sábado, 20 de maio de 2023

Revisão: "Telepathic Minds" do Overhead, o ambicioso disco duplo de 90 minutos dos finlandeses (2023)

 

Foi em 1999 que um grupo de jovens finlandeses de Helsinki resolveram se reunir para formar o Overhead, uma proposta neo-progressista que prometia muito. Durante a primeira década dos anos 2000, a banda lançou uma trilogia de álbuns conceituais que podem facilmente ser considerados uma carta de amor para lendas como King Crimson, Yes, Pink Floyd, Genesis e Jethro Tull. A mesma coisa aconteceu com todos os registros que se seguiram. Não foi à toa, então, que o chão moveu sob os pés de todos os amantes do progressivo quando foi anunciado o lançamento de “Telepathic Minds”, já disponível em todas as plataformas. Hoje formado por Alex Keskitalo na voz e flauta, Jaakko Kettunen nas guitarras, Ville Sjöblom na bateria, Janne Katalkin no baixo; e Jere Saarainen nos teclados; A Overhead volta a surpreender com uma obra monumental. Desta vez é um álbum duplo que fecha a hora e meia de duração. A sua capa, extravagante como sempre, esconde dez temas que, apesar de coincidirem superficialmente com o som dos mandantes da cena neoprog, revelam que os anos 70 nunca deixaram de marcar o coração de todos os músicos pretensiosos na sua forma de compor. Entraremos em detalhes:


"War To End All Wars" começa o álbum sem rodeios, cativando instantaneamente com suas melodias sinfônicas épicas, que são amalgamadas com violões. O interlúdio protagonizado pela doce flauta pode ser vagamente reminiscente de alguns momentos de Genesis e Jethro Tull, notando-se o mesmo na seção final, conduzida por monstruosos solos de órgão e guitarra, cortesia de Saarainen e Kettunen, respectivamente. A introdução de "Ghosts From The Future" continua com a sua majestade, embora se mantenha um pouco mais discreta do que a sua antecessora. Sedutoramente, tece os fios sobre os quais a voz de Keskitalo, também autor de um magnífico solo de flauta, embala a cereja do bolo da peça de doze minutos. As coisas saem do melodrama em "Sail Across The Universe", quando o riff principal convida a um aceno com um ritmo ousado e intrincado. Porém, a canção encontrará seriedade na passagem da guitarra espanhola e no solo final da elétrica. "The Pilot's Not Fit To Fly" oscila constantemente entre a balada e o épico, ou pelo menos é essa a sensação transmitida pelo andamento de Sjöblom. A flauta e a guitarra vão fazer o seu trabalho novamente, apoiando a poderosa quarta música do álbum, que conclui soberbamente graças aos dedos de Kettunen, que destemidamente referencia guitarristas como Steve Hackett e David Gilmour em cada apresentação. Para «Sleep Tight Sweetheart», os instrumentos conseguem gerar um clima um pouco mais sombrio, com o qual se despedem deste primeiro álbum, abrindo expectativas para o que se seguirá, nem mais nem menos que a música mais longa do LP. Com efeito, com os seus 17 minutos, a peça homónima encarrega-se de abrir a segunda parte com a sua secção “I. Hypnotized”, que faz jus ao nome adicionando mistério a cada nota. A música ganha flutuabilidade com "II Random Honesty" e "III Telepathic Minds", culminando com uma passagem intrincada intitulada "IV Back In Time" que grita "progressivo!" aos quatro ventos. As coisas voltarão ao normal, porém, com uma atmosfera sombria que se resolve em "V Reprise: Home Again" com talvez o melhor solo de Kettunen (que mais uma vez se mostra o principal protagonista desta odisséia), seguido do clímax final e o desempenho de Keskitalo. "Tuesday That Never Came" é um interlúdio envolvente que se baseia em sintetizadores suaves e curvas adoráveis. Sustentada pela poderosa linha de baixo de Katalkin durante o verso e pelos vocais angustiantes de Keskitalo no refrão, a força de “Planet Of Disorder” empresta um ar fresco ao segundo disco. O mesmo ocorre com o interlúdio de “Sheep Stay Silent”, onde o arpejo de sintetizador, proposto por Saarainen na introdução, retorna acompanhado de um riff preciso de guitarra e um solo de flauta bem inserido. A presença imponente de “Almost Always Near To The End” destaca a excelente capacidade da banda de evocar Tull e Yes sem imitá-los, o que é demonstrado nas apresentações de teclado e flauta. O maior deleite será sentido, porém, no solo de Kettunen, onde ele finalmente mostra seu virtuosismo em todo o seu esplendor e encerra o álbum tão repentinamente quanto começou. Sustentado pela poderosa linha de baixo de Katalkin durante o verso e os vocais angustiantes de Keskitalo no refrão, ele traz uma sensação de frescor ao segundo disco. O mesmo ocorre com o interlúdio de “Sheep Stay Silent”, onde o arpejo de sintetizador, proposto por Saarainen na introdução, retorna acompanhado de um riff preciso de guitarra e um solo de flauta bem inserido. A presença imponente de “Almost Always Near To The End” destaca a excelente capacidade da banda de evocar Tull e Yes sem imitá-los, o que é demonstrado nas apresentações de teclado e flauta. O maior deleite será sentido, porém, no solo de Kettunen, onde ele finalmente mostra seu virtuosismo em todo o seu esplendor e encerra o álbum tão repentinamente quanto começou. Sustentado pela poderosa linha de baixo de Katalkin durante o verso e os vocais angustiantes de Keskitalo no refrão, ele traz uma sensação de frescor ao segundo disco. O mesmo ocorre com o interlúdio de “Sheep Stay Silent”, onde o arpejo de sintetizador, proposto por Saarainen na introdução, retorna acompanhado de um riff preciso de guitarra e um solo de flauta bem inserido. A presença imponente de “Almost Always Near To The End” destaca a excelente capacidade da banda de evocar Tull e Yes sem imitá-los, o que é demonstrado nas apresentações de teclado e flauta. O maior deleite será sentido, porém, no solo de Kettunen, onde ele finalmente mostra seu virtuosismo em todo o seu esplendor e encerra o álbum tão repentinamente quanto começou.

Como no restante de suas obras, em "Telepathic Minds" os finlandeses reúnem as bases lançadas pelos reis dos anos setenta progressivos com temperos mais atuais. Não vamos negar que, às vezes, torna-se monótono, pecando além de ser excessivamente longo. O fato de que a mesma fórmula se repete em todas as músicas às vezes não pode ser disfarçado, e fica evidente em mais situações do que deveria. Em todo o caso, podemos saborear momentos maravilhosos, dignos de serem apreciados por todos os ouvidos que apreciam o bom rock sinfónico, nas suas formas mais puras e inovadoras. É uma opção muito boa para quem procura algo denso e contundente, com um toque particular de malícia em cada solo de guitarra ou melodia de flauta. O que você está esperando para ouvi-lo?

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