terça-feira, 18 de abril de 2023

FADOS do FADO...letras de fados

 



A tasca do Florindo

Letra de Artur Soares Pereira
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível

Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado

A tasca do Florindo
Na Rua do Sol a Chelas
É tasca com tradições
Entro lá, fico sorrindo
Sempre que remiro aquelas
Velhinhas recordações

Duas mulheres ao balcão
A Tia Inácia e a Maria / Sempre prontas a atender
Com a maior prontidão
Toda aquela freguesia / Que vai jogar e beber

Ao sábado, é já fatal
Há sempre uma almoçarada / Menu farto e variado
A tasca vira arraial
Aonde a rapaziada / Come, bebe e canta o fado

Depois de cantar e rir
Bem comidos, bem bebidos / Gargantas limpas, sem pó
Uns vão p’ra casa curtir
Outros ficam entretidos / A jogar o dominó

E quando a tasca fechar
O dia ninguém o sabe / Porque ninguém adivinha
Quase que posso jurar
Vamos ter muita saudade / Daquela tasca velhinha

Saudade

João de Freitas / Armando Machado
Repertório de Natividade Pereira
Publicada no jornal Canção do Sul, em Agosto de 1940


Num país muito distante aconteceu
Este caso original que eu vou contar
E por ter simplicidade comoveu
A quem o fora dado observar.

Numa festa muito chique e caridosa
Feita em honra das antigas legações
Desfraldadas numa sala grandiosa
Estavam todas as bandeiras das nações

De repente entre a assistência houve alarido
Que deixou nesse salão tudo surpreso
Fora a causa daquele grande ruído
Alguém que tinha roubado e fora preso

Era um pobre muito velho e corcovado
Que trazendo junto ao peito o que roubou
Encoberto p’lo casaco remendado
A chorar entre a assistência assim falou

Vou rogar a todos vós: por caridade
Não me tirem, p’lo bom Deus, o que roubei
Pois que vivo torturado p’la saudade
Dessa Pátria que jamais esquecerei

Perdoai-me, pois, que nunca fui ladrão
Eis a causa dum momento de fraqueza
E mostrou bem apertada ao coração
Uma velhinha bandeira portuguesa


Quadras de amor

Letra de Frederico de Brito
Desconheço se esta letra foi gravada
Publico-a na esperança de obter informação credível

Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado

No coração de quem ama
Há sempre uma chama a arder
Ai de quem apaga a chama
Sem a tornar a acender

Deixarmo-nos eu e tu? / Talvez ‘inda custe mais
Que partir um ovo cru / Em duas partes iguais

O amor é um passarinho / Que às vezes se esconde tanto
Que chega a fazer o ninho / Em qualquer baga de pranto

Se é pecado a gente andar / Buscando alheios amores
Este mundo deve estar / Cheiinho de pecadores

Fado do Burro Malhado

Popular / Pedro Rodrigues
Repertório de Zé Miguel


Certo dia que lá vai
Passeava o filho e o pai
Num prado cheio de flores
Viram um burro malhado
Com o “coiso” pendurado
A pensar nos seus amores

Pergunta o miúdo e bem
Olhe o que o burro ali tem / O que é aquilo paizinho?
E o pai muito atrapalhado
A gaguejar e corado; / É ele que é doentinho

Passou-se um mês e também
Ia o menino co’a mãe / Deu-se a mesma situação
Lá estava o burro à maneira
Com aquela parvoeira / Que inté batia no chão

Mãe, olhe aquele burrinho
Que está muito doentinho / E a senhora até corou
Concerteza vai morrer
Ele já está a sofrer / Foi o pai que me ensinou

Ora, ora, diz a mãe
Teu pai não regula bem / Nem é lição que se desse
Pobre do meu Joqauim
Pois uma doença assim / Queria eu que ele tivesse


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