Resenha
Mirror To The Sky
Álbum de Yes
2023
CD/LP
Não posso negar, Mirror to the Sky supera alguns discos pavorosos concebidos pela banda, a produção é equilibrada, o som do contrabaixo faz jus a história de Chris Squire e conseguimos aguentar um vocalista que não deveria estar ali, esforçado, porém, nada desafiador. Então o fluxo segue em canções que logo são esquecidas e outras realmente saborosas, essas, de maior cota. All Connected tem baixo estonteante e bons momentos, infelizmente determinados insights são diluídos com Jon Davison. Living Out Their Dream guarda a genialidade solista de Steve Howe e resume a trajetória subsequente. Muito além do fraco Open Your Eyes, do confuso The Ladder ou do capenga Heaven & Earth, também com vantagem sobre o penúltimo, o novo ato tem tudo para agradar quem não vive sob a sombra de Close to the Edge. Percebam que a faixa homônima resgata parcelas de Drama (1980), é a melhor peça, muito por conta do final grandioso. Descalibrando a balança, Circles of Time é um pé no saco adocicado em questões folk. Toda grandeza de Howe e a cozinha extremamente competente, ainda não bastam para a unicidade completa. De toda forma e desconsiderando letras inócuas, obtemos o melhor instrumental desde Magnification. Não esqueçam de ouvir a levada agradável de Magic Potion, ideal para o fechamento. Revelo que a primeira vista gostaria de malhar o álbum, mas ... não posso lutar contra o que ouço. Essa raiva explica-se na falta da voz intacta e virtuosa de Jon Anderson, reflete o Yes que aprendi a amar. Do mais, um lançamento interessante a ser aspirado atentamente para não cairmos na armadilha do julgamento precoce.
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