Após longo período sem lançar material inédito, o Tears For Fears está de volta com The Tipping Point, sétimo álbum de estúdio da carreira do duo britânico de pop rock
Sem lançar material novo há aproximadamente dezoito anos, o duo Tears For Fears, formado por Roland Orzabal (guitara, teclados e vocais) e Curtis Smith (baixo, teclados e vocais), está de volta com The Tipping Point, álbum de inéditas lançado no dia 25 de fevereiro deste ano.
Smith e Orzabal produziram o trabalho com o auxílio de Charlton Pettus, Florian Reutter e Sacha Skarbek, trio que também participou ativamente das composições. A sonoridade é marcada pela produção esmerada e pelos sofisticados arranjos carregados de teclados, orquestrações, camadas de guitarras e harmonias vocais delicadas.
O álbum reúne um conjunto de dez canções que refletem sobre a efemeridade da vida, a passagem do tempo, as escolhas que fazemos e os relacionamentos com as pessoas que amamos. A propósito, em algumas canções Orzabal fala de questões muito pessoais, como o relacionamento com sua esposa Caroline, falecida em 2017 em virtude de problemas de saúde agravados pelo alcoolismo.
The Tipping Point inicia com a bela canção folk “No Small Thing”, uma faixa acústica e lúgubre que lembra bastante o material produzido pelo cantor Johnny Cash na série de discos American Recordings. Na faixa-título (“The Tipping Point”), Orzabal fala sobre a mortalidade usando como pano de fundo musical uma sonoridade nostálgica que remete ao material produzido no período do clássico “Songs from the Big Chair, disco lançado pela banda em 1985.
“Long, Long, Long” muda a chave para um pop atmosférico conduzido por sintetizadores e pela voz adocicada da cantora Carina Round. De outro lado, apesar do clima dançante, “Break the Man” aborda com seriedade as tessituras dos relacionamentos pessoais. Em “My Demons”, o desabafo ganha contornos de rock industrial.
“Rivers of Mercy”, por sua vez, clama por redenção nesses períodos de turbulência em que vivemos e agrega serenidade ao álbum. A sequência fica por conta da suplicante “Please Be Happy, que, embora seja cantada por Smith, é uma clara mensagem à finada esposa de Orzabal.
“Master Plan” é uma balada progressiva impregnada de influências de bandas como Beatles e The Moody Blues, ao fundo é possível ouvir um belo arranjo de mellotron. “End of the Night” utiliza essas mesmas referências, porém os ritmos eletrônicos presentes na canção inserem um acento oitentista. O álbum fecha com “Stay”, faixa climática que aborda o sentimento de indecisão e as contradições proporcionadas pela vida.
The Tipping Point é um álbum elegante, sofisticado e lida com inteligência sobre temas complexos que permeiam a psique humana. Apesar dos tons acinzentados presentes na maioria das canções, o Tears For Fears também oferece ao ouvinte palavras de esperança e superação. (Por Álvaro Silva)
FICHA TÉCNICA
Artista: Tears For Fears
Álbum: The Tipping Point
Data de lançamento: 25 de fevereiro de 2022.
Produção: Tears For Fears, Charlton Pettus, Florian Reutter e Sacha Skarbek
Gravadora: Concord Records
Duração: 42m18s
Faixas:
01. No Small Thing (Orzabal/Smith)
02. The Tipping Point (Orzabal/Pettus)
03. Long, Long, Long Time (Smith/Orzabal/Pettus)
04. Break The Man (Smith/Pettus)
05. My Demons (Orzabal/Skarbek/Reutter)
06. Rivers Of Mercy (Orzabal/Pettus/Petty)
07. Please Be Happy (Orzabal/Skarbek)
08. Master Plan (Orzabal)
09. End Of Night (Orzabal)
10. Stay (Smith/Pettus)
Clique aqui para ouvir The Tipping Point.
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