A ponte
Reinaldo Ferreira / João Blak *fado menor do porto*
Repertório de Carminho
Da margem esquerda da vida
Parte uma ponte que vai
Só até meio, perdida
Num halo vago que atrai
È pouco tudo o que vejo
Mas basta, por ser metade
P’ra que eu me afogue em desejo
Áquém do mar da vontade
Da outra margem, direita
A ponte parte também
Quem sabe se alguém ma espreita?
Não a atravessa ninguém
À porta da Brasileira
Domingos Lobo / Mário Pacheco
Repertório de Cristiana Águas
Encontrei-te por acaso
No Chiado ontem à tarde
E reparei que ias triste
Afinal o nosso caso
Ainda é sangue que arde
Sombra de amor que resiste
Disseste que me esquecias
Entre dois copos de rum
Morre um amor, outro amanhece
Mas no olhar exibias
Aquele langor comum
Que o sol tem quando amanhece
O olhar, espelho da alma
È traiçoeiro e transporta
As mágoas do coração
E vi nele muda e calma
A palavra que abre a porta
Aos medos da solidão
Mas o amor tem tantos laços
Dor, ciúme e alegria
Veredas da vida inteira
E quando te abri os braços
Teu beijo acendeu o dia
À porta da Brasileira
À porta da vida
João Monge / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Aldina Duarte
Bati à porta da vida
Rasguei os ossos da mão
Fugi de cães a ladrar
Fui muitas vezes vencida
Deixei um rasto no chão
Mas não deixei de cantar
Bati à porta da vida
Sequei a cara nas mangas
Repertório de Aldina Duarte
Bati à porta da vida
Rasguei os ossos da mão
Fugi de cães a ladrar
Fui muitas vezes vencida
Deixei um rasto no chão
Mas não deixei de cantar
Bati à porta da vida
Sequei a cara nas mangas
Virei os olhos ao céu
Dei-me ao fado assim vestida
De amor, ciúmes e zangas
Dei-me ao fado assim vestida
De amor, ciúmes e zangas
Porque este fado sou eu
Nenhuma faca me corta
Perdi o medo do mar
Nenhuma faca me corta
Perdi o medo do mar
Levei o mar de vencida
Encontrei a minha porta
Nunca deixei de cantar
Encontrei a minha porta
Nunca deixei de cantar
E moro à porta da vida
Sem comentários:
Enviar um comentário