quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Resenha: Blue Mammoth – Blue Mammoth



Disco: Blue Mammoth
Ano: 2011
Selo: Masque Records
Tipo: Estúdio

Faixas:
Blue Mammoth
1. I: Overture – The Awakening Of A Giant – 3’15
2. II: The King Of Power – 6’30
3. III: Winter Winds – 4’23
4. IV: Coda – Back Again – 1’28
5. Metamorphosis – 5’32
Rain Of Change – A Poet Spirit Voyage
6. I: Growin’ – 8’08
7. II: Who We Are – 5’21
8. III: The Sun’s Face Through Dark Clouds – 3’50
9. The Same Old Sad Tale – 5’20
Quixote’s Dream
10. I: Farewell My Lady – 1’19
11. II: Hero – 6’58
12. III: Solitude – The Sad End Of A Dreamer – 0’53
13. Resurrection Day – 5’32
14. Infinite Strangers – 5’09

Formação:
André Micheli – voz e teclados
André Lupac – guitarras e flauta
Julian Quilodran – baixo/violoncelo e flauta
Thiago Meyer – bateria  e percussão

Ouça:

Resenhas:
Inicialmente como um projeto de estúdio dos músicos Julian Quilodran e Andre Micheli, após algumas trocas de formação, em 2009 oficialmente é formado o Blue Mammoth, uma banda que tem como objetivo unir timbres setentistas de guitarras com arranjos sinfônicos e orquestrais, caminhando cuidadosamente entre o Hard Rock e o Rock Progressivo daquela época, mas com uma atenção especial a soar atual.

O debut auto-intitulado foi lançado agora em 2011 pela gravadora brasileira Masque Records, e, com o perdão do trocadilho, é o despertar de mais um gigante do Prog Rock nacional.

‘Overture – The Awakening Of A Giant’ é a introdução de uma epopéia pra progger nenhum botar defeito: sintetizadores criando uma forte melodia com a música crescendo aos poucos. Ou seja, imediatamente ela te transporta para os anos 70, onde você acabou de pegar esse LP e colocou pra tocar. A produção, com as linhas de baixo bem a frente já são um destaque absoluto e dão uma cara de velharia ainda melhor para a vibe criada. ‘The King Of Power’, o carro chefe já traz latentes influências do Yes clássico e, possivelmente vocês acharão a voz um tanto quanto familiar, já que lembra, em muito o timbre de Blaze Bayley, principalmente no álbum The X-Factor (1995). Evidentemente que não temos nada de Heavy Metal aqui, é Rock Progressivo na sua forma mais pura e elegante, com várias mudanças de andamento e passagens grandiosas. No mesmo pé, ‘Winter Winds’ vem com um ritmo mais cadenciado e apostando no lado melódico (quase uma balada), enquanto a virtuosa ‘Coda – Back Again’ faz a ponte com ‘Metamorphosis’, facilmente um dos grandes destaques do disco, principalmente pelo trabalho das guitarras. Interessante notar que essa música por si só é uma ligação entre os conceitos abordados aqui, pois a suíte ‘Rain Of Changes – A Poet Spirit Voyage’ em seguida compreende ‘Growin’’, ‘Who We Are’ e ‘The Sun’s Face Through Dark Clouds’, totalizando aproximadamente 17 minutos de belíssimas passagens, linhas de piano contemplativas, solos melódicos (nada de exibicionismo) e uma evolução natural que deixa facilmente embabacado quem ouve.

Mais um elo, ‘The Same Old Sad Tale’ é mais uma belíssima balada que dá passagem a ‘Quixote’s Dream’, suíte que tem ‘Farewell My Lady’, ‘Hero’ e ‘Solitude – The Sad End Of A Dreamer’, músicas mais calcadas nas guitarras (seja com riffs, solos ou acústica), e soando diferente de ‘Rain Of Changes’, cujas passagens orquestrais/teclado/sintetizadores eram os personagens principais. E não acaba por aí, o disco ainda tem duas músicas “outsiders”, a bonita ‘Resurrection Day’ e a total e completamente setentista ‘Infinite Strangers’, encerrando um disco que significa muito mais do que um dos maiores destaques do ano.

O debut do Blue Mammoth é um trabalho incrível, mostrando que bandas novas de Progressivo surgem a cada dia com potenciais únicos, resgatando a sua maneira a influência de quatro décadas atrás e agregando ao seu som muitos elementos. E a melhor parte, é um álbum completamente produzido no Brasil e por músicos brasileiros, que pisoteia todos os reclamões e ignorantes que falam da falta de apoio ao cenário nacional, mas sequer procuram o trabalho que as próprias bandas daqui tem feito.


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