Resenha
Regimental Sgt. Zippo
Álbum de Elton John
2021
CD/LP
E não é que, depois de mais de cinquenta anos, enfim veio ao mundo o verdadeiro primeiro álbum de Sir. Elton John? Pois é, aqui está o embrião de uma das maiores histórias de sucesso do mundo musical. O material em questão foi encontrado após um levantamento de dados para compor a "Jewel Box", lançada em 2020 e que conta com 8 CD's em sua versão deluxe. As canções encontradas datavam de sessões registradas no estúdio de Dick James nos anos de 1967 a 1968, um ano antes do lançamento de "Empty Sky", até então considerado o primeiro trabalho de Elton John. Doze músicas foram criadas e gravadas na intenção de compor seu disco de estreia, o que curiosamente não aconteceu. A liderança estava por conta de Steve Brown, produtor e empresário à época, além de ser o cara que, em comum acordo com James, decidiu por dar mais tempo a John e Taupin para que suas composições tivessem uma maturação maior. Ficou combinado então que trabalhariam novamente no próximo pacote de composições, o que veio a se tornar "Empty Sky". O que temos aqui é de fato um álbum completo e não um pacote de demos. Com o apoio do guitarrista "Caleb Quaye", que também atuou na produção, as sessões tinham mesmo o objetivo de se tornarem algo a ser lançado. Após a descoberta desse material, três das doze faixas apareceram na já mencionada "Jewel Box" para aguçar o ouvinte e o restante foi preparado para enfim ser lançado sob o nome "Regimental Sgt. Zippo", vindo ao mundo em 2021. O nome é um trocadilho com o verdadeiro nome de Elton John (Reginald Kenneth Dwight) e uma menção ao disco que foi maior inspiração para estas composições: "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", dos Beatles. Até a capa, com atmosfera psicodélica, e o visual de John, remetem ao trabalho. E as influências são claras. Percebe-se que o material não é algo marcante. Em contrapartida, o talento de Elton John é evidente, mesmo com pouco mais de vinte anos à época. É nítido que tenta soar como seus ídolos e maiores influentes, além de trazer um pouco das suas raízes, ou seja, as músicas da década de cinquenta. Mesmo assim, a audição é bem divertida e interessante. "When I Was Tealby Abbey" abre o disco com um tema bem legal, mas a melhor de todas é a faixa título, que traz vocalizações muito similares às de "A Day In The Life", do já mencionado clássico dos Beatles. "Nina", "Tartan Coloured Lady" (claramente influenciada por "Lucy In The Sky With Diamonds") e "Hourglass", uma belíssima faixa folk, também valem a conferência. Curiosidade: Plastic Penny, banda que contava com o baterista Nigel Olsson e que viria a se tornar membro da banda de Elton John pouco depois, registrou uma cover de "Turn to Me" no ano de 1969. Apesar de ter enaltecido alguns destaques, o disco funciona bem como um todo e a audição é bastante prazerosa. Acrescido o fato de se tratar de material inédito e com tanto tempo pegando poeira no fundo do baú, poder escutar algo assim é simplesmente maravilhoso. Nós como fãs só temos a agradecer. É um disco para o fã mais curioso e que gosta de se aprofundar, mas extremamente recomendado pela história que traz. Faixas: Músicas por Elton John e Bernie Taupin, exceto quando destacado. Side one "When I Was Tealby Abbey" – 2:35 "And the Clock Goes Round" – 3:06 "Sitting Doing Nothing" (John, Caleb Quaye) – 2:30 "Turn to Me" – 3:16 "Angel Tree" – 2:04 "Regimental Sgt. Zippo" – 4:44 Side two "A Dandelion Dies in the Wind" – 3:14 "You'll Be Sorry to See Me Go" (John, Quaye) – 2:34 "Nina" – 3:50 "Tartan Coloured Lady" – 4:09 "Hourglass" – 2:44 "Watching the Planes Go By" – 4:07 Músicos: Elton John (as Reg Dwight) – piano, electric piano, organ, harpsichord, lead and backing vocals Caleb Quaye – acoustic and electric guitars, flute, percussion, backing vocals Dee Murray – bass, backing vocals Dave Hynes – drums, backing vocals Paul Fenoulhet Orchestra
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