quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Resenha: Big Big Train – The Underfall Yard


Disco: The Underfall Yard
Ano: 2009
Selo: English Electric Recordings
Tipo: Estúdio

Faixas:
1. Evening Star – 4’52
2. Master James Of St. George – 6’18
3. Victorian Brickwork – 12’32
4. Last Train – 6’27
5. Winchester Diver – 7’30
6. The Underfall Yard – 22’59

Formação:
David Longdon – voz/flauta e glockenspiel
Andy Poole – baixo e teclados
Greg Spawton – guitarras/teclados e baixo
Músicos convidados:

Nick D’Virgilio – bateria
Dave Gregory – guitarras e cítara elétrica
Francis Dunnery – guitarra
Jem Godfrey – solos de sintetizador
Rich Evans – corneta
Dave Desmond – trombone
Jon Foyle – violoncelo
Nick Stones – french horn
Jon Truscott – tuba

Ouça:

Resenha:
1. Evening Star

Estonteante início, vocais em camadas, uma cascata sonora que dá o belo início que o disco merece! Sim, porque The Underfall Yard (2009) foi disparado um dos melhores lançamentos daquele ano.
Pouco mais de 2 minutos, vocais e instrumentos fazem um casamento conciso. Os sopros na sequência dão uma sensação vitoriana, o que foi com certeza proposital, preparando a segunda faixa…

2. Master James Of St. George
… que marcada por baixo e bateria (participação mais que especial de Nick D’Virgilio do Spock’s Beard no disco todo) iniciam nossa jornada.
Não é de hoje que bandas assim me cativam, a sonoridade ao mesmo tempo intrincada e as melodias suaves fazem com que procuremos os detalhes, sejam nos vocais sobrepostos ou nas linhas instrumentais.
Vocais, que diga-se de passagem são ótimos, David Longdon é um grande vocalista.
Pouco mais de 4 minutos, guitarra sola e Dave Gregory faz bonito, então temos o último minuto de beleza com direito a assobio e mar no final, e ai de quem diga que assobio é coisa de balada de hair metal!

3. Victorian Brickwork
O mar é pra fazer com que a terceira faixa sinta-se em casa.
Como disse anteriormente, o ar vitoriano é proposital e a velha Inglaterra é a base pro trabalho da banda.
Mas não a única influência! Aos 2 minutos o Rock Progressivo mais ‘hard’, digamos assim é mostrado bem ao estilo do Spock’s Beard e consequentemente Neal Morse.
O trabalho do Big Big Train é elaborado, desde o disco anterior, o elogiado The Difference Machine (2007), a banda já nos brindava com esse grande som sinfônico, onde as camadas sonoras trabalham em prol de um bem maior: a boa composição.
Impossível narrar com palavras os mais de 12 minutos de ‘Victorian Brickwork’, mais fácil sentar e ouvir com atenção, atenção essa que nos falta em nossos dias atuais.

4. Last Train
Em ‘Last Train’ fica óbvia a influência do Genesis no trabalho da banda, tanto nos violões de 12 cordas quanto no vocal de David Longdon. Nada mais justo, o Genesis é o pai desse estilo sinfônico acústico que conta histórias incomuns.
A flauta, aqui e ali, era mesmo obrigatória, solo final arrebatador.

5. Winchester Diver
A penúltima faixa de The Underfall Yard (2009) nos brinda com pouco mais de 7 minutos bem construídos entre flautas, teclados, guitarras e bem trabalhada dupla a bateria de Nick D’Virgilio e o baixo, nessa faixa tocado por Andy Poole.
O violino acompanha o vocal enquanto apenas a atmosfera fica.
A proximidade do 5º minuto embala ‘Winchester Diver’, mas quando achamos que a atmosfera mudará… uma parada abrupta, e isso só confirma o que eu disse anteriormente, um dos melhores lançamentos de 2009, e da década!

6. The Underfall Yard
A faixa que dá nome ao disco é um épico de 23 minutos. A última música nos leva diretamente a 1973, ano da melhor safra do Rock Progressivo mundial, mas sem ranço. A música do Big Big Train não é derivativa, pelo contrário, é nova, cheia de personalidade, mas carrega em seu DNA todos os bons motivos pelos quais nos apaixonamos pelo Rock Progressivo.
Um desses motivos é o mais forte em todo bom lançamento sinfônico, a emoção. Sem que a banda consiga passar emoção em sua música ela nunca conseguirá cativar seu público, como muitas que ficaram pelo caminho. Seja pela emoção cerebral de Roger Waters (Pink Floyd), pelo coração na garganta de Jon Anderson (Yes) ou pela espontaneidade de Ian Anderson (Jethro Tull), o que conta, ao meu ver, no bom Rock Progressivo é a emoção. Mais do que o virtuosismo em si, os dois devem andar de mãos dadas, mas nunca um sobrepujando o outro!
Eis que o Big Big Train consegue trazer os dois aos nossos ouvidos, e em pleno 2009, especialmente nessa última faixa.

Conclusão:
Não há outra maneira de terminar essa resenha a não ser dando nota máxima a The Underfall Yard (2009). E que venha o próximo disco da banda!




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