Novo tema 'Bocas do Mundo' junta as duas vozes numa união ibérica.
A artista portuguesa Sara Correia e o músico espanhol Israel Fernández publicam hoje a canção transfronteiriça 'Bocas do Mundo', que coloca frente a frente fado e flamenco.
Sara Correia e Israel Fernández mantêm-se nos seus registos habituais de fadista e de cantor de flamenco, através de um dueto que é uma ponte sobre um rio raiano que transborda de "dor" e "solidão", sentimentos que escorrem na letra, que torna bilingue a "saudade", uma palavra portuguesa mas um estado de alma universal.
Sara Correia e Israel Fernández são as 'Bocas do Mundo' e acima de tudo as almas dos seus géneros. Se dantes Portugal eram três efes, à Península Ibéria bastam dois: fado e flamenco. Não falta a este casamento musical o bom vento de um dedilhado de guitarra de flamenco ou os ritmos percussivos do famoso género espanhol.
'Bocas do Mundo' é o primeiro avanço para o próximo álbum da fadista Sara Correia.
Na gravação do vídeo em Lisboa, no bairro de Campo de Ourique, entrevistámos Sara Correia e Israel Fernández e sentimos o seu entusiasmo.
Sara Correia lembra-se bem como tudo começou. "Eu e o Israel conhecemo-nos na cerimónia dos Grammys Latinos, em Las Vegas [em 2021]. Eu já tinha ouvido o Israel a cantar, já sabia quem ele era, mas depois tive a oportunidade de o conhecer. Lembro-me que, a seguir a essa viagem, fui para uma digressão na América Latina e eu disse à minha editora que gostava de ter um tema com o Israel, que era realmente um desejo meu. Eu achava que fazia sentido misturar o fado com o flamenco e que as nossas vozes poderiam resultar. Entretanto, a minha editora em Portugal, a Universal, falou com a editora de Espanha. O Israel quis fazer parte desta música. Foi assim que começámos a montar tudo até gravarmos com o Israel em Madrid”.
O músico Diogo Clemente, amigo de longa data e até mestre de Sara Correia, é um peça fundamental neste processo. “O Diogo Clemente estava comigo em Las Vegas e nós estivemos todos juntos. Na altura, disse-lhe que gostava que fosse ele a fazer uma música e uma letra, porque acho que é uma pessoa que me conhece bem e que consegue compreender o nosso canto. O Diogo também canta e percebe, além de tocar. Então, fez esta música que é metade portuguesa, metade espanhola, e conseguimos juntá-las. É uma música lindíssima. Quando mostrámos ao Israel, ele gostou muito também. Foi um processo muito natural. Ou gostamos ou não gostamos do artista. Percebemos em estúdio que as vozes resultavam juntas. Foi uma benção”, admite Sara Correia.
Israel Fernández também se sentiu convencido com a canção: “quando a escutei, senti identificação com a minha música, com a minha forma de sentir o meu canto. Senti uma imensa satisfação de compartilhar uma música com ela”. A dar embalo ao seu entusiasmo pelas Bocas do Mundo está a sua simpatia com o fado: “gosto muito, porque é uma música de raíz, com história e cultura. A forma de cantar é muito similar à do flamenco, no sentimento e na sua transmissão. É muito parecido, sinto-me identificado”.
Sara Correia concorda. “São músicas muito parecidas na forma como são expressadas. O fado não é só cantado, é interpretado com o corpo, tal como com o flamenco. Só nos faltam as palminhas, o resto é igual. O flamenco sempre fez parte da minha vida. Tenho a sorte de ter na minha vida pessoas como o Diogo, que é um exemplo e que é um irmão para mim. Conhece-me desde os meus três anos e que me foi mostrando ao longo dos tempos o que é que é boa música. Sempre foi um desejo meu, mas sou daquelas artistas que pensa que, para gravar, tem que ser alguém muito especial, com quem eu realmente me identifique. Eu acho que esse é um passo muito importante: não gravarmos só por gravar e só porque é bonito. Temos que gravar com pessoas com que nos identifiquemos e nos digam qualquer coisa. Quando conheci o Israel fiquei com a certeza que era este o caminho. Portanto, acontece este fado com flamenco”.
Quando esta entrevista foi feita, só tinham passado alguns dias dos dois concertos de Rosalía em Portugal, da Motomami World Tour. Num desses espetáculos, no Altice Forum Braga, a cantora catalã também superou a fronteira musical e interpretou o fado de Carminho, 'Escrevi Teu Nome no Vento', em bom português. Sara Correia ouviu essa versão. "A Rosalía é incrível e a Carminho é para mim a maior fadista da nova geração por tudo o que tem feito até agora. Ouvir a Rosalía a cantar um fado tradicional é surpreendente e deixa-me muito feliz”. Sobre Rosalía, Israel Fernández tem a acrescentar que “além de ser uma companheira e amiga, é uma benção o que fizeram para a música” Escrevi Teu Nome no Vento, cantado à capela pela famosa estrela espanhola.
Sara Correia e Israel Fernández estão desde hoje, espera-se, nas 'Bocas do Mundo'.
A artista portuguesa Sara Correia e o músico espanhol Israel Fernández publicam hoje a canção transfronteiriça 'Bocas do Mundo', que coloca frente a frente fado e flamenco.
Sara Correia e Israel Fernández mantêm-se nos seus registos habituais de fadista e de cantor de flamenco, através de um dueto que é uma ponte sobre um rio raiano que transborda de "dor" e "solidão", sentimentos que escorrem na letra, que torna bilingue a "saudade", uma palavra portuguesa mas um estado de alma universal.
Sara Correia e Israel Fernández são as 'Bocas do Mundo' e acima de tudo as almas dos seus géneros. Se dantes Portugal eram três efes, à Península Ibéria bastam dois: fado e flamenco. Não falta a este casamento musical o bom vento de um dedilhado de guitarra de flamenco ou os ritmos percussivos do famoso género espanhol.
'Bocas do Mundo' é o primeiro avanço para o próximo álbum da fadista Sara Correia.
Na gravação do vídeo em Lisboa, no bairro de Campo de Ourique, entrevistámos Sara Correia e Israel Fernández e sentimos o seu entusiasmo.
Sara Correia lembra-se bem como tudo começou. "Eu e o Israel conhecemo-nos na cerimónia dos Grammys Latinos, em Las Vegas [em 2021]. Eu já tinha ouvido o Israel a cantar, já sabia quem ele era, mas depois tive a oportunidade de o conhecer. Lembro-me que, a seguir a essa viagem, fui para uma digressão na América Latina e eu disse à minha editora que gostava de ter um tema com o Israel, que era realmente um desejo meu. Eu achava que fazia sentido misturar o fado com o flamenco e que as nossas vozes poderiam resultar. Entretanto, a minha editora em Portugal, a Universal, falou com a editora de Espanha. O Israel quis fazer parte desta música. Foi assim que começámos a montar tudo até gravarmos com o Israel em Madrid”.
O músico Diogo Clemente, amigo de longa data e até mestre de Sara Correia, é um peça fundamental neste processo. “O Diogo Clemente estava comigo em Las Vegas e nós estivemos todos juntos. Na altura, disse-lhe que gostava que fosse ele a fazer uma música e uma letra, porque acho que é uma pessoa que me conhece bem e que consegue compreender o nosso canto. O Diogo também canta e percebe, além de tocar. Então, fez esta música que é metade portuguesa, metade espanhola, e conseguimos juntá-las. É uma música lindíssima. Quando mostrámos ao Israel, ele gostou muito também. Foi um processo muito natural. Ou gostamos ou não gostamos do artista. Percebemos em estúdio que as vozes resultavam juntas. Foi uma benção”, admite Sara Correia.
Israel Fernández também se sentiu convencido com a canção: “quando a escutei, senti identificação com a minha música, com a minha forma de sentir o meu canto. Senti uma imensa satisfação de compartilhar uma música com ela”. A dar embalo ao seu entusiasmo pelas Bocas do Mundo está a sua simpatia com o fado: “gosto muito, porque é uma música de raíz, com história e cultura. A forma de cantar é muito similar à do flamenco, no sentimento e na sua transmissão. É muito parecido, sinto-me identificado”.
Sara Correia concorda. “São músicas muito parecidas na forma como são expressadas. O fado não é só cantado, é interpretado com o corpo, tal como com o flamenco. Só nos faltam as palminhas, o resto é igual. O flamenco sempre fez parte da minha vida. Tenho a sorte de ter na minha vida pessoas como o Diogo, que é um exemplo e que é um irmão para mim. Conhece-me desde os meus três anos e que me foi mostrando ao longo dos tempos o que é que é boa música. Sempre foi um desejo meu, mas sou daquelas artistas que pensa que, para gravar, tem que ser alguém muito especial, com quem eu realmente me identifique. Eu acho que esse é um passo muito importante: não gravarmos só por gravar e só porque é bonito. Temos que gravar com pessoas com que nos identifiquemos e nos digam qualquer coisa. Quando conheci o Israel fiquei com a certeza que era este o caminho. Portanto, acontece este fado com flamenco”.
Quando esta entrevista foi feita, só tinham passado alguns dias dos dois concertos de Rosalía em Portugal, da Motomami World Tour. Num desses espetáculos, no Altice Forum Braga, a cantora catalã também superou a fronteira musical e interpretou o fado de Carminho, 'Escrevi Teu Nome no Vento', em bom português. Sara Correia ouviu essa versão. "A Rosalía é incrível e a Carminho é para mim a maior fadista da nova geração por tudo o que tem feito até agora. Ouvir a Rosalía a cantar um fado tradicional é surpreendente e deixa-me muito feliz”. Sobre Rosalía, Israel Fernández tem a acrescentar que “além de ser uma companheira e amiga, é uma benção o que fizeram para a música” Escrevi Teu Nome no Vento, cantado à capela pela famosa estrela espanhola.
Sara Correia e Israel Fernández estão desde hoje, espera-se, nas 'Bocas do Mundo'.
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