quarta-feira, 8 de março de 2023

Cinco Músicas Para Conhecer: Tentação

 

“Temptation” cuja tradução seria “Tentação” é um desejo ardente por algo ou o impulso para se praticar algo condenável pela sociedade. Este é um tipo de sentimento mais comum do que se imagina dentro das pessoas, mesmo aquelas que tentam ser “certinhas em tudo”. No mundo do rock então esta temática de composição perfaz a cabeça de muitos compositores dado que este tipo de sentimento é estimulado por todos os lados, seja nas situações que se encontram na vida estradeira de muitos ou mesmo incentivada pelos empresários para causar alguma “polêmica” e gerar mídia e burburinho em cima. Cá estão 5 músicas com esta temática tratada sobre bandas de estilos diferentes e sobre tentações diferentes que muitos de seus compositores tiveram, presenciaram ou de certa forma, abordando o tema a respeito das faces mais ocultas do ser humano.


New Order – Temptation [1982]

Peguei este tema logo após assistir ao clipe desta música e ficar admirado tanto com a qualidade da faixa quanto a ideia do vídeo. Um vídeo simples, mas que para mim foi muito marcante. A banda lançou este single sem fazer parte de nenhum álbum em 1982 conseguindo altas posições nos charts britânicos e americanos. As letras e o clipe não se relacionam, mas parece que a banda faz questão de deixar estas múltiplas interpretações para suas músicas. A música, segundo o vocalista Bernard Summer, fala sobre a tentação ainda por um amor perdido. O vídeo é uma referência ao falecido Ian Curtis do Joy Division e seu hábito de roubar discos de vinil de lojas. A música é um synth pop com uma veia post-punk típica da banda e os teclados aqui dão o tom máximo em uma das melhores canções do New Order.


Tané Cain – Temptation [1982]

Não são só os homens que expõem suas tentações no mundo do rock. Tané McClure (na época casada com Jonathan Cain, sim, aquele mesmo guitarrista e tecladista do Journey) foi convencida pelo seu marido a gravar um disco e entrar também no mercado musical e seu álbum auto-intitulado saiu em 1982, também no estilo AOR que marcou toda a carreira do Journey. O disco até não fez feio e um de seus singles emplacou nos charts americanos, mas a gravadora achou pouco e resolveu encerrar o contrato. Nesta canção de abertura do disco, percebe-se claramente que Tané resolveu homenagear o seu marido dizendo que não aguenta a tentação que ele provoca nela. O disco conta, obviamente, com o marido nos teclados e até mesmo Neal Schon nas guitarras. Tané até chegou a fazer demos para um segundo disco mas que não deu certo, mas ainda emplacou três músicas na trilha sonora do primeiro filme Exterminador do Futuro. Após esse período musical, Tané passou a se tornar uma conhecida atriz do gênero sexploitation (uma versão mais “leve” de pornografia) dos anos 80 e 90.


Slayer – Temptation [1990]

Por aqui está fácil entender que a letra nada mais é do que a tentação em vender a alma ao capiroto em troca da satisfação da ambição humana. Nunca fui lá muito fã do Slayer, mas algumas músicas me chamam a atenção e esta pauleira thrash do disco Seasons in the Abyss é uma delas. Não tem como não destacar o quanto o baterista Dave Lombardo, o melhor músico da banda enquanto esteve nela, arrebenta com sua agressividade no instrumento. Tom Araya também manda muito nos vocais por aqui, como também é de costume por parte dele.


Leaves’ Eyes – Temptation [2004]

Mudando radicalmente de estilo, aqui partimos para o metal sinfônico no primeiro disco do Leaves’ Eyes chamado Lovelorn, banda que a vocalista Liv Kristine fundou após ser kickada do Theatre of Tragedy. Seu marido na época, Alexander Krull, foi o principal produtor e engenheiro de som. Saindo um tanto do gothic metal de sua banda anterior e partindo para um lado mais sinfônico, Liv Kristine botou para fora novamente a tentação humana de ser dominada por um espírito maligno na canção que é a mais pesada do disco, com instrumental muito influenciado pela banda de Krull, o Atrocity.


The Hillbilly Moon Explosion – Temptation [2016]

A música original foi composta nos anos 30 por Bing Crosby, mas o cover desses suíços que misturam rockabilly, surf music e country deu uma vida nova a uma canção clássica americana de época. A letra é romântica ao chamar uma mulher de “tentação” e a desejando de maneira veemente. A base da versão é a surf music com um naipe de metais lembrando música mexicana que deu um ar “caliente” ainda mais com a voz sensual de Emanuela Hutter. Grande reinterpretação de um clássico! Esta música está no disco With Monsters and Gods.

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