Countless Branches e Bill Fay são uma lição de vida e de resiliência para todos nós.
Ninguém sabia ao certo quem era Bill Fay senão que era um desconhecido compositor inglês e desajustado embaixador do folk progressivo inglês no início dos anos 70, de tal forma que ao fim de dois álbuns, a sua editora discográfica o deixaria de fora. E foi assim que Fay se deixou estar, longe dos ouvidos do público e longe de uma crítica mais justa. Só passados 40 anos é que o cantor voltou a emergir e, finalmente, com o devido reconhecimento, tanto pelos seus pares como pelo público em geral. Se nos últimos anos, reconhecidos nomes como Jim O’Rourke e Jeff Tweedy, dos Wilco, assumiam publicamente a genialidade das composições do músico inglês, foi com a edição de Life Is People (2012), uma compilação de alguns originais que nunca antes editados, que resgatou o inglês da sombra . Em 2015, sairia um segundo álbum, Who Is The Sender?, também ele imaculado, aumentando ainda mais a expectativa sobre o que poderia vir a seguir.
Mas para quem já perdeu tudo uma vez, a pressão é uma espinha insignificante, e é na sólida segurança e leveza do cantautor inglês que nos deixamos navegar, enquanto escutamos Countless Branches, um enorme e comovente hino de esperança, como nos diz logo o título do primeiro single, “Filled with Wonder Once Again”.
À medida que envolvemos a nossa atenção às notas do piano, dos delicados arranjos e da voz algo frágil e melancólica mas sempre doce, a mensagem é bela e reconfortante.
Não é tarde para devolver o músico ao merecido lugar de destaque da prateleira dos grande nomes da cena folk. Bill Fay está bem vivo e merece que lhe prestemos toda a atenção e não o deixemos cair de volta no esquecimento. Como ele próprio canta, “when prophesies have passed away, love will remain, love will remain.”
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