Entre 1963 e 1966 houveram três pontos decisivos na natureza original do rock’n’roll: Bob Dylan introduziu uma mensagem sócio-política explícita, bandas britânicas como os Rolling Stones e The Who (os herdeiros dos “delinqüentes juvenís” imagem da década de 1950) o espectáculo de caos instrumental e vocal, os Beach Boys, os Beatles e os Byrds focados em técnicas de estúdio e arranjos excêntricos. Cada um deles encarna três diferentes maneiras de usar a música como um veículo e foi como se por exemplo o bardo profundo, o punk de rua e o escultor de som se juntassem transformando-se em uma só coisa. Os Rolling Stones que personificavam um atributo eterno e universal de juventude e rebeldia. Os Beach Boys e os Beatles foram neutros como possível em sua época (a guerra do Vietnã, o movimento dos direitos civis, o medo do holocausto nuclear). Bob Dylan era tudo sobre o seu tempo. Dylan usou a música como uma arma, os Rolling Stones e The Who usaram-na como um insulto, enquanto os Beach Boys e os Beatles foram em grande parte indiferentes ao tumulto ideológico.
A convergência destes três tópicos completamente diferentes produziu a grande temporada de música psicodélica, um gênero que refletia o espírito de um tempo que explorou o experimento do som de estúdio e que encarnava a frustração da juventude.
A síntese de 1966 foi impulsionada por alucinógenos como se as drogas fossem o ponto de encontro natural do bardo, do punk e do escultor de som. Muito provavelmente foi uma mera coincidência, as drogas só passaram a representar a chamada unificação de armas para essa geração. As drogas foram convenientemente disponíveis e representavam o oposto daquilo que estava estabelecido e odiado pelos jovens nos fins da década de 60 (a guerra, a vida burguesa, a disciplina, a ganância, a religião organizada, velhos valores morais).
Se tivéssemos de apontar um evento que concretiza essa síntese histórica teria sido em maio de 1966 quando Dylan Blonde on Blonde saiu, um álbum duplo ( um afastamento significativo do formato antigo da musica de Dylan) que ironicamente foi gravado em Nashville ( entre outubro 1965 e março de 1966). Até então os músicos de rock tinham operado dentro dos limites da canção de três minutos da música pop da época. Após o lançamento desse álbum apenas a música mainstream comercial permaneceria ancorada ao formato “canção tradicional”. Álbuns com longas faixas de forma livre começaram a fluir para fora de Londres, Nova York e Los Angeles: o segundo álbum dos Fugs, Virgin Forest (gravado em janeiro e lançado em março), Frank Zappa com seu album duplo, Freak Out (gravado em março e lançado em junho), Aftermath dos Rolling Stones (gravado em Los Angeles em março), o Velvet Underground, The Velvet Underground & Nico (a maioria das faixas registradas em abril e maio), The Who, A Quick One ( gravado no outono), o álbum do Doors, o primeiro (gravado no verão) e etc. Vários deles tinham sido registrados ao mesmo tempo como a obra-prima de Dylan, sinalizando uma mudança coletiva de distânciamento da música pop.
Essa mudança no rock (a miscelania na síntese histórica do bardo, do punk e do escultor de som) coincidiu com o boom do “free jazz”, o Rock’n’roll havia nascido na confluência do blues e da música country mas depois de 1966 tudo o que já se conhecia havia se tornado em ingredientes simples. Era necessaria a elaboração de uma receita mais complexa. As longas viagens de “ácido” do Velvet Underground, do Jefferson Airplane, do Grateful Dead e do Pink Floyd contaram com uma infra-estrutura solta que já não estava muito relacionada com o rhythm’n’blues (para não falar de música country). Foi por outro lado muito semelhante ao que aconteceu com o jazz tocado nos lofts e os clubes que muitos músicos de rock psicodélico visitavam e que rapidamente se tornou o segundo grande pilar da contracultura (o primeiro sendo o movimento dos direitos civis e pacifismo). Basicamente a influência indireta do free jazz tornou-se proeminente no universo do rock durante a era psicodélica alimentando sua revolução musical a emancipar o rock diante de suas origens do blues. Antes de 1966 o rock havia se tornado mais uma parte da tradição do blues que os roqueiros quiseram absorver, depois de 1966 o rock tornou-se mais uma parte da tradição do jazz que os músicos de rock quiseram tambem absorver.
A convergência destes três tópicos completamente diferentes produziu a grande temporada de música psicodélica, um gênero que refletia o espírito de um tempo que explorou o experimento do som de estúdio e que encarnava a frustração da juventude.
A síntese de 1966 foi impulsionada por alucinógenos como se as drogas fossem o ponto de encontro natural do bardo, do punk e do escultor de som. Muito provavelmente foi uma mera coincidência, as drogas só passaram a representar a chamada unificação de armas para essa geração. As drogas foram convenientemente disponíveis e representavam o oposto daquilo que estava estabelecido e odiado pelos jovens nos fins da década de 60 (a guerra, a vida burguesa, a disciplina, a ganância, a religião organizada, velhos valores morais).
Se tivéssemos de apontar um evento que concretiza essa síntese histórica teria sido em maio de 1966 quando Dylan Blonde on Blonde saiu, um álbum duplo ( um afastamento significativo do formato antigo da musica de Dylan) que ironicamente foi gravado em Nashville ( entre outubro 1965 e março de 1966). Até então os músicos de rock tinham operado dentro dos limites da canção de três minutos da música pop da época. Após o lançamento desse álbum apenas a música mainstream comercial permaneceria ancorada ao formato “canção tradicional”. Álbuns com longas faixas de forma livre começaram a fluir para fora de Londres, Nova York e Los Angeles: o segundo álbum dos Fugs, Virgin Forest (gravado em janeiro e lançado em março), Frank Zappa com seu album duplo, Freak Out (gravado em março e lançado em junho), Aftermath dos Rolling Stones (gravado em Los Angeles em março), o Velvet Underground, The Velvet Underground & Nico (a maioria das faixas registradas em abril e maio), The Who, A Quick One ( gravado no outono), o álbum do Doors, o primeiro (gravado no verão) e etc. Vários deles tinham sido registrados ao mesmo tempo como a obra-prima de Dylan, sinalizando uma mudança coletiva de distânciamento da música pop.
Essa mudança no rock (a miscelania na síntese histórica do bardo, do punk e do escultor de som) coincidiu com o boom do “free jazz”, o Rock’n’roll havia nascido na confluência do blues e da música country mas depois de 1966 tudo o que já se conhecia havia se tornado em ingredientes simples. Era necessaria a elaboração de uma receita mais complexa. As longas viagens de “ácido” do Velvet Underground, do Jefferson Airplane, do Grateful Dead e do Pink Floyd contaram com uma infra-estrutura solta que já não estava muito relacionada com o rhythm’n’blues (para não falar de música country). Foi por outro lado muito semelhante ao que aconteceu com o jazz tocado nos lofts e os clubes que muitos músicos de rock psicodélico visitavam e que rapidamente se tornou o segundo grande pilar da contracultura (o primeiro sendo o movimento dos direitos civis e pacifismo). Basicamente a influência indireta do free jazz tornou-se proeminente no universo do rock durante a era psicodélica alimentando sua revolução musical a emancipar o rock diante de suas origens do blues. Antes de 1966 o rock havia se tornado mais uma parte da tradição do blues que os roqueiros quiseram absorver, depois de 1966 o rock tornou-se mais uma parte da tradição do jazz que os músicos de rock quiseram tambem absorver.
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