Um bom número de artistas japoneses trabalhou no encontro entre o Extremo Oriente e o Ocidente. Entre eles, o lendário percussionista Stomu Yamashta, nascido em Kyoto. Prova disso é este LP publicado em 1973 na Island, The Man From The East que também é o nome de uma peça apresentada pelo Red Buddha Theatre.
Esta é uma companhia de teatro japonesa formada no final dos anos 60 e liderada por Stomu Yamashta. Em 1972. Surgiu a oportunidade de se apresentar na França e na Inglaterra, e surgiu a ideia de gravar uma trilha sonora, algumas das quais foram gravadas ao vivo no Carré Thorigny em Paris em outubro de 72. O restante foi produzido no Advision Studio em Londres. mês seguinte. Para a ocasião, o percussionista japonês conta com o apoio de ex-músicos que participaram do Floating Music da obra anterior, o baterista Morris Pert, o baixista Phil Plant, o saxofonista Robin Thompson e o pianista Peter Robinson. Mas o baixista Alyn Ross, o guitarrista Gary Boyle, o pianista Yoshio Taeira, a organista Maggie Newlands, o flautista Shiro Murata, o violinista Hisako Yamash'ta (companheiro de Stomu Yamashta), o percussionista Hideo Funamoto, a risonha Mikako Takeshita também como os cantores Joji Hirota e Goro Kunii.
Composto por 7 faixas, The Man From The East é uma fusão de jazz e rock, por um lado, e cultura, por outro por outro lado, a história e o passado japonês. O disco alterna peças curtas (3 a 4 minutos) e títulos elásticos (8 a 13 minutos). Ressalta-se que a ordem das peças difere dependendo da edição. Aqui, neste caso, a edição americana é narrada.
No lado curto encontramos “Scoop“ que abre o baile entre Santana e Franck Zappa seguido de “Awa Odori”, uma espécie de jazz rocha onde a flauta nos leva ao cume do Monte Fuji. “My Little Partner” é mais funk. “Mountain Pass“ em conclusão é um hino onde reina a nostalgia.
No lado longo, há o delirante três partes “What A Way To Live In Modern Times”. Começa em uma orgia galopante, depois passa para um circo e termina em um musical com mulheres cantando em japonês. Começando pela dor com as suas amargas lamentações, “Mandala” transporta-nos para um carnaval ácido e tribal próximo de Amon Düül II. Até que uma flauta perturbadora, pontilhada de efeitos Floydianos, nos liberta desta viagem alucinatória. “Memory Of Hiroshima” é uma homenagem à cidade de Hiroshima e aos seus habitantes, vítimas da bomba atômica lançada de um avião pelos americanos durante a Segunda Guerra Mundial, em 6 de agosto de 1945. A introdução é angustiante após a passagem de um ameaça que varreu tudo em seu caminho. Há um clima de desolação ali. Lentamente, lentamente chega uma melodia que luta para se acalmar. No entanto, num andamento lento e melancólico, a guitarra, o violino, o piano e o trompete criam coros magníficos num cenário de orquestrações dramáticas e majestosas. Mas o final mostra que a ameaça ainda é palpável.
Resumindo, Stomu Yamashta e sua trupe produzem um LP estranho, mas muito agradável.
Títulos:
1. Scoop
2. Awa Odori
3. What A Way To Live In Modern Times
4. My Little Partner
5. Mandala
6. Memory Of Hiroshima
7. Mountain Pass
Músicos:
Stomu Yamash'ta: Percussão
Peter Robinson: Piano
Alyn Ross: BaixoMikako Takeshita: RisosGoro Kunii: vocaisJoji Hirota: vocaisHideo Funamoto: percussão Phil Plant: baixoHisako Yamash'ta: ViolinoRobin Thompson: SaxofoneShiro Murata: FlautaMaggie Newlands: Órgão Yoshio Taeira: PianoGary Boyle: Guitarra
Morris Pert: Bateria
Produção: Stomu Yamash’ta
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