Resenha
A Model Life
Álbum de Lonely Robot
2022
CD/LP
John Mitchell já deixou claro que Lonely Robot é apenas um nome de banda para um projeto solo, sendo que cada novo lançamento deixa isso ainda mais evidente. Feito durante a pandemia, John aproveitou a oportunidade em "A Model Life" para explorar sentimentos ruins que vinha experimentando do seu lado pessoal. Certamente todos nós fomos de alguma forma influenciados pela tragédia que nos rodeou durante o período mais grave da pandemia. E aqui, John se expressa de maneira bem intimista, conseguindo um resultado dentro da média em comparação com os anteriores. Já tem um tempo que o rótulo do Lonely Robot não usa o ingrediente "rock progressivo" como primeiro item. Aqui nós temos um pouco de rock com atmosfera espacial, um pouco de peso suficiente para afastar-se do soft rock, embora as melodias sejam parecidas, linhas de guitarras floydianas e muitos sintetizadores para criar a ambiência que o tema principal pede. Um problema que tenho percebido do terceiro disco para cá, é que é tudo muito parecido e pouco inovador, deixando o negócio gradativamente cansativo. E não é algo que somente eu notei, já que Mitchell vem se queixando nas redes sociais sobre o baixo interesse dos fãs em suas apresentações ao vivo. Fora que o clima mais tristonho deste trabalho o deixou cheio de baladas e mais desafiador. Do lado positivo, fica a qualidade do material registrado, sua execução e principalmente a produção. É importante destacar que Mitchel é um excelente engenheiro de som. A melhor faixa é "Species In Transition", muito influenciada pelo Pink Floyd versão Gilmour. "The Island Of Misfit Toys" é curiosa e traz um clipe interessante, feito em família. "Recalibrating" começa o disco com uma boa energia, mas seu refrão é repetido tantas vezes que chega a desgastar nossos ouvidos. "Digital God Machine" é a cara do Lonely Robot, um rock suave disfarçado pelo peso e um refrão que funciona bem. Gosto de "Duty Of Care" porque ela cresce bem e traz o melhor refrão do disco. Por fim, "Starlit Stardust" merece ser mencionada por trazer um pouco da alma do Arena, outra banda que John faz parte. Seu solo de guitarra é impressionante. Enquanto a nota cai de um lado por trazer mais do mesmo, ela sobe do outro pela excelente produção e execução. Um disco dentro da média, mas que certamente não trará novos fãs para o Lonely Robot. Passou da hora de inovar. Faixas: Recalibrating 5:00 Digital God Machine 6:04 Species In Transition 6:15 Starlit Stardust 5:48 The Island Of Misfit Toys 4:14 A Model Life 5:23 Mandalay 1:50 Rain Kings 6:33 Duty Of Care 6:22 In Memoriam 5:51
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