Clara
Caetano Veloso
Clara
Caetano Veloso
Quando a manhã madrugava
Calma, alta, clara
Clara morria de amor
Faca de ponta flor e flor
Cambraia branca sob o sol
Cravina branca, amor
Cravina, amor
Cravina e sonha
A moça chamava Clara
Água, alma, lava
Alva cambraia no sol
Galo cantando cor e cor
Pássaro preto dor e dor
O marinheiro amor
Distante amor
Que a moça sonha só
O marinheiro sob o sol
Onde andará o meu amor
Onde andará o amor
No mar, amor
No mar ou sonha
Se ainda lembra o meu nome
Longe, longe, onde
Onde se vá numa onda no mar
Numa onda que quer me levar
Para o mar de água clara
Clara, Clara, Clara
Ouço meu bem me chamar
Faca de ponta dor e dor
Cravo vermelho no lençol
Cravo vermelho amor
Vermelho amor
Cravina e galos
E a moça chamada Clara
Clara, Clara, Clara
Alma tranquila de dor
Clarão
Caetano Veloso
Clarão
Caetano Veloso
Há um clarão infinito
Que posso enxergar
De vez em quando me perco
Num pensamento qualquer
Que me devolve ao lugar
Onde ficamos bem perto
Havia um calmo mistério
Plantado no ar
Que se deitava nos dias
Vi através de um abraço
Veio a certeza de ter
A infinita alegria
Já não havia motivos
Para eu me preocupar
O Sol nascia bonito
E através da manhã
Nós fomos o despertar
De um amor impossível
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