A Mariquinhas velhinha
Letra e música Pedro Fernandes Martins *Fado Marcelino*
Repertório do autor
A Mariquinhas velhinha
Vai pedindo por sustento
Mendigando, coitadinha
Sem ter casa e testamento
Ninguém sabe onde ela mora
Vai pedindo por sustento
Mendigando, coitadinha
Sem ter casa e testamento
Ninguém sabe onde ela mora
Diz-se que dorme no chão
Em cima de um papelão
Em cima de um papelão
Até ao romper da aurora
Anda pela rua fora
Anda pela rua fora
Repetindo a ladainha
Ajudem a pobrezinha
Ajudem a pobrezinha
Que já tem pouca saúde
E há sempre quem ajude
A Mariquinhas velhinha
Tem sempre a mesma rotina
E há sempre quem ajude
A Mariquinhas velhinha
Tem sempre a mesma rotina
De não ter nada a perder
De só desejar morrer
De só desejar morrer
Por viver tão triste sina
Como já não é menina
Como já não é menina
Poucos lhe dão alimento
E por dormir ao relento
E por dormir ao relento
Não lhe resta quase nada
Vai vivendo desgraçada
Vai pedindo por sustento
A quem passa estica a mão
Vai vivendo desgraçada
Vai pedindo por sustento
A quem passa estica a mão
Pede à porta do mercado
E quando este está fechado
E quando este está fechado
Vai prá porta da estação
Com as esmolas compra pão
Com as esmolas compra pão
Mais uma sopa quentinha
E quando cai a noitinha
E quando cai a noitinha
Deita-se no papelão
Vive nessa condição
Mendigando, coitadinha
Pouco resta do passado
Vive nessa condição
Mendigando, coitadinha
Pouco resta do passado
Ficou, talvez, a saudade
Que não traz felicidade
Que não traz felicidade
Porque tudo está mudado
Pobre mulher, mas que fado
Pobre mulher, mas que fado
Anda à mercê do tormento
Ao sol, à chuva, ao vento
Ao sol, à chuva, ao vento
Vive com essa má sorte
À espera da sua morte
Sem ter casa e testamento
À espera da sua morte
Sem ter casa e testamento
À memória de Anarda
Bocage / Alfredo Duarte *fado cuf*
Repertório de Carlos do Carmo
Já de novo a meus olhos aparecem
A graça, o riso, as flores da alegria
Já na minha teimosa fantasia
Cuidados que velavam, adormecem
Nascemos para amar, a humanidade
Vai tarde ou cedo, aos laços da ternura
Tu és doce atrativo; ó formusura
Que encanta, que seduz, que persuade
A frouxidão no amor, é uma ofensa
Ofensa que se eleva a grau supremo
Paixão requer paixão, fervor extremo
Com extremo fervor se recompensa
Se um celeste poder, tirano e duro
Às vezes, extorquisse as liberdades
Que prestava, ó razão, teu lume puro?
Não forçam corações, as divindades
Fado amigo não há, nem fado escuro
Fados, são as paixões, são as vontades
Repertório de Carlos do Carmo
Já de novo a meus olhos aparecem
A graça, o riso, as flores da alegria
Já na minha teimosa fantasia
Cuidados que velavam, adormecem
Nascemos para amar, a humanidade
Vai tarde ou cedo, aos laços da ternura
Tu és doce atrativo; ó formusura
Que encanta, que seduz, que persuade
A frouxidão no amor, é uma ofensa
Ofensa que se eleva a grau supremo
Paixão requer paixão, fervor extremo
Com extremo fervor se recompensa
Se um celeste poder, tirano e duro
Às vezes, extorquisse as liberdades
Que prestava, ó razão, teu lume puro?
Não forçam corações, as divindades
Fado amigo não há, nem fado escuro
Fados, são as paixões, são as vontades
A menina do mirante
Henrique Rego / Popular
Repertório de Alfredo Marceneiro
Menina lá do mirante
Toda vestida de cassa
Deite-me vista saudosa
E um adeus da sua graça
A menina é o retrato
Repertório de Alfredo Marceneiro
Menina lá do mirante
Toda vestida de cassa
Deite-me vista saudosa
E um adeus da sua graça
A menina é o retrato
Sem mesmo tirar nem pôr
De quem me prendeu de amor
De quem me prendeu de amor
Nas festas de São Torcato;
Tem mesmo um olhar gaiato
Tem mesmo um olhar gaiato
Expressivo, embriagante
E essa boca insinuante
E essa boca insinuante
Onde a alegria perdura
É romã fresca madura
Menina lá do mirante
Anda a brisa, com desvelo
É romã fresca madura
Menina lá do mirante
Anda a brisa, com desvelo
Perfumada a lúcia-lima
A saltitar-lhe por cima
A saltitar-lhe por cima
Dos anéis do seu cabelo;
Abençoado modelo
Abençoado modelo
De mulher da minha raça
Pois toda a gente que passa
Pois toda a gente que passa
Olha os céus e diz ao vê-la
A menina é uma estrela
Toda vestida de caça
Ó meu amor vá um dia
A menina é uma estrela
Toda vestida de caça
Ó meu amor vá um dia
À minha terra e verá
Que do seu mirante lá
Que do seu mirante lá
É um voo de cotovia;
Verá como se extasia
Verá como se extasia
Ante a paisagem formosa
Que se estende graciosa
Que se estende graciosa
Num encanto sem limite
Caso aceite o meu convite
Deite-me vista saudosa
No domingo há procissão
Caso aceite o meu convite
Deite-me vista saudosa
No domingo há procissão
Com andores dos mais ricos
Bodo aos pobres, bailaricos
Bodo aos pobres, bailaricos
Fogo preso e animação;
Lá encontra um coração
Lá encontra um coração
Que de amor se despedaça
Portanto, a menina faça
Portanto, a menina faça
Esse coração vibrar
Dando-lhe um simples olhar
Dando-lhe um simples olhar
E um adeus da sua graça
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