Disco: Chris Squire
Ano: 1975
Selo: Atlantic
Faixas:
01. Hold Out Your Hand – 4’13
02. You By My Side – 4’59
03. Silently Falling – 11’26
04. Lucky Seven – 6’54
05. Safe (Canon Song) – 14’56
Formação:
Chris Squire – voz/baixo e guitarra de 12 cordas
Andrew Pryce Jackman – pianos e orquestrações
Bill Bruford – bateria
Patrick Moraz – órgão e sintetizadores
Barry Rose – órgão
Mel Collins – saxofone
Jimmy Hastings – flauta
Músicos Da Orquestra:
Adrian Brett – líder dos sopros
Jim Buck – trompa
Julian Gailard – líder das cordas
Nikki – vocais na faixa 1
David Snell – harpa
John Wilbraham – líder dos metais
Resenha:
01. Hold Out Your Hand
Primeiro, sou baixista. Segundo, fã do Squire. Terceiro, quando eu comprei esse cd há 1 ano e meio atrás pude entender o quanto Chris era e é essencial nas composições do Yes.
E claro, podemos ouvir a voz dele em primeiro plano.
É obvio que as linhas de baixo estão em destaque, mas o principal são as composições, que são muito bem feitas.
Acho que o único porém do disco é o baterista Bill Bruford, não gosto do estilo dele, e pra mim ele deu um toque de fraqueza às composições, mas nada que comprometa, já que Patrick Moraz dá show no teclados, e temos o magnânimo Chris Squire com seu Rickenbacker 4001, meu sonho de consumo.
Pouco antes do 3º minuto, Chris e o timbre afiadíssimo de baixo dão um show.
A orquestra é essencial ao som da música, aparecendo mais na parte final.
02. You By My Side
Que segue em disparada para a linda segunda faixa, You By My Side. Com o piano de Andrew Pryce Jackman em primeiro plano junto do baixo e voz de Chris e Bill dando um toque com a bateria lá atrás. Uma faixa épica em termos composicionais, linda!
No momento em que Jimmy Hastings entra em cena com sua flauta a liberdade de pensamentos e emoções traz à tona pensamentos de tardes que passaram e de tardes que ainda virão.
Depois de uma quase parada, Chris volta com vocal duplicado para o refrão, que por sinal é marcante.
Baixo e orquestra lado-a-lado, mostrando de quem foi a idéia composicional principal.
Grande, absurdo, genial Chris Squire, panteão dos maiores da música mundial, com o auxílio de um pessoal profissional.
03. Silently Falling
A mais sinfônica de todas, Sinfônica em todos os aspectos, quem manda aqui é a orquestra comandada por Andrew, me lembrei de Pedro E O Lobo, as flautas de Jimmy são arrebatadoras, por todos os lados aparecem de repente mandando mais e mais temas.
Aqui encontrei uma frase que me leva pra frente toda vez que me lembro dela. Aos 1’48 Chris canta: ‘Don’t believe in miracles, but I do believe in love.’ (Não acredito em milagres, e sim, no amor). Esse é o espírito, se somente uma pequena parte do mundo pensasse assim, viveríamos em um mundo melhor.
A única parte em Bill realmente mostra a que veio na bateria é a parte Central da canção, quando Patrick sola, em torno dos 4 minutos.
Um baita de um exemplo de como uma ‘canção progressiva’ deveria ser.
Quando o vocal retorna, lá pelos 6’30, a voz de Chris brilha de maneira soberba.
Aos 7’30 a canção muda seu tema novamente, piano à frente, baixo com timbre diferente, bateria acompanhando a linha de baixo. Uma ou duas linhas de guitarra ‘perdidas’ aqui e acolá, também a cargo de Squire, não se ouve guitarras no disco, e elas nem fazem falta, mas há uma linha melódica bem legal perto do nono minuto da faixa. Na sequência a orquestra toma conta do ‘background’.
Épico de proporções históricas.
04. Lucky Seven
Essa introdução de teclado é matadora, em um tempo quebrado e com timbre animal. Bruford a acompanha em ritmo sincopado e frenético, enquanto o baixo de Chris vai se infiltrando na melodia, e temos Mel Collins (Van Der Graaf Generator) fazendo uma harmonia precisa em seu saxofone. E claro, a orquestra faz muito bem seu papel.
Não sei se eles fizeram turnê, ou mesmo, shows de lançamento do disco à época, mas seria interessante ouvir esse som ao vivo.
3 minutos, desbunde ao baixo, cheio de harmônicos, artificiais e não-artificiais. Uma faca afiada pronta pra cortar os ouvidos incautos.
Jogos harmônicos entre os violinos e o fantástico saxofone. Sabor mais que especial.
O final foi liberado para Mel fazer o que bem entender ao sax, e ele logo colocou duas melodias sobrepostas, gênio.
05. Safe (Canon Song)
Mais uma vez, em perfeita harmonia, as faixas seguem unidas. Mais uma vez a orquestração se encarrega de fazer tudo rodar em perfeita harmonia.
E o vocal sussurrado de Chris é tudo que se precisa para se entregar à faixa.
No que se segue, uma coisa meio desenho animado, sopros interpretam, cordas fazem prender a respiração. E Chris toca uma frase altamente forte e tocante no baixo.
Eis que o 5º minuto chega e Chris investe em uma linha de baixo, ao mesmo tempo, estranha e precisa, a orquestra faz um contraponto ao baixo, bateria seguindo com o tempo estranho. Uma união perfeita e sincronizada de idéias e ideais.
Passamos da metade, quase saem dos trilhos, mas o trem Squire é perfeitamente guiado por mãos competentes, e de maneira avassaladora, voltam a compor mais um tema orquestral magnífico. Com fugas e contrapontos dignos de qualquer compositor dito ‘erudito’.
Não mais falarei dessa parte final do tema, que é por si só, merecedor de todos os ouvidos e com total atenção. Uma única palavra deixo com vocês ouvintes!
Soberbo!
Não contente em ser um baixista fabuloso, Chris Squire em 1975, compôs e gravou com uma boa turma de músicos, um dos melhores discos progressivos que se tem notícia, top10 fácil.
Como puderam notar, eu acho esse disco fantástico.
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