domingo, 26 de março de 2023

Resenha Fire Of Unknown Origin Álbum de Blue Öyster Cult 1981

 

Resenha

Fire Of Unknown Origin

Álbum de Blue Öyster Cult

1981

CD/LP

Depois do excepcional "Cultossauros Erectus", o Blue Öyster Cult se preparava a dar um novo passo em sua carreira, fazer um álbum comercial que seria no mínimo bom. Com "Fire Of Unknown Origin", a banda estadunidense apostou em musicas com mais de três minutos até com menos de cinco minutos e tentar fazer pelo menos algum sucesso. Sabemos que normalmente álbuns que são comerciais costumam ser irregulares, tendo mais musicas boas do que ruins. Temos exemplos de "90125" (1983) do Yes, "Love Beach" (1978) do Emerson, Lake and Palmer. Também temos alguns álbuns que eram ruim no tempo onde foram ruins e hoje, são piores quando foram lançados na sua época ("Hot Space" de 1982 da banda inglesa Queen). Será que o Blue Öyster Cult conseguiu fazer um bom álbum? Venha ler essa resenha.

O disco se inicia com a musica que dá ao nome do álbum, "Fire of Unknow Origin". Os riffs de guitarra são bem rasgados e o solo.. Um solo com poucas notas mas arrepiante. Os teclados e sintetizadores são bem aparentes e que dão um ritmo riquíssimo em detalhes. Um baixo bem disfarçado mas arrebatador. Uma bateria bem precisa, principalmente nos pratos. O refrão pode ser até chiclete, mas não me chamou muita a minha atenção. Uma faixa magnifica, quase perfeita. Mas a segunda faixa chamou muita atenção. "Burnin' for You" é uma faixa bem pop, mas não no estilo musica, mas sim em questão popular. Uma guitarra se arriscando em riffs mais complexos, assim como no solo, que lembra muito o que Alex Lifeson fez no Rush no seu inicio. Baixo um pouco menos disfarçado e um pouco mais agudo, comparando com a faixa inicial. Bateria se arriscando em viradas mais complexas e impactante, na minha perspectiva. Teclados e sintetizadores novamente riquíssimos em detalhes e roubando a cena completamente. "Veteran of the Psychic Wars" é uma faixa menos comercial. Uma bateria tendo mais uma tendência para uma marcha militar. Teclados e sintetizadores assumindo um protagonismo, dando um clima para a faixa. Um baixo mais disfarçado. Guitarras aparecendo mais para momentos com menos interferência dos teclados e sintetizadores, menos no solo de guitarra, quando se unem para arrepiar o ouvinte (foi isso que eu senti). Uma ótima faixa. "Sole Survivor" começa com um baixo mais envolvente, que fica groovando em toda musica. Uma bateria mais contida, parecendo muito um jazz em alguns momentos. Teclados e sintetizadores no fundo da canção deixando um clima de anos 1980 puríssimo, parecendo aquele pop rock com doses cavalares de new wave. A guitarra aparece em seu solo, que é bem distorcido. Uma faixa muito boa. "Heavy Metal: The Black and Silver" começa com um riff de guitarra parecendo muito um solo bem rasgado. E seu solo, advinha? É rasgado. Uma bateria mais pesada e nervosa. Baixo um pouco mais contido. Teclado e sintetizador nem aparecem. O mais irônico dessa faixa é quando você vê o nome dela e diz "Heavy Metal? Mim dê papai" e na verdade, é um hard rock. Mas é uma faixa excelente. "Vengeance" começa com sintetizador pulsante, lembrando muito alguma musica do The Pretenders. Bateria mais empolgante. Baixo menos contido, acompanhado o sintetizador. Guitarra de inicio mais contida, mas diferentemente de seu solo, que ela é bem solta, parecendo um momento de libertação. Do meio para o fim, a musica muda de andamento, parecendo mais um hard rock. Uma faixa arrebatadora. "After Dark" começa com uma grande virada de bateria que vai se perpetuando como uma bateria que possa assumir camadas de atuação nessa faixa e um baixo com dois acordes que rouba a cena e muito. Mas depois chega os teclados/sintetizadores mais contidos e uma guitarra que começa mais contida que os teclados e sintetizadores, mas abemos que o seu momento de brilhar é em seu solo que obviamente é rasgado. Uma faixa espetacular. "Joan Crawford" começa com um piano arrepiante (pode ser um piano, ou um teclado). Depois chega a bateria que é novamente arrebatadora. Baixo e guitarra um pouco mais apagados, mas com instantes, ganham os seus respectivos espaços. A musica possui efeitos sonoros com buzinas de carros, freios de carros, alarmes tocando. A musica aparece bastante alguma musica pop, mas com o peso de hard rock. Uma faixa ousada, emocionante e quase perfeita. A última faixa é "Don't Turn Your Back" que é uma faixa que tem uma grande tendência para o pop rock com new wave. Uma bateria mais contida, mas não deixa de ser chamativa. Teclados e sintetizadores com o papel fundamental para deixar o clima de mistério nessa musica. Baixo mais destacado e sendo até mais complexo de se tocar. Guitarra mais apagada, mas em solo, é bem destacada por conta da distorcida. "Fire of Unknow Origin" mostra que dá para fazer um álbum comercial excelente. Blue Öyster Cult comprovou que dá para fazer um álbum sem muitas técnicas, grandes orçamentos. O que importa é praticar, praticar e estudar. Isso é um ponto de reflexão que eu mesmo vou fazer.

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