Depois desse primeiro parágrafo meio lúdico e esotérico, vamos aos fatos: o Gotthard é uma das principais referências do hard rock contemporâneo, e desde que foi formada, em 1992, a banda sempre se destacou com seus belos discos. A morte repentina do vocalista Steve Lee em um acidente de moto em 2010 fez o quinteto se reconstruir, e desde então Nic Maeder assumiu o posto de frontman. #13 é o quarto álbum dessa segunda fase da carreira do Gotthard, sucedendo Firebirth (2012), Bang! (2014) e Silver (2017).
Com uma formação estável desde sempre – Leo Leoni (guitarra), Freddy Scherer (guitarra), Marc Lynn (baixo) e Hena Habegger (bateria), além de Marder na voz, piano e ocasional guitarras e violões -, o Gotthard entrega um disco forte e maduro em #13. Ainda que o estilo tocado pela banda possa soar sem profundidade e derivativo em mãos sem talento, os suíços mostram mais uma vez que o buraco é mais embaixo e entregam um senhor álbum de hard rock. Há influências mais clássicas, momentos mais festivos, canções pegajosas, baladas, riffs fortes – enfim, todos os ingredientes que um bom disco de hard deve ter.
Entre as músicas destaque para “Missteria” (parceria da banda com Francis Rossi, vocalista e guitarrista do lendário Status Quo), “10.000 Faces”, “Another Last Time”, “Better Than Love”, “Save the Date”, “Man on a Mission” e o peso da excelente “No Time to Cry”, além da belíssima versão para “S.O.S.”, do ABBA, que aqui se transformou em uma senhora balada hard com grande interpretação de Nic Maeder.
A má impressão deixada pelos discos recentes é deixada para trás com esse novo álbum. Finalmente o Gotthard parece ter feito as pazes com os seus melhores momentos. #13 é um belo disco de hard rock e que irá permanecer nos seus ouvidos por um longo tempo.
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