Falar de King Gizzard e The Lisard Wizard é falar de uma banda que literalmente surgiu do nada e ganhou espaço em todos os tipos de cenas musicais devido à essência que a banda possui. A principal atração dessa banda é que eles nunca se acomodam em um único gênero, se aventurando pelo garage rock no mundo da música, aos poucos foram adotando mais gêneros, passando pelo folk, pegando elementos do rock progressivo, fazendo synth pop, depois jazz fusão, até hoje com o metal. Porém, quando se trata de fazer seus discos repletos de tantos estilos musicais diferentes, é preciso dizer que nem todas as ideias acabam no produto final e muitas são descartadas... Ainda que não totalmente.
Já em 2 ocasiões anteriores os australianos nos deram 2 álbuns que eram compilações de ideias descartadas de trabalhos anteriores. A primeira dessas compilações foi Oddments, embora tivesse boas músicas, você também tem que entender que essas músicas compuseram a primeira fase da banda que inclui seus primeiros 4 álbuns, então o resultado final, embora decente, não deixa de ser um hora de ouvir, pois não me senti tão bem. Então eles fizeram o mesmo novamente com Gumboot Soup, um álbum que foi definitivamente muito melhor do que Oddments porque abordou tudo o que considero a idade de ouro da banda; de I'm In Your Mind Fuzz a todos os seus discos de 2017, no entanto, embora fosse um disco decente, não era muito polido.
O que nos traz ao álbum de hoje, em 2022 a banda lançou o álbum Omnium Gatherum, que depois de ser o seu primeiro álbum duplo, é uma compilação de muitos dos seus trabalhos anteriores, desde Fishing For Fishies a Butterfly 3k, para o qual este disco tem muitos estilos em seu repertório, além de uma produção e mixagem tão limpa e clara que às vezes você não sente que as músicas são diferentes, elas facilmente se sentem parte de uma mesma unidade.
Agora sim, com bastante contexto, temos que falar das músicas e não podemos falar delas sem começar pelo começo porque essa música abre com a música mais longa da banda, The Dripping Tap, uma música que se eu tivesse que descreva bem mistura 3 estilos diferentes em seus 18 minutos de duração; jazz fusion por todo o improviso, rock progressivo por todo o virtuosismo nos solos (aliás, tem um que me lembra MUITO Dancing With The Moonlight Knight do Genesis) e pelos vocais quase diria que seja rock and roll clássico ou pop, não sei, é difícil dizer mas o que posso dizer é que a música toda é fantástica pela forma como conseguem misturar todas as ideias que têm. Ótimo também, essa é a única música que foi criada pensando no álbum, não como uma reciclagem.
Continuando então com 2 músicas tão parecidas que vou analisá-las ao mesmo tempo, Magenta Mountain e Kepler-22b são duas músicas que se eu tiver que adivinhar, vieram direto do Butterfly 3k porque são músicas de synth-pop e lofi hiphop respectivamente com uma grande ênfase nas melodias vocais suaves apoiadas pelo uso pesado de sintetizadores de uma forma que faz você se sentir como se estivesse ouvindo seu stream típico de Lofi Girl no YouTube, apenas com a adição de uma bateria um pouco mais alta, esses são os 2 favoritos pessoais ao redor .o disco, especialmente Kepler-22b.
Viramos a página e acho que para agilizar também seria ótimo falar sobre as 2 músicas que abordam o seguinte estilo; metal. Gaia e Predator X são 2 músicas que ao ouvi-las fica bem claro que vieram direto do Infest The Rats' Nest, a primeira é a que considero a melhor das 2 por ser a mais pesada, a que tem mais clima, a que tem mais ideias e a que está melhor desenvolvida, enquanto Predator X, faixa número 13, sem ser ruim, eu sinto que é muito repetitiva, ou seja, a música começa muito bem mas seu desenvolvimento é muito fraco e repetitivo, caindo tristemente na monotonia Muito ruim porque tinha potencial para ser melhor.
Agora indo com Ambergris, este é um caso curioso porque esta música parece uma curiosa fusão entre Fishing For Fishies e Butterfly 3k, porque sente aquela mistura de funk de FFF e synth-pop de B3K, sem terminar decantando em tudo de um jeito ou de outro , é uma música interessante, mas não impressiona. Algo que se ele fizer a próxima, sendo uma música muito rara porque na época não estava claro de que álbum vinha, e quando saiu Changes percebemos que veio de lá Sadie Sorceress, uma música de rap e hip hop com tremendo ênfase no ritmo, nas batidas e nos synts, o que quero destacar são os vocais do Sr. Ambrose Kenny Smith, sendo um rap que (sem ser super expert no assunto, não é meu forte) sabe muito bem e muito técnico.
Continuamos com o lado C, que é composto por 5 músicas que estão praticamente ligadas uma após a outra, não como no lado anterior. Começando com Evilest Man, uma música que se você me perguntar, me lembra muito I'm In Your Mind Fuzz e Nonagon Infinity, porque é cheia de elementos desses álbuns, principalmente no que diz respeito aos sons de guitarra e vocais de Stu. Mackenzie, sendo um deleite auditivo para os fãs desses discos. Continuamos imediatamente com The Garden Goblin, sendo uma música que mais uma vez é curiosa porque esse uso de sintetizadores me lembra muito B3K mas ao mesmo tempo existem certos elementos como percussão e produção que a fazem brilhar dando-lhe o seu próprio identidade, um pessoal favorito novamente. Imediatamente após terminar, somos recebidos com Blame It On The Weather, Sendo uma música sobre a negação das mudanças climáticas, essa música me lembra mais do que um álbum da banda, me lembra os tipos de soul music que grupos como Bee Gees ou Earth, Wind And Fire costumavam cantar, com aqueles agudos vocais, aquela letra repetitiva, aquele uso de sintetizadores, aquela percussão característica, algo que os fãs desse estilo de música dos anos 60 irão apreciar. Cortando como começou, vamos com Persistence, uma música que tenho certeza que é um outtake de Changes, porque tem aquelas vibes que iam ser vistas mais tarde naquele álbum, sendo uma composição menos técnica e mais descontraída, uma música mais chill que é claramente feita para passar o tempo e não pensar muito nas coisas, a verdade é que já não dá conta, é uma música simples que a sua beleza reside precisamente nisso, como é simples. Agora terminamos o lado C com o último rap do álbum, sendo este The Grim Reaper, sendo basicamente o hip hop levado à quinta potência, pois além do rap do (novamente) Ambrose Kenny Smith, tem uma batida tão bateria absolutamente destrutiva e técnica que faz você dizer “PFFFFFFF… Sadie Sorceress estava em DIAPERS”, porque além da bateria, há também uma flauta de fundo de Stu Mackenzie que dá uma atmosfera à música que nunca foi vista antes. Vou dizer logo, não sou fã de hip hop ou rap, é mais como se eu dissesse que repudio o gênero... MAS... Quando as coisas são feitas ASSIM, é impossível diga qualquer coisa contra isso. Bom, além do rap do (novamente) Ambrose Kenny Smith, tem uma batida e uma bateria tão absolutamente destrutiva e técnica que te faz dizer "PFFFFFFF... Sadie Sorceress estava no DIAPERS", porque além da bateria, tem é também uma flauta de fundo que faz parte de Stu Mackenzie que dá uma atmosfera à música que não havia sido vista antes. Vou dizer logo, não sou fã de hip hop ou rap, é mais como se eu dissesse que repudio o gênero... MAS... Quando as coisas são feitas ASSIM, é impossível diga qualquer coisa contra isso. Bom, além do rap do (novamente) Ambrose Kenny Smith, tem uma batida e uma bateria tão absolutamente destrutiva e técnica que te faz dizer "PFFFFFFF... Sadie Sorceress estava no DIAPERS", porque além da bateria, tem é também uma flauta de fundo que faz parte de Stu Mackenzie que dá uma atmosfera à música que não havia sido vista antes. Vou dizer logo, não sou fã de hip hop ou rap, é mais como se eu dissesse que repudio o gênero... MAS... Quando as coisas são feitas ASSIM, é impossível diga qualquer coisa contra isso.
Agora para finalizar, lado D (no qual não falaremos do Predator X pois já falamos dele), começando por Presumptuous, uma música que demorei para me apaixonar, mas quando a fiz percebi o quanto é fantástica foi principalmente porque a percussão dessa música é uma delícia. Continuando com Red Smoke... A verdade é que não está totalmente claro para mim o que pensar disso, ou seja, é... Ok? Quer dizer, não vai além disso, a verdade é que não tem muito que eu possa apreciar, é bom e pronto. Agora se formos para o final do álbum, com as delícias acústicas de Candles e The Funeral, sabe qual é a beleza dessas 2 músicas? Isso mesmo, a percussão e a acústica, porque caramba, como os dois usam é algo precioso que traz lembranças de bandas folk como Jethro Tull, sim, tem sintetizadores presentes e vocais com efeitos, mas não importa,
Então… o que podemos concluir deste disco? Que não é perfeito, tem alguns defeitos como músicas que foram rejeitadas na época era PARA ALGO, mas mesmo assim, esse álbum tem momentos fantásticos, todas as músicas dos 3 primeiros lados (exceto Ambergris) são literalmente delícias auditivas perfeitas que por nada no mundo deve ser subestimado, o terceiro lado é o mais fraco mas não importa no final, esse registro ainda é muito agradável do começo ao fim e o próximo seria ainda mais, pois seria 100% influenciado por The Dripping Tap, de modo que a próxima obra-prima seria um disco de puro jazz fusion.
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