The Neal Morse Band - 'The Great Adventure' (25 Janeiro 2019)
Sello: Radiant Records; País: EEUAct I (CD1):
Chapter 1
1. Overture
2. The Dream Isn’t Over
Chapter 2
3. Welcome To The World
4. A Momentary Change
5. Dark Melody
6. I Got To Run
7. To The River
Chapter 3
8. The Great Adventure
9. Venture In Black
10. Hey Ho Let’s Go
11. Beyond The Borders
Act II (CD2):
Chapter 4
1. Overture 2
2. Long Ago
3. The Dream Continues
4. Fighting With Destiny
5. Vanity Fair
Chapter 5
6. Welcome To The World 2
7. The Element Of Fear
8. Child Of Wonder
9. The Great Despair
10. Freedom Calling
11. A Love That Never Dies
Músicos:
- Neal Morse: Voz, Teclados, Guitarras
- Mike Portnoy: Batería, Coros
- Randy George: Bajo
- Eric Gillette: Guitarra, Coros
- Bill Hubauer: Teclados, Coros
Lembro-me, anos atrás, quando um novo álbum de Neal Morse chegou às minhas mãos (em qualquer uma de suas muitas aventuras de gravação), a emoção que senti. Contei cada minuto que passou até chegar em casa e poder devorá-lo, aproveitar faixa por faixa e curtir o gênio criativo do californiano. Ele raramente me decepcionava, se não me decepcionava, embora alguns de seus álbuns solo fossem íntimos demais.
Até hoje sei que o que vou ouvir não vai me decepcionar. O nível de qualidade e auto-exigência que imprime nos seus discos é inquestionável, mas devo admitir que aquela dose de emoção já não é o que era. Com 'The Great Adventure', não corri exatamente para colocá-lo no player. E o motivo não era outro senão seu antecessor, 'The Similitude Of A Dream' (Radiant Records, 2016), um maravilhoso trabalho conceitual baseado no livro 'The Pilgrim's Progress' de John Bunyan, que ao longo de seus dois CDs mais uma vez colocou a fasquia muito alta. Pensando nele, admito que enfrentar essa continuação me deixou com algumas dúvidas, já que o espaço para melhorias era pequeno. Por um lado, esperava que todos os elementos que caracterizam Neal estivessem ali, mas uma continuação de mais de duas horas de um já extenso primeiro capítulo, tinha que ter algo mais, não poderia ser o mesmo e, no fundo , Isso foi o que me causou mais reservas.
Agora, tendo ouvido e dissecado, estou feliz em admitir que 'The Great Adventure' não é uma cópia carbono de 'The Similitude Of A Dream', pelo menos no desenvolvimento do conceito. Este está em um álbum mais sombrio e variado. É mais rock, com mais pegada, sem abrir mão do virtuosismo de músicos que têm espaço para brilhar pessoal e coletivamente ao longo de toda a obra. De todos eles, Eric Gillette é quem mais me tem captado o interesse, pois à sua conhecida mestria com a guitarra acrescenta aqui uma surpreendente versatilidade vocal. Por exemplo, o épico encerramento de 'A Love That Never Dies'.
O álbum começa colocando o ouvinte em uma situação, então 'Overture' é um link direto para 'The Similitude Of A Dream', mas ao mesmo tempo marca uma ruptura com ela. Tema extenso e intrincado, que depois de um começo vagaroso se transforma em uma montanha-russa progressiva. O fio condutor do disco recai sobre canções como 'Welcome To The World' (I e II), recorrentes e melódicas, não tão virtuosas, que são responsáveis por unir os dois trabalhos. As músicas mais lentas e calmas são distribuídas estrategicamente ('A Momentary Change', 'Hey Ho Let's Go', 'Long Ago'...) e com moderação, porque como disse a força do álbum é que ganhou contundência. A mistura perfeita entre força e habilidade instrumental é uma imensurável 'Dark Melody', uma das melhores do álbum,
Mas também há espaço para a história do progressivo. Se suas preferências são clássicas, você vai gostar de 'To The River' ou 'The Great Despair'. Se, por outro lado, você tem raízes no metal, 'Venture in Black' fará você mexer os pés, mas é claro que será 'Fighting With Destiny' e 'Freedom Calling' com os quais você ficará louco, frenético e furioso na primeira vez e com um crescendo épico na segunda.
'The Great Adventure' é o tema central e homónimo do álbum, pretensioso e redondo, embora longe do mais puro progressivo. Nela, predomina aquela veia comercial, quase AOR, de que tanto gosta Neal, que mais uma vez encontra em Gillette a parceira perfeita (luxo nos coros!). Mas esta sociedade é feita de cinco, não esqueçamos, e é quando todos eles se juntam que encontraremos o prazer absoluto, fechando com 'A Love That Never Dies' como o melhor expoente. Rock progressivo com letras maiúsculas, frenético nos arranjos e mudanças, passagens instrumentais com camadas sobre camadas entre guitarra e teclado e um jogo de vozes entre Morse e Gillette que não deixará ninguém indiferente.
Em conclusão, 'The Great Adventure' é uma continuação de muito sucesso para 'The Similitude Of A Dream', combinando em partes iguais aquele selo de identidade que todos os seus fãs esperam em cada obra, com a dose precisa de distinção para manter a atenção e que não é uma cópia do que já foi feito.
Classificação: 8,5/10
- Amostras de 'The Great Adventure' :
'Welcome To The World':
'The Great Adventure':
'Bem-vindo ao Mundo 2':
'Vanity Fair':
'I Got to Run':
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