Resenha
The Power Of The Night
Álbum de Metropolis
1999
CD/LP
Conforme venho resenhando os tesouros submersos do universo AOR, lhes apresento esse que é mais que obrigatório na coleção de qualquer amante do mágico estilo. Mas porque mágico? O AOR é uma fina mistura de diversos padrões, texturas e tudo que envolve uma arte requintada e elegante da música mundial. Temos World Music, temos Westcoast, New Wave, Progressivo, Jazz, temos Pop, Rock e até um tanto de Hard Rock e Heavy Metal. E leva um bom tempo para que se consiga distinguir um som AOR dos demais, e é aí que está o toque mágico. Ao senti-lo, quem se identifica, imediatamente surge aquele prazer sonoro que poucos estilos conseguem atingir, e o Metropolis é muito bem desses. Formado por Stan Meissner (guitarra, teclados, bateria) e Peter Fredette (baixo, voz), mais uma vez uma dupla e isso é garantia de esplendor AOR, a banda mostra o quanto se dedicou a criar uma obra prima cheia de camadas, sons de instrumentos precisos e cristalinos e com isso carimbou sua passagem pelo mundo mais 80s possível. Assim como o 2am, não podemos chamar de moderna, mas é outra obra atemporal. Esse tesouro começa com Wild & Blue, típica levada clássica com um riff solado que denuncia o refrão, e Fredette entra alucinando com uma voz brilhante. O disco não possui aqueles corais marcantes do estilo, mas a dupla consegue triplicar a voz e isso já é o suficiente para que possamos apreciar os altos momentos vocais. The Darkest Side Of The Night estoura nos falantes e você já sente a presença do monstro mais bruto, sujo e amado do terror mundial, Jason Vorhees, pois esse petardo faz parte do Friday The 13th Part VIII: Jason Takes Manhattan, aquele que o zumbi insano invade a metrópole e faz suas peripécias, uma delas maravilhosa, onde andando pela calçada da Time Square, dá uma bica no rádio de uns punks que ao se enfezarem, Jason sobe a máscara mostrando seu gosmento rosto, os fazendo voar correndo por todos os lados hahaha!! Clássico eterno. Essa música suave e de ambiente nostálgico, de alguma forma se alinhou muito bem ao filme. Never Look Back e Walk Through The Fire seguem o andamento com pompa e nos trazendo muita melodia e refrães absolutos, onde na segunda ouvida você já está mandando ver nos vocais. Restless Moon é a primeira balada, com um início em batidas a lá Jon Secada, mas após cai em uma poderosa e envolvente, em mais um tema sobre relacionamentos, outro primor melódico. A Million Miles Away traz uma rifferama de guitarra acompanhado de teclas no tom de piano, isso tudo desaguando em refrão parecido com Walk Through The Fire, bem empolgante. A emoção AOR volta com Whatever It Is, onde Fredette mostra suas habilidades em tons altos no refrão e poder suave no canto. Uma peça cheia de camadas levando os ouvidos à pura nostalgia. The Eyes Of Love é mais uma balada, bem cadenciada e lindamente executada, como toda música lenta do mágico estilo pede. E chegamos ao grande diamante desse álbum. Muitas vezes conhecemos uma peça da banda e vamos atrás do disco, e essa foi a que me trouxe à ele. The Best Is Good Enough é um primor AOR, com canto matador e o pré refrão mais absurdo do estilo, efeitos precisos engatando no refrão magnânimo mais grudento que mel. Faixa essencial! Runnin' After A Dream e The Power Of The Night fecham a obra, essa sendo a balada em clima noturno, dá para sentir as luzes da megalópole, a brisa da noite, o poder da noite. Metropolis, assim como muitas bandas, durou somente esse registro, é também uma pena pois era mais um em que duas mentes geniais dariam muitas emoções, mas essa grande obra é o que ficou para o panteão dos grandes do "lado B". A versão japonesa do disco consta a bônus track Love And Desire, muito simples e não está à altura do disco, mas vale a conferida. É o universo AOR nos brindando com as grandes joias desse oceano de arte sonora. Obrigatório para os desbravadores!
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