Falar de rock no Brasil, apesar dos narizes torcidos dos mais radicais, é falar também de MPB. Chega um ponto em que é praticamente impossível dissociar rock de MPB nos anos 70, numa via de dupla influência e muitas transas. Nesse assunto também, irremediavelmente, é necessário falar também de história e política. A fatalidade histórica que foi a ditadura militar no período 1964-1985 foi a forja na qual foi conformada a cara sofrida e suada de nosso rock e também foi a pá que cavou a sepultura de muitos jovens talentos.
Nossa juventude tinha muita dificuldade em estar sintonizada com o que acontecia com o rock nos EUA e Inglaterra. São inúmeros casos de discos que foram lançados aqui com atraso e outros tantos mutilados (com edições limadas, capas diferentes das originais, etc…), além, é claro, dos muitos e muitos que não chegaram nem a ser lançados. Por outro lado, a inventividade de nossa música também era atrativa aos jovens, que se identificavam com as canções de protesto e o espírito também jovem da MPB da época. Justamente o período de transição entre os Beatles e as novas tendências do rock – psicodelia, art-rock e heavy rock – na virada dos anos 1960 para os 1970 foi o período de maior vácuo para o rock brasileiro, que ainda vagava pelo som beat da Jovem Guarda (já descambando gradativamente para uma música pop de orientação adulta).
Os Mutantes pareciam ser a grande novidade de larga difusão, altamente ligados com o conceito tropicalista naquele momento, em que a MPB era uma das engrenagens daquela usina sonora, com muito fuzz e experimentação. Também existiu, nas grandes cidades, uma cena beat paralela, de pequeno alcance, ligada ao circuito dos clubes e bailes, com bandas que iam evoluindo pouco a pouco para composições próprias de teor mais psicodélico e agressivo. Porém, existem pouquíssimos registros (a maioria em compactos) e que nem sempre eram realmente representativos dos sons que as bandas apresentavam nos palcos, devido ao total estranhamento das gravadoras e o medo da censura.
Entre 1968 e 1972, uma época extremamente profícua para o rock, o Brasil ainda encontrava-se muito distanciado em quantidade de lançamentos como em qualidade (de gravação, não musical) até mesmo de outros países periféricos. Entre nomes que bradaram com valentia nesse período podemos citar Módulo 1000, A Bolha, A Década, Os Brazões, Os Leif’s, Equipe Mercado, Som Imaginário, Liverpool, Karma, Lôdo, A Década, Os Lobos, Paulo, Cláudio & Maurício, Os Baobás, Kris Kringle, The Gentlemen, O Bando, Quarteto Nova Era, Soma, Analfabitles, Som Beat…
O que aconteceu neste período foi a gestação de uma MPB temperada com rock em discos excelentes, e que agregaram o rock (principalmente a influência dos Beatles) como mais um adicto em sua flavorização. Transa de Caetano Veloso, Expresso 2222 de Gilberto Gil, Vento Sul de Marcos Valle, Clube da Esquina de Milton Nascimento e Lô Borges, Passado, Presente e Futuro de Sá, Rodrix & Guarabyra, Fa-tal de Gal Costa e Acabou Chorare dos Novos Baianos foram trabalhos que tiveram boa repercussão entre a moçada que escutava rock e tiveram uma ponta de sucesso dentro do mercado musical brasileiro. Nestes discos, há a participação em estúdio de vários músicos que viriam a ser parte da história do rock sessentista-setentista brasileiro como Robertinho Silva, Luiz Alves, Wagner Tiso, Novelli, Nelson Angelo, Pepeu Gomes, Dadi, Lanny Gordin, etc.
Em 1973, um acontecimento marcante que abriu a porta para que outros conseguissem ao menos um registro fonográfico – o sucesso meteórico dos Secos & Molhados. Este é um grupo em que o binômio Rock-MPB é constante. Vendendo horrores e lotando ginásios por onde passava, a banda conseguiu colocar hits no rádio e aparecer na TV, com um som bastante ousado e uma atuação performática. Um feito realmente único até então e que fez com que as gravadoras passassem a compreender um pouco melhor o mercado para o rock no Brasil. No ano seguinte, surge à tona uma produção mais intensa das bandas locais. Os shows de Alice Cooper no Brasil arrebataram a atenção de milhares de jovens e colocaram o rock em pauta na grande mídia, para o bem e para o mal. Estes dois fatores propiciaram um tímido deslanche da produção local na época e nos anos de 74 a 76 aconteceram alguns dos melhores trabalhos do rock brasileiro na década de 70.
Ao analisar os trabalhos das bandas do período já se consegue perceber um alinhamento maior com a cultura mundializada do rock do que nos anos anteriores. A linguagem do rock progressivo, especialmente, foi interpretada muito bem no Brasil e assimilada mais ou menos na mesma época que em países periféricos da Europa. Por ter uma abordagem bem mais aberta e menos padronizada do que outros estilos de rock, o rock progressivo entrou com força no Brasil, trombando com a força de nossa música popular. A MPB teve papel fundamental para diferenciar completamente a produção de rock (progressivo) do Brasil, ao mesmo tempo que diluindo a face realmente “rock” da coisa, também colocava-lhe um toque altamente original.
Em 1974, a cisão dos Mutantes rendeu três rebentos – o disco Tudo foi Feito Pelo Sol, da inteiramente repaginada trupe assumida por Sérgio Dias; o disco Atrás do Porto tem um Cidade, de Rita Lee & Tutti Frutti, e o incensado Lóki, de Arnaldo Baptista. Cada um dos três eqüidistantes em termos sonoros. Sérgio Dias cada vez mais espiritualista em devaneios guitarrísticos e texturas eletrônicas de teclados, estava diametralmente oposto à confessionalidade mundana do irmão Arnaldo, que por sua vez, a anos- luz se distanciava de sua ex-esposa Rita Lee, que era só festa com seu Tutti Frutti. Se os três juntos eram geniais, separados também o foram, cada um a sua maneira. Tudo foi Feito pelo Sol foi lançado pela Som Livre e foi o maior sucesso comercial dos Mutantes, ainda que fosse constantemente massacrado pelas mãos de críticos do rock progressivo, como Ezequiel Neves. Os Mutantes, já bem experientes e até mesmo com pioneirismo, tinham o melhor equipamento de som do país naquela altura; o disco teve uma boa produção e destaca-se com facilidade dentro do rock brasileiro do período. Atrás do Porto tem uma Cidade foi só um beliscão para a Philips do que viria a ser o sucesso de Rita com o Tutti Frutti. Já Lóki, também lançado pela Philips, ficou bastante tempo incompreendido pelo público. Arnaldo Baptista tentou, neste período, firmar-se com uma banda de apoio, que batizou de Space Patrol (futuramente, aportuguesada para Patrulha do Espaço). Mas isso não aconteceu concretamente nos anos que se seguiram, por suas inconstâncias de comportamento e a depressão.
Os Secos & Molhados, depois do estrondoso sucesso de sua estréia, gravaram seu segundo disco. Mesmo sem o brilho e o apelo do primeiro disco, as vendas foram escandalosas para o padrão do nascente pop brasileiro. A ascenção foi tão meteórica quanto rápido deteriou-se o ambiente interno do grupo, que logo ruiu. Ney Matogrosso lançou-se em carreira solo logo em seguida e João Ricardo tentou tanto carreira solo, quanto seguir com o grupo, que só foi lançar outro trabalho em 1978. Mas em nenhuma dessas empreitadas teve sucesso próximo ao que experimentou entre 73-74.
O show de Alice Cooper, ocorrido em março de 74, foi uma ocasião gloriosa para um dos grandes grupos da época, o Som Nosso de Cada Dia. O ex-tecladista dos Incríveis, Manito, tinha em mente a criação de uma big band chamada Cabala, mas no fim das contas, ao travar contato com o multiinstrumentista e compositor Pedro Baldanza (guitarra, vocal) mixa suas ideias para o formato power-trio (completando o time com o baterista-vocalista Pedrinho Batera). Em 1973, entram no estúdio para gravar o antológico disco Snegs, com um rock progressivo psych impactante, autêntico e transcendente. A própria produção dos shows de Alice Cooper foi quem os selecionou para a abertura dos shows e quase se arrependeu disso, porque o trio roubou a cena. Os shows em São Paulo e no Rio foram uma catarse, um choque para a moçada local, sendo o primeiro grande show de rock a acontecer no Brasil. Até então, apenas o Santana tinha se apresentado por aqui (em 1971 e em 1973). Ravi Shankar era muito papo cabeça pra maioria e Jackson Five, água com açúcar em demasia. Alice Cooper sim – representava a eletricidade do rock.
Apenas depois da abertura para Alice Cooper é que a gravadora Continental resolve concluir e lançar Snegs, um disco com a capa inacabada e uma produção indigna de sua música magnânima. Contudo, a formação do trio durou pouco e a banda se repaginou para quarteto no ano seguinte, com a inclusão de Egídio Conde (egresso do Moto Perpétuo) e Tuca Camargo (egresso do Apokalypsis). Nesta formação, começaram a trabalhar em um som mais atmosférico, construindo uma ambiciosa suíte chamada “Amazônia”, que nunca foi lançada integralmente. Fragmentos da suíte foram aproveitados no lado B do disco Som Nosso, de 1977, cujo lado A já mostrava a banda em um direcionamento totalmente distinto, partindo para uma abordagem funk-soul.
Pedro Baldanza, que já tinha estrada como músico de estúdio (havia participado de algumas gravações com os Novos Baianos), também aparece tocando baixo em outro trabalho de 1974, da banda paulistana Perfume Azul do Sol. Típica banda obscura, pouquíssimo sabe-se sobre sua trajetória. O grupo foi formado pelo casal Ana Maria Guedes (piano, vocal) e Benvindo (violão, vocal), que conseguiram ganhar a atenção do empresário Moracy do Val (que já era empresário dos Secos & Molhados e empresariaria o Moto Perpétuo em seguida) com suas composições. Porém, o empresário não investiu a grana merecida nos dois, que haviam formado uma banda. Porém, dessa relação com Moracy do Val, descolaram um contrato com o pequeno selo Chantecler e conseguem colocar na praça o disco Nascimento, que apesar da paupérrima produção, é uma gema da psicodelia hippie-brasileira do período. Apenas 120 cópias foram lançadas, praticamente todas distribuídas entre o círculo social da banda; apenas uma única sessão de fotos foi feita e uma rápida aparição na TV Cultura, de São Paulo. Nenhum outro show foi realizado e a banda se desfez rapidamente, pelo desinteresse de Ana Maria Guedes.
Já o Moto Perpétuo surgiu a partir de Guilherme Arantes, um jovem pianista que se equilibrava entre a vontade de seguir a carreira musical e estudar arquitetura na USP, e do baterista Diógenes Burani, um já tarimbado músico de estúdio, egresso d’O Bando e da banda de apoio de Gal Costa. Os dois se encontraram no palco tocando em uma peça de teatro. Dali, recrutam o baixista Gérson Tatini, um aficcionado pelo Yes, Cláudio Lucci, um violonista de formação clássica e Egídio Conde, guitarrista. O grupo se forma em 1974 e adquire um rápido e frenético entrosamento. Com as composições de tom lírico de Guilherme Arantes, conseguem um contrato com a Continental através de Moracy do Val e gravam, sob a batuta de Peninha Schmidt (um dos principais produtores fonográficos da época), o álbum auto intitulado no fim de 1974. Contudo, a Continental deu mais atenção a outra banda contratada – a carioca A Barca do Sol, o que dificultou a promoção do belo e progressivo trabalho do Moto Perpétuo. Em poucos meses e com poucas perspectivas de sucesso, veio a dissolução. Guilherme Arantes partiu para consolidar-se como um grande compositor e artista solo de sucesso a partir de 1976. Egydio Conde migrou para o Som Nosso de Cada Dia e os remanescentes tentaram continuar, sob a alcunha de São Quixote.
Diversas outras bandas ativas e freqüentadoras dos palcos existentes na capital paulista não chegaram a deixar nada registrado. É o caso do Apokalypsis, formado pelo baterista, vocalista e compositor Zé Brasil (que chegou a fazer parte do início da Space Patrol, de Arnaldo Baptista). Contando com Tuca Camargo (tecladista), Edu Ladessa Parada (baixo) e Prandini (guitarra, sax, flauta), estrearam em novembro de 1974 no Teatro da Universidade Católica e tocaram em diversos festivais de grande público da época. Não gravaram nada em estúdio como grupo, mas recentemente vieram a tona dois lançamentos ao vivo, um de 74 e outro de 75, no qual é possível escutar a interessante mistura sonora do grupo e suas letras utópicas e contestadoras. A trajetória do grupo ficaria em stand-by no fim de 75, mas é retomada entre 77-78. Apenas em 1976 Zé Brasil lançou um compacto pela CBS, apresentando-se como Maytrea & Silvelena (que era sua esposa), com duas singelas canções folk. De paulistanos sem discos, temos ainda o Scaladácida, bastante ativa no circuito de shows e festivais. Formada em fins de 72, abrigou o inglês Ritchie Court, flautista e vocalista, que ficaria famoso depois em carreira solo e que participou de outros projetos importantes. Cantavam em inglês um repertório de rock progressivo e jazz-rock, segundo relatos do próprio Ritchie. Apesar de serem considerados um importante live-act da época, não ter conseguido assinar um contrato foi um dos motivos do fim da banda, pois Ritchie estava como turista no país e teve problemas com o visto. A banda consistia de Azael Rodrigues (bateria, futuro membro do Divina Increnca), Fábio Gasparini (guitarra), Sérgio Kaffa (baixo, tocou com Arnaldo Baptista e depois integraria O Terço, além de inúmeras participações em gravações) e Ritchie Court (flauta e vocal). Existe material registrado ao vivo da banda, que até então não viu a luz do dia.
No Rio de Janeiro, o grupo O Terço dava seu definitivo passo rumo ao som progressivo que o tornou célebre e o colocou como um dos maiores nomes do rock brasileiro da época. Participaram como banda de apoio dos parceiros Sá & Guarabyra no disco Nunca, depois da partida de Zé Rodrix. Neste trabalho, já se destacam auxiliando nas vocalizações e em belos arranjos, oferecendo pequenos toques progressivos ao cancioneiro acústico da dupla. No ano anterior, haviam lançado seu segundo disco ainda como trio, balançando-se entre um nascente rock progressivo e uma linhagem puramente fuzz guitar. Em 74, estavam reformulados como quarteto, com adição do tecladista mineiro Flávio Venturini, que foi fundamental para a nova sonoridade do grupo, acrescentando positivamente na questão harmônica e vocal. No fim daquele ano (novembro de 74), entrariam em estúdio para registrar Criaturas da Noite, seu principal trabalho e um dos principais expoentes do rock progressivo brasileiro, com incursões pela música popular, especialmente a desenvolvida por Milton Nascimento a partir de Clube da Esquina e por Sá, Rodrix & Guarabyra. Apesar do disco ter saído em 75, a banda já experimentava, com sucesso, músicas do novo repertório nos shows anteriores ao lançamento.
Fonograficamente, 1974 teve a estréia da Casa das Máquinas, banda já bem profissionalizada, formada pelo experiente baterista dos Incríveis, Netinho. Não foi com esse disco que a banda ficou famosa e obteve prestígio, pelo fato de ser um trabalho irregular e pouco direcionado. Esse seria apenas o começo de seu vôo. Ainda em São Paulo, em 1974, estreava em disco a lendária banda Made in Brazil. Desde seus primórdios, a fórmula do grupo era um rock básico e sem firulas, com figurino glam e muita distorção. No Rio, ocorreu a estréia do original grupo A Barca do Sol, que também contou com o flautista Ritchie Court, posteriormente. Um grupo que não aceitava o título de rock por si só, por ser baseado em instrumentos acústicos, mas que foi abraçado pelo público que circundava a cultura rock na época. Sua fusão sonora os aproximava bastante do folk-rock europeu, mas mantendo uma forte brasilidade. A banda foi formada por um grupo de jovens músicos de formação erudita, que se encontraram em um curso de extensão em música com Egberto Gismonti, que os produziu e participou em seu disco de estréia. Nando Carneiro (violonista, vocalista e compositor da Barca) era irmão do poeta e letrista Geraldo Carneiro (atualmente um imortal da Academia Brasileira de Letras), parceiro de Egberto Gismonti. A banda assinou com a Continental para lançar seu disco de estréia no fim de 74 e ganhou notoriedade, de público e crítica.
Tangenciando a MPB e o rock, há que se comentar dos lançamentos de Academia de Danças, de Egberto Gismonti, onde o virtuoso pianista ousava com sintetizadores e uma possante banda formada por Robertinho Silva e Luiz Alves (Som Imaginário) e o disco ao vivo de Milton Nascimento, Milagre dos Peixes, gravado majestosamente no Teatro Municipal de São Paulo, acompanhados também do Som Imaginário. No Nordeste, Alceu Valença estreava sozinho pela Som Livre com o trangressor Molhado de Suor, e a disruptiva Ave Sangria agitava com som e atitude o Recife de 1974. Ainda que o disco careça de punch, devida a precariedade da gravação realizada em apenas 5 dias em um estúdio carioca, a Ave Sangria atestou sua participação na história do rock no período, desviando de cacetetes e censuras da nossa ditadura. Os Novos Baianos encontravam-se no fim do sonho hippie da vida comunitária, mas ainda soltando fogo pelas ventas com o bem energéticos Novos Baianos, o último com o violonista e vocalista Moraes Moreira. Já o lançamento de Vamos pro Mundo, também de 1974, os mostrou mais como grupo de samba/carnaval.
Por fim, é essencial falar de Raul Seixas, que atingiu o grande público com o disco Gitá em 74 e o enorme sucesso da faixa homônima. Raul se deu mal com a ditadura por pregar a tal “Sociedade Alternativa”. Foi preso em 73, tomou uns sopapos da polícia e foi mandado para umas “férias forçadas” nos EUA. Quando o disco estourou, a ditadura achou por bem acabar com o sumiço de Raul e trazê-lo de volta ao país, onde se consolidou como uns dos maiores nomes do rock e talvez o único dessa época que realmente rompeu a barreira do tempo.
Outros grupos que se iniciaram em 1974 foram o Terreno Baldio, em São Paulo, o Vímana, o Bacamarte e o Veludo no Rio.
Em 1974 o rock adquiriu escala no Brasil e as revistas noticiavam que a coisa viria num crescente, com apresentações a serem confirmadas de grandes bandas como Pink Floyd, Led Zeppelin, Yes, Black Sabbath, Joe Cocker, Black Oak Arkansas e várias outras. A única que realmente esteve mais próxima de se concretizar foi a do Traffic, que já tinha até data marcada, mas foi abortada porque a própria banda encerrou as atividades.
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