sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Clássicos progressivos: Triana - 'Sombra y luz' (1979)

Triana - 'Sombra y luz'

(1979, Movieplay)

Triana sombra e luz

1. Una historia - 5:05
2. Quiero contarte - 5:00
3. Sombra y luz - 7:31
4. Hasta volver - 10:35
5. Tiempo sin saber - 5:22
6. Vuelta a la sombra y a la luz - 2:45

Depois do lendário álbum de estreia 'El pátio' (com aquele monumento progressivo-sinfônico-andaluz intitulado 'Abre la puerta') e daquela análise poética da transição espanhola que foi o excelente (e sombrio) 'Hijos del agobio', Triana lança seu terceiro álbum 'Sombra y luz' em 1979, sem dúvida, o seu álbum mais progressivo, experimental e arriscado.

O início de 'Una historia' remete diretamente ao álbum anterior, uma música mid-tempo com tom sombrio e melancólico, com melodias vocais muito emocionantes e tristes. A segunda música 'Quero te contar' descreve perfeitamente a magia do grupo: uma música arredondada, incrível, com um trabalho instrumental impecável (Tele soberbo na bateria) com melodias cheias de beleza, e uma voz que é pura emoção. Uma joia. O que seria o lado A termina com a música que dá título ao álbum: uma música extensa e progressiva, que mantém aquele tom triste tão comum no grupo, e que depois de pouco mais de um minuto se transforma numa longa jam entre flamenco (aquelas palmas ), psicodelia e sinfonia, algo que só eles poderiam fazer sem falhar na tentativa.

'Until return', a música mais longa da carreira do grupo até então, inicia o lado B de forma excelente. Uma suíte cheia de progressividade e sinfonismo bem compreendido, mudanças constantes, linhas de baixo incríveis e melodias vocais insuperáveis. Pura perfeição. Impossível não se emocionar com um tema como esse. 'Tempo sem saber' é uma música muito boa cantada por Eduardo na linha habitual do grupo, embora depois da música anterior saiba pouco. O álbum termina com 'Return to the shadow and light', uma pequena coda que se liga à música homónima e que serve para dar coesão e completar o álbum.

Com 'Sombra y luz', Triana atinge um ponto composicional difícil de superar (especialmente para o monumental 'Hasta Volver'). Ainda considero 'El pátio' o melhor álbum deles, é mais sólido e mediano, mas espero que esta crítica sirva para justificar este álbum como o que considero que realmente é: uma joia progressiva incontestável dos anos 70.


Avaliação: 9,5/10

Músicos:
- Jesús de la Rosa: Vocais, teclados
- Eduardo Rodríguez R.: Guitarra espanhola, palmas, vozes
- Juan José Palacios: Bateria, percussões
- Manolo Rosa: Baixo
- Pepe Roca: Guitarra elétrica


- Amostras de 'Sombra y luz':



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