O Capítulo I chama-se “O Monte”, uma bela suíte de pouco mais de dez minutos, que revela as influências musicais para a formação do DNA da banda em meio a efervescência e a loucura dos anos 70, talvez a década musicalmente mais inspiradora e definitiva para o mundo do rock.
Especificamente para a vertente progressiva do rock, certamente foi a mais privilegiada, onde predominavam estéticas musicais extremamente sofisticadas, com temáticas complexas, que possibilitavam verdadeiras viagens sonoras rumo ao imaginário e com esta música não é diferente, pois cumpre perfeitamente com o seu papel, ou seja, um passaporte para uma viagem sem sair do lugar.
Só que para essa magia acontecer, seus compositores e músicos, obrigatoriamente tem que ter, criatividades, habilidades e inteligência muito acima da média e digo até, tem que ser fora da curva.
E é neste momento que se separa os fortes dos fracos e, diversos nomes de peso surgem, a cena progressiva ganha espaço internacionalmente e nós no Brasil, ganhamos o VELUDO.
"O Monte” tem como autores, Nelsinho Laranjeiras, Miguel Pedra e Paulinho Muylaert, que sem cerimônia alguma, abusaram desta estética musical, que neste vídeo de forma sinérgica e espontânea, se associa às imagens com muita leveza, levando a própria música a um plano superior.
A versão apresentada está contida no CD duplo "Ao Vivo - 1975" e "Penetrando por todo o caminho sem fraquejar - 2017/2018", que marca a trajetória da banda em dois momentos distintos e históricos para a música no Brasil.
Na verdade, quem ama a música e a tem como um alimento da alma, não pode ficar de fora dessa rica história que vai ser contada na forma de sete vídeos produzidos pela banda e, que serão disponibilizados para as redes sociais e blogs fazerem a divulgação de sua história, de seus músicos e de suas composições de forma livre, ou seja, este vídeo e sua música e os outros que virão, serão compreendidos de diversa formas, o que vai enriquecer definitivamente essa história.
A rigor, é bem difícil rotular a banda, pois as influências são muitas e em dados momentos em que a sensação pode ser de parecer com a banda A ou B daquela época, ela se confunde com a própria identidade da banda por conta da fusão das diversas influências, tornando-a única.
Certamente os próximos vídeos irão esclarecer este sentimento que tive no primeiro contato com a música da banda e,que escrevo agora, principalmente para quem ainda não conhece o rico trabalho do VELUDO.
Histórico desta composição:
"Início dos anos 70. Nelsinho Laranjeiras, Miguel Pedra e Paulinho Muylaert estão formando um novo grupo. Nelsinho convida seu velho parceiro Ari Mendes (casado e com filho pequeno) para se unir ao grupo.
“Nós precisávamos de um lugar para montar um estúdio, e o Ari, de um lugar para morar. Juntamos as propostas”. Lembra Nelsinho.
Ari descobre uma casa no bairro do Rio Comprido. Situada em frente a torre da Embratel no alto de um morro. É o lugar ideal. Todos dividiriam o aluguel.
Estúdio pronto, e logo os ensaios varam pela noite. Algum tempo depois surge o convite para a banda se apresentar em um Festival de Rock em Campo Grande, bairro da Zona Oeste do Rio.
Lá chegando, estão todos ansiosos para a estréia. O apresentador vem e avisa: "O próximo a entrar são vocês! Qual é o nome da banda?" Nome???
"Tínhamos pensado apenas na música e nos arranjos, ninguém havia se ligado que uma banda tem que ter um nome. Que mico... Um olhando para a cara do outro, meio sem graça". Relembra Nelsinho
Quando o apresentador pergunta novamente: Qual é o nome da banda? Miguel Pedra diz: “Penetrando por todo caminho sem fraquejar” Esse é o nome da banda!
O cara fica perplexo. Miguel torna a repetir, convicto. O apresentador, resignado, sobe no palco e apresenta. Com vocês... O grupo... “Penetrando por todo caminho sem fraquejar”
Abriram o show tocando a suíte “O Monte”, e quatro anos mais tarde continuariam a abrir os seus shows com esta mesma música, mas agora com o nome de outra banda: VELUDO"
Nelsinho Laranjeiras
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