, decidimos fazer um álbum mais limpo, o conteúdo era bom, era tão... refinado" teria dito Ronnie, também sobre o álbum. Em 1999 o disco ganhou um remixagem e mais duas faixas, as versões ao vivo de "Gimme Back My Bullets" e "Cry For The Bad Man", ambas gravadas em 1976 na cidade de São Francisco, Califórnia.
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