Conseguir a discografia completa dessa banda foi uma verdadeira saga iniciada há, aproximadamente, 2 anos e só concluída há alguns meses. Sim, pois mesmo deparando-me com as imagens e links desses álbuns com certa facilidade por aí, a verdade é que todos apresentavam problemas de alguma ordem. Em alguns casos, os equívocos -fruto da falta de conhecimento e, também, descaso- eram tão escabrosos que transformavam-se em um desserviço visto que o material erroneamente disponibilizado acabava sendo disseminado como um vírus e muitos incautos terminavam por baixar um conteúdo que não correspondia aos álbuns em foco e, sem nem pestanejar, os disponibilizavam em seus blogs com a propriedade de experts -de um material que eles não conhecem, diga-se de passagem, caso contrário não cometeriam essas barbaridades- e o círculo vicioso não parava nunca. Cheguei a encontrar vários links informando ser correspondentes ao primeiro álbum -de 1971 e auto-intitulado- e seu conteúdo ser o do 'Tracks'(72) ou de outro álbum qualquer e, apesar de meus insistentes alertas de que o post estava incorreto, era fragorosamente ignorado em todos. Em vários outros casos, 'The Country Boy', uma de suas faixas mais conhecidas, simplesmente estava acintosamente mutilada! Incrível como ninguém percebia, só eu!
Decidido a por um fim neste imbroglio, propus-me a disponibilizar sua discografia comme il faut. Como a consegui? De várias maneiras: de comunidades, torrents e diversos outros sites P2P ou -no caso da já citada 'The Country Boy'-, até mesmo, 'roubando' de um site de comercialização de discos on-line que a disponibilizou na íntegra para audição e em excelente bitrate. Foi só dar o play e o 'Santoforge' fez o resto. Só através destes mecanismos de compartilhamento encontrei rips de razoável qualidade, o que me facilitou muito o trabalho de remasterização. O único material que baixei via blog foi 'Home From Home', figurinha fácil e sem erros -até porque saiu em CD- por aí . E é esse trabalho arqueológico que disponibilizo para vocês.
Mas, antes, permitam-me apresentá-los, com a devida reverência, a esta cultuada banda.
Acho que muitos já conhecem Albert Lee, renomadíssimo guitarrista inglês de 65 anos, saudado, de Nashville a Londres, como um gênio das 6 cordas. Ainda não o conhecem? Então aproveitem bem esta postagem. Profissionalizado ainda adolescente, Lee sempre se destacou dos demais de sua geração devido à sua intensa pegada country no instrumento e, por muitos, considerado um inovador, um estilista no gênero. Em 1969, já com seu nome firmado no meio musical como session man e guitarrista da The Thunderbirds, banda de Chris Farlowe, fundou com Tony Colton (vocais) e Ray Smith (guitarra/vocais) a Poet & The One Man Band, lançando apenas um álbum, completamente ignorado. Persistente, no ano seguinte adicionou à receita Chas Hodges (baixo/banjo/violino/vocais), Pete Gavin (bateria/percussão/vibrafone/vocais) e Mike O'Neill (teclados/vocais) e, assim, estava formalmente criada a Heads, Hands & Feet. Neste mesmo ano concluem, mas inexplicavelmente não comercializam, o excelente 'Home From Home'. Este trabalho só viria à tona -com o subtítulo 'The Misssing Album' - em 1996 e já em formato digital. Conheci a banda quando, em 71/72, em uma de minhas visitas regulares à Modern Sound/RJ, deparei-me com um álbum duplo em um reluzente amarelo, com apenas uma pequena ilustração em relevo, o nome da banda e...só! Como jamais conseguia sair daquela loja sem algum disco cuidadosamente alojado sob o sovaco, resolvi arriscar meus trocados naquela dispendiosa bolacha dupla e apaixonei-me logo à primeira orelhada. De imediato, percebi estar diante de um clássico e, instantaneamente, tornou-se um de meus discos de cabeceira. Era um trabalho completamente diferente de tudo que estava sendo feito à época pois impossível de categorizar. Era como se o country tivesse feito um pacto de sangue com o prog, o blues, o folk, o rock, o r&b, o rockabilly, o jazz e, até mesmo, a música de câmara, para criar algo que suplantasse todas as barreiras musicais usualmente impostas pelo mercado em prol de algo maior. Irrepreensível de ponta a ponta, é impossível ficar imune. Difícil apontar um destaque mas, além de 'The Country Boy', 'Song For Suzie' pode soar muito familiar a alguns.
No ano seguinte lançam 'Tracks', mais um belo trabalho, mas permanecem completamente ignorados por aqui, apesar do grande prestígio alcançado no eixo USA/UK e da fama de uma das melhores performances em palco da época. Chega o ano de 73 e, com ele, outro grande disco, 'Old Soldiers Never Die'; ainda assim, já no ano seguinte, a banda se dispersa de maneira amigável. Todos seus membros posteriormente participariam de diversos outros trabalhos e Albert Lee -apresentar seu extenso currículo por aqui seria inviável!- consolidou seu prestígio como guitar hero e, posteriormente, levou sua Telecaster -posteriormente, desenvolveria um instrumento exclusivo junto à Ernie Ball- para a banda de Eric Clapton -em sua autobiografia, aquele que já foi chamado de Deus deixa clara sua admiração, chegando a referir-se a ele como 'o melhor guitarrista do mundo'- por 5 anos. Hoje, além de músico requisitadíssimo, com diversos discos solo gravados, alguns Grammy e disputadíssimas vídeo-aulas, faz parte da Rhythm Kings de Bill Wyman, além de manter a excelente Hogan's Heroes, entre diversos outros projetos.
Decidido a por um fim neste imbroglio, propus-me a disponibilizar sua discografia comme il faut. Como a consegui? De várias maneiras: de comunidades, torrents e diversos outros sites P2P ou -no caso da já citada 'The Country Boy'-, até mesmo, 'roubando' de um site de comercialização de discos on-line que a disponibilizou na íntegra para audição e em excelente bitrate. Foi só dar o play e o 'Santoforge' fez o resto. Só através destes mecanismos de compartilhamento encontrei rips de razoável qualidade, o que me facilitou muito o trabalho de remasterização. O único material que baixei via blog foi 'Home From Home', figurinha fácil e sem erros -até porque saiu em CD- por aí . E é esse trabalho arqueológico que disponibilizo para vocês.
Mas, antes, permitam-me apresentá-los, com a devida reverência, a esta cultuada banda.
Acho que muitos já conhecem Albert Lee, renomadíssimo guitarrista inglês de 65 anos, saudado, de Nashville a Londres, como um gênio das 6 cordas. Ainda não o conhecem? Então aproveitem bem esta postagem. Profissionalizado ainda adolescente, Lee sempre se destacou dos demais de sua geração devido à sua intensa pegada country no instrumento e, por muitos, considerado um inovador, um estilista no gênero. Em 1969, já com seu nome firmado no meio musical como session man e guitarrista da The Thunderbirds, banda de Chris Farlowe, fundou com Tony Colton (vocais) e Ray Smith (guitarra/vocais) a Poet & The One Man Band, lançando apenas um álbum, completamente ignorado. Persistente, no ano seguinte adicionou à receita Chas Hodges (baixo/banjo/violino/vocais), Pete Gavin (bateria/percussão/vibrafone/vocais) e Mike O'Neill (teclados/vocais) e, assim, estava formalmente criada a Heads, Hands & Feet. Neste mesmo ano concluem, mas inexplicavelmente não comercializam, o excelente 'Home From Home'. Este trabalho só viria à tona -com o subtítulo 'The Misssing Album' - em 1996 e já em formato digital. Conheci a banda quando, em 71/72, em uma de minhas visitas regulares à Modern Sound/RJ, deparei-me com um álbum duplo em um reluzente amarelo, com apenas uma pequena ilustração em relevo, o nome da banda e...só! Como jamais conseguia sair daquela loja sem algum disco cuidadosamente alojado sob o sovaco, resolvi arriscar meus trocados naquela dispendiosa bolacha dupla e apaixonei-me logo à primeira orelhada. De imediato, percebi estar diante de um clássico e, instantaneamente, tornou-se um de meus discos de cabeceira. Era um trabalho completamente diferente de tudo que estava sendo feito à época pois impossível de categorizar. Era como se o country tivesse feito um pacto de sangue com o prog, o blues, o folk, o rock, o r&b, o rockabilly, o jazz e, até mesmo, a música de câmara, para criar algo que suplantasse todas as barreiras musicais usualmente impostas pelo mercado em prol de algo maior. Irrepreensível de ponta a ponta, é impossível ficar imune. Difícil apontar um destaque mas, além de 'The Country Boy', 'Song For Suzie' pode soar muito familiar a alguns.
No ano seguinte lançam 'Tracks', mais um belo trabalho, mas permanecem completamente ignorados por aqui, apesar do grande prestígio alcançado no eixo USA/UK e da fama de uma das melhores performances em palco da época. Chega o ano de 73 e, com ele, outro grande disco, 'Old Soldiers Never Die'; ainda assim, já no ano seguinte, a banda se dispersa de maneira amigável. Todos seus membros posteriormente participariam de diversos outros trabalhos e Albert Lee -apresentar seu extenso currículo por aqui seria inviável!- consolidou seu prestígio como guitar hero e, posteriormente, levou sua Telecaster -posteriormente, desenvolveria um instrumento exclusivo junto à Ernie Ball- para a banda de Eric Clapton -em sua autobiografia, aquele que já foi chamado de Deus deixa clara sua admiração, chegando a referir-se a ele como 'o melhor guitarrista do mundo'- por 5 anos. Hoje, além de músico requisitadíssimo, com diversos discos solo gravados, alguns Grammy e disputadíssimas vídeo-aulas, faz parte da Rhythm Kings de Bill Wyman, além de manter a excelente Hogan's Heroes, entre diversos outros projetos.
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