terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Resenha - Atmosphera – Lady Of Shalott

 


Banda: Atmosphera
Disco: Lady Of Shalott
Ano: 2002 (1975)
Selo: MIO Records
Tipo: Estúdio/Arquivo

Faixas:
Disco 1
1. Lady Of Shalott – 16′24
2. Cuckoo (Love’s Labour’s Lost) – 16′47
3. Tomorrow – 10′47
4. Love Is Waiting For A Lover – 7′58
5. Cuckoo – Alternate Version – 16′25
Disco 2
1. VCD (video-cd) Track – 20′47
a) Lady Of Shalott (Videoclip) (1977)
b) Me El-ma
c) MIO Catalog
2. Announcement (Shaul Grossberg, Bet Lessin) – 0′36
3. Tomorrow – Live At Beit Lessin – 11′00
4. Lady Of Shalott – Live At Galei-Tzahal – 12′41
5. Catharsis (Istopy) – 7′46
6. Nightmare (Me El-Ma) – 6′31
7. Toridtagitar (Me El-Ma) – 5′22
8. The Children Dance (Me El-Ma) – 8′59

Formação:
Efrayim Barak – voz
Moti Fonseka – guitarra
Alon Nadel – baixo
Yuval Rivlin – teclados
Mi El-Ma – bateria

Resenha:
1. Lady Of Shalott
Que banda é essa meus amigos, medalhões do Progressive Rock, melhores que 7 entre 10 bandas tão faladas, as famosas bandas de 1 disco só, essa aqui mata todas.
Prestem muita atenção nas linhas de TODOS os músicos. Pra começar que dedilhado é esse de Yuval Rivlin nos teclados? E a bateria virtuosa a la Peart/Collins de Mi El-Ma que trabalho de chimbau dos infernos. A guitarra de Moti Fonseka aparece vez ou outra, mas toda vez que aparece é sempre muito bom.
O vocal de Efrayim Barak é um grande destaque, um timbre agudo sem ser enjoativo, uma puta de uma voz que encaixa perfeitamente com o som dos caras.
Agora, se forem espertos tomarão total atenção nas linhas de baixo de Alon Nadel, que sem sombra de dúvidas é um dos melhores baixistas que já ouvi na minha curta mas intensamente vivida em som.
Alguém notou que dificilmente eu faço uma linha escrita pra cada integrante de uma banda? NUNCA! Pois é. Isso deve significar algo.
O som dessa faixa é virtuoso, melódico, bonito, arriscado e genial. Uma pena gigante que tudo isso tenha sido gravado no ano de 1975 na distante demais das capitais Israel, porque se tivesse sido na Inglaterra hoje o Atmosphera seria um dos grandes do Progressivo mundial.
Lá pela metade a faixa se transforma totalmente, as linhas de guitarras são excelentes. Muitos teclados e o baixo que não para nunca. Voltam ao tema principal, que dura pouco também.
A sequência é cheia de guitarras influenciáveis de Steve Howe (Yes).
10:36, prestem atenção no baixo!
O vocal volta, é quase uma voz angelical permeando toda a faixa. Agora, de onde o baixista tira tantas linhas fodas? Caraca. Final cheio de síncopas e muito bem composto. Não preciso falar mais nada, a única coisa é: Um dos maiores clássicos já compostos no Progressivo mundial. E ponto!

2. Cuckoo (Love’s Labour’s Lost)
Essa guitarra ‘gritando’ e os teclados são muito bons, então começa a banda marcial, os teclados mudam de figura, sons mais espaciais.
E quando a banda começa pra valer a coisa toma uma cara mais amena com uma belíssima melodia pontuada de teclados ainda mais bonitos, timbres ‘angelicais’ contrastando com a guitarra rasgada que toma conta do som e simplesmente… some. Moti sabe muito bem como fazer isso, se ausentar e de repente aparecer surpreendendo a todos.
Bateria sempre prolífica, aguçada e virtuosíssima.
O vocal como eu disse na faixa anterior é bonito e melódico, eu diria que é realmente angelical, agudo e espacial, um clima todo especial é empregado ao som com os vocais.
Do meio pra frente além da guitarra super-Yes, me imaginei em vários momentos em músicas do Gentle Giant.
Muitos solos de piano ao longo da faixa, até o fim dela, onde teclados espaciais e percussões cheias de eco dão um tom totalmente Pink Floyd a coisa toda.
Vocal pra rechear a parte final, mais agudo e mais belo. Mais uma reviravolta quase no fim. Que vocal!

3. Tomorrow
Tá na cara que é uma demo da época pela qualidade de gravação, mas devido a tamanha qualidade da composição tá valendo.
Por aqui as guitarras aparecem e muito, mostrando o quanto o cara é bom, os teclados fazem uma melodia infantil porém essencial na faixa. Essa daqui tem um clima meio King Crimson.
A bateria sofreu mais pela gravação, mas isso não tira o brilho de nada. O baixo é que não aparece por aqui, ficou meio apagado, ainda mais pra quem ouviu as primeiras duas faixas.
O vocal por aqui é mais grave, mas muito bem cantado também, aparece só lá pela metade da faixa.
Uma tonelada de bons solos de guitarra por toda a extensão dos seus quase 11 minutos. Quase no final a faixa sofre uma alteração de som estranha (ou são meus ouvidos afetados pela exposição ao som 24 horas do dia).

4. Love Is Waiting For A Lover
Estrondo de batera. Esse take também foi tirado do mesmo som da faixa anterior, outra vez as guitarras são excelentes, mas de uma outra maneira.
Junto com os teclados os vocais aparecem e somem, mudando toda hora de som, mas com uma certeza e vontade pouco vista por ai. Muito bom o refrão!
Uma coisa eu posso dizer se essas duas faixas tivessem sido gravadas em um bom estúdio como as duas primeiras a coisa seria indestrutível.

Vejam bem, as duas primeiras faixas por si só já são o disco, pois só ai já temos mais de 33 minutos, as duas faixas complementares foram tiradas de uma demo dos caras, o que não deixa de ser excelente, pois os dois sons são magistrais.
Sem sombra de dúvida um puta arrombo do Progressivo nacional, pena terem nascido em longínquas terras.
O único senão do disco é o baixista Alon usar um Fender, porque se usasse um Rickenbacker seria perfeito .


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